quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Indicados ao Oscar - Comentários Parte 2

Vamos continuar com as avaliações aos indicados de 2009.

Roteiro adaptado: trata-se rigorosamente da mesma lista de indicados a roteiro no Globo de Ouro (onde não há divisão entre adaptados e originais). Lá o vencedor foi "Slumdog Millionaire" e creio que a tendência do Oscar será a mesma. Vale registrar a ausência do "Cavaleiro das Trevas" aqui, uma outra categoria em que ele poderia ter figurado entre os finalistas.

Roteiro original: a Academia deixou Woody Allen de fora por "Vicky Cristina Barcelona". Mas isso não é estranho. Allen tem por hábito não aparecer em cerimônias de preamiação e a Academia detesta quem a esnoba. Difícil prever um vencedor aqui. Talvez seja melhor esperar o resultado da premiação dos sindicato dos roteiristas para fazer alguma aposta.

Ator coajuvante: como já mencionado em outros tópicos, Ledger será a grande barbada da noite. Só resta saber quem irá receber o prêmio em seu lugar durante a cerimômia. Mas aqui vou elogiar a Academia por ter lembrado de Michael Shannon em "Foi Apenas Um Sonho" e Robert Downey Jr. por "Trovão Tropical". Aliás, o Downey Jr. tinha mesmo que ser indicado para alguma coisa depois de seu excepcional 2008.

Atriz Coadjuvante: Kate Winslet não concorrerá nesta categoria e isso abre espaço para o favoritismo de Penélope Cruz com sua Maria Elena de "Vicky Cristina Barcelona". Se ela vencer, será mesmo justíssimo. E também será uma boa forma de premiar o melhor filme de Woody Allen dos últimos anos.

Em breve, mais comentários aqui.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

SAG - Premiados


E nesta última noite ocorreu a premiação do SAG (Screen Actors Guild), o sindicato de atores de cinema e televisão dos EUA. Em sua 15ª edição, tivemos algumas surpresas que trazem novas perspectivas para a entrega do careca dourado no dia 22 de fevereiro. Vamos a elas.

Comecemos por atriz coadjuvante. Aqui não houve surpresa. Tal como no Globo de Ouro, Kate Winslet saiu como vencedora por sua interpretação em “O Leitor”. O que muda para o Oscar é que neste ela está indicada, por este mesmo longa, na categoria de atriz, e não de atriz coadjuvante, o que deve abrir espaço para Penélope Cruz. De qualquer forma, Kate foi a responsável pelo melhor momento da noite ao exibir um decote sensacional!

Na categoria ator coadjuvante, não havia mesmo qualquer dúvida: Heath Ledger venceu pelo seu já lendário Coringa. Quem recebeu o prêmio em seu nome foi Gary Oldman (o comissário Gordon do “Cavaleiro das Trevas”). Nada mais justo e Ledger já se transformou em uma das barbadas para a noite do prêmio da Academia.

Na categoria de melhor atriz surgiu realmente uma surpresa. Muito embora seja indicada a prêmios quase todos os anos (ela já acumula 15 indicações ao Oscar), Meryl Streep há tempos não era premiada. Mas, desta feita, foi. Levou o prêmio de melhor atriz por “Dúvida” e criou uma bela dúvida para o dia 22/02. Isso porque Kate Winslet levou o prêmio pelo filme em que ela concorre como melhor atriz no Oscar (a academia, como dito acima e no meu último post, não a colocou como coadjuvante). E a disputa com Meryl Streep agora será acirrada, principalmente se lembrarmos que muitos dos votantes no SAG votam no Oscar também. De qualquer forma, um suspense muito bem-vindo. Mas bem que poderiam ter dado este prêmio para a Kate (por “Foi Apenas Um Sonho”), para podermos apreciar novamente o seu belo decote.

E na categoria de melhor ator, Sean Penn saiu com o SAG por sua interpretação em “Milk – A Voz da Igualdade”, criando um disputa acirrada com Mickey Rourke, o qual levou o Globo de Ouro por “O Lutador”. E creio que Penn agora está um pouco à frente de Rourke, já que, como dito acima, muitos dos que votam no SAG votam também no Oscar (interessante perceber a satisfação do Rubens em sua transmissão no TNT com a derrota do Rourke). Vale dizer que, em su discurso, Penn lembrou de atores que fizeram excelentes trabalhos no ano passado e foram esquecidos nas premiações, principlamente Benício Del toro por sua atuação em "Che". Penn é realmente um cara que nunca se cala.

E o prêmio de melhor elenco em produção cinematográfica (categoria que não existe no Oscar) foi entregue a “Quem Quer Ser Um Milionário?”. Todavia, como não há categoria similar na entrega do careca, isto não significa nada, nem mesmo que o longa tenha ganhado mais pontos na corrida para melhor filme (basta lembrar que em 2007 “Pequena Miss Sunshine” saiu como vencedor nesta categoria do SAG).

Para concluir, um outro grande momento foi a entrega de um prêmio especial para James Earl Jones, mais conhecido como a voz do vilão Darth Vader. Ele foi aplaudido de pé em uma enorme salva de palmas que quase nem o permitiu agradecer. Muito bonito o momento. Só não foi mais belo que o decote da Kate! Memorável...

Obs. Não me perguntem sobre os prêmios para televisão. Este blog é sobre cinema. Essa coisa de falar sobre séries de TV americanas em locais destinados a cinema me parece atitude de gente americanizada. Por que também não falam sobre a TV brasileira, então? Há pouco tempo tivemos um boa série nacional, "Maysa", e não vi qualquer menção a ela em sites sobre cinema.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Indicados ao Oscar - Comentários Parte 1


Bem, vou tecer agora alguns comentários sobre os indicados ao Oscar deste ano. Vou começar por 5 categorias: filme, diretor, ator, atriz e canção.

Melhor Filme: Como já manifestei logo quando do post com a lista de indicados, a Academia mais uma vez incorreu em uma enorme injustiça por puro preconceito. "Batman - O Cavaleiro das Trevas", obteve 8 indicações, mas quase todas técnicas, à exceção de Heath Ledger, indicado como melhor ator coadjuvante. Não tem jeito. Eu esparava que depois da trilogia "O Senhor dos Anéis" eles perdessem o preconceito com filmes do gênero fantasia, mas estava enganado... Uma pena, pois "The Dark Knight" foi mesmo um dos melhores filmes de 2008. Ainda não vi "Frost/Nixon" mas, conhecendo o Ron Howard, deve ser apenas mais uma produção "três estrelas", nada mais. Teria sido ótimo se o herói mascarado tivesse deixado Howard de fora. Ainda é cedo para afirmar, mas creio que o prêmio deve ficar entre "O Curioso Caso de Benjamin Button" e "Quem Quer Ser Um Milionário?".

