Pausa no cinema.
É muito bom quando nós nos surpreendemos com algo inesperado. Sendo bem sincero, eu não estava dando muita bola para essa edição do Rock In Rio. Quando vi o line up do festival, notei a presença de uma quantidade muito grande de atrações que estavam bem mais pro pop do que pro rock, algumas de talento bastante duvidoso, é importante sublinhar (a escalação de Ke$ha me deu um embrulho no estômago).
Mas eis que as apresentações foram se seguindo, dia após dia, e fui me surpreendendo com o que estamos acompanhando. Esta quarta edição do festival vem contando com um público vibrante, empolgado e que sabe respeitar as diferenças entre aqueles que se apresentam. Claro que a organização também soube distribuir bem os dias das atrações, acabando com incoerências como colocar Carlinhos Brown para cantar no dia do Guns'n Roses (como em 2001) e evitando assim momentos constrangedores para os artistas. Mesmo que alguns shows acabem se mostrando de fato a mediocridade esperada, como o da citada Ke$ha (com sua voz ridícula, demonstrou que não tem mesmo condições de se apresentar em um festival como esse), outros tantos já se tornaram antológicos. São os casos de Stevie Wonder, que fez uma apresentação memorável com direito à galera cantando com ele “Garota de Ipanena”; Joss Stone, aquela menina talentosíssima (e bonita) e que fez um show incrível mesmo estando escalada para o palco Sunset (secundário), com o público gritando seu nome em coro ao fim da apresentação, além de Shakira, que arrebatou o público com um show empolgado (chegou a levar fãs pro palco para ensiná-las a dançar) e uma ótima participação de Ivete Sangalo em dueto cantando “País Tropical”. Outras apresentações memoráveis foram a do Capital Inicial, com um público vibrante e levantando poeira a cada música, e a homenagem à Legião Urbana, que teve participação da Orquestra Sinfônica Brasileira e dos dois integrantes remanescentes do grupo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, ocasião em que nem seriam necessários vocalistas, uma vez que o público cantava em uníssono todas as músicas.
O festival já seria ótimo com todos estes ótimos shows, mas este último sábado (e madrugada de domingo) resultou ainda mais especial. Todos as performances, de Frejat ao Coldplay, passando por Maná e Maroon 5, contaram com uma participação eletrizante do público. Em todas as apresentações, as pessoas entoavam as canções de início ao fim. Impressionante. O Skank fez um show definitivamente antológico. O próprio Samuel Rosa decidiu filmar o momento histórico. Como ele próprio disse “não é todo dia que se canta para 100 000 pessoas e todas elas estão interessadas na sua música”. O Maná cantou “Vivir Sin Aire” como se estivesse tocando no México, tamanha a empatia com a plateia e o coro que o acompanhava. O Maroon 5 foi na mesma balada. Acredito que os seus integrantes devem ter pensado “nossa, eles sabem todas as músicas”. E, por fim, veio o Coldplay com uma apresentação impecável, pirotécnica, fãs enlouquecidos e até com homenagem a Amy Winehouse (Chris Martin cantou “Rehab”). Eu quase chorei quando tocaram "Yellow"! Depois de ontem, creio que esta edição do Rock In Rio só rivaliza com a primeira, de 1985. Se eu já senti essa energia do sofá da sala, fico imaginando como seria estar lá. Espetacular!
Tudo isso só reforça uma opinião que sempre tive: não existe público como o brasileiro. Nós temos muitos defeitos, mas também é verdade que somos calorosos como nenhum outro povo é no mundo. Acredito que muitos dos artistas que se apresentaram nesta edição do festival vão querer lançar DVDs ou Blu-Rays com seus respectivos shows. Não é pra menos. O público do Brasil está demonstrando nesse festival o estado de espírito que o País está vivendo, encarando o presente de forma positiva e com mais otimismo ainda quando olha para o futuro. Alguns amuados podem dizer que essas coisas só servem para fazer o povo esquecer do que é realmente importante. Entendo a crítica, afinal o povo brasileiro não se reúne em multidões para protestar contra a corrupção, por exemplo. Mas, como diz uma antiga música de uma famosa banda nacional, nós também queremos “diversão e arte”. E hoje ainda tem o Guns'n Roses para terminar o festival. Provavelmente também vai arrepiar, neste festival que, mesmo com tantas estrelas “pop” convidadas, mostrou que o espírito do rock está presente mais do que nunca.
Abaixo, seguem alguns vídeos com momentos especiais desta quarta edição do Rock In Rio. Ah, e não, não estou escrevendo tudo isso para fazer marketig para Roberto Medina. Eu apenas gosto de música mesmo... :=)
É muito bom quando nós nos surpreendemos com algo inesperado. Sendo bem sincero, eu não estava dando muita bola para essa edição do Rock In Rio. Quando vi o line up do festival, notei a presença de uma quantidade muito grande de atrações que estavam bem mais pro pop do que pro rock, algumas de talento bastante duvidoso, é importante sublinhar (a escalação de Ke$ha me deu um embrulho no estômago).
