tag:blogger.com,1999:blog-68911241223421269862024-03-14T13:55:25.628-03:00Cinema com PimentaFábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.comBlogger631125tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-52243157571236147852014-03-05T12:31:00.000-03:002014-03-05T12:33:25.667-03:00Até breve!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/_yANW3BnKGUg/TRFfLXLg9WI/AAAAAAAAHyM/DcJT7235M8Q/s1600/clipart+imagem+decoupage+69e29617db3f%5B4%5D.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_yANW3BnKGUg/TRFfLXLg9WI/AAAAAAAAHyM/DcJT7235M8Q/s1600/clipart+imagem+decoupage+69e29617db3f%5B4%5D.png" height="300" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Amigos do Cinema com Pimenta:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como alguns que acompanham o blog podem perceber, as atualizações estão cada vez mais raras. E isso tem um motivo: meu filho, Davi Emanuel, nasceu no último dia 21/02, com muita saúde, graças a Deus. Tal circunstância fez o meu tempo diminuir de tal forma que nem consigo mais assistir a filmes, quanto mais escrever sobre eles. Estou vivendo aquele momento "John Lennon" de cuidar exclusivamente do filho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu pretendia até fazer um post sobre a melhor edição do Oscar em muitos anos, mas estou tão cansado com as noites em claro, cuidando do pequeno Davi, que a inspiração não veio. E então chego ao seguinte ponto: o "Cinema com Pimenta", ao menos temporariamente, está com suas atividades suspensas. Como dizia o citado John Lennon em uma de suas canções: " a vida é o que acontece enquanto você está ocupado fazendo planos" . Pensando nisso, decidi que esse era o momento de não estar distraído com outras coisas. É o momento de viver os primeiros passos do meu filho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bem, não é um adeus. Acredito que em pouco meses, passada a fase de adaptação à condição de papai, estarei de volta, na medida do possível. Talvez surjam alguns posts esporádicos, inclusive. Ademais, sempre darei uma passada nos excelentes blogs dos amigos, comentando e acompanhando as novidades. Agradeço a todos que acompanharam este espaço ao longo dos seus 6 anos de existência e digo um até breve. Muitos ótimos filmes para todos. Afinal, como diz a frase em epígrafe nesta página, "que ama o cinema, ama a vida"!</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tchau!</div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-87684925830279128862014-02-13T22:23:00.000-03:002014-02-13T22:24:05.990-03:00Capitão Phillips<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifZhmMPv5-Puj_qrPBizqf8j11A-SQhBC6o78z93131pPzZ4pkY2P-3ProXMCyrCV2QAsGO-JJfUEJ1JFzKH3eF3vsTiXOxDP3fFhhSI_ogwXN3_CURpy12l8fbk88MKebIBKvdV475A/s1600/Capit%C3%A3o+Phillips.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifZhmMPv5-Puj_qrPBizqf8j11A-SQhBC6o78z93131pPzZ4pkY2P-3ProXMCyrCV2QAsGO-JJfUEJ1JFzKH3eF3vsTiXOxDP3fFhhSI_ogwXN3_CURpy12l8fbk88MKebIBKvdV475A/s1600/Capit%C3%A3o+Phillips.jpg" height="400" width="272" /></a></div>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: large;">Contrastes</span><o:p></o:p></span></b><br />
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Já fazia tempo que Tom Hanks não tinha uma atuação digna de Oscar e confesso que estava com saudades do velho grande ator de outros tempos (mais precisamente dos anos 90, quando emplacava um sucesso após o outro e uma indicação ao Oscar depois da outra). Bem, enfim, depois de anos atuando no piloto automático, Hanks recupera a boa forma com este “Capitão Phillips”, novo longa do diretor Paul Greengrass que investe pesado na crítica da globalização, onde o capital navega sempre indiferente à realidade que o cerca.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não é outra a impressão ao vermos o cargueiro Maersk Alabama, enorme e transportando uma quantidade considerável de bens de alto valor comercial, cruzar o paupérrimo litoral da Somália, onde os seus residentes dispõem, no máximo, de pequenas embarcações que parecem besouros quando comparados ao enorme navio comandado por Richard Phillips, personagem real que escreveu o livro adaptado para a tela. Assim, em verdade, trata-se aqui de um longa sobre contrastes, levando o espectador a se perguntar sobre a origem desses, mesmo que o filme não forneça elementos sobre as desproporções apresentadas na tela. Afinal, trata-se de um thriller que, se em boa medida leva à reflexão, tira o fôlego do público com um ritmo intenso, envolvente e cheio de realidade, lembrando muito um outro filme do próprio Greengrass, <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2008/09/filmes-para-ver-antes-de-morrer.html" target="_blank">“Vôo United 93”</a> (United 93, 2006), também baseado em uma história verídica.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.apnatimepass.com/captain-phillips-movie-wallpaper-20.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.apnatimepass.com/captain-phillips-movie-wallpaper-20.jpg" height="221" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A estrutura narrativa (com roteiro adaptado de Billy Ray, vencedor do prêmio do Sindicato de Roteiristas na categoria, o que o torna um favorito ao Oscar) é estabelecida a partir de contraposições entre a realidade do capitão Phillips e a do líder de um grupo de piratas somalis, Muse (interpretado por um ator que era até então motorista, Barkhad Abdi). Não apenas os barcos destoam em proporções. Se Phillips se preocupa com a correria do dia a dia e com quanto tempo vai levar a viagem, a preocupação primordial de Muse é conseguir recrutar parceiros que possam ajudar na ação pirata de sequestrar o cargueiro Maersk. Se Phillips se apresenta como uma liderança inconteste perante a sua tripulação, Muse está longe de ter controle sobre os seus recrutados, sempre contestando suas ordens. E assim seguimos uma série de contrastes que desnudam não apenas a realidade entre os dois sujeitos da narrativa, mas também a disparidade entre as realidades do Ocidente e da África miserável.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.hollywoodreporter.com/sites/default/files/2013/08/captain_phillips.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.hollywoodreporter.com/sites/default/files/2013/08/captain_phillips.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Contando com uma primorosa edição de Christopher Rouse, a trama se desenvolve naquele ritmo acelerado característico do “suspense cabeça” que fez a fama de Greengrass, e a tensão só aumenta ao longo de seus 126 minutos de projeção, mesmo que já saibamos o seu desfecho (afinal, como dito acima, o livro foi escrito pelo próprio capitão). Tudo para culminar em um clímax marcante, em uma cena que já entrou para aquelas que farão a história cinematográfica de seu intérprete, Tom Hanks. Seria justo se ele tivesse sido indicado ao Oscar apenas por essa sequência, o que não ocorreu. Mesmo figurando em todas as premiações que antecedem a festa da Academia, Hanks foi estranhamente esquecido no prêmio mais famoso do cinema. Será que ele anda perdendo prestígio? A pergunta fica ainda mais interessante se lembrarmos que Barkhad Abdi foi indicado como coadjuvante, um exagero, na minha opinião. Ele está bem no papel, mas me parece que sua indicação decorre apenas do fato de ser um principiante, além de haver algo de “politicamente correto” nela. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A maior virtude de “Capitão Phillips”, entretanto, não reside em seu elenco ou na direção precisa e intensa de Greengrass. Ela está em seu caráter despretensioso, pois em nenhum momento o longa se propõe a apontar dedos para possíveis culpados ou tentar elucidar as origens das disparidades retratadas na tela. As diferenças estão retratadas, mas cabe ao espectador tirar suas conclusões sobre as origens de tanta desigualdade. Em determinado momento, Phillips pergunta a Muse se não há outra opção para ele além de praticar a pirataria. Muse lhe responde: “talvez, na América”. Uma cena que se revela a síntese de toda a projeção e demonstra a aposta que Greengrass faz na inteligência do espectador. E filmes que não subestimam o espectador são sempre muito bem-vindos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:<o:p></o:p></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<br />
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 9,0.</span><o:p></o:p></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-51026137970195039862014-01-25T23:09:00.000-03:002014-01-25T23:37:54.645-03:00Blue Jasmine<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUQWody3rtTJ1y8iX96kb9wbgZTjExDf8nE3-p8M0tUaH25hCG8N4YtMOioueVCdSlfpfkfggNZbXaMOETni_Fo67K2R2fWx2xh3tWYTjGlYUSEljkkqjvyOcYarkVJU25AOo-YbBrIQ/s1600/blue_jasmine_locandina.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUQWody3rtTJ1y8iX96kb9wbgZTjExDf8nE3-p8M0tUaH25hCG8N4YtMOioueVCdSlfpfkfggNZbXaMOETni_Fo67K2R2fWx2xh3tWYTjGlYUSEljkkqjvyOcYarkVJU25AOo-YbBrIQ/s1600/blue_jasmine_locandina.jpg" height="400" width="278" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Em
plena forma</span></b></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Depois do
inesquecível <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2011/06/meia-noite-em-paris.html" target="_blank">“Meia-Noite em Paris”</a> (Midnight In Paris, 2011),
aparentemente seria difícil Woody Allen repetir o sucesso de crítica
e público em pouco tempo. O<span lang="en-US"> seu longa
imediatamente posterior, </span><span lang="pt-BR">o apenas mediano</span><span lang="en-US">
<a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2012/07/para-roma-com-amor.html" target="_blank">“</a></span><span lang="pt-BR"><a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2012/07/para-roma-com-amor.html" target="_blank">Para Roma, Com Amor” </a>(To Rome With
Love, 2012), deu ênfase a tal impressão. Entretanto, sem que a
maioria perceba, Allen está vivendo um dos melhores momentos de sua
carreira. E prova isso através do seu mais recente trabalho, “Blue
Jasmine”, filme que vai fundo na crítica a uma sociedade baseada
em superficialidades e aparências e onde nos entrega uma de suas
melhores personagens femininas, vivida com brilhantismo pela
excelente Cate Blanchett.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" lang="pt-BR" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span lang="pt-BR">Entretanto,
se no citado “Meia-Noite em Paris” predomina o tom leve e
bem-humorado, aqui ele se distancia um pouco da comédia para narrar
a história de uma socialite que vê o seu luxuoso mundo ruir após a
a prisão do seu marido Hal (Alec Baldwin), um investidor da bolsa
fraudador. </span>Sem dinheiro, sem marido, ela acaba indo morar com
sua irmã, Ginger (Sally Hawkins, ótima!), em San Francisco. Uma
irmã que, na realidade, ela sempre desprezou e escondeu, pois era
“cafona” demais para frequentar o seu círculo social. E não
resta a Jasmine outra alternativa a não ser se adaptar a um mundo
cheio de limitações, em busca de um recomeço. Contudo, o problema
de Jasmine é que ela não sabe como recomeçar. Está perdida, sem
encontrar caminhos que possa trilhar, até mesmo porque, em boa
medida, ela nem mesmo sabe quem ela é. Sabe apenas que iria se
formar em antropologia quando se tornou noiva de Hal e largou os
estudos para virar dondoca. Mesmo assim, não sabe se gosta da área
de sua quase-formação. “Blue Jasmine” se mostra, portanto, como
um ensaio de Allen sobre a identidade, um tema recorrente em sua
filmografia (“Zelig”, de 1983, talvez seja o maior exemplo do
tema em sua carreira). Muitos deixam de lado suas verdadeiras
identidades em troca de se verem felizes e inseridas no sistema. E,
quando a ilusão em que vivem desmorona, esquecem do que foram um dia
ou do que almejavam ser. Constroem uma vida de aparências e
mentiras, inclusive com aquelas da pior espécie, que são as
mentiras para si próprio.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.hollywoodreporter.com/sites/default/files/2013/06/blue_jasmine.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.hollywoodreporter.com/sites/default/files/2013/06/blue_jasmine.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Mesmo que
o diretor evite uma olhar piedoso sobre a protagonista, sempre
expondo suas frugalidades, preconceitos e leviandades (até o seu
nome esconde um disfarce, no fundo), é inevitável sentirmos pena de
Jasmine, circunstância que não apenas se deve a um texto muito bem
elaborado por Woody (como sempre, ele também escreveu o roteiro,
indicado ao Oscar de melhor roteiro original), mas, na mesma
porporção, à excelente atuação de Cate Blachett, provável
ganhadora do Oscar no próximo dia 02 de março (já venceu o Globo
de Ouro e o Sindicato de Atores nos últimos dias). Ela domina todas
as cenas, passando das neuroses típicas do personagens de Woody
Allen, para a fragilidade, arrogância, sinceridade, falsidade e
outras tantas facetas humanas que foram condensadas na protagonista.
Já entrou para o panteão das grandes personagens femininas do
autor, ao lado da Annie Hall de Diane Keaton e da Cecilia de Mia
Farrow (em “A Rosa Púrpura do Cairo”). De qualquer forma,
méritos há, ainda, para os demais integrantes do elenco,
principalmente Sally Hawkins como a irmã adotiva de Jasmine.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMqq39L7t9ZxrYC6WJtileIiAQHgAYD4cmrsvA2r17H0cQUbgQXou4LMlAbaaAj3w3QkGTF8kZJNXabQlc0DQbSi7SlOfOPZXBy7z6MDXY6rwD9bQgnNYPOoeMUHnbuv8Oao8kt5pyRR8P/s1600/1+a+1+a+a+a+a+blu+pobre+cate.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMqq39L7t9ZxrYC6WJtileIiAQHgAYD4cmrsvA2r17H0cQUbgQXou4LMlAbaaAj3w3QkGTF8kZJNXabQlc0DQbSi7SlOfOPZXBy7z6MDXY6rwD9bQgnNYPOoeMUHnbuv8Oao8kt5pyRR8P/s1600/1+a+1+a+a+a+a+blu+pobre+cate.png" height="201" width="400" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Outro
aspecto relevante é a estrutura da narrativa, pontuada por saltos
temporais que vão revelando os fatos que levaram a protagonista a
terminar morando na casa da irmã. A edição de Alisa Lepselter
encanta pela fluidez e precisão (e eu nunca tinha ouvido falar
nela), jamais confundindo o espectador, apesar das diversas idas e
vindas do enredo. Além disso, trata-se de um filme com “pegada”,
fisgando o espectador já nos primeiros cinco minutos. Por outro
lado, Allen raramente entrega um drama reto, sem resvalar na comédia
e esse é bem o tom aqui. É possível classificar “Blue Jasmine”
como um drama, mas um drama ao melhor estilo de Allen, com um tanto
de cenas bem humoradas (mais um mérito para a atuação de
Blanchett, que transita com facilidade entre cenas cômicas e
dramáticas). Todavia, apesar dos alívios cômicos, predomina um tom
melancólico ao longo da projeção, tendo seu ápice na conclusão
em aberto, mas inteiramente coerente com o conjunto e as pretensões
do diretor.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
Uma parte da crítica apontou esse trabalho como sendo tão somente
uma abordagem tardia de Allen sobre a crise econômica
norte-americana, mas seria leviano dizer que se trata apenas disso.
