Bem, esta foi uma das melhores cerimônias do Oscar dos últimos anos. Em nenhum momento a apresentação se tornou maçante e várias foram as passagens de grande emoção ao longo das três horas e meia da entrega de prêmios. A apresentação por Steve Martin e Alec Balldwin foi bastante divertida e, pasmem, estou com pena do Balldwin ter se aposentado da telona, pois parece que ele finalmente encontrou seu timing cômico ideal. Já Martin parece ter voltado aos velhos tempos de humor politicamente incorreto. E a paródia que os dois fizeram de “Atividade Paranormal” foi simplesmente impagável. A Academia vem acertando com os últimos apresentadores e seria muito bom que repetisse essa dupla na próxima entrega. Agora, vamos comentar um pouco dos pontos de maior destaque de uma edição com algumas surpresas.
Os prêmios de atores coadjuvantes foram bastante previsíveis, com Christoph Waltz (o único prêmio para “Bastardos Inglórios”) e Mo’Nique (“Preciosa”) levando a estatueta. Ambas muito merecidas. Contudo, o melhor discurso foi o da atriz, sendo inclusive aplaudida de pé pelos presentes. Um papel forte, sem concessões, cujo único resultado deveria ser o careca dourado.
Continuando a falar das atuações, a Academia repetiu a fórmula este ano de, nas categorias de melhor ator e atriz, colocar figuras que já tiveram relações profissionais ou de amizade para fazer um discurso enaltecendo as qualidades dos indicados. Talvez a melhor dessas falas tenha sido a de Oprah Winfrey sobre Gabourey Sidibe. Uma menina obesa e negra, saída do nada, e que agora estava ali, “disputando o mesmo prêmio com a Meryl Streep”, nas palavras da Oprah. A garota chorava com as lágrimas escorrendo. Não é pra menos. Um verdadeiro sonho de Cinderela que se assemelha muito aos sonhos da Preciosa do filme. Momento realmente emocionante, mesmo que ela não tenha levado o prêmio. Prêmio este que foi para Sandra Bullock, por sua atuação em “Um Sonho Possível”. Não gostei. Não tenho nada contra a Sandra Bullock, mas já está ficando chata essa história de Meryl Streep ser indicada todo ano e não levar. Sua interpretação em “Julie & Julia” foi perfeita e seria justo que levasse a estatueta. Quanto a melhor ator, deu mesmo a lógica. Jeff Bridges levou por “Coração Louco”, também sendo aplaudido de pé. “Coração Louco” acabou levando ainda o previsível Oscar de melhor canção (“The Weary Kind”).
Os prêmios de atores coadjuvantes foram bastante previsíveis, com Christoph Waltz (o único prêmio para “Bastardos Inglórios”) e Mo’Nique (“Preciosa”) levando a estatueta. Ambas muito merecidas. Contudo, o melhor discurso foi o da atriz, sendo inclusive aplaudida de pé pelos presentes. Um papel forte, sem concessões, cujo único resultado deveria ser o careca dourado.
Continuando a falar das atuações, a Academia repetiu a fórmula este ano de, nas categorias de melhor ator e atriz, colocar figuras que já tiveram relações profissionais ou de amizade para fazer um discurso enaltecendo as qualidades dos indicados. Talvez a melhor dessas falas tenha sido a de Oprah Winfrey sobre Gabourey Sidibe. Uma menina obesa e negra, saída do nada, e que agora estava ali, “disputando o mesmo prêmio com a Meryl Streep”, nas palavras da Oprah. A garota chorava com as lágrimas escorrendo. Não é pra menos. Um verdadeiro sonho de Cinderela que se assemelha muito aos sonhos da Preciosa do filme. Momento realmente emocionante, mesmo que ela não tenha levado o prêmio. Prêmio este que foi para Sandra Bullock, por sua atuação em “Um Sonho Possível”. Não gostei. Não tenho nada contra a Sandra Bullock, mas já está ficando chata essa história de Meryl Streep ser indicada todo ano e não levar. Sua interpretação em “Julie & Julia” foi perfeita e seria justo que levasse a estatueta. Quanto a melhor ator, deu mesmo a lógica. Jeff Bridges levou por “Coração Louco”, também sendo aplaudido de pé. “Coração Louco” acabou levando ainda o previsível Oscar de melhor canção (“The Weary Kind”).
