Quem é Salt? É Angelina Jolie!
Ao longo da história do cinema, um dos elementos da arte/indústria sempre se mostrou essencial: a figura da estrela/astro, capaz de levar muitos espectadores para as salas de exibição. Tal fator, inclusive, foi criado pelo próprio público, que passava a exigir determinados atores para os papeis, seja por competência ou pela beleza (ou, em alguns casos, ambos juntos). Na realidade, essa cultura das estrelas nunca foi agradável para produtores ou diretores, já que para contar com elas estes têm de pagar cachês altíssimos ou aturar seus egos freqüentemente inflados e personalidades infantis.
Talvez devido à superexposição que as celebridades desfrutam hoje em dia contribua para um certo declínio desta cultura. Afinal, várias delas estão presentes em vários meios, seja por meio da TV, jornais, revistas, internet etc. Muitas vezes já estamos tão fartos de suas imagens que não nos animamos a ir vê-las na sala escura. E isso pode trazer até um lado positivo, já que a exigência por tramas inteligentes acaba por suplantar a presença de astros como fator de bilheteria. Ademais, este excesso de exposição também projeta para o grande público certos aspectos negativos da personalidade dos artistas que antes eram mais facilmente escondidos, o que acaba por gerar antipatia em muitos (como no caso atual de Mel Gibson).
Angelina parece ser uma das poucas estrelas que escaparam desta sina. Conseguiu fazer as plateias esquecerem sua derrapada ao “roubar” Brad Pitt de sua ex-esposa, Jeniffer Aniston (aquela desculpa de que o casamento já ia muito mal nunca colou muito), com suas ações humanitárias (copiadas várias outras celebridades) e a vida de mãe dedicada. Tanto isso é verdade que este novo lançamento com o seu nome, “Salt”, em cartaz desde sexta-feira no Brasil, foi bem nas bilheterias americanas, ao contrário de “Encontro Explosivo”, com Tom Cruise, astro que, pelas constantes micagens públicas, parece mesmo ter entrado em desgraça com o público dos EUA (a arrecadação do filme foi bem abaixo do esperado por lá). Interessante que são produções que se situam dentro de um mesmo padrão de ação quase ininterrupta, podendo-se ainda levantar mais a bola do filme Cruise-Diaz pela presença neste de um bom-humor agradável.
Curiosamente, a personagem interpretada por Jolie no longa, Evelyn Salt, havia sido concebido primeiramente para Cruise, que acabou desistindo para assumir “Encontro Explosivo”. Mudou-se apenas o gênero e o roteiro já estava pronto. Ela é uma agente da CIA que acaba sendo acusada de na realidade ser uma espiã russa com a incumbência de assassinar o presidente da Rússia e, assim, acabar gerando uma guerra nuclear. Como resta claro, há clichês na premissa, mas também é verdade que todos os filmes de espiões têm alguns clichês em sua estrutura básica, quase sempre demonstrando aquela peculiar visão dos ianques sobre o resto-do-mundo (ou seja, dominado por potenciais inimigos desumanos). Há muito da saga de Jason Bourne tanto na premissa quanto no estilo (além de outros elementos que lembram “Sob o Domínio do Mal” - clássico de John Frankenheimer). Contudo, toda as histórias já foram contadas,o que difere é a maneira de contá-las. E a forma com que a trama de “Salt” é contada, se não é das melhores, ou mesmo inovadora, também não está entre as piores.
O diretor Phillip Noyce conduz bem o longa, jamais deixando o ritmo cair. Aliás, o filme funciona no sistema corrida de 100m, ou seja, em um fôlego só, rápido e sem pausas para a respiração. Oscila apenas na qualidade das sequências de ação, algumas boas e outras realizadas naquele estilo “Transformers”, onde ninguém sabe exatamente o que está acontecendo. A trilha sonora, apesar de invasiva em alguns momentos, também funciona muito bem, ajudando a criar o clima de constante tensão. O roteiro, ademais, se mostra até mais inteligente do que eu imaginava. Todavia, o longa cairia na banalidade não fosse, de fato, a presença de Angelina Jolie, uma das poucas atrizes a serem aceitas pelo público como protagonista de filmes de ação (além dela, só lembro de Sigourney Weaver, que já está ficando velha para essas correrias). Com sua presença, o longa se torna menos esquecível e se coloca com potencial até para eventuais continuações (e sua conclusão realmente dá margens para tal, o que também se torna um pequeno defeito). Sabe-se que Jolie realiza, inclusive, algo que costuma se valorizado pelos espectadores, que é a dispensa de dublês na maioria das cenas.
Portanto, não há como negar que, apesar de seus tropeços púbicos, o que as torna cada vez mais “humanas”, as estrelas ainda possuem muita relevância dentro do cinema, podendo ser capazes de tornar interessante um projeto que, em outras circunstâncias, não iria além do trivial. Basta lembrá-las para não fazerem muitas bobagens por aí...
