domingo, 28 de fevereiro de 2010

Oscar - Injustiças memoráveis

Nestes tempos que precedem a entrega do prêmio da Academia de Hollywood, é comum encontrarmos por aí um balaio de especulações sobre quem será o vencedor das estatuetas. Contudo, talvez seja mais produtivo lembrar de algumas grandes injustiças praticadas pelos associados, algumas mesmo absurdas, e assim lembrarmos que prêmios, no fim das contas, não significam nada. Só para se ter ideia, os 3 cineastas abaixo jamais receberam o Oscar de melhor direção. Hoje, estão no panteão dos maiores gênios que o cinema produziu.


Charles Chaplin


Alfred Hitchcock



Stanley Kubrick

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Produtor de "Guerra ao Terror" faz campanha "agressiva" pelo Oscar




A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas repreendeu Nicolas Chartier, co-produtor de Guerra ao Terror, por enviar um e-mail com campanha agressiva para o longa-metragem vencer o Oscar de melhor filme.

De acordo com o Los Angeles Times, em um e-mail, Chartier pediu para seus colegas votarem em "Guerra ao Terror", alegando que o longa merece ganhar para fortalecer a produção de filmes independentes. “Se todos falarem para um ou dois amigos, vamos vencer, e não um filme de 500 milhões”, escreveu, fazendo referência clara a Avatar.

Em resposta, Chartier desculpou-se por seu “extremamente inapropriado” e-mail, que violou as regras de premiação da Academia. “A minha ingenuidade, ignorância das regras e estupidez de candidato de primeira viagem não é desculpa para esse comportamento. Eu lamento profundamente", concluiu.

A Academia ainda não emitiu qualquer declaração sobre como irá proceder em relação a esta grave violação das regras de campanha do Oscar. Mas, convenhamos, isso tudo é muita hipocrisia. Todos sabemos que os vencedores do prêmio são resultado de um intensa campanha durante os dias que antecedem a cerimônia. Aliás, o próprio fato de existirem "regras de campanha" já denota como as coisas realmente acontecem. O resto é balela.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Botafogo Bicampeão da Taça Guanabara!


Pausa no cinema!

O Botafogo de Futebol e Regatas conquistou ontem o bicampeonato da Taça Guanabara! Derrubando o "império do amor" e um certo time cruzmaltino, que achava que por ter vencido um jogo de meio de turno por 6x0, que não valia nada, já era campeão, o Fogão deu a volta por cima e com a mágica de Joel Natalino chegou ao título! Parabéns ao time pela raça e empenho! O elenco pode até não ser o mais técnico, mas, sem dúvida, é o mais brioso do campeonato!

FooooooooooooooooooooooooooGoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Festival de Berlim 2010 - Premiados


O júri presidido pelo cineasta Werner Herzog deu o Urso de Ouro da 60ª edição da Berlinale ao filme turco "Honey" ("Bal"), de Semih Kaplanoglu, ontem, 20 de fevereiro. “Honey” fecha a trilogia sobre a vida do personagem Yusuf, retratada nos filmes anteriores de Kaplanoglu, "Milk" e "Egg".

O franco-polonês Roman Polanski, que, como todo mundo já deve estar sabendo, cumpre prisão domiciliar na Suíça, recebeu o Urso de Prata de melhor direção pelo longa “The Ghost Writer”. Os produtores do filme, que receberam o prêmio representando o diretor, leram uma mensagem que mostra o humor negro característico de Polanski: “Da última vez que fui receber um prêmio acabei na cadeia”. Ele se referiu à prisão ocorrida em Zurique, devido à antiga acusação de estupro de uma menor de idade que pesa sobre ele nos Estados Unidos desde 1977. Confira, abaixo, a lista completa dos premiados em Berlim:

Urso de Ouro
"Honey" (Turquia), de Semih Kaplanoglu

Urso de Prata para melhor diretor
Roman Polanski ("The "Ghost Writer")

Berlinale Kamera
Yoji Yamada ("About Her Brother")

Prêmio para melhor filme de estreia
"Sebbe" (Suécia), de Babak Najafi
Prêmio Alfred Bauer
"If I Want Whistle, I Whistle" (Romênia), de Florin Serban

Urso de Prata para melhor roteiro
Wang Quan'an e Na Jin ("Apart Together")
Urso de Prata para excepcional contribuição artística
Pavel Kostomarov, diretor de fotografia ("How I Ended This Summer")

Urso de Prata para melhor ator - "ex-aequo"
Grigoriy Dobrygin e Sergei Puskepalis ("How I Ended This Summer")

Urso de Prata para melhor atriz
Shinobu Yoshizawa ("Caterpillar")
Urso de Prata - Grande Prêmio do Júri
"If I Want To Whistle, I Whistle" (Romênia), Florin Serban


A produção Brasil/Inglaterra "Lixo Extraordinário" (Waste Land), de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley, que teve exibição na mostra paralela "Panorama", levou dois prêmios: Público e Anistia Internacional, esse último dividido com "Son Of Babylon", de Mohamed Al-Daradji.