Mais do que uma mera crítica social, “Blue Jasmine” também
passeia pelo existencial, perguntando a cada espectador se ele
realmente é feliz, autêntico e com força suficiente para seguir os
próprios caminhos, tragam ou não os retornos materiais valorizados
pela sociedade. Mesmo que caia um pouco no seu último terço,
perdendo o foco ao dar ênfase a uma subtrama envolvendo a irmã de
Jasmine, Allen conseguiu, mesmo aos 77 anos e com uma média
impressionante de um filme a cada ano, entregar mais um pequena
pérola capaz de agradar, tal como sucedeu com “Meia-Noite em
Paris”, não só aos seus admiradores, mas também àqueles que não
são exatamente fãs de sua obra. Como dito acima, muitos não
percebem, mas Woody Allen está em plena forma.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
Cotação:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
Nota: 9,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-52130424347503083392014-01-18T15:10:00.001-03:002014-01-18T15:10:45.215-03:00E os prêmios estão chegando...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQdWC_-LjIgrezqO50VOahnFprsb3kZCrezcUnT6JuavJJpUrre3bQ5hzqIO3M04jooOfC98NMIfNt-8oBK3UaSpnNoLH6zSKopS5qwswXLHerRq60bLxGoT3lPkVEJs1LFNvmLq7nHjs/s1600/golden+globe+2014+12+years+a+slave.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQdWC_-LjIgrezqO50VOahnFprsb3kZCrezcUnT6JuavJJpUrre3bQ5hzqIO3M04jooOfC98NMIfNt-8oBK3UaSpnNoLH6zSKopS5qwswXLHerRq60bLxGoT3lPkVEJs1LFNvmLq7nHjs/s1600/golden+globe+2014+12+years+a+slave.PNG" height="399" width="640" /></a></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Esta semana, tivemos a entrega do Globo de Ouro e os indicados ao Oscar, mas não tive muito tempo nem muita paciência para postar alguma coisa sobre eles aqui. Entretanto, passo a elencar algumas breves conclusões sobre esta temporada de premiações.</div>
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<br /></div>
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1) O nível este ano parece estar bem interessante, como ótimos diretores sendo lembrados e premiados (vide o gênio Scorsese, o novato e promissor Steve MCqueen e o excelente Alfonso Cuáron), além de indicarem filmes bastante atípicos, como "Clube de Compras Dallas" e "Ela". Mesmo o maior sucesso de público entre eles,<a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/10/gravidade.html" target="_blank"> "Gravidade"</a>, está bem longe de ser apenas um filme voltado para as massas. </div>
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<br /></div>
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2) Em contrapartida, acompanhando o Globo de Ouro, vejo o quanto este formato de cerimônia está ultrapassado. Ninguém aguenta mais tantas piadas para que seja anunciado um prêmio. Parece que todo mundo que sobe ao palco tem obrigação de ser engraçadinho e isso acaba se tornando sacal. As apresentadoras Tina Fey e Amy Poehler até que se esforçaram, mas se saíram melhor no ano passado. </div>
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<br /></div>
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3) O formato do Globo de Ouro, dividindo os prêmios entre drama e comédia/musical também incomoda. Já faz um tempo que os filmes estão cada vez mais inclassificáveis. O próprio Leonardo DiCaprio, vencedor do prêmio por "O Lobo de Wall Street" , ironizou o fato de ter sido lembrado na categoria "melhor ator em comédia". Enfim, seria saudável que a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood mudasse seus critérios, pondo fim a essa divisão descabida. Acredito que eles não fazem isso porque é um forma de premiar mais astros, mantendo assim sua boa relação como os mesmos.</div>
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<br /></div>
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4) Estranha a não indicação de Tom Hanks ao Oscar por seu trabalho em "Capitão Phillips". O filme foi bem de bilheteria e a campanha em para Hanks foi bem forte. Será que ele anda perdendo prestígio junto aos membros da Academia?</div>
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<br /></div>
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5) Minha torcida no Oscar é para gravidade, o melhor filme de ficção-científica em muitos anos. Mas, convenhamos, torcer no Oscar está ficando sem graça, vez o que seu resultado é inteiramente pautado pelas premiações dos sindicatos.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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A lista de indicados ao Oscar pode ser vista pesquisando no Google. Vamos aguardar o dia 02 de março, domingo de carnaval. </div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-4765319974487934652014-01-09T19:26:00.001-03:002014-01-09T19:27:18.559-03:00Filmes Para Ver Antes de Morrer<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdUQxyiPNglOOKrAMWFzoT3byqnnug7_gquIlgLj23eKc1UExcn5oLFDqY1qvHjlaqovltApWoaDLIBidKdqcjD2Us6Ca7PPK6S40xoO-en4M0bEd3d-Mu4zoJAkugNNPyqFEbBigCwg/s1600/Testemunha+de+Acusa%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdUQxyiPNglOOKrAMWFzoT3byqnnug7_gquIlgLj23eKc1UExcn5oLFDqY1qvHjlaqovltApWoaDLIBidKdqcjD2Us6Ca7PPK6S40xoO-en4M0bEd3d-Mu4zoJAkugNNPyqFEbBigCwg/s1600/Testemunha+de+Acusa%C3%A7%C3%A3o.jpg" height="400" width="275" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>Testemunha de Acusação</b></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Witness For The Prosecution, 1957)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b><br /></b></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>Um gênio em todos os gêneros</b></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A cada oportunidade em que assisto a um filme de Billy Wilder acabo ficando mais impressionado. Ele simplesmente era incapaz de realizar um filme ruim. Todos os seus longas são acima da média, seja qual o gênero da vez. Versátil como poucos, Wilder obteve sucesso em quase todos os gêneros cinematográficos, realizando obras-primas em praticamente todos eles, como no drama “Crepúsculo dos Deuses” (Sunset Boulevard, 1950) ou na antológica comédia <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2011/08/filmes-para-ver-antes-de-morrer_28.html" target="_blank">“Quanto Mais Quente Melhor”</a> (Some Like It Hot, 1959). E eis que também descubro que Wilder foi capaz de proezas também no suspense. “Testemunha de Acusação”, seu filme de 1957, é tão eficiente no clima e reviravoltas que oferece ao espectador que Alfred Hitchcock deve ter sentido uma ponta de inveja por não tê-lo realizado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Baseado em uma obra de Agatha Christie, a meste do suspense na literatura, “Witness For The Prosecution” é um dos melhores “filmes de tribunal” já elaborados. Por sinal, entrou em cartaz no mesmo ano de outra referência deste subgênero, o clássico “12 Homens e Uma Sentença” (12 Angry Men), protagonizado por Henry Fonda e dirigido por outro grande cineasta, Sidney Lumet. Por sua vez, o longa de Wilder conta em seu elenco com dois grandes astros, Tyrone Power e Marlene Dietrich. Entretanto, se Power fez aqui o seu último trabalho completo no cinema (ele faleceu no ano seguinte, vítima de infarto, durante as filmagens de “Solomon and Sheba” dirigido por King Vidor), Dietrich atingiu um dos melhores momentos em seu desempenho como atriz, sendo indicada ao Globo de Ouro pela atuação. Entretanto, a grande figura do longa é Charles Laughton, um dos grandes atores britânicos em todos os tempos, que encarna aqui Wilfrid Robarts, um advogado com larga experiência no tribunal do júri. Inteligente, perspicaz, espirituoso e irônico, Wilfrid é um dos personagens mais interessantes já filmados.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://thebestpictureproject.files.wordpress.com/2010/11/witnessforthep.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://thebestpictureproject.files.wordpress.com/2010/11/witnessforthep.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É através dele que entramos em contato com a trama, adaptada para a tela grande pelo próprio Wilder ao lado dos roteiristas Larry Marcus e Harry Kurnitz. O advogado é procurado por Leonard Vole (Power), o qual é o principal suspeito do assassinato da solitária viúva Emily French (Norma Varden), já que ele era um dos poucos a frequentar a casa da senhora e parecia ter se tornado o seu interesse romântico. Vole jura inocência e conta com um álibi, a sua esposa Christine Helm (Dietrich), que pode confirmar perante o júri que, na noite do crime, Vole chegou em casa em horário anterior àquele em que o crime foi cometido. O problema é que o depoimento de Christine, por ser esposa, não terá força junto aos jurados, razão pela qual seu testemunho acaba excluído pelo advogado. Contudo, algumas reviravoltas ocorrem ao longo do julgamento, deixando o espectador grudado na cadeira ao longo das quase duas horas de projeção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.lpm-blog.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Witness-for-the-Prosecution.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.lpm-blog.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Witness-for-the-Prosecution.jpg" height="217" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O roteiro é praticamente impecável e, além do texto base de Christie, contou com nuances concebidas pelo próprio Wilder, como a relação entre Wilfrid e sua enfermeira Miss Plimsoll (Elsa Lanchester, ótima!). Os diálogos entre os dois foram turbinados porque Laughton e Lanchester eram casados, o que acabou gerando boas ideias para o script. A sinergia entre os dois é perfeita e contribui muito para o imediato envolvimento do público com a trama. Mas é óbvio que a direção irretocável de Wilder faz uma diferença enorme no resultado final. Em filme de júri é essencial que ocorra uma perfeita concepção do ritmo da narrativa, sob pena de enfadar o espectador, como acontece com certa frequência. E, no presente caso, o ritmo se mostra perfeito. Nem sentimos o tempo passar. Da mesma forma, apesar das reviravoltas ao longo da narrativa, entendemos perfeitamente toda a trama, esclarecida por meio bem elaborados flashbacks, postos nos momentos certos. Sim, “Testemunha de Acusação” é um filme imprevisível, mas está longe de ser um filme confuso, como tantos outros longas que envolvem mistérios sobre assassinatos. Por outro lado, Wilder não deixa de lado um tema constante em sua obra: a dualidade entre a aparência e essência, o conflito entre o que aparentamos ser e o que realmente somos. Esse é um mote presente em obras como “Quanto Mais Quente Melhor” (os homens que aparentam ser mulheres), “Sabrina” (a mulher que passa a ser vista após modificar sua aparência) ou “Crepúsculo dos Deuses” (os astros decadentes que ainda vivem da antiga imagem). E aqui ele brinca com o tema por meio dos personagens de Leonard Vole e Christine Helm. Será que ele é mesmo inocente? Será que Christine não tem alguma culpa no cartório? A resposta só é entregue no surpreendente desfecho, tão inusitado que, nos créditos finais, há um pedido para que o público não conte o final a quem ainda não assistiu ao longa (o próprio Hitchcock iria se valer da mesma ideia um pouco mais tarde, quando do laçamento de “Psicose”).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E é o que vou fazer aqui. Falar muito sobre “Testemunha de Acusação” pode estragar a sua apreciação. Nem precisaria dizer que teve 6 indicações ao Oscar. Basta afirmar que é mais uma das pérolas de Billy Wilder. Só isso já é suficiente (e mais relevante que prêmios) para fazer qualquer um se interessar em ver este filme que é uma das melhores adaptações de Agatha Christie para o cinema (mais uma credencial importante, não?). Apenas não deixe pra depois. Busque desvendar essa intriga o quanto antes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8OsrNfz4CtrIKrhhsqVRyG26g46sb1LeHc353ox-0MbAi8xmXjwHqOtSFGwNP8FITzaUqf1ei7ciZGRZgHwFLeHbIUiE5Lp4PvKcH2Azm4f9WFH2aYfW6CZ6hkPyH9Z0nmRzZp7qT7g/s1600/Cinco+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8OsrNfz4CtrIKrhhsqVRyG26g46sb1LeHc353ox-0MbAi8xmXjwHqOtSFGwNP8FITzaUqf1ei7ciZGRZgHwFLeHbIUiE5Lp4PvKcH2Azm4f9WFH2aYfW6CZ6hkPyH9Z0nmRzZp7qT7g/s1600/Cinco+estrelas.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 10,0.</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-14945325519662894832013-12-30T15:11:00.003-03:002013-12-30T18:13:22.622-03:00Os 7 Melhores filmes de 2013Fechando o ano, segue a lista com os sete melhores filmes exibidos no circuito comercial brasileiro no ano de 2013, segundo a visão do Cinema Com Pimenta. Um grande abraço a todos e feliz 2014!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://entretenimento.r7.com/blogs/odair-braz-jr/files/2013/02/django.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="281" src="http://entretenimento.r7.com/blogs/odair-braz-jr/files/2013/02/django.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
7) <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/01/a-escravidao-segundo-um-artista-pop-nao.html" target="_blank">Django Livre</a> (Django Unchained, Quentin Tarantino);</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://f.i.uol.com.br/guia/cinema/images/13275556.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="http://f.i.uol.com.br/guia/cinema/images/13275556.jpeg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
6) <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/12/os-suspeitos.html" target="_blank">Os Suspeitos</a> (Prisoners, Dennis Villeneuve);</div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://imguol.com/2012/12/11/10dez2012---anne-hathaway-no-el-papel-de-fantine-em-uma-cena-do-filme-os-miseraveis-dirigido-por-tom-hooper-o-discurso-do-rei-e-baseado-no-livro-homonimo-de-victor-hugo-o-longa-estreia-no-1355228055809_956x500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="http://imguol.com/2012/12/11/10dez2012---anne-hathaway-no-el-papel-de-fantine-em-uma-cena-do-filme-os-miseraveis-dirigido-por-tom-hooper-o-discurso-do-rei-e-baseado-no-livro-homonimo-de-victor-hugo-o-longa-estreia-no-1355228055809_956x500.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
5)<a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/02/os-miseraveis.html" target="_blank"> Os Miseráveis</a> (Les Misérables, Tom Hooper);</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.intrinseca.com.br/site/wp-content/uploads/2013/01/O-lado-bom-da-vida_Bradley-Cooper-e-Jennifer-Lawrence.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="http://www.intrinseca.com.br/site/wp-content/uploads/2013/01/O-lado-bom-da-vida_Bradley-Cooper-e-Jennifer-Lawrence.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
4) <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/02/o-lado-bom-da-vida.html" target="_blank">O Lado Bom da Vida </a>(Silver Linings Playbook, David O. Russell);</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.vortexcultural.com.br/images/2013/09/Rush-%E2%80%93-No-Limite-da-Emo%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://www.vortexcultural.com.br/images/2013/09/Rush-%E2%80%93-No-Limite-da-Emo%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
3)<a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/09/rush-no-limite-da-emocao.html" target="_blank"> Rush - No Limite da Emoção</a> (Rush, Ron Howard);</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTDXhFBRYgUeqEW888kGkfWs2Adj4yzdzwau4VeE7TbjpEuRUhGAQ" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="257" src="http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTDXhFBRYgUeqEW888kGkfWs2Adj4yzdzwau4VeE7TbjpEuRUhGAQ" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
2)<a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/02/amor.html" target="_blank"> Amor</a> (Amour, Michael Haneke);</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://papelpop.com/papelpop/wp-content/uploads/2013/10/gravidade-5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="http://papelpop.com/papelpop/wp-content/uploads/2013/10/gravidade-5.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
1) <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/10/gravidade.html" target="_blank">Gravidade</a> (Gravity, Alfonso Cuáron).</div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-49830657692660948902013-12-20T20:20:00.000-03:002013-12-20T20:20:18.143-03:00O Oscar não muda mesmo...<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://tudoecritica.com.br/wp-content/uploads/2013/03/O-Som-ao-Redor-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="http://tudoecritica.com.br/wp-content/uploads/2013/03/O-Som-ao-Redor-2.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
Acabei de ler nos portais de notícias que "O Som Ao Redor", o filme de Kléber Mendonça Filho escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro, não está entre os 9 pré indicados divulgados hoje pela Academia de Hollywood.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais do que na categoria principal, é impressionante como a Academia costuma dar mancadas na categoria de filme estrangeiro, frequentemente deixando excelentes produções fora da disputa. Já estou esperando a grita pela ausência de "Azul é a Cor Mais Quente", vencedor da Palma de Ouro em Cannes e rei do "bafafá" mundial devido às suas cenas picantes. Aliás, deve ter sido mesmo por essa característica que acabou preterido. De qualquer forma, há longas elogiados e cineastas renomados, como você pode conferir na lista abaixo. Mas não é por isso que vou perdoar a Academia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bélgica com "The Broken Circle Breakdown", de Felix van Groeningen</div>
- Bósnia com “An Episode in the Life of an Iron Picker” de Danis Tanovic<br />
- Camboja com “The Missing Picture”, de Rithy Panh<br />
- Dinamarca com “The Hunt”, de Thomas Vinterberg<br />
- Alemanha com “Two Lives”, de Georg Maas<br />
- Hong Kong com “The Grandmaster”, de Wong Kar-wai<br />
- Hungria com “The Notebook”, de Janos Szasz<br />
- Itália com “A Grande Beleza”, de Paolo Sorrentino<br />
- Palestina com “Omar”, de Hany Abu-Assad.<br />
<br />
Aproveito para desejar aos leitores do Cinema Com Pimenta um feliz Natal e um 2014 sensacional! Que Deus ilumine a todos!<br />
<br />
Grande abraço!<br />
<br />