Melhor diretor: Aqui, além do lobby de Howard, vou mencionar o lobby de Stephen Daldry. Daldry só realizou três filmes (Billy Elliot, As Horas e O Leitor) até hoje e foi indicado pelos três. Impressionte, realmente. Dá até para pensar que ele tem algum caso com alguém importante dentro Academia. Talvez seja uma explicação plausível. Enquanto isso, deixaram o Christopher Nolan de fora... Todavia, o Oscar deve ficar entre Fincher e Danny Boyle.

Melhor ator: Mais do que esperada a indicação de Mickey Rourke por "O Lutador", obviamente, embora muitos afirmem tratar-se apenas de uma interpretação de si mesmo. (e acho difícil que o prêmio fuja das mãos dele) Mas confesso que esperava a indicação de Leonardo de Caprio por "Foi Apenas Um Sonho". Mais uma injustiça com esse grande ator que, já faz tempo, merece ser premiado.

Melhor atriz: A Academia não engoliu a farsa do marketing pró Kate Winslet e indicou-a como atriz por "O Leitor", e não como atriz coadjuvante, como ocorreu no Globo de Ouro. Assim, sua interpretação em "Foi Apenas Um sonho" acabou de fora na lista final. Outro destaque vai para Angelina Jolie, por "A Troca", muito embora sua atuação não seja lá uma unanimidade. Interessante que talvez a indicação do casal Jolie-Pitt ajude a alavancar a audiência do Oscar, que anda em queda. Já Meryl Streep continua batendo seus recordes de indicações... Bem, aqui está difícil apontar uma favorita, muito embora Winslet leve uma pequena vantagem, até mesmo porque quase todo ano ela concorre e nunca vence.

Canção: E já que estamos falando em audiência, essa eu não entendi. Tudo bem que diminuíssem o número de indicados nesta categoria (antes eram 5), uma vez que reduz a quantidade de apresentações musicais e isto torna a cerimônia menos cansativa. Mas por que excluíram justamente o Bruce Springsteen? Uma apresentação dele com certeza ajudaria a alavancar a audiência, ainda mais lá nos EUA, onde ele é um artista muito popular. Fiquei sem entender mesmo... Acaba que o favorito se torna "Wall-E", com a canção do Peter Gabriel.

Em breve, comentarei os indicados nas duas categorias de roteiro e atores e atrizes coadjuvantes. Até lá!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Oscar 2009 - Indicados

Em primeiríssima mão, seguem abaixo os indicados ao Oscar 2009. Como estou sem tempo neste momento, em outra oportunidade farei comentários mais aprofundados, mas já adianto duas coisas: a Academia continua com seu preconceito relativo aos filmes de super-heróis. "O Cavaleiro das Trevas" só teve uma indicação fora das categorias técnicas, qual seja, a de Heath Ledger para ator coadjuvante. E "O Curioso Caso de Benjamin Button" foi o campeão de indicações com 13. O vencedor do Globo de Ouro, "Quem Quer Ser Um Milionário?" (tradução tosca para "Slumdog Millionaire"), obteve 10 indicações. Segue a lista.

- Melhor Filme
"Quem Quer Ser Um Milionário?"
"O Curioso Caso de Benjamin Button"
"Frost/Nixon"
"Milk - A Voz da Igualdade"
"O Leitor"

- Melhor direção
"O Leitor", Stephen Daldry
"O Curioso Caso de Benjamin Button", David Fincher
"Quem Quer Ser Um Milionário?", Danny Boyle
"Milk - A Voz da Igualdade", Gus Van Sant
"Frost/Nixon", Ron Howard

- Melhor ator
Mickey Rourke, "O Lutador"
Sean Penn, "Milk - A Voz da Igualdade"
Frank Langella, "Frost/Nixon"
Brad Pitt, "O Curioso Caso de Benjamin Button"
Richard Jenkins, "The Visitor"

- Melhor atriz
Kate Winslet, "O Leitor"
Meryl Streep, "Dúvida"
Anne Hathaway, "O Casamento de Rachel"
Angelina Jolie, "A Troca"
Melissa Leo, "Rio Congelado"

- Melhor ator coadjuvante
Heath Ledger, "Batman - O Cavaleiro das Trevas"
Philip Seymour Hoffman, "Dúvida"
Michael Shannon, "Foi Apenas Um Sonho"
Josh Brolin, "Milk - A Voz da Igualdade"
Robert Downey Jr., "Trovão Tropical"
- Melhor atriz coadjuvante
Penélope Cruz, "Vicky Cristina Barcelona"
Viola Davis, "Dúvida"
Amy Adams, "Dúvida"
Taraji P. Henson, "O Curioso Caso de Benjamin Button"
Marisa Tomei, "O Lutador"

- Melhor Filme de Animação
"Kung Fu Panda"
"Wall-E"
"Bolt - Supercão"

- Melhor roteiro original
"Milk - A Voz da Igualdade"
"Wall-E"
"Na Mira do Chefe"
"Simplesmente Feliz"
"Rio Congelado"

- Melhor roteiro adaptado
"Dúvida"
"Quem Quer Ser Um Milionário?"
"O Curioso Caso de Benjamin Button"
"Frost/Nixon"
"O Leitor"

- Melhor filme estrangeiro
"Valsa com Bashir" (Israel)
"The Baader-Meinhof Complex" (Alemanha)
"Entre Les Murs" (França)
"Departures" (Japão)
"Revanche" (Áustria)

- Melhor direção de arte
"O Curioso Caso de Benjamin Button", Donald Graham Burt, Victor J. Zolfo
"A Troca", James J. Murakami, Gary Fettis
"Foi Apenas Um Sonho", Kristi Zea, Debra Schutt
"Batman - O Cavaleiro das Trevas", Nathan Crowley
"A Duquesa", Michael Carlin, Rebecca Alleway

- Melhor fotografia
"A Troca", Tom Stern
"O Curioso Caso de Benjamin Button", Claudio Miranda
"Batman - O Cavaleiro das Trevas", Wally Pfister
"O Leitor", Chris Menges e Roger Deakins
"Quem Quer Ser um Milionário?", Anthony Dod Mantle
- Melhor figurino
"Austrália", Catherine Martin
"O Curioso Caso de Benjamin Button", Jacqueline West
"A Duquesa", Michael O’Connor
"Milk - A Voz da Igualdade", Danny Glicker
"Foi Apenas Um Sonho", Albert Wolsky