Um Olhar do Paraíso


No plano intermediário


É interessante como filmes que abordam a espiritualidade não costumam ser bem recebidos pela crítica. Não sei exatamente o que motiva este tipo de comportamento, mas a impressão que tenho é que críticos se consideram muito racionais, quase cientistas, e pouco se interessam por filmes que tragam elementos que digam respeito ao mundo etéreo. Não sendo filmes de terror, a grande maioria das obras que abordam temáticas espíritas acaba sendo rejeitada pela crítica.

Creio que somente esta constatação para justificar a rejeição do meio crítico a “Um Olhar do Paraíso”, o novo filme de Peter Jackson, o genial diretor da saga “O Senhor dos Anéis”. Trata-se um retorno de Jackson aos filmes “pequenos”, após a conclusão da citada saga dos anéis e do também majestoso “King Kong” (“Almas Gêmeas”, com a Kate Winslet, é seu filme de menor porte mais lembrado). Aqui ele adapta os livro de Alice Sebold em que uma garota, após ser assassinada, se esforça por fazer com que a família descubra o assassino. Não sei se Jackson foi fiel ao livro em sua adaptação, mas posso afirmar que, embora não seja excepcional, esse é um longa-metragem que passa longe de ser ruim.

A primeira metade do filme é, inclusive, bastante envolvente. A mão segura de Jackson nos traz uma empatia imediata pela personagem central, Susie Salmon (Saoirse Ronan, ótima), uma menina de 14 anos vivendo as descobertas da adolescência. Não há spoiler em dizer que ela será assassinada já que este é o mote da trama já revelado nos trailers e, desde o início da projeção, temos uma narrativa em off pela própria Susie que esclarece que a mesma foi assassinada. Tal fato acontece por obra do vizinho Harvey (Stanley Tucci, em boa atuação que lhe rendeu uma indicação ao Oscar como coadjuvante), típico serial killer norte-americano que se passa por homem comum para esconder sua perversidade (aqui no Brasil os assassinos seriais costumam se tornar traficantes). A sequência em que Susie é assassinada é extremamente sombria e a forma que Jackson encontrou para compreendermos que ela morreu é criativa, muito bem executada e de arrepiar. O clima de tensão, envolto em elementos da doutrina espírita muito bem desenvolvidos (como o tal mundo intermediário, onde permaneceriam os espíritos ainda muito ligados ao plano terreno), é algo que permanece ao longo de toda a projeção, possuindo poucos alívios.

Talvez seja nestes “alívios” que Jackson começa a cometer alguns equívocos. Para contrabalançar não só a tensão característica de um thriller, como o drama pesado vivido por seus pais (interpretados por Mark Wahlberg e Rachel Weiz), o roteiro(adaptado pelo próprio Jackson ao lado de Fran Walsh e Philippa Boyens) se vale de alguns momentos cômicos que soam deslocados, principalmente através da personagem se Susan Sarandon (no piloto automático), a avó. Há ainda uma estranheza com relação à esfera etérea em que Susie passa a existir, já que ela soa um tanto artificial em alguns momentos. Todavia, tendo em vista que Jackson tem à sua disposição a melhor casa de efeitos especiais do mundo (a Weta, responsável por nada mais nada menos que os efeitos visuais de “Avatar”), só posso acreditar que tenha sido realmente sua intenção estabelecer este clima de estranheza para com o mundo espiritual, como uma forma de delimitar claramente as linhas diferenciais entre os dois mundos. Não sei se essa foi a melhor opção. Creio que deixar mais tênues tais linhas trouxesse uma maior riqueza à narrativa.

Entretanto, o maior problema enfrentado pelo longa talvez esteja em sua resolução. Há momentos de muita artificialidade nas soluções encontradas, inclusive com momento “Ghost” plantado para resolver o romance de Susie, além de outras ideias mambembes para confortar a plateia (não vou dizer exatamente o que acontece, mas você vai perceber tais momentos equivocados quando assistir ao longa). Essa queda nos clichês não é bem vinda e acaba prejudicando o impacto da narrativa no espectador.

