A entrega da 67ª edição do Globo de Ouro, prêmio entregue pela Associação dos Correspondentes Estrangeiros de Hollywood, teve ontem algumas surpresas. A maior delas, com certeza, foi a premiação de “Avatar” tanto na categoria de melhor filme em drama, como melhor diretor. Mas por que isso surpreende? Afinal, o longa de James Cameron não é o filme do momento, já ultrapassando a marca dos 1,4 bilhão de dólares em arrecadação, ainda com um ritmo que pode ameaçar a supremacia de “Titanic”? Ademais, o filme, apesar de alguns problemas de roteiro, não é bom? Tudo isso é verdade. Mas o fator surpresa se deve ao fato de que não era ele que vinha sendo premiado nas diversas prévias do Oscar que acontecem a partir do fim de dezembro. Salvo algum equívoco (afinal, pode haver algum prêmio do qual não tive conhecimento), este é o primeiro que “Avatar” leva, superando “Guerra ao Terror”, longa-metragem de Kathryn Bigelow (ex-esposa de Cameron), que vinha levando quase tudo até agora (só havia perdido em poucas ocasiões para “Amor Sem Escalas”, de Jason Reitman, que aqui levou o prêmio de melhor roteiro). No momento da entrega dos globos, era possível perceber o sorriso amarelo de Bigelow, principalmente na categoria melhor filme em drama. Possivelmente, ela começou a perceber que o momento de seu longa pode estar passando (que saiu da noite, por sinal, de mãos abanando) e que “Avatar” pode acabar faturando o Oscar, alavancado pela bilheteria gigantesca mencionada acima. Vale dizer ainda que o filme tem uma mensagem anti-colonialista e ecológica de fácil apreensão para as massas, o que pode agradar a Academia. Contudo, a entrega do prêmio de melhor diretor para Cameron é realmente justa. Afinal, ele trabalhou anos a fio para realizar o seu projeto, tido inicialmente como algo um tanto delirante. Mas é bom alertar que, já faz algum tempo, o Globo de Ouro não vem se mostrando uma prévia fiel dos resultados da Academia.
Outros momentos interessantes da noite:
- A entrega do prêmio Cecil B. DeMille para Martin Scorsese (aplaudido de pé, claro) pelo conjunto de sua obra, durante a qual foi exibido um clipe com imagens dos seus muitos ótimos filmes. Estavam lá “Taxi Driver”, “Touro Indomável”, “Alice Não Mora Mais Aqui”, “Os Infiltrados”, “Os Bons Companheiros”, entre outros, além de cenas de seu próximo longa-metragem, “Ilha do Medo”, a ser lançado e protagonizado por Leonardo Di Caprio, o qual, inclusive, fez a apresentação juntamente com Robert De Niro (como era de se esperar).
- As premiações de Meryl Streep e Sandra Bulock nas categorias de melhor atriz em comédia/musical e melhor atriz em drama, respectivamente. Decididamente, são as grandes concorrentes à estatueta da Academia e será difícil prever quem levará a melhor, já que ambas vivem grandes momentos em suas carreiras. Talvez a premiação do Sindicato dos Atores, no próximo sábado, possa nos dar um indicativo mais forte. De qualquer forma, Meryl foi muito feliz em lembrar que todos que ali estavam poderiam ajudar com quantias generosas àqueles vitimados pela tragédia que abalou o mundo nos últimos dias (Bullock já o fez, doando 1 milhão de dólares). Muitos dos presentes, inclusive, colocaram pequenas fitas no peito em apoio à vítimas do terremoto no Haiti.
- A entrega do prêmio de melhor ator em comédia/musical para Robert Downey Jr. por Sherlock Holmes. As atuações são o que, realmente, livram o filme da mesmice e é bom ver que um ator também pode ser reconhecido em trabalhos como o de “Sherlock”, tal como ano passado Heath Ledger levou o prêmio por “O Cavaleiro das Trevas”. Downey Jr., ademais, discursou com seu estilo cínico-divertido, afirmando que nem sabia o que falar, pois que tinham dito a ele que Matt Damon seria o premiado. O cinema precisa de astros assim.
- A surpresa de “Se Beber, Não Case” levando o prêmio como melhor filme em comédia ou musical. É verdade que o filme é pra lá de engraçado e foi um grande sucesso, mas ele tinha pouco jeito de premiado. Também foi interessante e engraçado ver Mike Tyson subindo ao palco com o restante do elenco.
- Os dois prêmios que “Crazy Heart” colocou na bagagem, derrubando até Sir Paul McCartney (que estava presente) na categoria de melhor canção. O filme levou ainda o prêmio de melhor ator em drama com Jeff Bridges (aplaudido de pé), que por sua vez já está se transformando no favorito ao Oscar.