<br />
<br />Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-70693039319346147312013-12-15T22:43:00.000-03:002013-12-16T19:12:04.939-03:00Os Suspeitos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQw2_TU4uTkD_DELUO2FQqlmqKsbFkC6tTr-l365yMGm2TOKiM6R83HhZHwYwXZ7ahyTjudfQ1NM9QGoZiCC9Zbs1gQQOfgLEFCOK9w6dWlvkMjCp5Yr0poayj4qIQaOCWxmDX0MBK4Q/s1600/Os+Suspeitos.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQw2_TU4uTkD_DELUO2FQqlmqKsbFkC6tTr-l365yMGm2TOKiM6R83HhZHwYwXZ7ahyTjudfQ1NM9QGoZiCC9Zbs1gQQOfgLEFCOK9w6dWlvkMjCp5Yr0poayj4qIQaOCWxmDX0MBK4Q/s400/Os+Suspeitos.png" width="271" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Prenda a respiração e reflita</span></b></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como é possível perceber pela data da última postagem, “O Cinema com Pimenta” anda meio, digamos assim, “parado”, com um baixo número de atualizações. Isso se deve, em boa parte, ao trabalho, que está consumindo quase todo o meu tempo nos últimos meses e tem me deixado com pouca disposição para escrever. Entretanto, o marasmo do blog também se deve à correria em que eu e minha esposa nos encontramos no preparo da chegada do nosso primeiro filho, prevista para o próximo mês de março. Sim, já sou um papai dedicado que vê seu tempo cada vez mais tomado por essa criaturinha que ainda nem nasceu, mas que eu já amo muito. Bem, de qualquer forma, em meio ao corre-corre dos últimos dias, encontrei um tempinho na última sexta-feira para assistir a um dos filmes que se transformaram em sensação no presente ano de 2013. Trata-se do ótimo suspense “Os Suspeitos”, que não é o de Bryan Singer (produzido em 1995), mas o do canadense Dennis Villeneuve (será que ele tem parentesco com a família de pilotos de F1?), o mesmo diretor do premiado “Incêndios” (Incendies, 2010), longa que não tive a oportunidade de assistir, mas do qual já ouvi ótimas referências. </span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não sei no caso do citado “Incêndios”, mas em “Os Suspeitos” Villeneuve deixa transparecer uma acentuada influência do trabalho de um dos mais cultuados diretores da atualidade: David Fincher. Ao logo das quase duas horas e meia de projeção, sentimos aquele clima opressor e um tanto sombrio de suspenses como “Seven – Os Sete Crimes Capitais” (Se7en,1995) ou “Zodíaco” (Zodiac, 2007). Até a paleta de cores usada na fotografia (de Roger Deakins), dessaturada e repleta de sombras, remete aos filmes de Fincher. Contudo, seria leviano afirmar que Villeneuve se limita a ser uma espécie de “imitador” de Fincher. Através de uma trama que poderia render apenas alguns minutos de suspense para o público, Villeneuve desenvolveu uma perspicaz alegoria para abordar uma antiga questão e caráter ético e moral: os fins justificam os meios? Por mais nobres e justificáveis que sejam nossas motivações, será que podemos nos valer de qualquer forma para atingirmos nossos objetivos? É uma pergunta difícil, mas que Villeneuve não se furta a responder de maneira satisfatória ao término do longa.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://lasvegas.informermg.com/files/2013/09/jackman-prisoners-604x339.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="http://lasvegas.informermg.com/files/2013/09/jackman-prisoners-604x339.jpg" width="400" /></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Para tanto, ele se vale de um roteiro (escrito por Aaron Guzikowski) que estabelece dois protagonistas, quase antagônicos. Um deles é Keller Dove (Hugh Jackman, ótimo), um carpinteiro pai de dois filhos que vê sua rotina virar de ponta cabeça quando sua caçula é sequestrada juntamente sua melhor amiga. É a deixa para que desperte seus instintos paternais de proteção, levando a busca pela menina até às últimas consequências, incluindo extrema violência em relação aos suspeitos. O outro protagonista é o detetive Loki (Jake Gyllenhaal, que não é o irmão do Thor), um policial que se torna obsessivo na busca pelos criminosos responsáveis, mas que jamais ultrapassa a fronteira ética em suas investigações. Nas entrelinhas, Villeneuve parece realizar uma crítica a expedientes espúrios costumeiramente usados pelo Estado (mormente o norte-americano) ao procurar culpados por delitos, principalmente os relacionados ao terrorismo, quando não são respeitados os mais elementares direitos dos acusados.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<a href="http://www.apnatimepass.com/prisoners-movie-poster-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" src="http://www.apnatimepass.com/prisoners-movie-poster-2.jpg" width="400" /></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">De qualquer forma, à parte o mencionado subtexto, “The Prisoners” funciona perfeitamente enquanto filme de suspense, daqueles de tirar o fôlego, deixando o espectador em estado de tensão praticamente ao longo de toda a projeção do longa. Mais um mérito do roteiro, que não entrega nada de mãos beijadas ao público, fazendo-o pensar e se interrogar sobre a verdadeira trilha a ser percorrida. Além da já mencionada fotografia soturna, contribui ainda a ótima edição de Joel Cox e Gary Roach, dando ritmo a uma narrativa que poderia se tornar massante devido à longa duração da película. Outro ponto alto são as atuações. Hugh Jackman tem uma de suas melhores presenças ao interpretar o desesperado pai à procura de sua filha, trabalho que possivelmente lhe renderá outra indicação ao Oscar. Entretanto, creio que aquele que mais merece ser lembrado pela Academia é Jake Gyllenhaal como o detetive Loki. Em uma atuação contida e introspectiva, ele rouba as cenas em que aparece mesmo quando não fala muito. Também se destacam pelo apuro na composição dos seus respectivos personagens Paul Dano, na pele do suspeito que é alvo preferencial da obsessão de Keller Dove, que tem uma presença memorável em cena, assim como Melissa Leo, praticamente irreconhecível como uma velha senhora que perdeu uma filha vítima de câncer. É uma pena que as premiações estejam ignorando o primoroso trabalho do elenco. O Sindicato de Atores não lembrou dos intérpretes em nenhuma categoria entre os seus indicados, assim como o Globo de Ouro. Mas o que dizer de premiações que chegaram ao cúmulo de indicar Daniel Brühl, de <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/09/rush-no-limite-da-emocao.html" target="_blank">“Rush – No Limite da Emoção”</a>, na categoria de melhor ator coadjuvante se ele interpreta o personagem central do filme? Nem preciso falar mais nada, né?</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não é o fato de ser ignorado pela temporada de prêmios que vai fazer de “Os Suspeitos” um filme menor. Com certeza, é um dos melhores longas de 2013 e não por acaso foi aplaudido no Festival de Toronto. Bem, ganhando ou não prêmios, a qualidade de “The Prisoners” continua intacta, sendo um dos melhores filmes de 2013, sem dúvida. Não sei se chego a essa conclusão por viver um momento em que estou prestes a me tornar pai e a temática do longa, desta forma, me atingiu de maneira especial. É possível que sim, mas, diante da chiadeira geral que surgiu devido ao seu esquecimento na temporada de prêmios, percebo que ele vem agradando em muito ao público. Há tempos não aparecia um suspense tão interessante entre produções hollywoodianas. Para prender a respiração durante e refletir depois da projeção.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:</span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" /></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 9,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-15165167835497979682013-11-16T19:22:00.001-03:002013-11-16T19:29:41.309-03:00Trilha sonora # 29<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://br.web.img1.acsta.net/medias/nmedia/18/87/26/74/19873726.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://br.web.img1.acsta.net/medias/nmedia/18/87/26/74/19873726.jpg" width="269" /></a></div>
<br />
Bruce Springsteen, em recente passagem pelo Brasil, realizou um show sensacional na última edição do Rock In Rio. Eu confesso que eu não conhecia muito bem a obra dele, mas estou vendo agora (ou melhor, ouvindo), o quanto eu estava perdendo durante tanto tempo. Uma das poucas músicas que eu conhecia de Springsteen até o referido show era "Streets Of Philadelphia", de "Filadélfia" (de 1993), filme que deu o primeiro Oscar a Tom Hanks por sua interpretação de um advogado portador de HIV demitido que vai aos tribunais em busca do seu direito. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A música recebeu, com justiça, o prêmio de melhor canção da Academia de Hollywod e você pode ouvi-la abaixo. Mas não fique só com ela. Procure o repertório de Springsteen na net. Vale muito à pena!</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<iframe align="top" allowfullscreen="" frameborder="0" height="115" hspace="0" marginheight="0" scrolling="no" src="http://www.goear.com/embed/sound/c1b90df" vspace="0" width="580"></iframe>Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-58210275931996298792013-11-07T21:58:00.001-03:002013-11-07T22:03:11.649-03:00Para Ver Em Um Dia de Chuva<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCu_IcZt_LCMS_5mfE6ahyphenhyphenxOjPLuH0edswhcZq5Fpn8v9_DoDNrbE-OR3XOCfx08kG2cl9Ja7ungNHKu_b2zm2_ZnDd0p4HD6ytcGCUMD2WPaoNrAtZwGDP1Ec6WunOzq64h90kv7NSw/s1600/Um+M%C3%A9todo+Perigoso.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCu_IcZt_LCMS_5mfE6ahyphenhyphenxOjPLuH0edswhcZq5Fpn8v9_DoDNrbE-OR3XOCfx08kG2cl9Ja7ungNHKu_b2zm2_ZnDd0p4HD6ytcGCUMD2WPaoNrAtZwGDP1Ec6WunOzq64h90kv7NSw/s400/Um+M%C3%A9todo+Perigoso.jpg" width="268" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Um Método Perigoso</span></strong></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">(A Dangerous Method, 2011)</span></div>
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<strong><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></strong> </div>
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<strong><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span></strong> </div>
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<strong><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Gênios em conflito</span></strong></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Pode parecer que estou realizando um “tour de force” pela obra de David Cronenberg, tendo em vista que, há pouco tempo, postei uma resenha sobre</span><a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/10/restaurando-pelicula.html" target="_blank"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"> “Na Hora da Zona Morta”</span></a><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"> (The Dead Zone, 1983), filme oitentista do cineasta que, à época, mostrava uma abordagem diferente das suas características, de um caráter mais comercial e menos perturbador, traços até então marcantes dos seus longas. Entretanto, alerto que foi apenas coincidência ter visto no último sábado este “Um Método Perigoso” (A Dangerous Method, 2011), filme que se encaixa dentro da nova forma concebida por Cronenberg desde “Marcas da Violência” (A History Of Violence, 2005), menos “perturbadora” ou “provocativa”, ao menos visualmente. Isso não significa dizer, porém, que Cronenberg abandonou seus velhos temas. A mudança está na forma, não no conteúdo, já que aqui ele se vale de uma trama inspirada em fatos reais e ambientada no início do século XX para tratar dos sentimentos de solidão e inadequação que lhe são peculiares.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Baseado em peça de Christopher Hampton (que também escreveu o roteiro filme), chamada “The Talking Cure”, e no livro “A Most Dangerous Method”, de John Kerr, o enredo tem como personagens centrais as figuras dos seminais teóricos da psicanálise, o judeu austríaco Sigmund Freud e o suíço Carl Jung, aqui interpretados por Viggo Mortensen e Michael Fassbender, respectivamente. Adepto das teorias de Freud, Jung as coloca em prática com uma de suas pacientes, Sabina Spielrein (Keira Knightley), uma judia russa que apresenta comportamento histérico e perturbado. Jung descobre, através de sessões de diálogos com a paciente, que em boa medida seus transtornos são resultado de repressões sexuais elaboradas ainda na infância, época em que desenvolve, em decorrência de castigos paternos, uma sexualidade pautada pelo prazer masoquista. É a partir do estudo da personalidade de Sabina e da melhora comportamental da jovem que Jung estabelece contato com Freud, o qual tem seu interesse despertado pela experiência. A partir de então o filme se desenvolve em duas frentes: a relação de Jung com Freud - a amizade surgida entre ambos, bem como seu rompimento – e relação amorosa de Jung com sua paciente Sabina, que se torna sua amante e alcança o equilíbrio ao realizar com o médico suas fantasias sexuais. Contudo, o equilíbrio de Jung toma o rumo oposto. Casado e de fortes valores, Jung se vê perturbado ao por em prática suas fantasias poligâmicas, em boa medida estimuladas por um pupilo de Freud, Otto Gross (interpretado por Vincent Cassel), embarcando em uma neurose que o levaria a um futuro colapso nervoso. Nesse passo, Jung pode ser apontado como o típico protagonista de Cronenberg, símbolo da angústia e solidão humanas.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="http://i2.cdn.turner.com/cnn/dam/assets/111122083346-a-dangerous-method-keira-knightley-michael-fassbender-story-top.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><img border="0" height="225" src="http://i2.cdn.turner.com/cnn/dam/assets/111122083346-a-dangerous-method-keira-knightley-michael-fassbender-story-top.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span> </div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Essas “duas frentes” abordadas por Cronenberg despertam no espectador reações diferentes. Não deixa de ser um prazer vislumbrarmos como se deu a aproximação e cumplicidade entre dois gênios da ciência, assim como ocorreu o seu posterior afastamento. A inicial admiração mútua vai se transformando em desconfiança, principalmente por parte de Freud, que enxerga em Jung uma ameaça intelectual, alguém capaz até de superá-lo perante a comunidade científica. Todavia, o filme se mostra feliz ao não bater o martelo e deixar em dúvida os reais motivos da cisão, até porque talvez até os próprios envolvidos não soubessem precisar as razões. Já na relação entre Jung e Sabina estabelece-se um clima de erotismo muito sugerido e pouco explícito, sem apelações, onde a nudez e cenas de sexo surgem na medida do estritamente necessário. Mas a verdade é que esse tom, ao mesmo tempo sutil e provocativo, pode trazer efeito bem mais eficiente e estimulante para o espectador do que muitos filmes de sexo explícito. Mérito da direção de Cronenberg, vale dizer, que conduz a projeção com muita naturalidade, tornando agradável um tema que poderia soar hermético e entediante.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Da mesma forma, contribui muito para o sucesso da narrativa a competência do elenco e vou fazer aqui um elogio em especial a Michael Fassbender, intérprete de Jung. Sem dúvida, Fassbender é um dos melhores atores em atividade no cinema. Parece que se torna melhor a cada filme e compõe um tipo que se molda perfeitamente à ideia que fazemos de um cientista, aparentemente frio, mas que deixa escapar sentimentos aqui e acolá. Uma composição perfeita que é mais um atestado da grandeza desse ator sensacional, uma espécie de anti-canastrão. Por outro lado, se Viggo Mortensen não chega a ser tão genial, ele não deixa a peteca cair na pele do pai da Psicanálise, mostrando um Freud seguro, influente e dono de um leve tom autoritário, criando um tipo bastante tridimensional. Já Keira Knightley, apesar de alguns momentos de exagero (típico dela, não?), está no melhor momento de sua carreira na pele de Sabina Spielrein (ao lado de sua atuação em “Orgulho e Preconceito”, anos atrás). Por fim, Vincent Cassel tem participação até pequena, mas marcante, como o maluco-beleza Otto Gross, que exerce influência determinante nas futuras decisões de Carl Jung.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="http://imbloodyibiza.files.wordpress.com/2011/09/a-dangerous-method.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><img border="0" height="245" src="http://imbloodyibiza.files.wordpress.com/2011/09/a-dangerous-method.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span> </div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Entretanto, o longa falha justamente ao passar a impressão de que Jung, um estudioso cheio de convicções, criador da teoria do inconsciente coletivo, era um homem bastante influenciável, tomando decisões a reboque de opiniões alheias, caso não só de Gross, mas também de Freud e da própria Sabina. Simbólico, neste sentido, a sua confissão de que Freud era muito persuasivo em suas argumentações, conseguindo facilmente convencer seus interlocutores do seu ponto de vista. Também incomoda uma certa falta de foco do longa ao estabelecer suas duas vertentes, pois que ao estabelecer dois focos de atenção na trama, a relação de Jung com Freud e a outra com Sabina, fica a sensação de que ficou a desejar nos dois campos. Aliás, o longa é bastante curto (tem apenas 99 minutos de duração) e, nesse caso, faria bem se fossem adicionados uns 20 minutos para que alguns aspectos da trama fossem melhor desenvolvidos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">É possível, ainda, observar algumas conotações com o Holocausto judeu na Segunda Guerra, já que a condição judia de Freud e Sabina Spielrein é algo que adquire relevância no contexto do filme, assim como a etnia ariana de Jung (que adora Wagner) é algumas vezes sublinhada entre os diálogos. Será que a quebra da amizade entre Freud e Jung se dá porque o segundo (o “ariano”) se sente ameaçado pelo intelecto do primeiro (o “judeu”) ou vice-versa? Sendo sincero, esse é um subtexto que precisa ser reanalisado em outras visitas à obra, a qual está entre aquelas que precisam ser vistas mais de uma vez para compreendermos inteiramente suas nuances. Ultimamente, não são muitos os longas-metragens que me estimulam a mais uma olhada, mas “A Dangerous Method” consegue ser interessante a esse ponto. Filme que nos deixa pensando sobre suas implicações e reflexões para além de sua projeção é um artigo difícil de encontrar nos dias de hoje.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Cotação:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Nota: 9,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-70680906597414045592013-10-27T18:13:00.000-03:002013-10-27T18:13:09.114-03:00Quero Ver Novamente # 24<div style="text-align: justify;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-F85GErkfCzCSokIEHDZ8Eu_GFevXnjIwBKCajo5r5C7ZxTlm8vTMWLBEeAyyDiq_1h_Yig1piqd7gzPNgY0fUsbl8fMiSxTw1jqDmqwonkfpgU1RtIxHueg09YEqMKCtbKlpd-gXxg/s1600/Gl%C3%B3ria+Feita+de+Sangue.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-F85GErkfCzCSokIEHDZ8Eu_GFevXnjIwBKCajo5r5C7ZxTlm8vTMWLBEeAyyDiq_1h_Yig1piqd7gzPNgY0fUsbl8fMiSxTw1jqDmqwonkfpgU1RtIxHueg09YEqMKCtbKlpd-gXxg/s400/Gl%C3%B3ria+Feita+de+Sangue.jpg" width="281" /></a></div>