Por outro lado, ao pesarmos em uma balança os prós e contras a serem observados neste filme, posso afirmar que ele se situa, tal como a personagem central, em um plano intermediário. Não está no “céu” em que se encontra outras obras de Jackson, mas tampouco pode-se dizer que ela esteja em alguma espécie de limbo destinado ao ostracismo. Acredito ademais, que deve fazer boa carreira nos cinemas do Brasil, já que o público brasileiro é muito chegado a temas ligados à espiritualidade (não é à toa que o Brasil é o lar maior da doutrina de Allan Kardec). Um suspense-drama-espiritual que está longe de lhe trazer prejuízo e com direito a alguns momentos de forte arrepio.


Cotação: * * * (três estrelas)
Nota: 7,5

Obs. Há uma ponta de Peter Jackson no filme, numa aparição no melhor estilo do velho Hitchcock.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

No Carnaval 2010

Como sempre, o período do carnaval é proveitoso para apreciar muitos filmes, realizando uma boa atualização no repertório cinematográfico. Neste ano, não está sendo diferente e, abaixo, seguem comentários sobre cada um dos filmes que vi nestes dias de Momo e lindas seminuas na TV. Já que não pude ir a Berlim, vou realizando meu próprio festival em casa.


A Sombra de Uma Dúvida (Shadow Of a Doubt, 1943) – Mais um clássico de Alfred Hitchcock. Na famosa entrevista que o mesmo concedeu a François Truffaut, o velho Hitch afirmou que esse era seu filme preferido, sua melhor realização dentro de sua prolífica carreira. A trama mostra o cotidiano de uma família típica americana que tem sua rotina transformada pela chegada do tio Charlie (Joseph Cotton, ótimo). Ele é uma espécie de ídolo da jovem sobrinha homônima Charlie (Teresa Wright), a qual aos poucos vai descobrindo que seu tio não é um homem tão espetacular quanto imaginava e que, ademais, pode ser um assassino de viúvas ricas procurado pela polícia. Um estudo psicológico extremamente interessante, “Shadow Of a Doubt” serve de amálgama de todas a experiências cotidianas do conhecer aquele que está a seu lado. Afinal, construção e destruição de imagens acontecem a todo momento em nossas vidas. E descobrir as facetas ocultas e desagradáveis daqueles de quem nos aproximamos é sempre doloroso. Destaque ainda para trilha sonora perfeita de Dimitri Tiomkin (aliás, como é o hábito nos filmes de Hitchcock, a trilha sonora mereceria um texto à parte). Vou apenas discordar do velho mestre e afirmar que esse não é seu melhor trabalho, muito embora seja realmente ótimo. O problema é que, em uma carreira com várias obras-primas, o ótimo acaba sendo abaixo do seu potencial.

Nota: 9,5


A Princesa e o Plebeu (Roman Holiday, 1953) – Um daqueles filmes que descobrimos porque é considerado um clássico. Este foi o longa-metragem que elevou Audrey Hepburn, até então uma atriz que nunca tinha assumido um papel de protagonista, à condição de estrela, levando um Oscar por esta atuação e assumindo um lugar entre as mais memoráveis atrizes de Hollywood. Ao lado de Gregory Peck, ela protagoniza essa divertida e inteligente comédia romântica, cujo roteiro de Dalton Trumbo (que só assumiu o crédito depois de décadas, uma vez que fazia parte da lista negra do macarthismo) mostra uma princesa cansada de sua vida cheia de regras e compromissos, jamais tendo oportunidade de fazer o que realmente quer. Em uma visita a Roma, ela acaba escapando de seus assessores e seguranças para viver um dia como uma mulher comum na capital italiana. Ela acaba esbarrando com o jornalista Joe Bradley (Peck), o qual inicialmente vê na situação a oportunidade de realizar a matéria de sua vida. Entretanto, aos poucos ele percebe que está se apaixonando pela princesa e se sente mal por abusar de sua inocência em proveito próprio. Muito embora alguns possam acusar o filme de um certo excesso romântico, afinal eles se apaixonam no curto período de 24 horas, também é verdade que tal relação não é de todo inverossímil, principalmente pelo lado da princesa, que jamais havia tido qualquer relação mais próxima com um homem. O longa foi rodado inteiramente em Roma, sob a direção sempre competente de William Wyler, um ótimo diretor de atores (vale lembrar que ele é o diretor de “Ben-Hur”) e ainda conta com a ótima presença de Eddie Albert como o fotógrafo que ajuda Bradley na tentativa do “furo”. Filme para ter na coleção.