- Christoph Waltz já se tornou a grande barbada para os Academy Awards na categoria de melhor ator coadjuvante. Ele está levando tudo e com inteira justiça por seu coronel Hans Landa em “Bastardos Inglórios”. Mo’nique, premiada como atriz coadjuvante por “Preciosa”, ganha força na corrida pelo careca dourado. E outra barbada é “Up” como melhor animação. Já está virando rotina. Sempre dá Pixar...
- Decote da noite: Halle Berry! Pena que ela não teve tanta exposição quanto a Kate Winslet no ano passado...
- Outro grande momento: a participação de Sophia Loren apresentando o prêmio de melhor filme estrangeiro (que foi para “A Fita Branca”, filme que já levou a Palma de Ouro em Cannes). Qualquer fã de cinema é fã também de Loren e não é à toa que ela foi aplaudida de pé.
Bom, é isso. Abaixo vocês conferem a lista completa dos premiados em cinema. E, mais uma vez repito, não me perguntem sobre TV, ok? Esse blog é sobre cinema! Procurem este espaço para informações sobre os premiados do SAG no próximo sábado. Até lá!
Outros momentos interessantes da noite:
- A entrega do prêmio Cecil B. DeMille para Martin Scorsese (aplaudido de pé, claro) pelo conjunto de sua obra, durante a qual foi exibido um clipe com imagens dos seus muitos ótimos filmes. Estavam lá “Taxi Driver”, “Touro Indomável”, “Alice Não Mora Mais Aqui”, “Os Infiltrados”, “Os Bons Companheiros”, entre outros, além de cenas de seu próximo longa-metragem, “Ilha do Medo”, a ser lançado e protagonizado por Leonardo Di Caprio, o qual, inclusive, fez a apresentação juntamente com Robert De Niro (como era de se esperar).
- As premiações de Meryl Streep e Sandra Bulock nas categorias de melhor atriz em comédia/musical e melhor atriz em drama, respectivamente. Decididamente, são as grandes concorrentes à estatueta da Academia e será difícil prever quem levará a melhor, já que ambas vivem grandes momentos em suas carreiras. Talvez a premiação do Sindicato dos Atores, no próximo sábado, possa nos dar um indicativo mais forte. De qualquer forma, Meryl foi muito feliz em lembrar que todos que ali estavam poderiam ajudar com quantias generosas àqueles vitimados pela tragédia que abalou o mundo nos últimos dias (Bullock já o fez, doando 1 milhão de dólares). Muitos dos presentes, inclusive, colocaram pequenas fitas no peito em apoio à vítimas do terremoto no Haiti.
- A entrega do prêmio de melhor ator em comédia/musical para Robert Downey Jr. por Sherlock Holmes. As atuações são o que, realmente, livram o filme da mesmice e é bom ver que um ator também pode ser reconhecido em trabalhos como o de “Sherlock”, tal como ano passado Heath Ledger levou o prêmio por “O Cavaleiro das Trevas”. Downey Jr., ademais, discursou com seu estilo cínico-divertido, afirmando que nem sabia o que falar, pois que tinham dito a ele que Matt Damon seria o premiado. O cinema precisa de astros assim.
- A surpresa de “Se Beber, Não Case” levando o prêmio como melhor filme em comédia ou musical. É verdade que o filme é pra lá de engraçado e foi um grande sucesso, mas ele tinha pouco jeito de premiado. Também foi interessante e engraçado ver Mike Tyson subindo ao palco com o restante do elenco.
- Os dois prêmios que “Crazy Heart” colocou na bagagem, derrubando até Sir Paul McCartney (que estava presente) na categoria de melhor canção. O filme levou ainda o prêmio de melhor ator em drama com Jeff Bridges (aplaudido de pé), que por sua vez já está se transformando no favorito ao Oscar.
- Christoph Waltz já se tornou a grande barbada para os Academy Awards na categoria de melhor ator coadjuvante. Ele está levando tudo e com inteira justiça por seu coronel Hans Landa em “Bastardos Inglórios”. Mo’nique, premiada como atriz coadjuvante por “Preciosa”, ganha força na corrida pelo careca dourado. E outra barbada é “Up” como melhor animação. Já está virando rotina. Sempre dá Pixar...
- Decote da noite: Halle Berry! Pena que ela não teve tanta exposição quanto a Kate Winslet no ano passado...
- Outro grande momento: a participação de Sophia Loren apresentando o prêmio de melhor filme estrangeiro (que foi para “A Fita Branca”, filme que já levou a Palma de Ouro em Cannes). Qualquer fã de cinema é fã também de Loren e não é à toa que ela foi aplaudida de pé.
Bom, é isso. Abaixo vocês conferem a lista completa dos premiados em cinema. E, mais uma vez repito, não me perguntem sobre TV, ok? Esse blog é sobre cinema! Procurem este espaço para informações sobre os premiados do SAG no próximo sábado. Até lá!
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