- Melhor documentário em longa-metragem
"The Betrayal (Nerakhoon)", Ellen Kuras, Thavisouk Phrasavath
"Encounters at the End of the World", Werner Herzog, Henry Kaiser
"The Garden", Scott Hamilton Kennedy
"Man on Wire", James Marsh, Simon Chinn
"Trouble the Water", Tia Lessin, Carl Deal

- Melhor documentário em curta-metragem
"The Conscience of Nhem En", Steven Okazaki
"The Final Inch", Irene Taylor Brodsky, Tom Grant
"Smile Pinki", Megan Mylan
"The Witness - From the Balcony of Room 306", Adam Pertofsky, Margaret Hyde

- Melhor montagem
"O Curioso Caso de Benjamin Button", Kirk Baxter e Angus Wall
"Batman - O Cavaleiro das Trevas", Lee Smith
"Frost/Nixon", Daniel P. Hanley e Mike Hill
"Milk - A Voz da Igualdade", Elliot Graham e Gus Van Sant
"Quem Quer Ser Um Milionário?", Chris Dickens
- Melhor maquiagem
"O Curioso Caso de Benjamin Button"
"Batman - O Cavaleiro das Trevas"
"Hellboy 2"
- Melhor trilha sonora original
"O Curioso Caso de Benjamin Button", Alexandre Desplat
"Defiance", James Newton Howard
"Milk - A Voz da Igualdade", Danny Elfman
"Quem Quer Ser um Milionário?", A.R. Rahman
"Wall-E", Thomas Newman

- Melhor canção
"Wall-E", com "Down to Earth"
"Quem Quer Ser Um Milionário?", com "Jai Ho"
"Quem Quer Ser Um Milionário?", com "O Saya"
- Melhor curta-metragem de animação
"La Maison de Petits Cubes", Kunio Kato
"Lavatory - Lovestory", Konstantin Bronzit
"Oktapodi", Emud Mokhberi, Thierry Marchand
"Presto", Doug Sweetland
"This Way Up", Alan Smith, Adam Foulkes

- Melhor curta-metragem
"Auf der Strecke (On the Line)", Reto Caffi
"Manon on the Asphalt", Elizabeth Marre, Olivier Pont
"New Boy", Steph Green, Tamara Anghie
"The Pig", Tivi Magnusson, Dorte Høgh
"Spielzeugland (Toyland)", Jochen Alexander Freydank

- Melhor edição de som
"Batman - O Cavaleiro das Trevas", Richard King
"Homem de Ferro", Frank Eulner, Christopher Boyes
"Wall-E", Ben Burtt, Matthew Wood
"Quem Quer Ser um Milionário?", Tom Sayers
"Procurado", Wylie Stateman

- Melhor mixagem de som
"O Curioso Caso de Benjamin Button"
"Batman - O Cavaleiro das Trevas"
"Quem Quer Ser um Milionário?"
"Wall-E"
"Procurado"
- Melhores efeitos visuais
"O Curioso Caso de Benjamim Button"
"Batman - O Cavaleiro das Trevas"
"Homem de Ferro"

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Framboesa de Ouro

Ora, esse prêmio é aquele que todos conhecem e que se presta a "agraciar" os piores filmes, atores e cineastas do ano. Sempre anunciando seus indicados um dia antes do anúncio dos indicados ao Oscar (e os premiados também um dia antes do Oscar), é uma brincadeira das mais saudáveis, que até dá sua contribuição para a 7ª arte. O problema do Framboesa é que, como em toda eleição de piores, alguns longas acabam figurando na lista apenas para chamar atenção e darem visibilidade ao "prêmio". A "indicação" injusta este ano foi a de "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" na categoria de "Pior Seqüência". Não porque eu seja fã da série, mas o filme é bom, tanto que figurou na lista dos 10 melhores filmes de ação de 2008 no Rotten Tomatoes.

Abaixo, segue a lista completa, com destaque para "Super-Heróis - A Liga da Injustiça", que recebeu 6 indicações (o filme é horroroso mesmo, já figurando entre os piores longas de todos os tempos no IMDb). Outro destaque vai para o diretor alemão Uwe Boll. Leiam e vejam o porquê...(hahhahahahhahahaha!)

Pior filme

* Super-Heróis - A Liga da Injustiça e Espartalhões (Dois filmes - um único conceito de chutar cachorro morto)
* Fim dos Tempos
* A Gostosa e a Gosmenta
* Em Nome do Rei
* O Guru do Amor

Pior diretor

* Uwe Boll - Postal, Em Nome do Rei e 1968: Tunnel Rats
* Jason Friedberg & Aaron Seltzer – Super-Heróis - A Liga da Injustiça e Espartalhões
* Tom Putnam – A Gostosa e a Gosmenta
* Marco Schnabel – O Guru do Amor
* M. Night Shyamalan – Fim dos Tempos

Pior roteiro

* Super-Heróis - A Liga da Injustiça e Espartalhões
* Fim dos Tempos
* A Gostosa e a Gosmenta
* Em Nome do Rei
* O Guru do Amor

Pior ator

* Larry the Cable Guy – Witless Protection
* Eddie Murphy – O Grande Dave
* Mike Myers – O Guru do Amor
* Al Pacino – 88 Minutos e As Duas Faces da Lei
* Mark Wahlberg – Max Payne e Fim dos Tempos

Pior atriz

* Jessica Alba – O Olho do Mal e O Guru do Amor
* Todo o elenco de Mulheres... O Sexo Forte - Annette Bening, Eva Mendes, Debra Messing, Jada Pinkett-Smith Meg Ryan
* Cameron Diaz – Jogo de Amor em Las Vegas
* Paris Hilton – A Gostosa e a Gosmenta
* Kate Hudson – Um Amor de Tesouro e Amigos, Amigos, Mulheres à Parte

Pior ator coadjuvante

* Uwe Boll (como ele mesmo) – Postal
* Pierce Brosnan – Mamma Mia
* Ben Kingsley – O Guru do Amor, Guerra, S.A., Faturando Alto (War Inc.) e Doidão (The Wackness)
* Burt Reynolds – Em Nome do Rei e Deal
* Verne Troyer – O Guru do Amor e Postal

