E teve início nesta quarta-feira, 13 de maio, mais uma edição do mais badalado festival de cinema do mundo: Cannes.
E, "surpresa", a nova animação dos estúdios Pixar parece já estar arrebatando público e crítica. "Up" abriu hoje o festival e foi aplaudido em sua primeira exibição. Com um marketing estrondoso, no melhor estilo cinemão de Hollywood (como pode ser visto nas fotos que seguem), muitos estão apontando a presença do longa em Cannes como o impulso definitivo para a tecnologia 3D, a qual tem como maior pretensão resgatar uma parte do público que anda se distanciando das salas de cinema, resultado das telas grandes em casa e de versões domésticas dos filmes com qualidade cada vez mais surpreendente, como o Blu-Ray.
A escolha de "Up" também parece mostrar que Cannes busca valorizar, agora, um tipo de animação mais autoral e emocional, uma vez que no passado recente vinha dando destaque às animações bem mais multiplexes da Dreamworks Animation (basta lembrar de "Shrek 2" e "Kung-Fu Panda"). Por sinal, é bom lembrar que essa foi a primeira oportunidade em que uma animação abriu o evento.
A trama conta a estória de Carl Fredricksen, um senhor de 78 anos que acaba de perder sua esposa, Ellie, que não podia gerar filhos. Carl, então, procura realizar um antigo sonho compatilhado por sua falecida amada: fazer uma viagem às florestas da América do Sul. É assim que ele tem a ideia de amarrar sua casa a milhares de balões que a levarão até o almejado destino. Só que ele não sabe da presença do pequeno escoteiro Russel, de apenas 8 anos. A premissa parece mesmo tocante e a impressão está se confirmando pelo burburinho que já está correndo o mundo via internet. Aviso: antes que alguém venha mencionar a semelhança, Peter Docter, diretor de "Up" , esclareceu durante a entrevista coletiva que não teve conhecimento do caso do padre brasileiro que voou e desapareceu sustentado por balões. Docter, inclusive, esteve no Brasil para estudar algumas paisagens reproduzidas na animação.
Outro momento de destaque neste primeiro dia de festival foi a declaração de Isabelle Huppert, presidente do júri deste ano: “Não estamos aqui para julgar, estamos aqui para amar os filmes. É muito difícil expressar por que você ama algo, por que você foi tocado por algo, mas vamos tentar.” É por essas e outras que o meu grande sonho de cinéfilo não é um dia presenciar uma entrega do Oscar, mas poder participar do Festival de Cannes, o qual é, antes de tudo, uma declaração de amor às mais variadas formas de cinema.
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