Outro momento marcante da noite e, de certa forma, fora das previsões, foi a premiação de “Preciosa” na categoria de melhor roteiro adaptado. “Amor Sem Escalas” já tinha levado vários prêmios por seu roteiro, inclusive o do sindicato dos roteiristas. O vencedor, Geoffrey Fletcher, parecia tão desnorteado que seu discurso saiu trôpego, pois ele não aparentava não saber muito bem o que falar. De qualquer forma, uma boa surpresa. Por outro lado, não gostei da entrega do prêmio de roteiro original para “Guerra ao Terror”. Pelo visto, a problemática levantada pelo sargento americano, que se diz o verdadeiro desarmador de bombas retratado no filme, foi lançada depois que os votantes já haviam entregado suas cédulas. Ficou uma sensação de que a estatueta não está em boas mãos. E, na minha opinião, independentemente da polêmica, o prêmio estaria em mãos muito melhores se fossem as de Quentin Tarantino, por seu ótimo roteiro para “Bastardos Inglórios” (filme mais injustiçado da noite).
Mark Boal, premiado pelo roteiro de “Guerra ao Terror”, ainda iria se emocionar (chegando mesmo a chorar), com a entrega do prêmio de melhor direção para Kathryn Bigelow (sabiam que ela tem 59 anos???!!!). Afinal, ninguém iria mesmo imaginar que a oportunidade de se premiar uma mulher nesta categoria seria perdida na véspera do Dia Internacional da Mulher (em boa parte do Globo, inclusive, já era segunda-feira). Aliás, quando escalaram uma mulher, a também diretora Barbara Streisand, para apresentar a categoria, já estava claro como a água quem seria a vencedora. Bigelow, uma diretora realmente capaz, foi aplaudida de pé e não se pode dizer que o prêmio não seja justo. Mas vale frisar um aspecto. Por mais que a divisão entre filmes “femininos” e “masculinos” pareça meio boba, não deixa de ser sintomático que finalmente uma mulher tenha sido premiada dirigindo uma obra com nuances tipicamente masculinas, um filme cheio de testosterona... Filme este que, por fim, levou o prêmio de melhor longa do ano, derrotando o super-blockbuster “Avatar”. Foram ao todo 6 estatuetas para o filme de Bigelow (venceu ainda em mixagem de som, efeitos sonoros e edição), enquanto o do seu ex-marido levou apenas 3, dentre os quais o mais que óbvio Oscar de efeitos visuais. Os outros foram direção de arte e fotografia, nesta última categoria derrotando o favorito “A Fita Branca”, a produção dirigida por Michael Haneke que já havia levado vários prêmios neste quesito. O filme de Haneke perdeu ainda a estatueta de melhor filme estrangeiro para “O Segredo de Seus Olhos”, filme argentino de Juan José Campanella (não temos como negar que o cinema argentino é melhor que o nosso). Não vi nenhum dos dois filmes, mas fico com a impressão de que a Academia não gosta de premiar longas que foram vencedores de festivais como o de Cannes ou Berlim (há quanto tempo um vencedor destes festivais não vence também o Oscar?). O prêmio foi apresentado pelas marcantes presenças de Pedro Almodóvar e Quentin Tarantino.
No fim das contas, ao se fazer um balanço do confronto entre a modesta produção vencedora de Bigelow e a gigantesca em todos os aspectos de James Cameron, creio que a Academia não foi incongruente com sua história. Na transmissão pelo TNT, o Rubens Ewald Filho afirmou que Hollywood parecia estar dando um tiro no próprio pé ao não prestigiar o seu maior sucesso. Na realidade, vou concordar com a posição do José Wilker, na transmissão da Globo, quando afirmou que o maior prêmio que “Avatar” pretendia era o de ser a maior bilheteria de todos os tempos e isso ele alcançou. É bom lembrar que a Academia não costuma premiar filmes com alto teor de fantasia como o dirigido por Cameron (que aplaudiu de pé sua ex-esposa), sendo o caso de “O Retorno do Rei” uma exceção. E eu vou bater na minha velha tecla: o grande merecedor era “Bastardos Inglórios”. E não se fala mais nisso.
Outros pontos marcantes da noite: 1) A homenagem a John Hughes, o grande diretor dos filmes para adolescentes dos anos 80 (quem não se lembra de “Curtindo a Vida Adoidado”?), falecido ano passado; 2) A inovação na tradicional homenagem aos falecidos no último ano, com o James Taylor cantando “In My Life”, dos Beatles (só esqueceram de citar a Farrah Fawcett entre os falecidos, um mico histórico); 3) A ausência de vestidos ridículos. Pelo menos não lembro de nenhum que tenha me chamado atenção negativamente (as mulheres devem opinar melhor...); 4) A impagável apresentação de Ben Stiller como um autêntico avatar. Vai entrar para os anais do Oscar...
Outros pontos marcantes da noite: 1) A homenagem a John Hughes, o grande diretor dos filmes para adolescentes dos anos 80 (quem não se lembra de “Curtindo a Vida Adoidado”?), falecido ano passado; 2) A inovação na tradicional homenagem aos falecidos no último ano, com o James Taylor cantando “In My Life”, dos Beatles (só esqueceram de citar a Farrah Fawcett entre os falecidos, um mico histórico); 3) A ausência de vestidos ridículos. Pelo menos não lembro de nenhum que tenha me chamado atenção negativamente (as mulheres devem opinar melhor...); 4) A impagável apresentação de Ben Stiller como um autêntico avatar. Vai entrar para os anais do Oscar...