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O Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, está abrigando uma exposição sobre o genial Stanley Kubrick.. Recriando ambientes de filmes do diretor como "O Iluminado" e "Laranja Mecânica", a exposição também reúne centenas de objetos usados em cena - documentos, fotografias, cartas, anotações e peças originais dos longas. Infelizmente, não vou poder conferi-la, mas, nos últimos dias, fiquei com uma baita vontade de rever os filmes de Kubrick, especialmente os mais antigos e menos vistos. Abaixo, você pode conferir uma cena de "Glória Feita de Sangue" (Paths Of Glory, 1957), filme que pode ser considerado como sua primeira obra-prima ( e também o primeiro com a temática da guerra).</div>
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A trama se passa em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, quando um general francês ordena um ataque suicida e, como nem todos os seus soldados se lançam ao ataque, ele exige que sua artilharia atinja as próprias trincheiras. Contudo, o general não é obedecido nessa ordem absurda, então resolve pedir o julgamento e a execução de todo o regimento por se comportar covardemente no campo de batalha e assim justificar o fracasso de sua estratégia militar. Finalmente, decide-se que três soldados serão escolhidos para servirem de exemplo, mas o coronel Dax (Kirk Douglas) não concorda e decide interceder de todas as formas para tentar revogar a estúpida decisão. Filmaço obrigatório!</div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/yb6YwIWKfZM" width="420"></iframe><br />
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Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-6003133539716499452013-10-22T15:49:00.001-03:002013-10-22T15:49:47.431-03:00Restaurando a Película<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIs0msLg_xbur1NYmxs7Nh46ql4gqtNt3FKH8bKwVJfT3qmuDXBeAhl9ughFupRRwRtNaRCVpGlo-HT45jL5OvosBZFkncWpxpi_yPStllM8X04_i1vKbswK-vLTICWwgVotdszfojjw/s1600/dead_zone_xlg.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIs0msLg_xbur1NYmxs7Nh46ql4gqtNt3FKH8bKwVJfT3qmuDXBeAhl9ughFupRRwRtNaRCVpGlo-HT45jL5OvosBZFkncWpxpi_yPStllM8X04_i1vKbswK-vLTICWwgVotdszfojjw/s400/dead_zone_xlg.jpg" width="260" /></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>Na Hora da Zona Morta</b></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(The Dead Zone, 1983)</span></div>
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<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O (bom) lado comercial de Cronenberg</span></b></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Há tempos que eu procurava assistir a este filme do cineasta canadense David Cronenberg. Lembro que a Rede Globo o exibiu há muitos anos, mas não está entre suas reprises frequentes, razão pela qual comprei o (horroroso) DVD lançado no Brasil pela Spectranova e consegui satisfazer a curiosidade. Valeu à pena, diga-se de passagem. Cronenberg é uma referência quando se trata de cinema perturbador, escatológico, esquisito, incômodo, violento ou outros adjetivos similares. Muito embora nos últimos anos ele venha dirigindo abordagens mais convencionais, digamos assim, como o longa “Marcas da Violôncia” (A History Of Violence, 2005), sua marca registrada é o que se mostra imprevisível e desconfortável ao espectador, o qual costuma lembrar de Cronemberg por obras como “A Mosca” (The Fly, 1986) e “Gêmeos, Mórbida Semelhança” (Dead Ringers, 1988), filmes que demonstram pouca preocupação com o lado comercial. Neste ponto, soa como um ponto fora da curva a concepção de “Na Hora da Zona Morta” ainda em 1983, já que ele mais lembra os filmes recentes de Cronenberg do que os seus trabalhos gerados nos anos 80. </span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Adaptação de um livro de Stephen King (o mesmo que originou o seriado de TV de 2002), provavelmente o autor mais adaptado da história do cinema (embora eu não tenha essa estatística), “Na Hora da Zona Morta” é um longa que, de certa forma, acabou meio esquecido pela crítica, talvez por ser um filme de caráter mais “comercial”, menos perturbador, muito embora não deixe de abordar temas comuns na cinematografia de Cronenberg. Afinal, o protagonista Johnny Smith, um pacato professor de literatura que após um acidente de automóvel fica em coma por cinco anos e passa a desenvolver poderes paranormais, representa com muita eficácia o conceito do indivíduo isolado da sociedade devido a peculiaridades pessoais. Para Cronenberg, somos todos sujeitos que estão inexoravelmente alheios à comunidade em que vivemos. Por mais que tentemos, jamais estaremos em perfeita sintonia com o nosso meio e, quando vistos de perto, seremos seres estranhos, “esquisitos”, fadados ao isolamento diante de um contexto social que só admite padrões. Entretanto, sempre teremos algo que não será “padrão” em nosso íntimo. No caso do professor Smith, seus poderes de premonição em relação a eventos futuros acabam por transformá-lo em uma celebridade ao mesmo tempo que o distanciam dos outros, além de se tornarem um fardo, já que passa a pesar sobre ele a responsabilidade de interferir no destino não apenas daqueles que conhece, mas também de toda a sociedade. Assim, ao mesmo tempo em que se torna famoso, Smith está sozinho em sua penitência de conhecer o futuro das pessoas. Sua solidão, ademais, torna-se ainda maior por ter sido abandonado pela noiva durante o coma e ter perdido o emprego de professor. Ele “dorme e acorda” em realidades bastante diferentes, um verdadeiro choque que torna difícil definir os caminhos a seguir.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://img2.mlstatic.com/dvd-na-hora-da-zona-morta-de-stephen-king-original-novo_MLB-O-235365762_4443.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="221" src="http://img2.mlstatic.com/dvd-na-hora-da-zona-morta-de-stephen-king-original-novo_MLB-O-235365762_4443.jpg" width="400" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Trabalhando com um roteiro de Jeffrey Boam (o primeiro na carreira do diretor que não foi escrito pelo próprio), Cronenberg desenvolve o conflito na forma de um suspense, como era de se esperar de um longa baseado em uma obra de King. Embora tenha problemas de ritmo em seus minutos iniciais, pois que o acidente com o protagonista ocorre muito rápido, sem que tenhamos tido tempo de nos identificarmos mais com o personagem e nos preocuparmos com o seu destino (o filme é relativamente curto e uns 20 minutos a mais de projeção poderiam ser perfeitamente encaixados), o diretor consegue estabelecer um bom clima de tensão que prende o espectador, fazendo-o torcer pelo herói E, mesmo não sendo tão aparente quanto em outros longas de sua autoria, há aquele clima de “estranheza”, algo meio surreal, tão característico de Cronenberg. Outro destaque é o trabalho na direção de atores, uma das grandes virtudes do diretor. Christopher Walken - sempre um ator marcante que merecia bem mais reconhecimento do que tem - está simplesmente ótimo como o protagonista paranormal. Embora Martin Sheen soe um pouco maniqueísta na pele do vilão da trama, o político candidato à presidência dos EUA Greg Stillson (ou será culpa do roteiro?), Brooke Adams como Sarah, a namorada de Smith que o deixa durante os cinco anos de coma, está carismática e convincente, assim como Herbert Lom na pele do médico que cuida de Smith.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://magiclanternfilm.files.wordpress.com/2011/05/dead-zone2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="283" src="http://magiclanternfilm.files.wordpress.com/2011/05/dead-zone2.jpg" width="400" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Com um ótimo clímax (que faz referência a fatos históricos dos Estados Unidos), “The Dead Zone”é inferior aos melhores filmes de Cronenberg, mas “um filme menor” de um grande cineasta costuma ainda ser bem melhor do que a média das produções lançadas rotineiramente. Também merece destaque como uma das boas transposições de obras de Stephen King para o cinema, uma vez que “adaptação de Stephen King” hoje parece ter ser tornado um gênero à parte, tantas as que proliferam quase anualmente no cinema comercial. Então, se “Na Hora da Zona Morta” não chega ao nível de excelência de<a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2010/09/filmes-para-ver-antes-de-morrer.html" target="_blank">“O Iluminado”</a> (The Shinning, 1980), do mestre Stanley Kubrick, também é muito superior a desastres como “O Apanhador de Sonhos” (Dreamcatcher, 2003). Suas credenciais, inclusive, me fazem lembrar da citada medonha edição em DVD vendida atualmente em nossas lojas. Um bom filme como este merecia uma cópia restaurada e não uma conversão chinfrim de VHS para DVD. Lamentável...</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:</span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpBol2k_n3K9UMZM69RflfzplAjajsz-_roq1cEHgO0JJmTRqTgG69ca7OI4ftYycTl_yQEDnnPHbAs4DFhAAkjCuzo2hrrcNRoa5quhmMGbfXlq2_BesDqhpIyu215Ezh5B0liuwMIA/s1600/Tres+estrelas+e+meia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpBol2k_n3K9UMZM69RflfzplAjajsz-_roq1cEHgO0JJmTRqTgG69ca7OI4ftYycTl_yQEDnnPHbAs4DFhAAkjCuzo2hrrcNRoa5quhmMGbfXlq2_BesDqhpIyu215Ezh5B0liuwMIA/s1600/Tres+estrelas+e+meia.jpg" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 8,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-13650172368509134512013-10-20T19:06:00.001-03:002013-10-21T18:51:31.689-03:00Elysium<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEuH0RvDYNwoZ79SKvPxQL5nrXh9nAd0_7NYiX-b0ir4my63PPOE29EeDKIRQkVWOj_aRtMkZ_XUO7NUKx8KAfqP1DnOvvaWpyQXbpEsqj0tC5s3eKkJHCTMPAGcelq6exysMdfRa6bw/s1600/Elysium.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEuH0RvDYNwoZ79SKvPxQL5nrXh9nAd0_7NYiX-b0ir4my63PPOE29EeDKIRQkVWOj_aRtMkZ_XUO7NUKx8KAfqP1DnOvvaWpyQXbpEsqj0tC5s3eKkJHCTMPAGcelq6exysMdfRa6bw/s400/Elysium.jpg" width="270" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>Ainda uma promessa</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O cinema do jovem diretor Neil Blomkamp pode ser resumido da seguinte forma: premissas muito inteligentes, execução ineficiente. É a conclusão a que podemos chegar a partir deste seu novo trabalho, “Elysium”, atualmente em cartaz no circuito brasileiro, o qual repete as mesma virtudes e defeitos do seu longa anterior, o interessante <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2009/10/apartheid-alienigena-na-ultima-decada.html" target="_blank">“Distrito 9”</a> (District 9, 2009), responsável por tentar atribuir conotações político-sociais ao cinema pipoca do fim de semana. Nascido em Joanesburgo, África do Sul, ele impregnou “Distrito 9” de referências ao Apartheid ao elaborar uma trama onde seres de outro planeta são segregados pelos humanos em uma espécie de gueto. Entretanto, se o longa causa reflexão e sensação de inovação em sua primeira metade, a segunda se reduz a, basicamente, cenas de ação clichês que mais entediam do que envolvem o espectador. Um trabalho de altos e baixos que nos traz um frustrante resultado mediano, dadas as suas potencialidades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Da mesma forma se desenvolve “Elysium”. Na sua premissa, vemos uma Terra superpovoada e esgotada em seus recursos naturais. Nela, residem as classes mais baixas, operários que lutam pela sobrevivência, enquanto os abastados vivem em uma espécie de satélite artificial denominado Elysium (obviamente, uma referência aos Campos Elísios, local que se pode definir como o paraíso da mitologia greco-romana), onde a qualidade de vida de tempos pretéritos foi preservada. Ou seja, o filme se presta a realizar uma alegoria da luta de classes, com direito a abordar detalhes como a questão da saúde pública, onde alguns têm direito à assistência médica e muitos não têm direito a sequer um atendimento básico. É o que ocorre com o personagem de Max da Costa (Matt Damon), operário de uma fábrica que sofre um acidente radioativo e deve morrer em poucos dias. Para se curar, ele precisa de um método de tratamento só existente em Elysium, mas não tem do dinheiro suficiente para comprar sua estada da fortaleza. Será necessário entrar clandestinamente e para isso contará com a ajuda de especialista em infiltrações, Spider (o nosso Wagner Moura).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://brcine.com.br/wp-content/uploads/2013/04/elysium-001.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="http://brcine.com.br/wp-content/uploads/2013/04/elysium-001.jpeg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Como se vê, o roteiro, escrito pelo próprio Blomkamp, tem um ótimo núcleo de ideias, o que torna o longa interessantíssimo em sua primeira metade, muito eficiente em retratar o drama das classes subalternas em um planeta cada vez mais duro. A ambientação, inclusive, lembra muito a realidade dos Estados Unidos de hoje, cada vez mais latinizado, onde em diversas regiões existe uma mistura de línguas, predominando o inglês e o espanhol. As características da cidade terrena também remetem a uma Cidade do México ou à própria Joanesburgo de Blomkamp (em um eficiente trabalho de direção de arte). Também se mostra perspicaz a escolha de Alice Braga, com sua aparência de latina, para ser o interesse romântico do herói, coadunando-se com caráter “globalizado” da produção. Entretanto, mais uma vez Blomkamp se perde em cenas de ação na segunda metade da projeção e o filme assume aquela perspectiva trivial de qualquer outro filme de ação, com destaque para o mote do “sacrifício” do herói, que também se fez presente no anterior “Distrito 9”. Em suma, “Elysium” se torna previsível até mesmo naquilo em que não pretende ser previsível.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://astropt.org/blog/wp-content/uploads/2013/05/elysium_photos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://astropt.org/blog/wp-content/uploads/2013/05/elysium_photos.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas, como disse Wagner Moura em recente entrevista a uma famosa revista de caráter cultural, o maior diferencial do cinema estadunidense é o dinheiro, muito dinheiro, e isso invariavelmente dá destaque ao padrão técnico de seus filmes. Se o longa tem destaque, como dito acima, na sua ambientação, é claro que muito desse mérito se deve à direção de arte, muito eficiente não só na caracterização do planeta Terra, mas também na concepção do satélite Elysium, uma espécie de paraíso da imaginação judaico-cristã. Da mesma forma, o elenco de primeira contribui muito para tornar o longa algo mais envolvente. Matt Damon está inspirado na pele do protagonista e Jodie Foster consegue dar alguma alma à vilã unidimensional da trama, uma espécie de secretária de Estado da nave que nutre ambições maiores. Entre os brasileiros, todavia, há uma certa surpresa. Wagner Moura sofre com um personagem mal desenvolvido e que tem menos tempo de tela do que seria esperado. Assim, acaba que Alice Braga tem mais destaque como Frey, a namorada de Max que tem uma filha também precisando de assistência médica em Elysium, em uma atuação bastante competente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Embora esteja longe de ser um filme ruim, “Elysium” se constitui em uma demonstração da imaturidade de Blomkamp como cineasta, muito embora, tal como “Distrito 9”,deixe entrever que o jovem tem potencial, ainda sendo uma promessa de grande diretor. Precisa desenvolver melhor suas ótimas premissas para que elas não gerem tão somente bons entretenimentos, mas filmes que sejam mais memoráveis do que as suas duas horas de projeção, ou seja, para que se tornem algo mais do que uma “diversão inteligente” para o final de semana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVrmteSf4hek-TIsocOp4L4zlwqcbGmskBPyQVhMpDhQcYc6VvZHsFafdpfCQ9ouHtKY4wyqEx2TIEnNAjWNL7hKO80YmhukR7M0HBMJol3ROA9EjRMSAGTfRci_t_u0dFGBTdBOG_SQ/s1600/Tr%C3%AAs+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVrmteSf4hek-TIsocOp4L4zlwqcbGmskBPyQVhMpDhQcYc6VvZHsFafdpfCQ9ouHtKY4wyqEx2TIEnNAjWNL7hKO80YmhukR7M0HBMJol3ROA9EjRMSAGTfRci_t_u0dFGBTdBOG_SQ/s1600/Tr%C3%AAs+estrelas.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 7,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-84882088510518416782013-10-15T17:13:00.002-03:002013-10-15T19:39:06.268-03:00Gravidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2ynAS5hbfz9-tpVr3UAo5eXfkC_Q4II_JBUx_j35htreHL2akDnEjowWTkm7QW0cEtvS9ztLEIrH3Fb4CkN_ak8kfOnzlRulOV_ibTo1TdLCG-5xQBy0C2HpjgQ0WsGpmOJ99j9VMQQ/s1600/Gravidade.