Pior atriz coadjuvante

* Carmen Electra - Super-Heróis - A Liga da Injustiça e Espartalhões
* Paris Hilton – Repo! The Genetic Opera
* Kim Kardashian – Super-Heróis - A Liga da Injustiça
* Jenny McCarthy – Witless Protection
* Leelee Sobieski – 88 Minutos e Em Nome do Rei

Pior dupla em cena

* Uwe Boll e QUALQUER ator, câmera ou roteiro
* Cameron Diaz e Ashton Kutcher – Jogo de Amor em Las Vegas
* Paris Hilton e Christine Lakin ou Joel David Moore – A Gostosa e a Gosmenta
* Larry the Cable Guy e Jenny McCarthy – Witless Protection
* Eddie Murphy dentro do Eddie Murphy – O Grande Dave

Pior prólogo, remake, sequência ou cópia

* O Dia em Que a Terra se Estourou Pra Valer
* Super-Heróis - A Liga da Injustiça
* Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
* Speed Racer
* Star Wars – The Clone Wars
Prêmio pela PIOR carreira
Uwe Boll – a resposta da Alemanha ao Ed Wood

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Esse será John Lennon

Esse garoto aí ao lado chama-se Aaron Johnson (atualmente, tem 18 anos de idade) e ele foi o escolhido para interpretar John Lennon na cinebriografia do lendário músico britânico atualmente em fase de pré-produção. Como já noticiado neste mesmo blog, o filme deverá se chamar "Nowhere Boy" e abordará várias fases da vida de Lennon, mas o enfoque maior será em sua adolescência, nos primóridios como músico e no encontro e amizade com Paul McCartney. O filme será o primeiro longa como diretora da artista plástica Sam Taylor-Wood e tem como roteirista Matt Greenhalgh, o mesmo de "Control", cinebiografia de Ian Curtis, vocalista do Joy Division. Outro nome confirmado, e expressivo, é o de Kristin Scott Thomas como a tia Mimi. Bem, só espero que o garoto tenha talento e corresponda à expectativas. Resta aguardar.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Tomate de Ouro


Não. Isso não é uma premiação semelhante ao "Framboesa de Ouro", criado para "agraciar" os piores filmes do ano. Pelo contrário. O "Golden Tomato" talvez seja a premiação mais justa a ser entregue aos melhores do ano. Ele é realizado pelo site "Rotten Tomatoes", o mais conhecido agregador de resenhas cinematográficas da net (há outros, como o MetaCritic). Mas o que é um "agregador"? Bem, são sites reúnem críticas de várias partes do mundo (no caso do Rotten Tomatoes, há até críticos brasileiros cadastrados) e buscam estabalecer uma média de aprovação para cada filme. Assim, as críticas são avaliadas como positivas ou negativas e influenciam em um índice de aprovação do filme (o do Rotten é o "Tomatometer"). O Golden Tomato é então dado ao filme que atingiu a maior cotação nesse termômetro de críticas.

O prêmio é dividido em duas categorias principais: filmes de lançamento amplo (aqueles com lançamento em mais de 500 salas no circuito americano) e filmes de lançamento restrito (aqueles que abrem com menos de 500 salas).

Entre os filmes de lançamento amplo, o grande vencedor foi Wall-E, que obteve 96% de aprovação no "Tomatometer". Mas o site divulga não apenas o vencedor, como também os 10 primeiros colocados. Entre os outros 9, os destaques vão para "O Cavaleiro das Trevas" (2º, com 94%) e "Homem de Ferro" (3º, com 93%).

No circuito restrito, o vencedor foi "Man On Wire", documentário que mostra a travessia de Phillipe Petit entre as Torres Gêmeas no ano de 1974 (equilibrando-se sobre um cabo, daí o título). O filme obteve impressionantes 100% no índice do site, ou seja, simplesmente não teve críticas negativas. Outros destaques no circuito restrito são "O lutador" (em 3º, com 98%, e que acabou de dar a Mickey Rourke o Globo de Ouro de melhor ator-drama) e "Slumdog Millionaire" (em 9º, com 94%), filme que arrebatou 4 Globos de Ouro e um dos favoritos ao Oscar.

A premiação também possui divisões por gênero, como Drama, Comédia, Ação, etc. Você pode conferir tudo aqui.

Muitos podem até achar que essa é a premiação ideal. Talvez não seja, porque dividir críticas em "positivas" e "negativas" limita o alcance daquilo que os autores escreveram. Mas , como dito mais acima, creio que é o prêmio que mais se aproxima do que poderíamos chamar de "justiça".

O Curioso Caso de Benjamin Button

O tempo que nos resta


David Fincher ficou conhecido por filmes violentos e perturbados como “Seven – Os Sete Crimes Capitais” e “Clube da Luta”, obras estas que se tornaram cultuadas e contaram com a participação do astro Brad Pitt,o ator preferido de Fincher. Com o perdão do trocadilho, mas é bem curioso que Fincher retorne aos holofotes ao repetir a parceria neste “O Curioso Caso de Benjamin Button”. Curioso não apenas pelo fato do diretor acabar obtendo seus melhores resultados sempre com Pitt (afinal, parcerias com esta são até freqüentes no cinema, basta lembrar o exemplo clássico de Martin Scorsese e Robert De Niro), mas principalmente por uma mudança significativa na maneira de conduzir o filme, bem como no que diz respeito à temática.

O clima soturno de seus longas anteriores simplesmente desaparece em “Benjamin Button”. Embora ainda utilize, em certos momentos, uma fotografia um tanto escura que remonta à suas origens, o clima reinante é de uma melancólica fábula, antes de tudo recheada de componentes humanos. Não que seus projetos anteriores sejam destituídos de tais componentes. Muito pelo contrário. Fincher é exímio investigador da alma humana, de suas angústias. Contudo, se em outras ocasiões ele procurou explorar o nosso lado mais “perverso”, aqui ele explora os elementos que nos tornam diferentes das outras espécies que habitam o planeta. E é neste sentido que aqui uso a palavra “humano”.

Baseada em um conto de F. Scott Fitzgerald, a narrativa nos mostra a vida de um estranho bebê que nasceu velho, com uma idade física equivalente a mais de 100 anos e, aos poucos, ao contrário do que sucede com todos os outros seres humanos, rejuvenesce. Órfão de mãe (que morreu no seu nascimento) e abandonado pelo pai, que o vê como uma aberração, Benjamim é acolhido por uma empregada de um asilo de idosos, bastante religiosa e que tem dificuldade para ter filhos. Ainda com 7 anos (mas aparentando ter uns 90), Benjamin conhece Daisy (que na idade adulta é interpretada com a competência de sempre por Cate Blanchett), neta de uma das senhoras que vivem no asilo, garota que amaria pela vida inteira. Em dado momento, as idades se encontram e eles finalmente vivem esse amor.