Nota: 9,5


Sangue Negro (There Will Be Blood, 2007) – Paul Thomas Anderson é, seguramente, um dos mais talentosos cineastas em atividade (ele é o diretor de “Magnólia”, filme que, se você ainda viu, não sabe o que está perdendo) e demonstra tal afirmação por meio deste soberbo filme que levou Daniel Day-Lewis ao seu segundo Oscar de melhor ator. De forma enérgica, adaptando o livro “Oil”, de Upton Sinclair, ele constrói uma perfeita alegoria da marcha do capitalismo na formação dos Estados Unidos. Para tanto, utiliza-se do personagem Daniel Plainview (Day-Lewis perfeito), a representação em carne e osso do capital e força individualista que levaram os EUA à sua pujança econômica, mas que ao mesmo tempo selaram o destino de instituições como a família e a religião, elementos que Plainview utiliza da forma que lhe convém através das figuras de seu filho adotivo H.W. e do pastor Elli. A força do filme não se limita ao roteiro excepcional, mas ainda à fotografia brilhante e à trilha sonora inovadora de Johnny Greenwood, guitarrista do Radiohead. Contudo, é bom advertir que este não é um longa de fácil degustação, não agradando a todos os gostos, até mesmo porque trata de um protagonista que está longe de ser um modelo de caráter. Um trabalho que permite múltiplas leituras, sendo possível escrever mais de um texto analítico sobre o mesmo. Talvez algum dia eu me debruce sobre esta tarefa complicada, mas necessária.

Nota: 10,0

A Teta Assustada (La Teta Asustada, 2009) – Esse eu vi na sala de cinema, em sessão de arte. Vencedor do Festival de Berlim 2009, o longa é dirigido por Claudia Llosa (neta do Mario Vargas) que mostra um futuro extremamente promissor na carreira. A trama trata de temas caros aos peruanos ao mostrar a realidade de mulheres herdeiras de traumas advindos dos tempos da atuação forte de grupos como o Sendero Luminoso, que os peruanos denominam de época do “terrorismo”. A crença popular diz que as mulheres vítimas dos freqüentes estupros deste período transmitiam às filhas, através do leite, uma doença conhecida como a “teta assustada”. Uma das vítimas de tal doença seria Fausta (a novata Magaly Solier, ótima), que tem uma batata colocada na vagina como forma de evitar possíveis estupros, providência tomada por sua mãe, estuprada durante o período do terrorismo. A genitora acabou lhe transmitindo também um medo atávico a homens, os quais vê sempre como potenciais estupradores. O filme desenvolve, de forma sóbria, uma metáfora para mostrar que o Peru precisa se libertar do passado, principalmente através da simbologia da mãe que precisa ser sepultada na terra de seus antepassados. Interessante, ainda, observar alguns aspectos da cultura peruana como seus cafonas, mas também alegres e divertidos casamentos. O filme peca, apenas, por apresentar algumas excessivas elipses narrativas que deixam o espectador sem saber realmente o que aconteceu em algumas passagens, um tique de alguns diretores do cinema denominado de “arte”, que adotam a teoria besta desenvolvida por alguns críticos de que o “espectador é inteligente” e não é necessário que se mostre tudo. Alfred Hitchcock deve se remexer no túmulo ao ouvir tamanhas sandices. De qualquer forma, um bom filme que merece a indicação ao Oscar de filme estrangeiro. Vamos ver se ele derruba “A Fita Branca”, de Michael Haneke.

Nota: 9,0

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Festival de Berlim 2010



Hoje, 11 de fevereiro, teve início o 60º Festival de Berlim, a famosa "Berlinale". Esta edição abre com o filme Tuan Yuan" ("Separados juntos", em tradução livre) de Wang Quan'an (China). Uma das principais atrações será o o novo dilme do detento Roman Polanski, "The Ghost Writer", dentro da mostra competitiva. Agora, pela manhã, já ocorreu a abertura oficial, com a apresentação do júri, comandado por ninguém menos que Werner Herzog e que conta ainda com participação da Reneé Zellweger (urgh!). Um momento bastante aguardado será a exibição, fora da mostra competitiva, do novo filme filme de Martin Scorsese, "Ilha do Medo", com ator-parceiro Leonardo Di Caprio. Durante o Festival também será exibida a versão restaurada de "Metrópolis" de Fritz Lang, em pleno Portão de Brandemburgo. Segue abaixo a lista completa da mostra competitiva e não competitiva. O Brasil só participa das mostras paralelas, como também você poderá conferir abaixo.