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2ynAS5hbfz9-tpVr3UAo5eXfkC_Q4II_JBUx_j35htreHL2akDnEjowWTkm7QW0cEtvS9ztLEIrH3Fb4CkN_ak8kfOnzlRulOV_ibTo1TdLCG-5xQBy0C2HpjgQ0WsGpmOJ99j9VMQQ/s400/Gravidade.jpg" width="270" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>Beleza, solidão e revolução</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Inicio esta resenha com uma afirmação que pode ser precipitada, mas que reflete inteiramente minhas impressões ao fim da sessão de “Gravidade”: trata-se do melhor filme de ficcção-científica desde “2001 – Uma Odisseia no Espaço” (2001 – A Space Odyssey, 1968), talvez tendo apenas como rivais “Alien – O Oitavo Passageiro” (Alien, 1979) e “Blade Runner – O Caçador de Androides” (Blade Runner, 1982). Este é um daqueles filmes que, ao terminar de vê-lo, já sentimos algo diferente, sabemos que estamos diante de uma obra que será lembrada ao longo dos anos, que influenciará inúmeros longas posteriores e, provavelmente, deixará sua marca na cultura pop como um todo, tornando-se um fenômeno em várias mídias. E não estou exagerando. Na realidade, eu sempre desconfio de filmes com muito “hype”, como nos casos de<a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2009/12/avatar.html" target="_blank"> “Avatar”</a> (2009) - longa que trouxe inovações apenas no uso do recurso 3D, mas que possui uma trama meio rasa e clichê – e <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2010/08/origem.html" target="_blank">“A Origem”</a> (Inception, 2010), um ótimo thriller dirigido por Christopher Nolan, mas que não chega a ser (e o tempo vem mostrando isso) nenhuma obra-prima. Pelas mesmas razões (gato escaldado tem medo de água fria), estava antevendo que havia um certo exagero com relação ao novo longa do diretor mexicano Alfonso Cuáron (de “E Sua Mãe Também!” e “Filhos da Esperança”), o qual vem sendo incensado pela crítica. Felizmente, desta vez eu errei em minhas previsões.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Já fazia muito tempo que eu não via um longa-metragem com tanta força imagética, profundidade na abordagem dos nossos mais instintivos, fortes e belos sentimentos e, ao mesmo tempo, conseguir prender a respiração dos espectadores até o último frame da projeção (talvez Ang Lee tenha feito algo igualmente relevante com o seu <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/01/as-aventuras-de-pi.html" target="_blank">“As Aventuras de Pi”</a>, mas não é um filme tão intenso quanto este). Tudo isso em enxutíssimos 91 minutos e com apenas três personagens na tela. E vale dizer que um desses morre logo no início do longa (isso não é um spoiler). Ou seja, Cuáron, também autor do roteiro em parceria com seu filho Jonás Cuáron, conseguiu criar uma obra que alcança o perfeito equilíbrio entre substância e tensão, gerando um filme capaz de entusiasmas crítica e público e isso, convenhamos, é um feito que poucos conseguiram na história do cinema. De quebra, ainda teve a percepção de filmar com o intuito de colocar o espectador na pele dos astronautas, contando com o auxílio da tecnologia 3D. É possível que nunca uma câmera em primeira pessoa tenha atingido um nível tão elevado de subjetividade quanto aqui. Em várias sequências temos a sensação de estarmos na pele da astronauta Ryan Stone (Sandra Bullock), em busca da sobrevivência. Não é por acaso que muitos vêm atribuindo ao filme o adjetivo de “revolucionário” e, desta vez, não é de forma gratuita.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<a href="http://cdn.theatlantic.com/newsroom/img/posts/gravity_film_still_a_l.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="225" src="http://cdn.theatlantic.com/newsroom/img/posts/gravity_film_still_a_l.jpg" width="400" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A trama é minimalista, por assim dizer. Nela, vemos a referida Dra. Ryan Stone em uma missão para operar reparos no telescópio Hubble, na qual é acompanhada por dois outros astronautas, um deles o piloto Matt Kowalski, que está prestes a se aposentar (interpretado pode George Clooney). Quando estão efetivamente realizando o serviço, uma onda de destroços de uma satélite destruído pelos russos atinge o telescópio e a nave dos engenheiros e começa, então, uma batalha pela sobrevivência no ambiente mais inóspito que existe para o ser humano: o espaço. Principalmente a Dra. Ryan, que é lançada no vácuo com apenas 10% de oxigênio restando no reservatório do traje espacial. Mas se engana quem pensa que isso resultará apenas em uma correria desenfreada. O foco de Cuáron é o espírito humano. Ao mesmo tempo em que somos tão pequenos diante da imensidão e perigos do universo, temos força suficiente para vencermos esses desafios e nos mantermos vivos diante de um ambiente tão áspero ao ser humano. E, por mais que tenhamos motivos para, quem sabe, nos entregarmos, como no caso da Dra. Stone, viver sempre será a melhor escolha.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Convém ressaltar que a Terra nunca esteve tão bonita no cinema. As imagens concebidas pelo diretor de fotografia Emmanuel Lubeski são simplesmente lindas. Chega a dar o gostinho de realmente estarmos a contemplar a Terra, privilégio que só cabe a mais do que restrita classe dos astronautas. Aliás, a sensação de estarmos vendo o espaço como ele de fato é só se equivale àquela vista no citado “2001”. Um espetáculo de realismo em algo tão difícil de reproduzir quanto é a realidade fora do nosso planeta. Em similar competência mostra-se a trilha sonora de Steven Price, a qual se faz sentir com ainda mais vivacidade após os contínuos momentos de silêncio engenhosamente concebidos para nos passar o clima do ambiente. Por outro lado, o filme não seria tão bom sem a sensacional atuação de Sandra Bullock, no melhor momento de sua carreira, incontestavelmente. Ela nunca havia conseguido transmitir tanta força e concomitante fragilidade a uma personagem. Será até uma piada se ela não levar o Oscar de melhor atriz, já que anos atrás acabou sendo premiada por um trabalho bem menos relevante (em “Um Sonho Possível”).</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<a href="http://georgekelley.org/wp-content/uploads/2013/10/gravity.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="235" src="http://georgekelley.org/wp-content/uploads/2013/10/gravity.jpg" width="400" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">“Gravidade” é um filme repleto de imagens marcantes, daquelas destinadas a se tornarem icônicas, indicando que Cuáron poderá ser conhecido no futuro como um dos grandes estetas do cinema. A cena das lágrimas flutuantes da astronauta, por exemplo, é uma delas. Ainda mais se você assistir em 3D. Aliás, procure realmente ver em uma sala 3D, pois este é um dos raros casos em que o recurso se mostra realmente como um diferencial (e quem costuma ler meus textos sabe o quanto eu sou exigente para considerar que um filme precisa ser visto em 3D). Em dado momento da película, a simbiose de emoção e beleza me impressionaram tanto que, faço aqui uma confissão, algumas lágrimas furtivas brotaram dos olhos. E é nesse ponto que reside a principal diferença entre “Gravidade” e o clássico “2001”. Se o filme de Kubrick instiga a reflexão, levando-nos a questionamentos sobre quem somos e para onde vamos, o longa de Cuáron é visceral, procurando despertar o nossos mais básicos e essenciais sentimentos. Fala, sobretudo, da solidão de cada ser humano, cada qual constituindo um universo à parte em meio à imensidão que nos cerca. Diante de tantas “revoluções” que são alardeadas com uma estranha frequência no cinema, mas que logo em seguida se revelam no máximo obras competentes (vide os exemplos dos citados “Avatar” e “A Origem”), talvez neste caso o termo esteja, enfim, sendo usado de maneira apropriada. Só o tempo irá dizer se tal impressão é verdadeira, mas foi a que tive quando surgiram os créditos finais, logo após a linda sequência que conclui este clássico imediato.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:</span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTEqv2L4edzEvrj5x3sUSSkvhrwNnqnHVyD_YcnVoa7lvdTke8ddmcERSAOr3P0Jb1o0VJjLFyCrkYim4FYHw6IUVB39JeaaGzbyZ22_1Efdq9mctr8L4qgsDSx-jWoQ1mgJd4S1u2EA/s1600/Cinco+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTEqv2L4edzEvrj5x3sUSSkvhrwNnqnHVyD_YcnVoa7lvdTke8ddmcERSAOr3P0Jb1o0VJjLFyCrkYim4FYHw6IUVB39JeaaGzbyZ22_1Efdq9mctr8L4qgsDSx-jWoQ1mgJd4S1u2EA/s1600/Cinco+estrelas.jpg" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 10,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-46623311635028805552013-10-06T14:14:00.000-03:002013-10-06T14:14:00.078-03:00Eu Quero Esse Pôster #24<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaJHwnBBlpqm86JvCpR48pp-qWNQJmMBSkmWhgMn07CCO908W_Qp7AaDidChrk88shVsfplkVB2_VCS5IR1ttEhumixaivadUEKy9rClPlcFl9l5KDqTAzspBkucd6UCJnnE71Z-0Qtw/s1600/gravity.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaJHwnBBlpqm86JvCpR48pp-qWNQJmMBSkmWhgMn07CCO908W_Qp7AaDidChrk88shVsfplkVB2_VCS5IR1ttEhumixaivadUEKy9rClPlcFl9l5KDqTAzspBkucd6UCJnnE71Z-0Qtw/s640/gravity.jpg" width="432" /></a></div>
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<br /></div>
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"Gravidade", o novo longa de Alfonso Cuáron, protagonizado pelos astros George Clooney e Sandra Bullock, está sendo visto pela crítica especializada como o melhor filme de ficção-científica desde "2001 - Uma Odisseia no Espaço" (2001 - A Space Odissey, 1968). O filme estreia sexta-feira, dia 11/10, aqui no Brasil e já estou na contagem regressiva para poder conferi-lo. Como aperitivo, segue este já icônico pôster.</div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-87707468756916990152013-10-01T18:53:00.000-03:002013-10-01T18:53:05.878-03:00Filmes Para Ver Antes de Morrer<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo3s2FNa1Y3blQvpdo-STWUrpn2Us_5u_QY79nQ88cPlDYY1VqtAtTP06tNi-vEOhCPgGMI7HBYC-CUwRTYBYp_s4w9Lof1Fsuw3nNyX2j5xOSjkOQg2qYph2KnWAmd1_w5Ep_Jaoxuw/s1600/Era+uma+vez+em+T%C3%B3quio.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo3s2FNa1Y3blQvpdo-STWUrpn2Us_5u_QY79nQ88cPlDYY1VqtAtTP06tNi-vEOhCPgGMI7HBYC-CUwRTYBYp_s4w9Lof1Fsuw3nNyX2j5xOSjkOQg2qYph2KnWAmd1_w5Ep_Jaoxuw/s400/Era+uma+vez+em+T%C3%B3quio.jpg" width="277" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Era Uma Vez Em Tóquio</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Tôkyô Monogatari, 1953)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Profundamente japonês, humano e universal</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em recente eleição realizada pela revista britânica “Sight & Sound”, “Era Uma Vez em Tóquio” foi considerado, entre os cineastas votantes, como o melhor filme de todos os tempos, desbancando o tradicionalmente escolhido “Cidadão Kane”, de Orson Welles. Muitos podem discordar, mas o resultado mostra o quanto o cinema asiático ainda precisa ser visto e descoberto no Ocidente. Fora do círculo cinéfilo, este filme é praticamente desconhecido, por exemplo, pelo público brasileiro e o nome de seu diretor, Yasujiro Ozu, pode ser entendido como o de um E.T. Quando muito, algumas pessoas conhecem o nome do mais popular diretor japonês, Akira Kurosawa, famoso pelo estupendo “Os Sete Samurais” (Shichinin no Samurai, 1954). Entretanto, apesar de ser comumente visto como um diretor de cinema “de arte” (eu detesto essa expressão), os filmes de Ozu são muito acessíveis, centrados em narrativas sobre o cotidiano de famílias da classe média baixa do Japão, principalmente do período pós-guerra. Ozu é o maior representante de um gênero nipônico denominado shomin-geki, cuja principal característica era justamente a abordagem do dia a dia dessas famílias, causando uma quase imediata identificação com o espectador.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nascido em 1903, Yasujiro Ozu começou sua carreira ainda no cinema mudo, mas foi na produção sonora que realizou suas grandes obras-primas, entre elas “Era Um Vez Em Tóquio”, longa de extrema percepção das relações humanas e que não precisa de uma trama intricada ou grandiosa para nos levar às mais perspicazes reflexões. Toda a película trata sobre a viagem de um casal da cidade japonesa de Onimichi a Tóquio. É a primeira vez que eles vão até à capital do País, com o intuito de visitar os filhos que lá trabalham. Entretanto, decepcionam-se com a acolhida dos mesmos, os quais não têm tempo para lhes dar atenção e consideram a visita dos genitores como um fardo. Apenas a nora Noriko (Setsuko Hara), esposa do filho já falecido na guerra, trata os idosos com o devido respeito e cuidado. A partir desse enredo simples, Ozu desenvolve uma belíssima análise das relações familiares e, importante frisar, válida para qualquer tempo ou cultura. Aliás, ao assistir a “Era Uma Vez em Tóquio” tive a sensação de estar a ver um filme concluído ontem, dada a sua temática extremamente atual, plena de contemporaneidade. Vivemos uma era em que os indivíduos possuem cada vez menos disposição para as relações interpessoais, embriagados de egoísmo e consumismo, buscando objetivos materiais em detrimento do convívio e disso Ozu já tratava em 1953, quando o Japão vivia um acelerado ritmo de industrialização.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXzwsZGxZsG_u8m_xKvPZgldqWMsPMAbM9yGVxnccqLTwCBofi68r9VqYxn5wsDbzNrQP9JqU2BSs6C-F0TYkaxilE4ZG2eyz4TJjbEmLK8sDOV_DYt-7mt7DCnEUX6pBbYozDvA_VAsU/s1600/191+-+scan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXzwsZGxZsG_u8m_xKvPZgldqWMsPMAbM9yGVxnccqLTwCBofi68r9VqYxn5wsDbzNrQP9JqU2BSs6C-F0TYkaxilE4ZG2eyz4TJjbEmLK8sDOV_DYt-7mt7DCnEUX6pBbYozDvA_VAsU/s400/191+-+scan.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Esse choque entre a modernidade e a tradição, entre o industrial e o humano, é contraposto por Ozu não apenas por meio da interação entre os personagens, mas também a partir dos elementos imagéticos do longa. As ações são frequentemente interrompidas por cenas de trens em movimento, bem como navios e outros símbolos de industrialização. O cineasta parece sempre comentar, através das imagens, que uma nova era, como novos valores, está substituindo a anterior. Contraposição essa que também se percebe na relação entre os idosos (os antigos valores) e os jovens filhos (os novos paradigmas). Na visão de muitos, Ozu revela a cada fotograma o seu conservadorismo, não apenas no aspecto estético, mas também ideológico, o que não deixa de ser verdade. Há uma certa rejeição ao novo em seu cinema, no qual reside latente uma perene crítica à ocidentalização do Japão no período pós-guerra. Aliás, a famosa qualificação de Ozu como “o mais japonês dos cineastas japoneses” não deixa de realçar esse lado de extremo apego às suas raízes. Entretanto, seria errado imaginar Ozu como uma espécie de anti-Kurosawa, pois o mestre Akira se valia da influência do Ocidente em sua estética, é bem verdade, mas suas temáticas são tão profundamente japonesas quanto as de Ozu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.theartsdesk.com/sites/default/files/images/stories/Boxing_Day_Blues/tokyo_story.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="223" src="http://www.theartsdesk.com/sites/default/files/images/stories/Boxing_Day_Blues/tokyo_story.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nas imagens de Ozu, até mesmo sua estética é peculiar. A câmera é estática, com os personagens entrando e saindo de cena em quadros fixos, além de posicionada próxima ao chão (a famosa “câmera baixa”), na mesma altura em que os japoneses costumam fazer suas refeições, técnica que iria influenciar até mesmo Steven Spielberg em “E.T. - O Extraterrestre” (E.T – The Extra-Terrestrial, 1982), o qual a utilizou como uma forma de vermos os acontecimentos a partir do ponto de vista das crianças. Ozu também usava como poucos a técnica de campo e contracampo, principalmente em passagens de diálogos, quando vemos os personagens de frente para a câmera, como se estivéssemos conversando com eles. Por outro lado, sabia usar a trilha sonora para acentuar a melancolia do drama, mas sem torná-la invasiva ou excessiva. Ademais, era um ótimo diretor de atores, extraindo deles o seu melhor, vide o ótimo desempenho de Chishu Ryu, como o pai Shukishi Hirayam, que conseguiu interpretar com inteira veracidade um tipo 20 anos mais velho do que a sua verdadeira idade à época. Outro destaque é, Chieko Higashiyama, como a mãe idosa e doente, além de Setsuko Hara, como a dedicada nora Noriko e Haruko Sugimura, como a antipática e vazia filha Shige.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Contudo, para além de questões estilísticas, a maior relevância do cinema de Ozu é seu caráter profundamente humano, que inclusive nos faz repensar nossas próprias relações familiares. Como diz o cineasta Aki Kaurismaki, no documentário “Conversando com Ozu” (que acompanha a edição brasileira de “Era Uma Vez em Tóquio”, recém-lançada pela Versátil), comparando o cinema o cinema de Ozu ao predominante nos Estados Unidos: “Em seus filmes, Ozu fala de tudo que é essencial ao ser humano sem exibir nenhuma cena de violência”. Mesmo que trate eminentemente da cultura japonesa, este gênio consegue ser universal, o que me remete a uma outra frase, esta do mestre literário Liev Tolstói: “Se queres ser universal, começas por descrever a tua aldeia”. E é essa a síntese do cinema de Ozu. A partir da abordagem de um Japão em processo de rápidas transformações sociais e culturais, ele toca em temas e acontecimentos que dizem respeito a todos os seres humanos, sem exceções.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação e nota: Obra-prima.</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-88753217521075639752013-09-21T17:39:00.000-03:002013-09-21T17:41:32.148-03:00Rush - No Limite da Emoção<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP0AfRig7fotP1h9cjiybKaDiZNQ8tw2zXktN9vvAnE0c24PbbD2ryV6Ag1MM-biskprieJjE-pEZRdy4IRi846KWV4UBuVKENQcPFApRT22i_pk7eElMQT3vLdZ_kHTQoJsZNa4yJxg/s1600/rush-movie-poster-8.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP0AfRig7fotP1h9cjiybKaDiZNQ8tw2zXktN9vvAnE0c24PbbD2ryV6Ag1MM-biskprieJjE-pEZRdy4IRi846KWV4UBuVKENQcPFApRT22i_pk7eElMQT3vLdZ_kHTQoJsZNa4yJxg/s400/rush-movie-poster-8.jpg" width="293" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>Quando pilotos foram heróis</b></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Definitivamente, a Fórmula 1 já não é mais a mesma. Hoje, mesmo com carros superseguros, frequentemente encontramos pilotos sem gana de vencer, que se contentam em serem apenas meros assalariados de uma escuderia e, se for “necessário”, deixam o colega de equipe ultrapassar para ajuda-lo a ganhar um campeonato. Em suma, a F1 deixou de ser um esporte e se transformou em apenas uma mera exibição de montadoras, em busca de dividendos. A Fórmula 1 que conheci, em meados dos anos 80, era mais perigosa, mas ao mesmo tempo muito mais romântica, repleta de pilotos obstinados que buscavam, acima de tudo, a vitória para escrever seus nomes na história do esporte. Eram os tempos de Alain Prost, Nigel Mansell, Nelson Piquet e, claro, Ayrton Senna, aquele que considero o maior piloto ente todos. E falo isso de forma isenta, pois nunca fui um admirador da personalidade dele e detesto o ufanismo desmedido de um Galvão Bueno, mas a verdade é que Senna fez coisas na pista que jamais vi outro piloto fazer (como podemos recordar no documentário <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2010/11/senna.html" target="_blank">"Senna"</a>). Também cheguei a ver, ainda bem garoto, o austríaco Niki Lauda disputando provas e me lembro de perguntar aos meus pais o que havia acontecido com o seu rosto. A resposta: “foi um acidente em que o rosto dele foi queimado”. Recordo, ainda, de considerá-lo um homem extremamente corajoso, pois tinha voltado a correr mesmo depois de um acidente tão grave.