Bem, foi isso. Espero ano que vem estar comentando mais uma vez essa festa que a gente finge não se interessar, mas que ninguém consegue deixar de acompanhar... Segue abaixo a lista completa de premiados.
Melhor Filme
Guerra ao Terror de Kathryn Bigelow, Mark Boal, Nicolas Chartier e Greg Shapiro
Melhor Direção
Kathryn Bigelow, Guerra ao Terror
Melhor Atriz
Sandra Bullock, Um Sonho Possível
Melhor Ator
Jeff Bridges, Coração Louco
Melhor Atriz Coadjuvante
Mo'Nique, Preciosa - Uma História de Esperança
Melhor Ator Coadjuvante
Christoph Waltz, Bastardos Inglórios
Melhor Filme Estrangeiro
O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella (Argentina)
Melhor Animação
Up - Altas Aventuras - Pete Docter
Melhor Direção de Arte
Avatar - Rick Carter e Robert Stromberg
Melhor Fotografia
Avatar - Mauro Fiore
Melhor Figurino
The Young Victoria - Sandy Powell
Melhor Montagem
Guerra ao Terror - Bob Murawski e Chris Innis
Melhor Maquiagem
Star Trek - Barney Burman, Mindy Hall e Joel Harlow
Melhor Trilha Sonora
Up - Altas Aventuras - Michael Giacchino
Melhor Canção Original
The Weary Kind, Coração Louco - Ryan Bingham e T Bone Burnett
Melhor Roteiro Original
Guerra ao Terror - Mark Boal
Melhor Roteiro Adaptado
Preciosa - Uma História de Esperança - Geoffrey Fletcher
Melhores Efeitos Visuais
Avatar - Joe Letteri, Stephen Rosenbaum, Richard Baneham e Andrew R. Jones
Melhor Edição de Som
Guerra ao Terror - Paul N.J. Ottosson
Melhor Mixagem de Som
Guerra ao Terror - Paul N.J. Ottosson e Ray Beckett
Melhor Documentário
The Cove - Louie Psihoyos e Fisher Stevens
Melhor Documentário em Curta-Metragem
Music by Prudence - Roger Ross Williams e Elinor Burkett
Melhor Curta-Metragem
The New Tenants - Joachim Back e Tivi Magnusson
Melhor Curta-Metragem de Animação
Logorama - Nicolas Schmerkin
Melhor Filme
Guerra ao Terror de Kathryn Bigelow, Mark Boal, Nicolas Chartier e Greg Shapiro
Melhor Direção
Kathryn Bigelow, Guerra ao Terror
Melhor Atriz
Sandra Bullock, Um Sonho Possível
Melhor Ator
Jeff Bridges, Coração Louco
Melhor Atriz Coadjuvante
Mo'Nique, Preciosa - Uma História de Esperança
Melhor Ator Coadjuvante
Christoph Waltz, Bastardos Inglórios
Melhor Filme Estrangeiro
O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella (Argentina)
Melhor Animação
Up - Altas Aventuras - Pete Docter
Melhor Direção de Arte
Avatar - Rick Carter e Robert Stromberg
Melhor Fotografia
Avatar - Mauro Fiore
Melhor Figurino
The Young Victoria - Sandy Powell
Melhor Montagem
Guerra ao Terror - Bob Murawski e Chris Innis
Melhor Maquiagem
Star Trek - Barney Burman, Mindy Hall e Joel Harlow
Melhor Trilha Sonora
Up - Altas Aventuras - Michael Giacchino
Melhor Canção Original
The Weary Kind, Coração Louco - Ryan Bingham e T Bone Burnett
Melhor Roteiro Original
Guerra ao Terror - Mark Boal
Melhor Roteiro Adaptado
Preciosa - Uma História de Esperança - Geoffrey Fletcher
Melhores Efeitos Visuais
Avatar - Joe Letteri, Stephen Rosenbaum, Richard Baneham e Andrew R. Jones
Melhor Edição de Som
Guerra ao Terror - Paul N.J. Ottosson
Melhor Mixagem de Som
Guerra ao Terror - Paul N.J. Ottosson e Ray Beckett
Melhor Documentário
The Cove - Louie Psihoyos e Fisher Stevens
Melhor Documentário em Curta-Metragem
Music by Prudence - Roger Ross Williams e Elinor Burkett
Melhor Curta-Metragem
The New Tenants - Joachim Back e Tivi Magnusson
Melhor Curta-Metragem de Animação
Logorama - Nicolas Schmerkin
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