Mostra competitiva:

- "Tuan Yuan" ("Separados juntos", em tradução livre) de Wang Quan'an (China), filme de abertura

- "Rompecabezas" de Natalia Smirnoff (Argentina/França)

- "Bal" ("Mel") de Semih Kaplanoglu (Turquia/Alemanha)

- "Der Räuber" ("O ladrão") de Benjamin Heisenberg (Áustria/Alemanha)

- "Na Putu" ("Pelo caminho") de Jasmila Zbanic (Bósnia-Herzegovina/Áustria/Alemanha/Croácia)

- "Shekarchi" ("O caçador") de Rafi Pitts (Alemanha/Irã)

- "The ghost writer" de Roman Polanski (França/Alemanha/Grã-Bretanha)

- "Caterpillar" de Koji Wakamatsu (Japão)

- "En familie" ("Uma família") de Pernille Fischer Christensen (Dinamarca)

- "En ganske snill mann" ("Um homem um pouco terno") de Hans Petter Moland (Noruega)

- "Shahada" de Burhan Qurbani (Alemanha)

- "Eu când vreau sa fluier, fluier" ("Se quiser assoviar, assovio") de Florin Serban (Romênia-Suécia)

- "Greenberg" de Noah Baumbach (EUA)

- "Howl" ("O uivo") de Rob Epstein y Jeffrey Fiedmann (EUA)

- "Jud Suss - Film ohne Gewissen" de Oskar Roehler (Alemanha/Áustria)

- "Kak ya provel etim letom" ("Como acabei neste verão") de Alexei Popogrebsky (Rússia)

- "Mammuth" de Benoît Delépine e Gustave de Kervern (França)

- "San qiang pai an jing qi" ("Uma mulher, uma pistola e uma loja de massas") de Zhang Yimou (China)

- "Submarino" de Thomas Vinterberg (Dinamarca)

- "The killer inside me" ("O assassino interior") de Michael Winterbottom (EUA/Grã-Bretanha)


Fora de Competição:

- "Otouto" de Yoji Yamada (Japão), filme de encerramento.

- "The kids are all right" de Lisa Cholodenko (EUA/Rússia)

- "Mi name is Khan" de Karan Johar (Índia)

- "Exit through the gift shop" de Banksy (Grã-Bretanha)

- "Please give" de Nicole Holofcener (EUA)

- "Shutter island" de Martin Scorsese (EUA)



Participação dos longas brasileiros:

Mostra Paralela - Panorama

Besouro
Direção: João Daniel Tikhomiroff

Mostra Paralela - Panorama Special

Bróder
Direção: Jefferson De


Fucking Different São Paulo
coprodução Brasil / Alemanha
10 Curtas
Direção: Rodrigo Diaz Diaz, participante do Talent Campus em 20

Mostra paralela – Panorama Dokumente

Lixo extraordinário
Direção: Lucy Walker, João Jardim, Karen Harley

Generation14Plus

Os Famosos e os Duendes da Morte
Direção: Esmir Filho


Forum

O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerrerio / Antonio das Mortes
Première mundial da cópia restaurada pela Cinemateca alemã
Direção: Glauber Rocha



Berlinale Shorts

Avós
Direção: Michael Wahrmann





terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Trilha Sonora #10


É impressionante como esse filme, com a queridinha Brook Shields, caiu no esquecimento, mas a sua canção tema continua um sucesso até hoje. Abaixo, segue "Endless Love" na versão orginal com Diana Ross e Lionel Ritchie. Para os apaixonados e românticos em geral... ;=)


domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Fim da Escuridão


Mel Gibson: o retorno


Dois motivos me despertaram o interesse por “O Fim da Escuridão”, filme atualmente em cartaz no circuito comercial brasileiro. O primeiro deles, a presença de Mel Gibson em tela, depois de 8 anos sem atuar dedicando-se apenas à direção (nesses anos, dirigiu “A Paixão de Cristo” e “Apocalypto”). O segundo, a direção de Martin Campbell, o responsável pelo excelente “Cassino Royale”, o melhor longa da franquia “007” desde “Goldfinger”. A união dos dois talentos sugeria um bom resultado e a verdade é que, embora não seja excepcional, “O Fim da Escuridão” é um filme inteligente, muito embora deixe a sensação de que poderia ser melhor.