Cotação:
Nota: 7,5
Ao longo da história do cinema, um dos elementos da arte/indústria sempre se mostrou essencial: a figura da estrela/astro, capaz de levar muitos espectadores para as salas de exibição. Tal fator, inclusive, foi criado pelo próprio público, que passava a exigir determinados atores para os papeis, seja por competência ou pela beleza (ou, em alguns casos, ambos juntos). Na realidade, essa cultura das estrelas nunca foi agradável para produtores ou diretores, já que para contar com elas estes têm de pagar cachês altíssimos ou aturar seus egos freqüentemente inflados e personalidades infantis.
Talvez devido à superexposição que as celebridades desfrutam hoje em dia contribua para um certo declínio desta cultura. Afinal, várias delas estão presentes em vários meios, seja por meio da TV, jornais, revistas, internet etc. Muitas vezes já estamos tão fartos de suas imagens que não nos animamos a ir vê-las na sala escura. E isso pode trazer até um lado positivo, já que a exigência por tramas inteligentes acaba por suplantar a presença de astros como fator de bilheteria. Ademais, este excesso de exposição também projeta para o grande público certos aspectos negativos da personalidade dos artistas que antes eram mais facilmente escondidos, o que acaba por gerar antipatia em muitos (como no caso atual de Mel Gibson).
Angelina parece ser uma das poucas estrelas que escaparam desta sina. Conseguiu fazer as plateias esquecerem sua derrapada ao “roubar” Brad Pitt de sua ex-esposa, Jeniffer Aniston (aquela desculpa de que o casamento já ia muito mal nunca colou muito), com suas ações humanitárias (copiadas várias outras celebridades) e a vida de mãe dedicada. Tanto isso é verdade que este novo lançamento com o seu nome, “Salt”, em cartaz desde sexta-feira no Brasil, foi bem nas bilheterias americanas, ao contrário de “Encontro Explosivo”, com Tom Cruise, astro que, pelas constantes micagens públicas, parece mesmo ter entrado em desgraça com o público dos EUA (a arrecadação do filme foi bem abaixo do esperado por lá). Interessante que são produções que se situam dentro de um mesmo padrão de ação quase ininterrupta, podendo-se ainda levantar mais a bola do filme Cruise-Diaz pela presença neste de um bom-humor agradável.
Curiosamente, a personagem interpretada por Jolie no longa, Evelyn Salt, havia sido concebido primeiramente para Cruise, que acabou desistindo para assumir “Encontro Explosivo”. Mudou-se apenas o gênero e o roteiro já estava pronto. Ela é uma agente da CIA que acaba sendo acusada de na realidade ser uma espiã russa com a incumbência de assassinar o presidente da Rússia e, assim, acabar gerando uma guerra nuclear. Como resta claro, há clichês na premissa, mas também é verdade que todos os filmes de espiões têm alguns clichês em sua estrutura básica, quase sempre demonstrando aquela peculiar visão dos ianques sobre o resto-do-mundo (ou seja, dominado por potenciais inimigos desumanos). Há muito da saga de Jason Bourne tanto na premissa quanto no estilo (além de outros elementos que lembram “Sob o Domínio do Mal” - clássico de John Frankenheimer). Contudo, toda as histórias já foram contadas,o que difere é a maneira de contá-las. E a forma com que a trama de “Salt” é contada, se não é das melhores, ou mesmo inovadora, também não está entre as piores.
O diretor Phillip Noyce conduz bem o longa, jamais deixando o ritmo cair. Aliás, o filme funciona no sistema corrida de 100m, ou seja, em um fôlego só, rápido e sem pausas para a respiração. Oscila apenas na qualidade das sequências de ação, algumas boas e outras realizadas naquele estilo “Transformers”, onde ninguém sabe exatamente o que está acontecendo. A trilha sonora, apesar de invasiva em alguns momentos, também funciona muito bem, ajudando a criar o clima de constante tensão. O roteiro, ademais, se mostra até mais inteligente do que eu imaginava. Todavia, o longa cairia na banalidade não fosse, de fato, a presença de Angelina Jolie, uma das poucas atrizes a serem aceitas pelo público como protagonista de filmes de ação (além dela, só lembro de Sigourney Weaver, que já está ficando velha para essas correrias). Com sua presença, o longa se torna menos esquecível e se coloca com potencial até para eventuais continuações (e sua conclusão realmente dá margens para tal, o que também se torna um pequeno defeito). Sabe-se que Jolie realiza, inclusive, algo que costuma se valorizado pelos espectadores, que é a dispensa de dublês na maioria das cenas.
Portanto, não há como negar que, apesar de seus tropeços púbicos, o que as torna cada vez mais “humanas”, as estrelas ainda possuem muita relevância dentro do cinema, podendo ser capazes de tornar interessante um projeto que, em outras circunstâncias, não iria além do trivial. Basta lembrá-las para não fazerem muitas bobagens por aí...
Cotação:
Nota: 7,5
2 comentários:
Muito bom o filme, sério mesmo, pode ter elementos "clichentos", mas são aceitáveis...e a direção é eficiente, como voce disse: Jolie torna tudo tangivel, convincente e realista, veracidade nitida em cena.
Gostei mesmo do filme!
Abs
Jolie mostra porque é uma das poucas estrelas incontestáveis do cinema atual!
Abraço!
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