O roteiro, escrito por Eric Roth (o mesmo de Forrest Gump), flui com leveza e emoção, sem jamais perder a sobriedade. Ao mesmo tempo, à medida que Benjamim se torna “mais jovem”, vários momentos históricos são capturados, desde a Primeira Guerra Mundial até a inundação provocada pelo Katrina (a cidade de Button é Nova Orleans). Também interessantes os pequenos “contos paralelos” que permeiam a projeção, como o do construtor do relógio da estação de trem, que contribuem para o clima de “realismo fantástico” presente. Aliás, fosse apenas um exercício de originalidade, Fincher já teria retirado Hollywood do torpor que vem se instalando em suas entranhas nos últimos anos.

Algo que logo chamará a atenção, mesmo do espectador médio, são os aspectos técnicos do longa. A fotografia, de Claudio Miranda, presenteia o assistente com imagens belíssimas no decorrer das 2h46min de duração da película (que passam sem qualquer enfado), assim como a direção de arte, que também é de encher os olhos, e a trilha sonora de Alexandre Desplat, ótima para os ouvidos. Mas, em meio a tantas virtudes técnicas, os efeitos visuais se mostram como um caso à parte. É sabido que Pitt interpretou o personagem em todas as suas fases. Assim, as imagens da velhice de Benjamin acabam sendo um show à parte, dada a perfeição do trabalho de envelhecimento em computação gráfica, auxiliada pela maquiagem impecável. Trata-se de um daqueles louváveis casos em que a tecnologia é colocada a serviço da trama, não como um fim sem si mesmo. Será inteiramente justo se este filme levar vários prêmios Oscar nestas categorias (é bom dizer que o longa já coleciona 11 indicações ao Bafta, o equivalente britânico).

Por outro lado, Brad Pitt mais uma vez mostra que não é apenas o Sr. Jolie e nos brinda com uma atuação inspirada. Fincher realmente sabe extrair o melhor deste competente ator, muitas vezes visto apenas como um galã devido à sua aparência boa-pinta. Vale dizer que todo elenco está bem. Tilda Swinton, como uma mulher casada que é ex-nadadora e com quem Button se relaciona, mostra disposição na sua caracterização. Já Blanchett, como dito acima, sempre confere às suas personagens uma aura de verdade difícil de ser imitada, e todos os demais coadjuvantes encaram seus papéis com dedicação (especialmente Taraji P. Henson, que faz a mãe adotiva de Benjamin).

O mais relevante, entretanto, é notar o significado de toda a trajetória do personagem central. Independente de ter nascido velho e rejuvenescer, Button enfrenta todas as experiências que todos os seres humanos atravessam. Estão lá as inseguranças, frustrações, solidão e necessidades presentes nas vidas humanas. O fato de tornar-se mais novo a cada dia, com menos rugas, não faz de Benjamin mais ou menos feliz. No fim de sua existência, ele, tal como muitos que alcançam idades avançadas, também teme tornar-se um peso para aqueles que ama (afinal, ele acabará transformando-se em um bebê). Aliás, é emblemático o fato de Button ter como lar, no início e no fim de sua vida, um asilo de idosos. O que se revela, portanto, é que não importa o fato de sermos mais ou menos jovens, de estarmos envelhecendo ou rejuvenescendo, mas continuarmos hoje e sempre, jovens cheios de energia ou quando o corpo parece não mais atender aos nossos comandos, em busca de nossos sonhos, de nossas realizações. Como mostra Fincher em determinado ponto, algumas pessoas nascem para serem relojoeiros, especialistas em Shakespeare, fabricantes de botões, para nadar, dançar ou ser mães. O tempo está aí para aproveitarmos e nos realizarmos. Sejamos crianças ou um velhinho com mais de 100 anos, façamos algo de valor com as horas que nos restam.

Cotação: ***** (cinco estrelas)
Nota: 10,0.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Brasil fora do Oscar


A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou nesta terça-feira a pré-lista das 9 produções que continuam na disputa para o Oscar de melhor filme em língua estrangeira. E "Última Parada 174", o concorrente "made in Brazil", para a felicidade geral da nação e decepção da família Barreto, ficou de fora. Nada a lamentar...

Mas a Academia continua dando suas cabeçadas nesta categoria. O italiano "Gomorra", que vem colecionando prêmios em festivais, também ficou de fora. O destaque entre os sobreviventes é "Waltz With Bashir", de Ari Folman, que acabou de vencer o Globo de Ouro de filme estrangeiro. Trata-se de uma animação sobre os conflitos no Oriente Médio, mais particularmente sobre a guerra do Líbano, no início dos anos 80. O diretor Folman foi, ele próprio, soldado israelense durante o conflito, que teve como uma de suas principais marcas o massacre de cerca de 3.500 palestinos nos arredores de Beirute em 1982. Tendo em vista os atuais acontecimentos em Gaza, resta óbvio que ele se torna quase barbada para levar o prêmio na noite do Oscar.

Confira abaixo a lista dos 9 que ainda restam. Os indicados finais, não só nesta como em todas as categorias, serão dilvulgados no próximo dia 22 de janeiro.


Áustria, "Revanche", de Gotz Spielmann
Canadá, "The Necessities of Life", de Benoit Pilon
França, "Entre os Muros", de Laurent Cantet
Alemanha, "The Baader Meinhof Complex", de Uli Edel
Israel, "Waltz with Bashir", de Ari Folman
Japão, "Departures", de Yojiro Takita
México, "Tear This Heart Out", de Roberto Sneider
Suécia, "Everlasting Moments", de Jan Troell;
Turquia, "3 Macacos", de Nuri Bilge Ceylan.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Globo de Ouro - Vencedores


E nesta última noite/madrugada foi realizada a cerimônia de entrega da 66 ª edição do Globo de Ouro, prêmio dado pela Associação Internacional de Críticos de Hollywood. Sem enrolação, vamos logo aos destaques.