A trama, repleta de nuances políticas e teorias da conspiração (Gibson parece adorar este tipo de roteiro, basta lembrar que estrelou “Teoria da Conspiração” ao lado de Julia Roberts), narra a história de Thomas Craven, um policial da divisão de homicídios de Boston. Viúvo, sua grande alegria é a filha, Emma (Bojana Novakovic), que acabou de se formar no MIT e está estagiando na empresa de pesquisa nuclear Northmoor. Durante uma de suas folgas, Emma vai visitar o pai. A garota não se sente bem e, quando ambos estão saindo para o hospital, ela é assassinada por um homem misterioso que apenas grita “Craven”. Será que o tiro era mesmo dirigido à garota ou seria ao pai?

A narrativa vai se desenvolvendo a contento durante a primeira metade da projeção. Contudo, a partir de certo ponto, o roteiro de William Monahan (roteirista de “Os Infiltrados”, o que já denota que o mesmo adora uma remake) e Andrew Bovell, adaptado de uma premiada minissérie inglesa (que foi dirigida pelo próprio Campbell), descamba para a previsibilidade quando passamos a conhecer, antes da hora, os verdadeiros responsáveis pela morte da garota - e é bom não mencionar muito mais do que isso, sob pena de colocar spoilers gigantes que estragariam qualquer prazer na sessão. O longa se torna, a partir daí, um drama de vingança meio que dentro de um estilo “Desejo de Matar” dos velhos tempos do Charles Bronson. Aliás, essa também é uma característica de Gibson, cujos filmes em que ele procura uma vingança são uma constante em sua carreira (só para citar dois exemplos clássicos: “Ma Max” e “Coração Valente” se encaixam nessa linha). Contudo, mesmo nesta parte, o filme não se torna ruim, tendo em vista o conhecido talento de Campbell para dirigir cenas ação com sua técnica perfeita e momentos que ainda rendem alguns sustos que resultam de uma edição muito bem realizada.

Por outro lado, o texto só não descamba totalmente para a ação devido às presenças tanto de Gibson quanto de Ray Winstone, o qual faz o papel do misterioso Jedburgh, personagem contratado para limpar a sujeira que parece sair do controle. Os momentos em que os dois estão em cena são ótimos, com diálogos bem escritos e ótimas caracterizações. Entretanto, é inegável que todo o potencial de crítica ao sistema, com seus meandros e podres desconhecidos por 99% dos cidadãos, acaba se diluindo e perdendo a força e, ao término da sessão, temos a sensação apenas de termos visto um thriller bem engendrado e com a marcante figura de Mel Gibson. Afinal, Hollywood, na grande maioria dos casos, acaba diminuindo a qualidade dos projetos originais que resolve adaptar para o modelo palatável aos americanos. Um filme que poderia causar bem mais impacto não fosse a mediocridade dos produtores ianques. Gostinho de “poderia ser melhor” vai ficar na sua boca.


Cotação: * * * (três estrelas)
Nota: 7,5

Eu quero esse pôster # 5


Esse pôster do remake de "Funny Games", filme originalmente concebido por Michale Haneke em 1997 e refilmado 10 anos depois pelo próprio, é realmente uma obra de arte, já tendo até entrado em listas de melhores da década.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Guerra ao Terror


Guerra Real


Percebo que as mulheres são vítimas de um certo preconceito quando assumem a direção de um projeto cinematográfico. Frequentemente, são vistas apenas como diretoras de filmes femininos (caso emblemático de Nora Ephron), não possuindo talento e/ou desprendimento para criar obras de arte em uma perspectiva masculina ou sobre temas masculinos e mesmo sociais. Essa perspectiva atinge até mesmo as premiações, sendo notório que o Oscar jamais premiou uma mulher na categoria de melhor direção. Aliás, é sabido que Hollywood é um poço de machismo, indústria onde até hoje atores ganham mais do que atrizes. Pois bem, buscando quebrar tais paradigmas eis que surge Kathryn Bigelow, por muito tempo mais conhecida como a ex-esposa de James Cameron, com um filme pancada, exalando testosterona, sobre um tema caro e complicado para os norte-americanos: a guerra no Iraque.