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Essa “era de ouro” da Fómula 1 é retratada brilhantemente por Ron Howard em seu novo trabalho, “Rush – No Limite da Emoção”, longa atualmente em cartaz no circuito comercial brasileiro. Na realidade, o filme aborda uma fase ainda anterior àquela que pude acompanhar, nos anos 70, quando os riscos do automobilismo ainda eram maiores do que na citada década oitentista. Para se ter uma ideia, a média de mortes de pilotos era de dois por temporada, ou seja, o risco de morrer a cada Grande Prêmio era muito elevado. Pertence a esse tempo o imaginário de que pilotos eram, antes de tudo, heróis. Foi nessa época que Lauda começou sua trajetória que culminaria em um futuro tricampeonato e na qual possuiu um grande rival, James Hunt, um britânico mulherengo e farrista que parecia ser o oposto do cerebral, concentrado e comedido piloto austríaco. Só em um ponto demonstravam similaridade: a obsessão pela vitória, encarando qualquer desafio para alcançá-la.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://vejabh.abril.com.br/imagem/2339_rot_cine01_dest.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="228" src="http://vejabh.abril.com.br/imagem/2339_rot_cine01_dest.jpg" width="400" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Essa rivalidade é o mote de “Rush”, mas Howard não coloca seu foco principal no que acontece nas pistas. Claro que há diversas sequências sensacionais com corridas, ultrapassagens e colisões, mas o longa não é sobre corridas, mas, sobretudo, personalidades. Howard se esmera em analisar a persona dos rivais, mostrando a origem de seus desentendimentos, suas evidentes diferenças e, de forma inteligentíssima, suas semelhanças. Para tanto, conta com um belíssimo roteiro de Peter Morgan, baseado no livro “Corrida Para a Glória”, de Tom Rubython, e que teve ainda a luxuosíssima consultoria do próprio Lauda. Mesmo que em certos momentos a trama acabe fazendo concessões ao esquema hollywoodiano de se adaptar biografias, ela é extremamente envolvente, fazendo com que o espectador tenha a sensação de realmente conhecer aqueles pilotos. Além disso, Howard tomou o cuidado de não transformá-los em “vilão e mocinho”, escapando da armadilha do maniqueísmo. Tanto Lauda quanto Hunt possuem tempos iguais na tela e são expostas suas várias facetas, tanto negativas quanto positivas. Se primeiro somos inclinados a simpatizar com Lauda devido à sua personalidade discreta, logo depois constatamos uma certa arrogância em seu temperamento, além de um jeito rude que acaba por torná-lo um tipo impopular entre os colegas. O oposto do popular Hunt, o qual primeiro desperta antipatia por seu estilo farrista e meio irresponsável, mas que depois demonstra seu lado humano e solidário, além de percebermos que muito do seu comportamento é um disfarce para seus medos e inseguranças. Há, ainda, um particular subtexto acerca da sedução exercida pelos pilotos sobre as mulheres. Mesmo o introvertido Lauda faz valer suas habilidades ao volante para conquistar aquela que seria sua esposa. </span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://br.web.img1.acsta.net/r_640_600/b_1_d6d6d6/pictures/210/173/21017382_2013070317033331.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="266" src="http://br.web.img1.acsta.net/r_640_600/b_1_d6d6d6/pictures/210/173/21017382_2013070317033331.jpg" width="400" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Os pilotos são interpretados com muita competência por ambos os atores. Chris Hemsworth, na pele de James Hunt, embora tenha um papel relativamente mais simples, demonstra que pode ir bem além do que faz como o Thor dos filmes da Marvel. Daniel Brühl (lembram dele em “Adeus, Lênin!”?), por sua vez, encarna um Niki Lauda perfeito (chegou a usar próteses dentárias para ficar mais parecido com o verdadeiro), mas, cabe ressaltar, seu trabalho foi facilitado pelo contato que teve com o original, hoje chefe da equipe Mercedes, enquanto Hemsworth não dispôs do mesmo privilégio, pois que Hunt faleceu com apenas 45 anos, vítima de um infarto. De qualquer forma, no duelo entre os dois quem ganha é o púbico e as atuações foram elogiadas por nomes como Emerson Fittipaldi, contemporâneo dos dois pilotos na F1 dos anos 70. Como não poderia deixar de ser, o espectador também é premiado com as fantásticas cenas de corrida, com suas ultrapassagens e acidentes precisamente reconstituídos, principalmente o famoso acidente em que Lauda quase perdeu a vida e teve boa parte do corpo queimado (show de efeitos especiais que não se fazem perceber), além de manter o ritmo e envolvimento ao longo de toda a projeção, um mérito da direção de Howard, cineasta com grande talento em prender o público e que parece ter especial apreço por biografias e tramas baseadas em eventos verídicos, como nos casos de “Uma Mente Brilhante” (A Beautiful Mind, 2001) e “Apollo 13” (1995). Vale o destaque ainda para a trilha sonora de Hans Zimmer, inspirada como há muito tempo não se ouvia nos seus trabalhos (muito superior ao que fez em <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/07/o-homem-de-aco.html" target="_blank">“O Homem de Aço”</a>).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O resultado é um filme de arrepiar, capaz de agradar tanto à crítica quanto ao público, este com potencial para ser bem mais abrangente do que os aficionados por automobilismo. Arrisco dizer que é o melhor trabalho de Ron Howard, superando o citado e oscarizado “Uma Mente Brilhante”. Aliás, falando em Oscar, não vou estranhar se o longa conseguir várias indicações na próxima edição do prêmio da Academia de Hollywood. Caso venha a obtê-las, será inteiramente justo. E termino pontuando: um dos melhores filmes sobre esporte já feitos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVdHVcNNB1na0PvQ9dU7f7bKq30licVKsl3ersuEw2iMLsftw2f3dF-fRthj094tOxqwtksN_IOUAfGI8vkT9-NdPBtKDbxauRAjmvmzSdzjkayJ4x4W3jGq8wPZHPXy-ZF9NzMTu0OA/s1600/Quatro+estrelas+e+meia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVdHVcNNB1na0PvQ9dU7f7bKq30licVKsl3ersuEw2iMLsftw2f3dF-fRthj094tOxqwtksN_IOUAfGI8vkT9-NdPBtKDbxauRAjmvmzSdzjkayJ4x4W3jGq8wPZHPXy-ZF9NzMTu0OA/s1600/Quatro+estrelas+e+meia.jpg" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 9,5</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-23120511773646130222013-09-11T18:52:00.000-03:002013-09-11T18:52:35.477-03:00Restaurando a Película<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFsWAE0-k6AIVRJCJ3l09CnlyFs2znABr5UQgqdxM3BPiSdsd-B000Zh7-R7ygKS9RhbwHNMVB0c1c8Vq0VKx8ClwRYX8ajgNjaymPItK59sJ_uA_R7xHW71jvgBgGXCTWN-dJZtgppQ/s1600/Gente+como+a+Gente+poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFsWAE0-k6AIVRJCJ3l09CnlyFs2znABr5UQgqdxM3BPiSdsd-B000Zh7-R7ygKS9RhbwHNMVB0c1c8Vq0VKx8ClwRYX8ajgNjaymPItK59sJ_uA_R7xHW71jvgBgGXCTWN-dJZtgppQ/s400/Gente+como+a+Gente+poster.jpg" width="282" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>Gente Como a Gente</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Ordinary People, 1980)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A família que derrubou um touro</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eu faço parte da legião de revoltados com o fato de “Touro Indomável” (Ragging Bull, 1980), filme que considero a grande obra-prima de Martin Scorsese, não ter recebido os prêmios de melhor filme e direção da Academia de Hollywood. Acredito que seja uma injustiça ainda maior do que a derrota de “Taxi Driver” (1976) para <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2008/07/filmes-para-ver-antes-de-morrer_29.html" target="_blank">“Rocky – Um Lutador”</a> (Rocky, 1976), uma vez que, apesar da importância do longa de Scorsese, eu não o tenho como seu melhor filme e, convenhamos, a saga do lutador criada por Sylvester Stallone é muito cativante. Sendo assim, sempre antipatizei previamente com o responsável pela derrota de “Touro Indomável” no Oscar, um drama intitulado “Gente Como a Gente” (“que título cafona!”), o qual veio a ser a estreia do astro Robert Redford na direção. Entretanto, neste último sábado resolvi dar uma chance para o filme de Redford. Afinal, muito consideram injustiça a derrota de “Cidadão Kane” (Citzen Kane, 1941) para “Como Era Verde Meu Vale” (How Green Was My Valley, 1941), mas, sinceramente, o filme de John Ford me agrada mais do que a seminal obra de Orson Welles. Bem, a verdade é que, para um diretor estreante, “Ordinary People” se revela um grande trabalho. Impressionam a segurança de Redford, bem como a sua direção de atores, os quais entregam ótimas performances, principalmente o também estreante na tela grande Timothy Hutton (ele tinha feito apenas filmes para TV), um rapaz excepcional que me fez perguntar por onde ele anda e que se tornou o mais jovem ator a ganhar um Oscar (como coadjuvante).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Trata-se da adaptação de um livro de Judith Guest, um ótimo trabalho do roteirista Alvin Sargent, que também levou o Oscar por seu esforço. Surpreende, inclusive, que o longa tenha alcançado um grande êxito nas bilheterias, tendo em vista o público norte-americano costuma privilegiar produções escapistas e esta vai justamente no sentido oposto. É uma história de desagregação familiar ocorrida após uma tragédia, a morte do milho mais velho por afogamento em um acidente de barco. O mais novo, Conrad (papel de Hutton), carrega a culpa por se considerar culpado pelo ocorrido, chegando a tentar o suicídio. A mãe (interpretada com brilho por Mary Tyler Moore), por sua vez, procura manter sempre as aparências de controle e estabilidade familiar, por mais que as evidências demonstrem o contrário. O pai, vivido por Donald Sutherland (pai de Kiefer), demonstra maior preocupação com o filho em crise e o aconselha a procurar o psicanalista Tyrone Berger (Judd Hirsch, também indicado ao Oscard de coadjuvante), o qual, com seus métodos abertos e francos, ajuda Conrad a recuperar sua autoestima.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpEJz_RmdMbupIAhuCKphbwcxRWhyphenhyphenBWpKXFEb07jw6SqT5jdZTBbXvnrP3ob8F9UPZ6EJ8YzB8W0JcLIlRHrzFIC6PDXgjL0RkS0ylocGXDqaQ0AApkfL1_yzXtTEJLClRsWeK9uVv8Rw/s400/ordinarypeople.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpEJz_RmdMbupIAhuCKphbwcxRWhyphenhyphenBWpKXFEb07jw6SqT5jdZTBbXvnrP3ob8F9UPZ6EJ8YzB8W0JcLIlRHrzFIC6PDXgjL0RkS0ylocGXDqaQ0AApkfL1_yzXtTEJLClRsWeK9uVv8Rw/s400/ordinarypeople.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A trama se desenvolve sem pressa e, aos poucos, vamos conhecendo as nuances da tragédia que marcou os Jarret e também as características de suas respectivas personalidades. Observamos, por exemplo, que a obsessão por controle da mãe Beth é perceptível até no seus afazeres domésticos, demonstrando uma mania de organização e cuidado com detalhes mínimos, como a disposição dos talheres na mesa onde irão jantar apenas pais e filho. Da mesma forma, percebemos que o falecido irmão Buck era o “popular” da escola e, possivelmente, o filho preferido de sua mãe. O pai, Calvin, é uma pessoa afável e cuidadosa, mas sucumbe diante do comportamento autoritário da esposa. E Conrad se vê perdido em meio à turbulência, tendo enormes dificuldades de estabelecer contato com a mãe e não obtendo na figura paterna a força de que necessita para superar o passado. O longa é um prato cheio para psicólogos e afins, dada a riqueza com que são evidenciadas as personalidades em cena.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://palavrasdecinema.files.wordpress.com/2013/02/gente-como-a-gente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="283" src="http://palavrasdecinema.files.wordpress.com/2013/02/gente-como-a-gente.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Por outro lado, “Ordinay People” por vezes passa aquela sensação incômoda de estarmos assistindo a uma espécie de teatro filmado. É o tipo de película em que os diálogos se sobrepõem em demasia ao lado imagético, algo que, em geral, acaba por empobrecer um filme. Cinema é imagem e, ao compararmos com o preterido “Touro Indomável”, o contraste se faz gritante. A mão de Redford também erra ao imergir demais em psicologismos. Uma parcela significativa da projeção se passa no consultório do Dr. Berger, onde Conrad realiza suas digressões. De qualquer forma, nada que chegue a transmitir a sensação de tédio ou cansaço, principalmente diante da excelência das atuações. Mary Tyler Moore está perfeita em uma personagem que desperta antipatia desde as primeiras sequências, mas que ao mesmo tempo soa perfeitamente humana, sem maniqueísmos (também foi indicada ao Oscar de melhor atriz, perdendo para Sissy Spacek por “O Destino Mudou Sua Vida”). Sutherland também entrega boa atuação (principalmente na marcante sequência final), assim como Judd Hirsch na pele do Dr. Berger, mas é Hutton quem, de fato, rouba todas a cenas, em uma atuação bastante emotiva. Como disse acima, fiquei curioso para saber o seu destino como ator e, buscando no Google, descobri que ele fez muitos filmes depois deste, mas nunca obtendo o mesmo sucesso (participou, por exemplo, de “O Escritor Fantasma”, de Polanski). Uma pena que sua carreira não tenha decolado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não se pode negar que “Gente Como A Gente” não chega a ser uma obra-prima como o longa de Scorsese que derrubou na festa do Oscar. Mas vale ressaltar, inclusive, que ele é um filme mais afeito aos padrões da Academia do que aquele protagonizado por Robert De Niro. De toda forma, perdi um pouco da minha antiga aversão, uma vez que está longe de ser uma obra irrelevante. Pelo contrário, trata-se de um drama muito bem construído por Robert Redford, com personagens que, realmente, são pessoas comuns, como diz o título, vivenciando dificuldades que podem suceder na vida de qualquer um. Uma obra cheia de sensibilidade - com um inteligente final em aberto - que merece ser rememorada, mesmo que você seja um dos admiradores de Martin Scorsese. Aconselho a assistir desarmado(a).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nhKa0zbelLOJfjOKVZDhwyGak1WqXVPFBXxxGNFCI5yyi3VLTNfOxgOp1g0I5pXI4y6ZIaPkuOZgAFhdEsnmOQiIl4A09GudupWkSmGZavB1HdbvjgJI71XeACQ17nx0MkCwULEphg/s1600/Quatro+estrelas.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 9,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-77881092319041943732013-09-06T19:51:00.001-03:002013-09-06T19:51:18.509-03:00Cine Holliúdy<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbQGfrujAalEg-loVJSgnYjMMUDL3S6A2vGhaYQ_sAaPO_kbxo9bdLzBzjxDlUfQfNLcb_4SUAp6OvYJVRlDACzZK86HZd2ATzr1am5QF5zd5Fgx4tTkYWYj7Dj_a4HGoXukkQHN5WNQ/s1600/Cine+Holli%C3%BAdy+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbQGfrujAalEg-loVJSgnYjMMUDL3S6A2vGhaYQ_sAaPO_kbxo9bdLzBzjxDlUfQfNLcb_4SUAp6OvYJVRlDACzZK86HZd2ATzr1am5QF5zd5Fgx4tTkYWYj7Dj_a4HGoXukkQHN5WNQ/s400/Cine+Holli%C3%BAdy+2.jpg" width="270" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Cinema cearensês</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Este é um daqueles fenômenos que surgem de tempos em tempos. Produções de baixo orçamento, com várias limitações, mas que terminam por atingir o público de uma forma especial, alcançando o sucesso principalmente através do boca-a-boca, sem grandes esquemas de marketing ou distribuição. No caso do Brasil, sem o apoio da Globofilmes, “entidade” dominante em nosso mercado e responsável por quase todos os nossos sucessos comerciais, obter uma boa bilheteria é um feito notável, principalmente se o longa-metragem em questão vem do Nordeste, região historicamente desprezada e vítima dos preconceitos do “Sul Maravilha”, além de economicamente periférica neste Brasil abençoado por Deus e bonito por natureza, mas até hoje extremamente injusto e hipócrita. Sucesso absoluto em Fortaleza, onde obteve na estreia uma excelente média de espectadores por sala (empatou com a média de “Titanic”!) e superou a marca dos 100 mil ingressos vendidos (somente na capital cearense, frise-se), batendo localmente a estreia de blockbusters como<a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/07/preservando-essencia-ja-faz-um-bom.html" target="_blank"> “Wolverine – Imortal”</a> e <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2013/07/o-homem-de-aco.html" target="_blank">“O Homem de Aço”</a>, “Cine Holliúdy” surge como uma grata surpresa não só por ser uma produção nordestina que conquistou espaço em nosso circuito comercial, mas também – e principalmente – por trazer um sopro de inteligência dentro quadro raso das comédias habituais em exibição nas salas de cinema.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Dirigido por Halder Gomes (co-diretor de <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2011/04/as-maes-de-chico-xavier.html" target="_blank">“As Mães de Chico Xavier”</a>), também autor do roteiro, o longa é uma versão extendida do curta “Cine Holliúdy – O Artista contra o Caba do Mal” e possui declaradamente contornos da biografia do cineasta, que vivenciou a decadência das salas de cinema nas cidades do interior (no caso dele, em Senador Pompeu, Ceará), principalmente depois da chegada da TV em cores ao Brasil na década de 70, época em que se passa a trama. “Cine Holliúdy” tem muito da metalinguagem de filmes como <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2012/09/restaurando-pelicula.html" target="_blank">“Splendor”</a> (1989) e, para citar um exemplo mais famoso, “Cinema Paradiso” (Nuovo Cinema Paradiso, 1988), tendo como ponto central uma autêntica declaração de amor ao cinema, no caso, personificada pelo personagem Francisgleydisson (papel do ótimo ator Edmilson Filho), um sonhador que luta para manter vivas as salas de cinema em cidades do interior. Depois de vários reveses, sua derradeira tentativa será na cidadezinha de Pacatuba, uma das poucas em que ainda não há uma televisão na praça, para onde migra com a esposa (Miriam Feeland) e seu filho. Vários serão os seus desafios, desde a natural falta de recursos para reformar uma antiga sala, passando pelas dificuldades com a politicagem local e a precariedade de equipamentos e rolos de filme.