O filme papa-prêmios da noite foi “Slumdog Millionaire”, longa dirigido por Danny Boyle que promove uma espécie de fusão entre a indústria de Hollywood e de Bollywood, a incrível fábrica de filmes indiana. Além de melhor filme na categoria drama, ele ainda levou os prêmios de roteiro, trilha sonora e diretor. É bom dizer que esta produção vem sendo elogiada de forma quase unânime pela crítica (Rubens Ewald Filho, que estava na transmissão pelo canal TNT, fez vários elogios) e trata de um adolescente que se torna milionário vencendo um game show no melhor estilo “Show do Milhão” e depois parte em busca de seu grande amor.

Outro destaque foi Kate Winslet. A atriz britânica, já acostumada a concorrer a muitos prêmios anualmente e nunca levar nada, desta vez foi agraciada com duas láureas na mesma noite. Levou melhor atriz coadjuvante por “The Reader”, drama sobre o holocausto, e melhor atriz–drama por “Apenas Um Sonho”, em que contracena com Leonardo Di Caprio (a volta do casal “titânico”), sendo dirigida por seu marido Sam Mendes. Na categoria de coadjuvante ela acabou derrubando a favorita Penélope Cruz, que já vinha colecionando vários prêmios por sua atuação em “Vicky Cristina Barcelona”. Contudo, o filme de Woody Allen (que não deu as caras, como de hábito) acabou vencendo na categoria melhor filme comédia ou musical (muito justo, é bom dizer. Resenha neste blog).

Mickey Rourke foi agraciado com o prêmio de melhor ator-drama por sua interpretação em “O Lutador”, filme vencedor do último Festival de Veneza. Esse prêmio era até esperado, pois Rourke vem sendo elogiado de forma quase unânime por essa atuação na pele de um lutador de luta-livre que procura sair do esquecimento em que caiu devido a um problema no coração. Eu digo “quase” porque o Rubens, devido à sua implicância pessoal com o ator, não gostou da premiação. “O Lutador” acabou levando também o prêmio de melhor canção, composta por ninguém menos que Bruce Springsteen.

Steven Spielberg recebeu o prêmio Cecil B. DeMille em homenagem à sua carreira. A entrega foi anunciada por seu amigo Martin Scorsese e o mais legal de uma homenagem a Spielberg é que conhecemos todos os filmes que vão sendo exibidos naqueles vídeos editados como um resumo das produções do homenageado. Desde “Encurralado” até “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” não faltou quase nada. E o discurso de agradecimento dele foi bem interessante.

Para concluir os destaques da noite, Heath Ledger levou mesmo prêmio de melhor ator coadjuvante pelo seu inesquecível Coringa em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”(aplaudido de pé, sendo a estatueta recebida por Chris Nolan). Este Globo de Ouro acaba tendo dois significados: 1) Ledger se torna forte concorrente também ao Oscar; 2) “O Cavaleiro das Trevas” catapultou realmente os filmes de super-heróis ao status de “filmes sérios”, e não apenas de mero entretenimento. Nada mais justo.

Abaixo, segue a lista completa da premiação relativa a cinema (vencedores em negrito). Se quiserem saber sobre TV, procurem em outro lugar.


Melhor filme - Drama
Slumdog Millionaire
Apenas um Sonho
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
The Reader

Melhor filme - Comédia ou musical

Vicky Cristina Barcelona
Na Mira do Chefe
Mamma Mia!
Queime Depois de Ler
Simplesmente Feliz

Melhor diretor

Danny Boyle (Slumdog Millionaire)
Stephen Daldry (The Reader)
David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Ron Howard (Frost/Nixon)
Sam Mendes (Apenas um Sonho)

Melhor atriz (drama)

Kate Winslet (Apenas um Sonho)
Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
Angelina Jolie (A Troca)
Kristin Scott Thomas (Il y a Longtemps que je T'aime)
Meryl Streep (Dúvida)

Melhor ator (drama)
Mickey Rourke (O Lutador)
Leonardo DiCaprio (Apenas um Sonho)
Frank Langella (Frost/Nixon)
Sean Penn (Milk – A Voz da Igualdade)
Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)

Melhor atriz (comédia ou musical)

Sally Hawkins (Simplesmente Feliz)
Rebecca Hall (Vicky Cristina Barcelona)
Frances McDormand (Queime Depois de Ler)
Meryl Streep (Mamma Mia!)
Emma Thompson (Last Chance Harvey)

Melhor ator (comédia ou musical)


Colin Farrell (Na Mira do Chefe) - Sim, o Collin Farrell ganhou...
Javier Barden (Vicky Cristina Barcelona)
James Franco (Segurando as Pontas)
Brendan Gleeson (Na Mira do Chefe)
Dustin Hoffman (Last Chance Harvey)

Melhor filme estrangeiro
Waltz with Bashir (Israel)
The Baader Meinhoff Complex (Alemanha)
Everlasting Moments (Suécia)
Gomorra (Itália)
Il y a longtemps que je t’aime (França)

Melhor filme de animação

Wall-E - Maior barbada da noite, covenhamos.
Bolt - Supercão
Kung Fu Panda

Melhor atriz coadjuvante

Kate Winslet (The Reader)
Amy Adams (Dúvida)
Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Viola Davis (Dúvida)
Marisa Tomei (The Wrestler)

Melhor ator coadjuvante

Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Tom Cruise (Trovão Tropical)
Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Ralph Fiennes (A Duquesa)
Phillip Seymour Hoffman (Dúvida)

Melhor roteiro

Slumdog Millionaire
O Curioso Caso de Benjamin Button
Dúvida
Frost/Nixon
The Reader

Melhor trilha sonora


Slumdog Millionaire
O Curioso Caso de Benjamin Button
Defiance
Frost/Nixon
A Troca

Melhor canção

O Lutador - “The Wrestler”, de Bruce Springsteen
Bolt - Supercão
Cadillac Records
Gran Torino
Wall-E

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Filmes Para Ver Antes de Morrer



Os Saltimbancos Trapalhões



Trapalhadas com qualidade


Houve um tempo em que ser criança se resumia realmente a ser criança. Ao contrário dos pequenos de hoje, que já parecem nascer com uma certa dose de cinismo e acostumadas a um mundo extremamente acelerado, tal como as animações e games que costumam assistir e jogar, as crianças nascidas há algumas décadas pareciam se encantar com coisas mais simples e eram lindamente ingênuas, inocentes.