Nada em “Guerra ao Terror” lembra um filme feminino. Aliás, raras são as mulheres que aparecem ao longo da projeção (que eu lembre, elas se limitam a uma árabe e à esposa do personagem central). O que sobra são cenas fortes, impactantes, algumas mesmo de embrulhar o estômago. Uma forma sincera, realista e coerente para tratar dos 39 últimos dias de um grupo de soldados em território iraquiano. Apesar de parecer um tempo relativamente curto, a verdade é que cada um dos militares não sabe se estará vivo até o dia seguinte. E essa circunstância vai se mostrando de forma horrendamente cruel a cada morte de um companheiro, geralmente vítimas de explosivos espalhados em Bagdá por grupos terroristas. E é exatamente desarmando bombas que opera o sargento William James (Jeremy Renner, ótimo e indicado ao Oscar), homem de personalidade forte, que tem no seu ofício uma verdadeira obsessão. Na verdade, não se sabe se é uma obsessão pela tarefa que executa ou uma oculta vontade de morrer. Suas ações são muitas vezes inconsequentes, expondo-se desnecessariamente a riscos que poderiam ser minorados. Um homem transformado em um autômato de vontade única, em decorrência da brutalidade do conflito? Talvez e, com certeza, esse é um dos questionamentos que Bigelow engendra (e que já havia sido elaborado por Stanley Kubrick em “Nascido Para Matar”).

Ao lado de James, também acompanhamos as vidas do sargento Sanborn (Anthony Mackie) e do soldado Eldridge (Brian Geraghty), ambos ansiosos pelo retorno ao lar. Este último, especialmente, parece ser o personagem escalado para representar as angústias mais comuns aos militares em área de conflito, principalmente através de seus diálogos com o coronel Cambridge, médico que funciona como psicólogo. Já Sanborn mantém uma relação conflituosa com James e, nesse ponto, o roteiro se escora um pouco na velha muleta de parceiros que se antipatizam de início para depois estabelecer uma relação de amizade, muito comum em filmes de duplas policiais. De qualquer forma, são personagens bem construídos e, antes de tudo, humanos. Uma das características interessantes, ademais, deste longa-metragem é que a empatia com os personagens não surge à primeira vista. Nos primeiros minutos, parece que não nos envolveremos com os dramas mostrados. Tudo parece seco e distante, um relato quase documental dos acontecimentos. Contudo, a força dos personagens e da narrativa se impõe e, aos poucos, à medida que o lado humano de cada um deles é evidenciado, passamos a torcer por seus destinos. Uma forma interessantíssima de aproximação com a narrativa resultado do roteiro bem escrito por Mark Boal e a direção segura de Bigelow.

Direção que, por sinal, se espraia de forma competente através de outros aspectos da produção. A fotografia é muito bem cuidada e as cenas mais fortes são filmadas com precisão, sem disfarçar o impacto no público que possam gerar. É verdade que em alguns momentos ela se mostra uma tanto sensacionalista (como em algumas sequências em câmera lenta apenas para mostrar um cartucho de fuzil caindo no solo), mas, no geral, tudo soa muito eficiente e orgânico, com um tom de realidade enorme até mesmo como resultado das locações realizadas nos Oriente Médio (Jordani e Kuwait). A sensação de insegurança acaba sendo transportada para cada espectador, gerando, por vezes, a impressão de que estamos no campo de batalha.

O filme teve uma trajetória curiosa no Brasil, onde foi lançado direto em DVD, pois que não havia muitas perspectivas de mercado para o mesmo. Agora, depois de se tornar um querido da crítica e um dos favoritos ao Oscar, ganhará chance nos cinemas a partir desta sexta-feira, dia 05. Recomendável ver no sala escura. O impacto deve ser ainda maior. E imagino que a Academia não vai perder a oportunidade de premiar uma mulher como melhor diretora nesta ocasião. Não será nenhuma injustiça se ela vier a ganhar a briga conjugal com o ex-marido James Cameron.

Obs. As participações de Ralph Fiennes e Guy Pierce são bem pequenas.


Cotação: * * * * ½ (quatro estrelas e meia)
Nota: 9,5.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Oscar 2010 - Indicados


Eis a lista dos indicados ao Oscar 2010. Nenhuma grande novidade. "Avatar" lidera com 9 indicações. A premiação acontecerá no dia 07 de março e terá apresentação de Steve Martin e Alec Baldwin. Depois, tentarei escrever alguns comentários. Agora, estou sem tempo. Vejam abaixo:

Melhor Filme
Avatar
Um Sonho Possível (The Blind Side)
Distrito 9
Educação
Guerra ao Terror
Bastardos Inglórios
Preciosa - Uma História de Esperança
Um Homem Sério
Up - Altas Aventuras
Amor Sem Escalas


Melhor Diretor
Jason Rietman (Amor sem Escalas)
James Cameron (Avatar)
Quentin Tarantino (Bastardos Inglórios)
Lee Daniels (Preciosa)
Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)


Melhor Ator
Jeff Bridges, por Crazy Heart
George Clooney, por Amor Sem Escalas
Colin Firth, por Direito de Amar
Morgan Freeman, por Invictus
Jeremy Renner, por Guerra ao Terror