Mas eis que as apresentações foram se seguindo, dia após dia, e fui me surpreendendo com o que estamos acompanhando. Esta quarta edição do festival vem contando com um público vibrante, empolgado e que sabe respeitar as diferenças entre aqueles que se apresentam. Claro que a organização também soube distribuir bem os dias das atrações, acabando com incoerências como colocar Carlinhos Brown para cantar no dia do Guns'n Roses (como em 2001) e evitando assim momentos constrangedores para os artistas. Mesmo que alguns shows acabem se mostrando de fato a mediocridade esperada, como o da citada Ke$ha (com sua voz ridícula, demonstrou que não tem mesmo condições de se apresentar em um festival como esse), outros tantos já se tornaram antológicos. São os casos de Stevie Wonder, que fez uma apresentação memorável com direito à galera cantando com ele “Garota de Ipanena”; Joss Stone, aquela menina talentosíssima (e bonita) e que fez um show incrível mesmo estando escalada para o palco Sunset (secundário), com o público gritando seu nome em coro ao fim da apresentação, além de Shakira, que arrebatou o público com um show empolgado (chegou a levar fãs pro palco para ensiná-las a dançar) e uma ótima participação de Ivete Sangalo em dueto cantando “País Tropical”. Outras apresentações memoráveis foram a do Capital Inicial, com um público vibrante e levantando poeira a cada música, e a homenagem à Legião Urbana, que teve participação da Orquestra Sinfônica Brasileira e dos dois integrantes remanescentes do grupo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, ocasião em que nem seriam necessários vocalistas, uma vez que o público cantava em uníssono todas as músicas.
O festival já seria ótimo com todos estes ótimos shows, mas este último sábado (e madrugada de domingo) resultou ainda mais especial. Todos as performances, de Frejat ao Coldplay, passando por Maná e Maroon 5, contaram com uma participação eletrizante do público. Em todas as apresentações, as pessoas entoavam as canções de início ao fim. Impressionante. O Skank fez um show definitivamente antológico. O próprio Samuel Rosa decidiu filmar o momento histórico. Como ele próprio disse “não é todo dia que se canta para 100 000 pessoas e todas elas estão interessadas na sua música”. O Maná cantou “Vivir Sin Aire” como se estivesse tocando no México, tamanha a empatia com a plateia e o coro que o acompanhava. O Maroon 5 foi na mesma balada. Acredito que os seus integrantes devem ter pensado “nossa, eles sabem todas as músicas”. E, por fim, veio o Coldplay com uma apresentação impecável, pirotécnica, fãs enlouquecidos e até com homenagem a Amy Winehouse (Chris Martin cantou “Rehab”). Eu quase chorei quando tocaram "Yellow"! Depois de ontem, creio que esta edição do Rock In Rio só rivaliza com a primeira, de 1985. Se eu já senti essa energia do sofá da sala, fico imaginando como seria estar lá. Espetacular!
Tudo isso só reforça uma opinião que sempre tive: não existe público como o brasileiro. Nós temos muitos defeitos, mas também é verdade que somos calorosos como nenhum outro povo é no mundo. Acredito que muitos dos artistas que se apresentaram nesta edição do festival vão querer lançar DVDs ou Blu-Rays com seus respectivos shows. Não é pra menos. O público do Brasil está demonstrando nesse festival o estado de espírito que o País está vivendo, encarando o presente de forma positiva e com mais otimismo ainda quando olha para o futuro. Alguns amuados podem dizer que essas coisas só servem para fazer o povo esquecer do que é realmente importante. Entendo a crítica, afinal o povo brasileiro não se reúne em multidões para protestar contra a corrupção, por exemplo. Mas, como diz uma antiga música de uma famosa banda nacional, nós também queremos “diversão e arte”. E hoje ainda tem o Guns'n Roses para terminar o festival. Provavelmente também vai arrepiar, neste festival que, mesmo com tantas estrelas “pop” convidadas, mostrou que o espírito do rock está presente mais do que nunca.
Abaixo, seguem alguns vídeos com momentos especiais desta quarta edição do Rock In Rio. Ah, e não, não estou escrevendo tudo isso para fazer marketig para Roberto Medina. Eu apenas gosto de música mesmo... :=)
3 comentários:
Olá, Fábio. Tenho acompanhado de maneira esporádica. Só não acho paradoxal ter que mesclar Rock com Axé da Bahia. É o mesmo que comer Hot dog com Acarajé. Mas, tudo bem... Um abraço.
Esse Rock in Rio até q deu para o gasto, mas não curto tanto Claudia Leite e Ivete sangalo, mas sei q tem seu publico. Na minha opnião os melhores shows foram SLIPKNOT, COLDPLAY E SYSTEM OF DOWN. Abração!
Particularmente, gostei muito dos shows da Janelle Monae e Coldplay. Dois shows totalmente diferentes mas que me agradaram muito.
Dos nacionais, gostei muito do Frejat.
Um abraço
Roberto
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