Era pensando nesse tipo de público que Renato Aragão, Dedé Santana, Antônio Carlos (Mussum) e Mauro Gonçalves (Zacarias) formaram uma trupe inesquecível chamada “Os Trapalhões”. O grupo possuía um programa dominical de enorme sucesso e, o mais interessante, seu humor ingênuo, físico, direto e, ao mesmo tempo, escrachado e politicamente incorreto, que em muito lembrava os palhaços de circo, era capaz de agradar não apenas aos pequenos de então, como também aos adultos, homens ou mulheres, idosos, integrantes de todas as classes sociais. O melhor momento do domingo era, sem dúvida, a hora de “Os Trapalhões” entrarem em cena. As risadas, daquelas bem abertas, estavam garantidas pelo menos durante uma hora (para em seguida nos depararmos com o deprimente “Fantástico”).

Da mesma forma que alcançava sucesso na tela da TV, o quarteto também obtinha enorme êxito na telona do cinema. Seus filmes eram sempre bilheteria certa, com milhões de espectadores a cada lançamento. Dentro da enorme filmografia da trupe, contudo, um longa em especial se destaca pela sua qualidade artística. Trata-se de “Os Saltimbancos Trapalhões”, lançado em 1981.

Baseado na peça “Os Saltimbancos” (encenada pela primeira vez em 1977, contando com artistas como Nara Leão e Miúcha), de Chico Buarque, Sergio Bardotti e Luiz Enríquez Bacalov (por sua vez uma adaptação do conto dos Irmãos Grimm “Os Músicos de Bremem”), o filme alcança uma maturidade nuca vista antes nos filmes do quarteto. Claro que isso se deve em boa parte ao texto diferenciado e às músicas de qualidade sempre superior de Chico Buarque, o qual não apenas cedeu a utilização das canções do espetáculo teatral como até mesmo compôs uma exclusiva para o longa, a famosa “Piruetas” (“uma pirueta/ duas piruetas/ bravo/ bravo!”). Mas não é só. A verdade é que o humor de Didi e companhia se encaixa à perfeição na temática circense da trama, fato que não acontece em outras produções da trupe (como em “Os Trapalhões na Guerra das Estrelas”, um mistura de carne com peixe que sempre foi muito estranha).


O roteiro trata de uma turma de zeladores de animais (Didi, Dedé, Mussum e Zacarias) do circo Bartholo, ameaçado de extinção devido à escassez de público. Por obra do acaso, entretanto, o quarteto acaba se transformando na grande atração do circo, salvando-o do fim. Contudo, Barão (Paulo Fortes), o dono do empreendimento, tira proveito da situação auferindo lucros cada vez maiores às custas dos ingênuos empregados, o quais continuam com salário de miséria, alimentando-se apenas de macarrão. Ademais, o mágico Assis Satã (Eduardo Conde) não gosta de ser deixado em segundo plano e se coloca numa empreitada anti-saltimbancos ajudado por sua assistente (Mila Moreira). Por outro lado, Didi encontra apoio e uma paixão na figura de Karina (Lucinha Lins), filha do dono do circo.

Desde logo, destaca-se um subtexto social presente na trama (lembre-se: o texto em que se baseia o filme é de Chico Buarque), numa clara alusão à luta de classes, à exploração dos mais fracos pelos fortes, fato que logo gerou simpatia da esquerda, a qual até então torcia o nariz para o humor apolítico dos Trapalhões. A produção, tal como levada às telas, deixa entrever até mesmo o momento já de franca decadência do regime militar, com uma censura já moribunda, pois que em determinada cena os saltimbancos fazem um aberto protesto por saúde e educação (observem algumas pichações em um muro).

Acima, mencionei como as músicas de Chico contribuem para a qualidade do longa. Pois bem, a verdade é que elas também dão ensejo a belos números musicais. J.B. Tanko, diretor croata radicado no Brasil após o fim da segunda guerra, e que trabalhou com os Trapalhões em outras dez oportunidades, mostrou-se muito feliz na concepção destas seqüências que não deixam a desejar nem quando comparadas aos musicais de Hollywood. Como assistir a “Saltimbancos Trapalhões” depois não sair cantarolando “História de Uma Gata” ou “Hollywood”? O número musical desta última (que já foi até regravada pelos Los Hermanos), por sinal, teve cenas filmadas nos EUA, mais precisamente nos estúdios da Universal, assim como algumas outras seqüências oníricas de Didi, as quais oferecem momentos impagáveis - a brincadeira com as legendas durante o duelo com o caubói é mesmo ótima, e só poderia ser concebida por um povo acostumado a ler legendas (bem diferente do público americano). Também interessante notar a eterna influência de Chaplin em Renato Aragão, sempre emprestando um tom de melancolia aos seus personagens (principalmente no final).

O sucesso da produção, que alcançou mais de 5 milhões de espectadores nos cinemas (até hoje uma das 15 maiores bilheterias do cinema nacional) foi tão grande que acabou sendo exportada para outros países como Uruguai, Argentina e Espanha.

Uma pena que hoje esta autêntica pérola do cinema nacional talvez não surta o efeito desejado sobre as crianças (como dito anteriormente, os pequenos de hoje parecem já nascer um tanto adultos), mas isso não diminui em nada a sua qualidade. Aliás, mesmo que a meninada de hoje sinta-se entediada em alguns momentos, em outros tantos será impossível deixar de rir. E vocês, adultos que estão lendo esta resenha, talvez soltem risadas ainda maiores...

Cotação e nota: Ô da poltrona, pra que isso, cacildis??!! ;=)

Obs. O DVD lançado pela Europa, embora graficamente caprichado, deixa a desejar na qualidade do som e imagem, vez que não houve processo de restauração dos mesmos, e os extras se resumem a uma versão em MP4. De qualquer forma, vale à pena ter na sua coleção.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Filmes Para Ver Antes de Morrer


No meu último post, coloquei "Apenas Uma Vez" entre os melhores do ano. Ainda neste mês de janeiro, o DVD estará disponível para venda, com distribuição da Europa. Aproveitando o ensejo, segue abaixo a resenha que escrevi quando de sua exibição nos cinemas.

Apenas Uma Vez
(Once)


Cinema + Música = Emoção


Este é mais um dos exemplos de que, para se fazer um bom filme, não é necessário um grande orçamento, com mais de 100 milhões de dólares à disposição, toneladas de efeitos especiais, elenco recheado de astros milionários, locações em várias partes do mundo etc. etc. etc. Para se fazer uma expressiva obra cinematográfica, já dizia o lendário diretor brasileiro Glauber Rocha, são necessárias, apenas, “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”. E é bem dentro desse estilo “cinema novo” que o diretor John Carney nos entrega uma pequena obra-prima.