Melhor Atriz
Sandra Bullock, por Um Sonho Possível (The Blind Side)
Helen Mirren, por The Last Station
Gabourey "Gabby" Sidibe por Preciosa - Uma História de Esperança
Carey Mulligan, por Educação
Meryl Streep, por Julie &Julia


Melhor Ator Coadjuvante
Matt Damon, por Invictus
Christopher Plummer, por The Last Station
Woody Harrelson, por The Messenger
Stanley Tucci, por Um Olhar no Paraíso
Christoph Waltz, por Bastardos Inglórios


Melhor Atriz Coadjuvante
Maggy Gyllenhaal, por Coração Louco
Mo'Nique, por Preciosa - Uma História de Esperança
Anna Kendrick, por Amor Sem Escalas
Vera Farmiga, por Amor Sem Escalas
Penélope Cruz, por Nine


Melhor Roteiro Original
Up - Altas Aventuras
Bastardos Inglórios
Guerra ao Terror
The Messenger
A Serious Man

Melhor Roteiro Adaptado
Distrito 9
Educação
In the Loop
Preciosa
Amor Sem Escalas

Melhor Filme Estrangeiro
Ajami
O Segredo de Seus Olhos
A Teta Assustada
Un Prophète
A Fita Branca

Melhor Animação
Up - Altas Aventuras
The Secret of Kells
Coraline e o Mundo Secreto
A Princesa e o Sapo
O Fantástico Sr. Raposo


Melhor Fotografia
Avatar
Harry Potter e o Enigma do Príncipe
Guerra ao Terror
Bastardos Inglórios
A Fita Branca

Melhor Direção de Arte
Avatar
O Imaginário Mundo do Dr. Parnassus
Nine
Sherlock Holmes
The Young Victoria


Melhor Figurino
Bright Star
Coco Antes de Chanel
O Imaginário Mundo do Dr. Parnassus
Nine
The Young Victoria


Melhor Som
Avatar
Guerra ao Terror
Bastardos Inglórios
Star Trek
Up - Altas Aventuras


Melhores Efeitos Sonoros
Avatar
Guerra ao Terror
Bastardos Inglórios
Star Trek
Transformers: A Vingança dos Derrotados


Melhor Montagem
Avatar
Distrito 9
Guerra ao Terror
Bastardos Inglórios
Preciosa


Melhores Efeitos Visuais
Avatar
Distrito 9
Star Trek


Melhor Maquiagem
Il Divo
Star Trek
The Young Victoria


Melhor Trilha Sonora
O Fantástico Sr. Raposo
Guerra ao Terror
Sherlock Holmes
Up - Altas Aventuras
Avatar


Melhor Canção
Almost There, de A Princesa e o Sapo
Down in New Orleans, de A Princesa e o Sapo
Loin de Paname, de Paris 36
Take It All, de Nine
The Weary Kind, de Coração Louco


Melhor Curta-Metragem (animação)
French Rost
Granny O'Grimm's Sleeping Beaty
The Lady and the Reaper
Logorama
A Matter of Loaf and the Death


Melhor Curta-Metragem
The Door
Instead of Abracadabra
Kavi
Miracle Fish
The New Tenants

Melhor Curta-Metragem (documentário)
China's Unnatural Disaster: The Tears of Sichuan Province
The Last Campaign of Governor Booth Gardner
The Last Truck: Closing of a GM Plant
Music by Prudence
Rabbit à la Berlin

Melhor Documentário
Burma VJ
The Cove
Food, Inc.
Which Way Home
The Most Danger Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sindicato dos Diretores - Guerra ao Terror

O relevante DGA (Directors Guild Awards), premiação da associação de diretores de Hollywood, revelou seu vencedor.

Kathryn Bigelow foi preamiada na edição 2010 por seu trabalho em Guerra ao Terror. Ela superou James Cameron (Avatar), Lee Daniels (Preciosa), Jason Reitman (Amor sem Escalas) e Quentin Tarantino (Bastardos Inglórios). Esta é a primeira vez que uma mulher é premiada em 61 anos de existência do Sindicato. No entanto, creio que o prêmio deveria ir para Tarantino por seu "Bastardos Inglórios" (na minha opinião, o melhor filme do ano).

Desde de 1948, em apenas 6 oportunidades o premiado no DGA não foi premiado no Oscar. Os indicados ao prêmio da Academia serão conhecidos amanhã, dia 02 de fevereiro. Procurarei postar aqui o quanto antes.