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://blogs.diariodonordeste.com.br/blogdecinema/wp-content/uploads/2013/08/holli.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="267" src="http://blogs.diariodonordeste.com.br/blogdecinema/wp-content/uploads/2013/08/holli.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em paralelo aos projetos de Francisgleydisson, Halder traça um colorido painel de costumes locais, apresentando personagens pitorescos, além de diálogos e situações dotadas de um humor ao mesmo tempo regional - uma vez que calcado em maneirismos cearenses - mas também universal, capaz de extrair sorrisos abertos de espectadores de qualquer cultura. A própria ideia de se fazer um longa falado em “cearencês” com legendas em português já é bastante espirituosa e acaba funcionando, inclusive, como marketing da produção. Ademais, trata-se de um trabalho com inegável apelo para as amantes da Sétima Arte. A sequência do discurso de Francisgleydisson na inauguração da sala, uma linda declaração de amor ao Cinema como poucas vezes se viu, é para fazer qualquer cinéfilo se emocionar. Ouso dizer, guardadas as diferenças temáticas e importância histórica, que está à altura do famoso discurso de Charles Chaplin em “O Grande Ditador” (The Great Dictator, 1940). Vale notar ainda a trilha sonora, com vários que temas que citam abertamente trilhas clássicas como as de “Tubarão” (Jaws, 1975) e “2001 – Uma Odisseia no Espaço” (2001 – A Space Odissey, 1968), além da ótima utilização do repertório brega-cult do cantor e compositor Márcio Greick. Destaque-se, ainda, o elenco extenso,mas homogêneo em suas boas atuações, mesmo que Edmilson Filho seja, irremediavelmente, o centro das atenções.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.submit.10envolve.com.br/uploads/de1f62d8a0b0df78018a07da8330f345.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="225" src="http://www.submit.10envolve.com.br/uploads/de1f62d8a0b0df78018a07da8330f345.jpg" width="400" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Entretanto, se Halder Gomes desenvolve a primeira metade do longa com criatividade e eficiência, a segunda cai bastante em ritmo e na qualidade do humor, o qual começa a se repetir e a se escorar em regionalismos excessivos. A enorme sequência da primeira sessão da sala é cansativa e perde o interesse já em sua metade. Salva-se a homenagem aos filmes de artes marciais dos anos 70, com especial reverência a Bruce Lee, o ídolo de Francisgleydisson. Contudo, possui um interessante desfecho que leva o espectador a questionar se são fatos ou apenas a imaginação do protagonista, um recurso interessante que enriquece a obra.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como já frisado acima, “Cine Holliúdy”, apesar de suas falhas, traz algo além do que mera diversão escapista para um fim de semana, como em geral ocorre nas comédias nacionais. Constitui-se, antes de mais nada, em um resgate nostálgico de um cultura que feneceu após a popularização da televisão e, mais adiante, do home video, seja o antigo VHS, o DVD ou o moderno blu-ray. Em outros tempos, muitos frequentavam diariamente as salas de exibição. Hoje, como mencionado nas legendas antes dos créditos finais da película, apenas 5 municípios do Ceará possuem salas de cinema. No Rio Grande do Norte, eu nem sei se chega a tal o número de cidades (até onde tenho conhecimento, apenas Natal e Mossoró possuem salas). Uma pena que nos dias de hoje tão poucas pessoas tenham acesso a essa magia tão encantadora.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação: </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidDJzjX_qyLSxZXBn5s501fXWb3c8xcN5OlitCefRcI6OCC4S4gldHqEj0XOGorTT4JOzmnPqH4aGRStRQoqiW7V1UTZ0Le_kQRjTjo6TAmpC7348Q14e_Zrzxr5iyzna5KMyPEYF9Xg/s1600/Tr%C3%AAs+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidDJzjX_qyLSxZXBn5s501fXWb3c8xcN5OlitCefRcI6OCC4S4gldHqEj0XOGorTT4JOzmnPqH4aGRStRQoqiW7V1UTZ0Le_kQRjTjo6TAmpC7348Q14e_Zrzxr5iyzna5KMyPEYF9Xg/s1600/Tr%C3%AAs+estrelas.jpg" /></span></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 7,5</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-47944706341476849812013-08-30T17:39:00.002-03:002013-08-30T17:39:24.193-03:00Trilha Sonora # 28<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://50anosdefilmes.com.br/wp-content/uploads/2009/10/always2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="http://50anosdefilmes.com.br/wp-content/uploads/2009/10/always2.jpg" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Este é, possivelmente, o filme mais subestimado de Steven Spielberg. Muitos o consideram o seu pior trabalho, mas eu não o vejo assim. Se não está entre os seus melhores longas, "Além da Eternidade" (Always, 1989) é muito agradável, romântico (é um precursor de "Ghost", na verdade) e sabe utilizar com precisão a canção "Smoke Gets In Your Eyes", composição de Jerome Kern e Otto Harbarch para o musical da Broadway "Roberta", ainda em 1933. Essa linda canção você pode ouvir abaixo tal como a escutamos no filme, na imbatível versão do grupo "The Platters". Sobe o som! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, e essa na imagem acima é mesmo Audrey Hepburn!</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<iframe align="top" allowfullscreen="" frameborder="0" height="115" hspace="0" marginheight="0" scrolling="no" src="http://www.goear.com/embed/sound/00025d8" vspace="0" width="580"></iframe>Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-40717128483217283842013-08-23T09:31:00.002-03:002013-08-23T12:32:03.629-03:00Para Ver Em Um Dia de Chuva<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk4FTfo3TppSmuCGDkbpcA9ximplORMFBP1BhU_oJYbKWzi49MDO5wKW8_IU2q1j1qwUd94oP_PrK_M1r6P2PoBU7uWHl3PCI3cH2-7JErXZ-2SFTvQ9GUrGMOYOH2zFNjpP-hm2WkCA/s1600/My-Week-With-Marilyn-first-Poster-harry-potter-24826989-1060-1570.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk4FTfo3TppSmuCGDkbpcA9ximplORMFBP1BhU_oJYbKWzi49MDO5wKW8_IU2q1j1qwUd94oP_PrK_M1r6P2PoBU7uWHl3PCI3cH2-7JErXZ-2SFTvQ9GUrGMOYOH2zFNjpP-hm2WkCA/s400/My-Week-With-Marilyn-first-Poster-harry-potter-24826989-1060-1570.jpg" width="270" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Sete Dias com Marilyn</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(My Week With Marilyn, 2011)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
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<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></b></div>
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<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Norma e Marilyn</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O cinema, certamente, é a maior fábrica de mitos contemporânea e, dentre os muitos gerados no século passado, Marilyn Monroe sem dúvida é um dos maiores. Ela é uma das poucas estrelas hollywoodianas do século passado que ainda influenciam o comportamento das novas gerações. Entre as mulheres, sua aura só se equivale à de Audrey Hepburn. Contudo, se Audrey se coloca até hoje como um símbolo de sofisticação, Marilyn é a epítome da sensualidade evidente, escancarada, ajudada por suas curvas generosas e o ar pseudo-ingênuo que criou para sua presença pública, um personagem cultivado ao longo de toda a sua carreira, encerrada drasticamente após uma overdose de tranquilizantes em 05 de agosto de 1962. “Sete Dias Com Marilyn”, longa dirigido por Simon Curtis em 2011, é um longa que se presta justamente a levar o espectador a conhecer Norma Jeane Mortenson (seu nome verdadeiro) e não a Marilyn dos filmes e das badalações, procurando entender a persona escondida atrás da personagem pública. Ao mesmo tempo, não deixa de ser uma bela homenagem ao mito e também uma interessante abordagem acerca dos bastidores da Sétima Arte, levando-nos a conhecer vários dos desentendimentos, vaidades, conflitos e amizades que surgem ao longo das filmagens.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A maior virtude da direção de Curtis, bem como do roteiro de Adrian Hodges, é a de abordar um momento específico da vida da atriz. Baseado nos livros “The Prince, The Showgirl and Me” e “My Week with Marilyn”, de Colin Clark, que é o narrador e personagem central da película, o enredo trata dos dias em que Marilyn viajou ao Reino Unido para realizar as filmagens de “O Príncipe Encantado” (The Prince And The Showgirl, 1957), longa dirigido e estrelado por Laurence Olivier (papel de Kenneth Branagh, nada mais adequado), o renomado intérprete de Shakespeare, tanto no teatro quanto no cinema. Com a produção, Olivier estava tentando quebrar um pouco de sua imagem hermética, erudita, buscando apresentar um perfil mais popular. Para tanto, nada melhor do que se aliar à atriz mais famosa do mundo em uma comédia sem maiores consequências. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://i2.listal.com/image/3072253/600full-my-week-with-marilyn-screenshot.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="http://i2.listal.com/image/3072253/600full-my-week-with-marilyn-screenshot.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">“Sete Dias com Marilyn” é focado na personalidade da atriz. A despeito do curto período temporal narrado, podemos perceber várias de suas características, como sua marcante insegurança, sua fragilidade por traz da diva encantadora, bem como seu esforço para ser vista não apenas como uma sex symbol, mas como uma intérprete de verdade, algo que, na realidade, nunca veio a acontecer. Adepta do famoso Método Stanislavski de interpretação, ela acaba por ser alvo das críticas constantes de Olivier, que não tem paciência com o tempo que a estrela leva para “imergir” no personagem, nem com sua notória dificuldade de memorizar diálogos. Por outro lado, Curtis não se furta a mostrar seu lado menos elogiável. Volúvel e adúltera, Marilyn era capaz de seduzir jovens inexperientes tão somente para afogar suas mágoas, várias delas advindas de seus problemas conjugais com Arthur Miller (Dougray Scott), seu marido à época. E ela o fazia assim como quem bebe uns tragos para curar uma dor de cotovelo, não se importando com as consequências emocionais que sua sedução e posterior indiferença poderiam causar nos eventuais apaixonados. É o que acontece com Colin Clark (Eddie Redmayne), mais uma “vítima” de seu poder de atração irresistível. Da mesma forma, o longa também não deixa de lado sua dependência química, mostrando o quão difícil era conviver e trabalhar com alguém se dopava quase diariamente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://iheartthetalkies.com/wp-content/uploads/2011/11/My-Week-With-Marilyn.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://iheartthetalkies.com/wp-content/uploads/2011/11/My-Week-With-Marilyn.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Todavia, o longa é feliz não apenas na abordagem adotada, mas também em seus aspectos técnicos, apresentando uma reconstituição de época precisa, além de uma maquiagem e figurinos impecáveis. Também merece destaque a bela trilha sonora de Conrad Pope, de tom melancólico e nostálgico, bastante adequada ao caráter sensível da produção. Entretanto, este é o típico filme que não se sustentaria sem atuações de peso, mormente a interpretação da biografada. A respeito, Michelle Williams dá conta do recado? Não inteiramente seria a melhor resposta. Não vou entrar aqui nos méritos estéticos, pois Williams é uma mulher bonita, mas é quase óbvio dizer que a original era ainda mais. Entretanto, na composição de Williams falta um pouco da descontração de Marilyn, que era mais extrovertida publicamente do que se percebe na adaptação. Não que ela não tenha um bom desempenho e é possível estar sendo muito exigente, mas não vi Williams como a “Marilyn definitiva”. Faltou alguma coisa. Mas, vale dizer, não sei se é possível alguém alcançar esse “indefinível” que só a biografada tinha. De qualquer forma, valeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz (que perdeu, com justiça, para Meryl Streep como <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2012/02/dama-de-ferro.html" target="_blank">“ A Dama de Ferro”</a>). Já Kenneth Branagh rende um ótimo Laurence Olivier e a atuação de Eddie Redmayne, como o narrador Colin, é competente. Destaque ainda para a presença de Julia Ormond na pele de Vivien Leigh, aflita com a “queda” que seu marido Laurence mal disfarçava sentir pela diva norte-americana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Destarte, mesmo que, como mencionado acima, o filme não omita o lado menos notável da diva, sua conclusão, realçando que Colin nunca deixou de ser um eterno apaixonado por ela, conduz o público a uma inescapável admiração pela estrela, como a sugerir que somos todos fãs de Marilyn, mas não de Norma Jeane. Em determinado momento do filme, quando reconhecida por funcionários de uma biblioteca, ela pergunta ao rapaz: “devo ser ela?”. Em seguida, começa a posar e a se comportar como a personagem que criou. Sim, o público sempre amará a estrela Marilyn Monroe, esquecendo que Norma Jeane faleceu sozinha em um quarto poucos anos depois de concluir “O Príncipe Encantado”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyd1pA7xGeOCJgdCzhJyEGFAhwxfyLEmuwj3yd0faaDkAG9DCKvXw2AmVHBPgMsIVYbLIwRq5JzMWSXeHCvRE_rm9MQVeSHmgJi-twKgTQFQPNlyajViqZ5rX4Lh1GFQDaQgHneDIIsQ/s1600/Tres+estrelas+e+meia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyd1pA7xGeOCJgdCzhJyEGFAhwxfyLEmuwj3yd0faaDkAG9DCKvXw2AmVHBPgMsIVYbLIwRq5JzMWSXeHCvRE_rm9MQVeSHmgJi-twKgTQFQPNlyajViqZ5rX4Lh1GFQDaQgHneDIIsQ/s1600/Tres+estrelas+e+meia.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 8,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-90842777441144945632013-08-16T18:40:00.003-03:002013-08-16T18:40:51.454-03:00Histórias Marcantes do Cinema<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Inauguro com este post uma nova série no "Cinema Com Pimenta", dedicada a contar um pouco da história dessa arte tão apaixonante. A seção tratará tanto de fatos que marcaram época, quanto de personalidades importantes nos desenvolvimento do Cinema. Uma tentativa de acender a curiosidade dos cinéfilos acerca de momentos e nomes já distantes, mas de extrema relevância no desenvolvimento da Sétima Arte. Vamos começar? Só acompanhar o texto abaixo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://24.media.tumblr.com/ed3859d977c4d513e145829888749ebe/tumblr_mh5ty289pT1s494r2o1_400.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="320" src="http://24.media.tumblr.com/ed3859d977c4d513e145829888749ebe/tumblr_mh5ty289pT1s494r2o1_400.jpg" width="283" /></span></a></div>
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Alice Guy-Blaché - A primeira (e esquecida) diretora de cinema</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quando lembramos dos pioneiros da Sétima Arte, logo recordamos os irmãos Lumiére, celebrados como os “inventores” do cinema. Assim mesmo, entre aspas, uma vez que o cinema, na verdade, foi uma invenção coletiva. Outro bastante lembrado costuma ser Georges Méliès, o diretor de<a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2011/12/curtindo-o-curta-1.html" target="_blank"> “Viagem à Lua”</a> (La Voyage Dans La Lune, 1902), filme que pode ser considerado o primeiro do gênero ficção científica e um dos precursores no uso de efeitos visuais. Principalmente depois de <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2012/02/invecao-de-hugo-cabret.html" target="_blank">“A Invenção de Hugo Cabret”</a> (Hugo, 2011), longa de Martin Scorsese, Méliès tornou-se um figurinha carimbada do meio cinéfilo, recebendo homenagens e constando em todos os livros que se prestam traçar, mesmo que de forma sintética, a história do cinema. Entretanto, há alguns nomes pioneiros a quem o tempo ainda precisa fazer justiça. Um deles é o de Alice Guy-Blaché. Não sei se por um provável machismo ou simplesmente uma dessas injustiças corriqueiras, mas esta francesa, que desenvolveu um belíssimo trabalho nos primórdios da produção cinematográfica, ainda precisa ter o seu valor reconhecido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Guy-Blaché foi a responsável por dirigir cerca de 700 curtas-metragens na aurora do cinema. E, talvez mais importante do que ser a primeira mulher diretora, ela foi a realizadora daquele é considerado o primeiro filme com roteiro (1): A Fada dos Repolhos (La Fée Aux Choux, 1896), uma fantasia acerca do nascimento dos bebês. Uma produção de valor inegável para a cinematografia, uma vez que, até então, os filmes se limitavam a exibir imagens documentais de eventos cotidianos, como a chegada de um trem na estação ou ida de trabalhadores a uma fábrica. São apensa 57 segundos de projeção, mas que trouxe algo, até então, inédito. Vale dizer que ela foi também a única mulher até hoje que conduziu o seu próprio estúdio, o Solax. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nascida na França em 1 de julho de 1873, Alice Guy começou sua carreira como secretária na Gaumont Film Company. Em 1907 se casa com Herbert Blaché (daí o seu sobrenome), o qual, ao ascender ao posto de gerente de produção da Gaumont nos Estados Unidos, imigra com a família para o país. Em 1910, Alice e Herbert, em parceria com George A. Magie, criam o Solax,o maior estúdio pré-Hollywood dos EUA. Enquanto Herbert trabalhava como gerente e produção e cineasta, Alice se tornou a diretora artística. O estúdio foi tão bem sucedido que, em apenas dois anos, investiram cerca de cem mil dólares em novas instalações tecnológicas em Fort Lee, Nova Jersey.