“Apenas Uma Vez” (Once) é um filme irlandês, de baixo orçamento, encenado por atores não profissionais, produzido ainda em 2006, mas que acabou sendo exibido nos EUA no ano passado e descoberto pelos críticos norte-americanos (via Sundance Festival, onde recebeu o prêmio World Audience Award). Catapultado pelas críticas positivas, o longa acabou tendo um relativo sucesso de público e, principalmente, teve uma de suas canções, “Falling Slowly”, indicada para o Oscar de melhor canção. Ou melhor: a música foi a vencedora do prêmio deste ano, sendo interpretada na cerimônia de premiação pelo casal de protagonistas do filme, Glenn Hansard e Marketa Irglova, os quais também são os compositores da mesma. Mas, se o sucesso veio, não foi por acaso.

O filme trata da vida de pessoas comuns, como eu e você, dessas com quem podemos esbarrar na rua por acaso, a qualquer momento. Os personagens centrais sequer possuem nomes, deixando claro que as situações vivenciadas pelos mesmos poderiam também ser experimentadas pelo espectador que está ali na sala escura. E é preciso que se diga: todos nós já experimentamos algo parecido com o que é mostrado na tela. O rapaz, interpretado por Hansard, trabalha ajudando na loja de consertos de aspiradores de seu pai, com quem também mora em um pequeno apartamento em Dublin, a capital irlandesa. Nas horas vagas, procura ganhar uns trocados mostrando seus dotes musicais nas ruas e é através da música que o rapaz externa e procura extirpar a dor de ter sido abandonado por sua ex-mulher. Um belo dia (ou melhor, noite!), uma de suas canções chama a atenção de uma transeunte. A moça, personagem de Irglova, é uma imigrante da República Tcheca que vende flores para sustentar a mãe e sua filha, Ivonka (um dos poucos personagens do filme a ter nome). Ela também tem um amor mal-resolvido, o pai de sua filha, que continua morando em Praga. A imigrante também tem acentuado dom musical e é a partir desse interesse comum que um belo sentimento começa a surgir entre os dois.

A moça incentiva o rapaz a levar a sério seus talentos artísticos e tentar, de fato, uma carreira como cantor e compositor. Momento crucial neste sentido é a linda cena em que ele e ela desenvolvem uma de suas canções no interior de uma loja de instrumentos. Surge a cumplicidade, afinidade e, principalmente, o nascimento de um objetivo em comum. E nada pode unir mais duas pessoas do que isso. Assim, ambos começam a desenvolver o projeto do disco e somos presenteados com várias seqüências musicais, onde as canções também nos transmitem as reflexões e emoções dos personagens.

O diretor John Carney, que foi integrante da banda The Frames, da qual Hansard também fazia parte (era o líder), utiliza diversos subterfúgios para que nossa proximidade com os personagens seja ainda maior. A fotografia estilo “câmera na mão”, por exemplo, nos dá a impressão, em vários momentos, de que estamos vendo um daqueles vídeos caseiros de família. No momento em que eles gravam o disco no pequeno estúdio que alugam, as imagens nos remetem imediatamente àquelas tomadas comuns em “making-offs” das produções dos álbuns, por sinal outro mérito da película, que coloca o espectador no “clima” da gravação de um disco (idéia interessante tanto para quem é “do ramo”, quanto para quem não é, este tendo a oportunidade de sentir um pouquinho da atmosfera). Excelente também a proposta de utilizar músicos de verdade como atores (os quais, por sinal, já declararam não terem interesse em seguir na carreira cinematográfica), principalmente sendo os próprios compositores da trilha. As interpretações que dão às canções são, portanto, as mais sinceras e viscerais possíveis.

Mas o melhor em “Apenas Uma Vez” é a sensibilidade com que a narrativa nos mostra o crescente sentimento do casal. Longe dos chavões das tolas comédias românticas que tomam conta das salas de cinema atualmente, com suas simplificações e melodramas baratos, além de arroubos pseudo-românticos que mais parecem comerciais de “Impulse”, o roteiro entrega um amor contido, silencioso, apenas subentendido, daqueles que em que não é necessário externar, apenas sentir e compartilhar. Sem arroubos, sem “mistificação”, como diria o poeta. O amor se apresenta através da música que une os dois.

Ao sair da sessão, provavelmente você se lembrará de um verdadeiro e, ao mesmo tempo, suave amor, mas por isso mesmo inesquecível. Afinal, todos nós temos um “filme” na memória onde os nossos antigos amores são reprisados com muita saudade...

Cotação: ***** (cinco estrelas)
Nota: 10,0.

Nota: Há uma pergunta bastante importante no filme, feita pelo rapaz à moça, que ela responde em tcheco e não traduz. Mistério cativante!


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Os Melhores de 2008


Para começar 2009, nada melhor que relembrar o melhores de 2008. Abaixo, segue a lista, sem ordem de preferência, dos 10 melhores filmes que foram exibidos, no ano que passou, em circuito nacional (e que tive a oportunidade de assistir na salas de cinena, é bom lembrar):

- Apenas Uma Vez (Once);
- Um Beijo Roubado (My Blueberry Nights);
- Onde Os Fracos Não Têm Vez (No Country For Old Men);
- Juno (idem);
- O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre Et Le Papillon);
- Persépolis (Persepolis);
- Batman – O Cavaleiro das Trevas (Batman – The Dark Knight);
- A Culpa É do Fidel (La Fault à Fidel);
- Vicky Cristina Barcelona (idem);
- Wall-E (idem);

Menção honrosa: 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias.

Há algum tempo, eu havia prometido que minhas listas sempre teriam 7 itens, mas é verdade que os cinemas realmente exibiram bons títulos este ano e acabei fazendo uma lista de 10 (e com direito a menção honrosa). Tentarei voltar aos 7 em outras oportunidades.

Nota: Não levem a em consideração a minha ortografia nesses próximos dias. Como todos, vou demorar um pouco a assimilar as novas regras (principalmente as relativas ao uso do hífen). Só quero deixar registrado que detestei a reforma ortográfica. Considero-a totalmente desnecessária e, em alguns casos, creio que até empobreceu a nossa bela língua. Paciência...

Nota 2: "Na Natureza Selvagem" é um filme excepcional exibido no circuito comercial brasileiro em 2008. O problema é que só o vi em DVD, já agora no fim do ano, razão pela qual excluí da lista, a qual só inclui filmes a que assisti no cinema.