sexta-feira, 20 de julho de 2012

O problema não é o filme


Eu estava pensando se realmente faria uma postagem sobre este tema, pois não gosto de sensacionalismo. Porém, acabei de ler que a Warner Bros. está cogitando cancelar a estreia de "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge" nos EUA e fico me perguntando se isso é uma atitude de respeito às vítimas e familiares arrasados com o assassinato de 12 pessoas durante uma sessão do longa-metragem em uma cidade perdida do Colorado ou pura e simplesmente razões comerciais, uma vez que, diante de tamanha repercussão negativa, o filme que certamente teria a maior estreia de todos os tempos correria o risco de ver sua bilheteria diminuir consideravelmente. O que mais me intriga é esta segunda (e mais provável) hipótese. Por que as pessoas deixariam de assistir a um filme devido a um evento tristemente sinistro como esse?

Interessante, mas parece que está acontecendo o mesmo tipo de reação que o público teve aqui no Brasil em relação a "Clube da Luta", o filme de David Fincher que estava sendo exibido em uma sala de cinema em São Paulo, anos atrás, quando um estudante de medicina desequilibrado atirou a esmo fazendo várias vítimas. As pessoas parecem "com medo" de ver o filme, como se houvesse algo nele que fosse responsável pela violência, como se todos que assistissem à obra corressem um risco iminente de ser baleados. É provável que esta sensação seja ainda maior agora por se tratar do grande filme do ano, esperado impacientemente por uma multidão de fãs. Entretanto, é importantíssimo frisar: nenhuma obra artística pode ser responsabilizada por atitudes de doentes mentais. Nunca vi qualquer filme para sair com vontade de atirar ou espancar pessoas por aí. E uma atitude como esta, de adiar em meses um lançamento tão aguardado, só iria prejudicar mais ainda a carreira de um filme que, aparentemente, tem tudo para ser um dos destaques positivos do ano, não apenas pela sua arrecadação. Que as pessoas saibam separar alhos de bugalhos e que o estúdio não tome esta lamentável decisão. O cinema merece e nós espectadores também.
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7 comentários:

Rafael W. disse...

Concordo em número e grau com esse texto. O filme, em nenhum momento, foi o responsável, portanto, não existe motivo para adiá-lo.

http://avozdocinefilo.blogspot.com.br/

Hugo disse...

Fábio, seu pensamento é perfeito. Também pensei em escrever algo parecido no blog, mas acabei deixando de lado.

A atitude do desequilibrado que invadiu a sala de cinema já aconteceu em escolas, empresas, igrejas e até mesmo na rua (os atiradores de Washington).

Com filme ou sem, este maluco faria a mesma coisa em outro local.

Eu devo ter um pouco mais de idade do que você e por isso lembro que nos anos oitenta quando "Rambo II - A Missão" foi lançado aqui no Brasil, um sujeito matou duas ou três pessoas após ver o filme e parte da mídia queria crucificar o filme.

Jogar a culpa em filmes, games ou algo do gênero é extremamente leviano, o problema é a falta de humanidade da sociedade que vivemos, situação que gera atitudes como este terrível massacre.

Abraço

Unknown disse...

Parabéns pela iniciativa. Tem gente q confunde muito as coisas.

http://www.cinemadetalhado.com.br/

Jefferson C. Vendrame disse...

Grande Fábio, Ótimo texto, gostei da sua crítica e concordo com ela.
Agora só não entendi a parte que você disse que a estréia desse filme seria a maior estréia de todos os tempos? ??????????

ANTONIO NAHUD disse...

Tem toda razão, Fábio.

O Falcão Maltês

Anônimo disse...

Muito bom o filme, não me decepcionou.

luciana

railer disse...

adorei o filme e também não acho que a culpa é dele. quem faz uma coisa dessas realmente não bate bem e não é um filme que vai mudar alguém assim.