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Anos depois, em 1918, Herbert abandona a esposa e vai para Hollywood com uma de suas atrizes. Com o declínio da Costa Leste como lar do cinema em favor do clima mais propicio de Hollywood, a parceria cinematográfica também temina. Voltando à França em 1922, embora nunca mais dirigindo qualquer produção, concede palestras sobre cinema e escreve romances baseados em seus roteiros. Em 1953 o governo francês lhe condecorou com a maior honra para um civil: a Legião da Honra. Nunca mais se casou e em 1964 retornou aos EUA para ficar com uma de suas filhas, vindo a falecer em 1968, aos 94 anos, em uma casa de idosos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Abaixo, confira a “Fada dos Repolhos”, uma das grandes contribuições dessa mulher excepcional ao cinema.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/MTd7r0VkgnQ" width="420"></iframe><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(1) Segundo Mark Cousins, em "História do Cinema - Dos Clássicos Mudos ao Cinema Moderno". Martins Editora. 1ª ed. 2013.</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-19482379917071183982013-08-10T20:15:00.001-03:002013-08-10T20:15:24.173-03:00Para Ver Em Um Dia de Chuva<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh79pyEQJMwpD29btp40wBLZTwmes6fRzYHnyA4htKkzrFrgRzhFlQb71Tv6wBku_6XLAH9xumXR2ws982dMUZgs8HEI9TZOwOzl5ykeK4p10NMxpY0TOe0wK1UfEzES3RM3_4HoIf1Ag/s1600/intouchables-movie-poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh79pyEQJMwpD29btp40wBLZTwmes6fRzYHnyA4htKkzrFrgRzhFlQb71Tv6wBku_6XLAH9xumXR2ws982dMUZgs8HEI9TZOwOzl5ykeK4p10NMxpY0TOe0wK1UfEzES3RM3_4HoIf1Ag/s400/intouchables-movie-poster.jpg" width="293" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Intocáveis</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">(Intouchables, 2011)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Blockbuster sobre a amizade</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Este é considerado o filme francês mais rentável de todos os tempos, com cerca de 19 milhões de espectadores. Também foi sucesso em vários outros países europeus, como a Alemanha, onde também chegou a alcançar o posto de filme mais visto nos cinemas durante algumas semanas. No Brasil, alcançou a marca de mais um milhão de espectadores, uma proeza para um filme francês em nossas terras. Ao redor do mundo, obteve uma bilheteria de US$ 360 milhões de dólares. Em outras palavras, “Intocáveis” foi um sucesso absoluto de público, como poucas produções europeias conseguem ser. Um blockbuster, enfim. Entretanto, vale ressalvar, tal sucesso não foi sem méritos. Dirigido pela dupla Olivier Nakache e Éric Toledano (também autores do roteiro), o filme consegue a proeza de tratar de um tema pesado - extremamente propício a tentar arrancar lágrimas e ranger de dentes do público médio – de uma forma leve e descontraída, deixando o espectador com um sorriso nos lábios ao fim da sessão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Baseado em uma história real, descrita no livro de memórias de Philipe Pozzo di Borgo, o longa tem como foco a relação entre Philipe, - um aristocrata milionário, culto e tetraplégico – e Driss, um bem-humorado imigrante senegalês que já teve problemas com a justiça francesa. Ambos são basicamente opostos, não apenas na condição social de cada um. Philipe (interpretado com muita competência por François Cluzet) é o típico branco europeu, vindo de família tradicional, de educação esmerada e modos refinados. Já Driss (o também ótimo Omar Sy), negro e com uma vida bem mais dura, repleta de dificuldades, reflete em sua conduta as frequentes disparidades entre os dois mundos, os quais, ironicamente, conseguem conviver dentro de uma mesma sociedade. Mas é exatamente pelas óbvias diferenças entre os dois que a amizade surge e cresce. Philipe não contrata Driss para trabalhar como seu cuidador por esse reunir as melhores qualidades profissionais, mas justamente por que o senegalês o trata com igualdade, esquecendo tratar-se de um deficiente físico. Driss não cuida do rico aristocrata com “pena”, mas deixando de lado as limitações do paciente, muitas vezes até fazendo piada com a sua condição. É o que Philipe precisa para sentir-se “igual”, assim como a sensação de inserção social chega a Driss por passar a viver em uma bela mansão, onde não existem as limitações materiais com as quais se acostumou a viver.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://br.web.img1.acsta.net/rx_640_256/b_1_d6d6d6/medias/nmedia/18/98/37/05/20588179.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="160" src="http://br.web.img1.acsta.net/rx_640_256/b_1_d6d6d6/medias/nmedia/18/98/37/05/20588179.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os diretores Toledano e Nakache, todavia, não investem pesado em um possível caráter sociopolítico da trama. O subtexto social se faz presente, não deixando de abordar a atual realidade francesa, onde imigrantes e franceses de origem africana buscam seu espaço mas não é o norte do enredo. Uma decisão sábia, uma vez que, do contrário, a película poderia perder o seu encanto. Na vida, nossas relações e vivências não construídas a partir de um tratado ideológico. Elas simplesmente acontecem e dessa maneira natural que o longa é conduzido. E é interessante perceber como, ao longo da projeção, temos mais momentos de sorrisos do que de lágrimas, mas sem perder de vista o drama dos dois protagonistas. Uma dramédia muito bem posta e acabada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Contudo, os méritos dos diretores não residem apenas no tom da narrativa. Narrado a partir de um longo flashback, o ritmo do longa é excelente, jamais se tornando cansativo. Pelo contrário, passa até muito rápido, deixando aquela vontade de vermos ainda mais da história de paciente e cuidador, sendo esse um mérito da edição de Dorian Rigal-Ansous. Ademais, não só apenas o personagens centrais, mas também os coadjuvantes são bem caracterizados, como a secretária de Philipe interpretada por Audrey Fleurot, constante alvo das cantadas de Driss. Por sinal, o elenco é ótimo, mas o grande destaque vai mesmo para a dupla de protagonistas. Tanto Cluzet (como ele lembra o Dustin Hoffman, não?) como Omar Sy emprestam uma tremenda verdade aos seus personagens sem jamais caírem na caricatura. Fosse um filme estadunidense, certamente seriam indicados ao Oscar e ambos na categoria principal, de melhor ator. Aliás, falando no prêmio da Ademia: como foi possível que este longa não foi indicado ao prêmio de filme estrangeiro? Uma pergunta que só nos faz questionar ainda mais os estranhos critérios da premiação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://recantoadormecido.com.br/wp-content/gallery/festival-sesc-melhores-filmes-sesc-sao-jose-do-campos-intocaveis-official-poster-banner-promo-09abril2013/festival-sesc-melhores-filmes-sesc-sao-jose-do-campos-intocaveis-official-poster-banner-promo-09abril2013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" height="266" src="http://recantoadormecido.com.br/wp-content/gallery/festival-sesc-melhores-filmes-sesc-sao-jose-do-campos-intocaveis-official-poster-banner-promo-09abril2013/festival-sesc-melhores-filmes-sesc-sao-jose-do-campos-intocaveis-official-poster-banner-promo-09abril2013.jpg" width="400" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É verdade que “Intocáveis” acaba investindo em alguns clichês, enfraquecendo um pouco o resultado final. Ademais, não deixa de ser um filme de “mensagem”, o que certamente foi um dos fatores preponderantes para que se transformasse em tão grande sucesso de público. Entretanto, tais fatores não chegam a transformá-lo em uma película banal. Pelo contrário, suas qualidades se sobressaem e criamos tanta empatia pelos personagens que sentimos saudades deles ao final. E, como vemos antes dos créditos a imagem dos homens reais que inspiraram a ficção, ficamos imaginando como foram suas vidas após o ponto onde o longa termina. Que belos momentos de amizade ainda terão vivido? Afinal, mais do que sobre preconceito ou qualquer outra questão social, esta é uma obra sobre a amizade, sentimento que pode surgir mesmo entre pessoas tão diametralmente diferentes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cotação:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBQ_r2a8GwD5HRuFezaC5xWWAMwkz4vALkHJNeeQUEInqWgcs0Ak1Jt9d30oNFufh2N6GfOJaIshXb8e_Wrb7hnKHG74UWXGD8g0MEfPNJr2lgPSvgu3n4l456sBW85GfW5ihrRNyLuw/s1600/Quatro+estrelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBQ_r2a8GwD5HRuFezaC5xWWAMwkz4vALkHJNeeQUEInqWgcs0Ak1Jt9d30oNFufh2N6GfOJaIshXb8e_Wrb7hnKHG74UWXGD8g0MEfPNJr2lgPSvgu3n4l456sBW85GfW5ihrRNyLuw/s1600/Quatro+estrelas.jpg" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nota: 9,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-11965798978416162712013-07-30T19:47:00.000-03:002013-08-01T20:21:24.922-03:00Wolverine - Imortal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiW6-_gzUpyanz7eq0lj-0w1bAt4jLd_Dg40jLu7LP6TnrEP-Q_r7mrA8t1UvdufiNaZJDx6B3iTeqAbnnyazM8SB0ItuhN91AgRz3cjp9q7V_sdzKjjwvegO0hKg53myxBqlfH62C2g/s1600/the-wolverine-poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiW6-_gzUpyanz7eq0lj-0w1bAt4jLd_Dg40jLu7LP6TnrEP-Q_r7mrA8t1UvdufiNaZJDx6B3iTeqAbnnyazM8SB0ItuhN91AgRz3cjp9q7V_sdzKjjwvegO0hKg53myxBqlfH62C2g/s400/the-wolverine-poster.jpg" width="285" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b><span style="font-size: large;">Preservando a essência</span></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Já faz um bom tempo que li a histórica série de Wolverine, concebida por Chris Claremont e Frank Miller, que elevou o famoso mutante a novos patamares. Nela, Logan respirou ares diferentes em uma trama ambientada no Japão, tentando alcançar o autocontrole (algo quase avesso ao seu temperamento irascível) e conhecendo uma nova paixão com Mariko, deixando, desta forma, um pouco de lado seu eterno amor não correspondido por Jean Grey. O mais popular entre os X-Men atingia sua maioridade artística, arregimentando uma legião ainda maior de fãs que não parou de crescer, sendo hoje Wolverine um dos super-heróis mais populares da Marvel. Tão popular que já chegou ao seu segundo filme solo, mesmo diante das críticas negativas relativas a <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2009/05/x-men-origens-wolverine.html" target="_blank">“X-Men Origens: Wolverine”</a> (X-Men Origins: Wolverine, de 2009), com as quais eu nunca concordei inteiramente. É verdade que se trata de um filme com problemas, mas está longe de ser a “bomba” alardeada quando do seu lançamento. Por outro lado, se nas HQs o personagem foi alçado a níveis excepcionais com a citada história de Logan em terras nipônicas, “Wolverine – Imortal”, atualmente em cartaz no circuito comercial brasileiro, também eleva o mutante esquentado a outros patamares na telona do cinema.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Acredito não ser por acaso o sucesso, uma vez que este novo longa-metragem do herói foi inspirado na famosa HQ de Miller e Claremont, com o acréscimo de algumas outras nuances que vieram de sagas posteriores. Durante boa parte da projeção, sequer temos a sensação de estarmos assistindo a um filme de super-herói. Parece mais uma mistura de filme de ação tradicional com filme de artes marciais. Algo que lembra “Kill Bill”, de Quentin Tarantino, muito embora nosso herói tenha motivações mais nobres do que uma mera vingança e não há toda aquela sanguinolência explícita. Entretanto, o estilo samurai-fantástico se faz presente em várias sequências, dirigidas com muito apuro por James Mangold, o mesmo de longas como “Garota Interrompida” (Girl, Interrupeted, 1999) e <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2008/08/cinemsica.html" target="_blank">“Johnny & June”</a> (Walk The Line, 2005). Ou seja, um diretor de viés artístico, escolhido para colocar na película um maior peso dramático. Vale lembrar que a primeira escolha para a realização havia sido Darren Aronofsky, amigo de Hugh “Wolverine” Jackman, mas o diretor de <a href="http://cinemacompimenta.blogspot.com.br/2011/02/cisne-negro.html" target="_blank">“Cisne Negro” </a>(Black Swan, 2010) acabou desistindo. De qualquer forma, a escolha se mostrou feliz (muito superior a Gavin Hood, diretor do primeiro filme solo do mutante), já que Mangold demonstrou capacidade não apenas de imprimir um teor dramático mais consistente à trama, mas também de entregar ótimas sequências de ação, como o sensacional embate de Logan com um mafioso da Yakusa em cima de um trem em movimento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><a href="http://www.gorilapolar.com.br/wp-content/uploads/2013/04/thumbs_the-wolverine-official-poster-banner-promo-photo-12abril2013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.gorilapolar.com.br/wp-content/uploads/2013/04/thumbs_the-wolverine-official-poster-banner-promo-photo-12abril2013.jpg" /></a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O roteiro, escrito por Scott Frank e Mark Bombak, mostra o mutante vivendo como um selvagem no meio da floresta – e mais agressivo do que nunca - até ser encontrado por Yukio (Rila Fukushima), uma japonesa que lhe traz uma mensagem de um antigo amigo, o Sr. Yashida (Hal Yamanouchi), militar que Logan salvou no trágico dia da explosão da bomba atômica em Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial. Yashida está moribundo, vítima de câncer, e Logan viaja ao Japão para ouvir o que ele tem a dizer. Já em terras nipônicas, conhece Mariko, a neta de Yashida, e acaba por se envolver em uma trama que envolve a máfia Yakuza, além de outros mutantes, sendo que uma delas, a Víbora (Svetlana Khodchenkova), acaba por afetar o seu fator de cura, deixando o herói combalido para enfrentar seus perigosos inimigos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Claro que há muita ação em “Wolverine - Imortal”, com algumas sequências realmente ótimas (como já frisado), imageticamente bem concebidas e com edição eficiente que permite ao espectador entender perfeitamente o que se passa na tela. Contudo, um dos seus maiores trunfos é a construção dos personagens, com destaque para Yukio, uma mutante com capacidade de prever o futuro, e Mariko, o novo amor de Logan, ambas, vale dizer, muito bem interpretadas por suas respectivas atrizes. O elenco como um todo se mostra bastante eficiente, mas é mesmo Hugh Jackman que mais uma vez mostra porque é o Wolverine definitivo. Alguns atores se encaixam tão perfeitamente em alguns papeis que sequer podemos imaginar outra pessoa interpretando-os. É o caso de Harrison Ford, por exemplo, como Indiana Jones. E é o caso de Hugh Jackman como o mutante de garras de adamantium.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.ambrosia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/wolverine_imortal_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" src="http://www.ambrosia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/wolverine_imortal_2.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Destarte, não se pode negar que o longa deixa a desejar no seu último terço, embarcando em alguns exageros dispensáveis que só contribuíram para enfraquecer a narrativa. Ademais, os fãs vão reclamar de algumas distorções em relação ao material original (principalmente com relação ao vilão Samurai de Prata, que dá as caras lá para as tantas). Todavia, mesmo com algumas ressalvas, a adaptação de Mangold preserva a essência do personagem, mesmo que Wolvie seja ainda mais violento e truculento nos quadrinhos. Aqui, devido às questões que envolvem um blockbuster, que, como sabemos, tem de gerar retorno financeiro, não é possível deixar a violência de forma muito gráfica na tela mas, de qualquer forma, está lá o Logan de temperamento arredio, quase um animal selvagem, lutando para domar seus instintos e superar o passado. Ou seja, encontramos o Wolverine que conhecemos e não um simulacro do herói, como aconteceu recentemente na nova adaptação do Homem de Aço para a telona. Enfim, saí da projeção desejando uma continuação e com vontade de recomendar “The Wolverine” para os interessados em curtir uma boa sessão no fim de semana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Cotação:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzM6BKPqCWrGNys2otgR6KUj9MiZyebnw92qqZcoeskYJTR_tZE4fXFwVJ5_jEaqSDCWaQAkeAA79viM5l3E8NlOWzFO3w0rOUswZ6AiGyEUOk2OMy5bC4sTydHEn5qNKo-tfxbwSeMA/s1600/Tres+estrelas+e+meia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzM6BKPqCWrGNys2otgR6KUj9MiZyebnw92qqZcoeskYJTR_tZE4fXFwVJ5_jEaqSDCWaQAkeAA79viM5l3E8NlOWzFO3w0rOUswZ6AiGyEUOk2OMy5bC4sTydHEn5qNKo-tfxbwSeMA/s1600/Tres+estrelas+e+meia.jpg" /></a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Nota: 8,0</span></div>
Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6891124122342126986.post-3142445725045574322013-07-25T19:19:00.000-03:002013-07-26T20:11:22.807-03:00Tenho Sede<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.avozdavitoria.com/wp-content/uploads/2012/12/DOMINGUINHOS1-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.avozdavitoria.com/wp-content/uploads/2012/12/DOMINGUINHOS1-1.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>Tenho Sede</b></span><br />
(Dominguinhos/Anastácia) <br />
<br />
<b>Traga-me um copo d'água, tenho sede</b><br />
<b>E essa sede pode me matar</b><br />
<b>Minha garganta pede um pouco d'água</b><br />
<b>E os meus olhos pedem teu olhar</b><br />
<b><br />
</b> <b>A planta pede chuva quando quer brotar</b><br />
<b>O céu logo escurece quando vai chover</b><br />
<b>Meu coração só pede teu amor</b><br />
<b>Se não me deres, posso até morrer</b><br />
<br />
<br />
Pausa no cinema para uma singela homenagem a José Domingos de Morais, o Dominguinhos, falecido no último dia 23/07.<br />
<br />
Mais uma mestre que se foi. Tenho certeza que agora está tocando ao lado de Gonzagão, fazendo um baita São João no céu! <br />
<br />
(E que linda interpretação, essa do Gil!).<br />
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/stMOO1-qfVA" width="420"></iframe>Fábio Henrique Carmohttp://www.blogger.com/profile/09553598383036851082noreply@blogger.com3