Feliz encontro
Desde “Uma Aventura Na África”, clássico de 1951 protagonizado pelos ícones Humphrey Bogart e Katharine Hepburn, Hollywood consagrou um gênero que é a fusão do cinema de ação com a comédia romântica. Nada mais natural, já que, com uma cajadada só, consegue agradar tanto ao público feminino quanto ao masculino. Não que mulheres não possam gostar de filmes de ação, ou homens de filmes românticos. Afinal, nada mais pobre do que estereótipos. Mas não resta dúvida de que essas aventuras românticas, quando bem realizadas, acabam sendo tiros certeiros, capazes de agradar a gregos e troianos. Foi assim com o citado clássico, passando por outros exemplares como “Tudo Por Uma Esmeralda” (com Michael Douglas e Kathleen Turner) e o mais recente “Sr. e Sra. Smith” (estrelado pelo casal Branjolie).
“Encontro Explosivo”, que teve estreia nesta sexta-feira no circuito nacional, é mais um dos exemplares das aventuras românticas. Protagonizado por duas das grandes estrelas do cinema atual, Tom Cruise e Cameron Diaz, o longa é uma agradável surpresa e se mostra muito eficiente em suas pretensões. Possui, com sua ação inverossímil, mas ao mesmo tempo muito agradável, um tom bastante semelhante ao do citado “Sr. e Sra. Smith”, muito embora algumas diferenças sejam cruciais e até bem-vindas. No primeiro, Angelina Jolie encarna a figura que já está lhe sendo característica, a da mulher super-poderosa, capaz de enfrentar qualquer homem no mano a mano, conhecedora de técnicas de luta, que sabe atirar como ninguém, cheia de conhecimentos especiais relativos à espionagem, entre outras proezas. Se, por um lado, isso se coaduna com uma visão moderna da mulher, por outro lado esta super-heroína está distante da realidade de quase 100% das mulheres e, normalmente, estas sentem necessidade de se identificar com as personagens para que apreciem uma película (na realidade, super-heroínas nas telas acabam agradando muito mais aos homens do que às mulheres, isso é fato). Já neste “Encontro Explosivo” (título nacional genérico, bem inferior ao original “Knight and Day”), a personagem de Cameron Diaz, June Havens, é uma mulher comum (e a pouca maquiagem usada pela atriz em cena acaba acentuando ainda mais essa percepção), com preocupações de mulheres comuns. Ela está viajando para participar da cerimônia de casamento da irmã mais nova, o que lhe causa aquela angústia natural de estar “ficando pra titia”. Marca, contudo, via internet, um encontro com Roy Miller (Tom Cruise) no avião onde irão viajar. Ela apenas não sabe que Roy é um agente secreto da CIA e que está sendo perseguido pela própria corporação.
É a partir daí que as ótimas seqüências de ação se desenrolam. E também as boas sequências de humor e romance. A trama se desenrola redonda, apesar de algumas eventuais falhas de roteiro (comuns em filmes de ação, por sinal), deixando muito espaço para que os atores brinquem com os personagens. Diaz, que já havia trabalhado em filmes de ação com a nova versão de “As Panteras”, mas que é ainda mais conhecida por suas CRs, aqui consegue personificar um perfeito misto de mulher independente e romântica. Já Cruise está mais Tom Cruise do que nunca, se auto-parodiando com seu super-ultra-seguro-de-si Roy Miller, capaz de dar cabo de toda a tripulação de um avião enquanto June está no banheiro e depois ainda lhe oferecer um drinque. Antes de tudo, os dois parecem estar se divertindo muito e a química flui perfeita, talvez ainda melhor na tela do que a do casal Branjolie em “Sr. e Sra. Smith” e olha que esse foi o longa responsável pela união do casal fora das telas. Várias são as cenas que farão a plateia dar boas risadas, nunca forçadas.
Para tanto sucesso, a direção de James Mangold também é primordial. A edição é muito bem realizada e qualquer aresta no roteiro parece ter sido podada, vez que a duração do longa mostra-se a ideal. Mangold parece mesmo ter uma boa mão na direção de atores, principalmente casais (ele dirigiu anteriormente a interessante biografia “Johnny & June”). É bom lembrar que trabalhar com grandes astros sempre é difícil, principalmente um como Tom Cruise. Entretanto, à parte algumas crises de desequilíbrios, sabe-se que Cruise é extremamente profissional e também tem experiência suficiente para ajudar um diretor na condução de um filme (bom lembrar que até dublês ele dispensa em 90% das cenas de perigo).
Com tantas peças boas juntas e fórmula de sucesso, o projeto não poderia mesmo dar errado, resultando em um ótimo programa para casais no fim de semana (e a recepção fria da crítica americana só mostra o quanto ela costuma se equivocar). Em outros tempos do cinema, a parceria ente Cruise e Diaz iria render vários outros rebentos (algo comum na Hollywood da era dos estúdios), já que o encontro foi verdadeiramente feliz. Quem sabe eles não virão?
Cotação:
Nota: 8,0
“Encontro Explosivo”, que teve estreia nesta sexta-feira no circuito nacional, é mais um dos exemplares das aventuras românticas. Protagonizado por duas das grandes estrelas do cinema atual, Tom Cruise e Cameron Diaz, o longa é uma agradável surpresa e se mostra muito eficiente em suas pretensões. Possui, com sua ação inverossímil, mas ao mesmo tempo muito agradável, um tom bastante semelhante ao do citado “Sr. e Sra. Smith”, muito embora algumas diferenças sejam cruciais e até bem-vindas. No primeiro, Angelina Jolie encarna a figura que já está lhe sendo característica, a da mulher super-poderosa, capaz de enfrentar qualquer homem no mano a mano, conhecedora de técnicas de luta, que sabe atirar como ninguém, cheia de conhecimentos especiais relativos à espionagem, entre outras proezas. Se, por um lado, isso se coaduna com uma visão moderna da mulher, por outro lado esta super-heroína está distante da realidade de quase 100% das mulheres e, normalmente, estas sentem necessidade de se identificar com as personagens para que apreciem uma película (na realidade, super-heroínas nas telas acabam agradando muito mais aos homens do que às mulheres, isso é fato). Já neste “Encontro Explosivo” (título nacional genérico, bem inferior ao original “Knight and Day”), a personagem de Cameron Diaz, June Havens, é uma mulher comum (e a pouca maquiagem usada pela atriz em cena acaba acentuando ainda mais essa percepção), com preocupações de mulheres comuns. Ela está viajando para participar da cerimônia de casamento da irmã mais nova, o que lhe causa aquela angústia natural de estar “ficando pra titia”. Marca, contudo, via internet, um encontro com Roy Miller (Tom Cruise) no avião onde irão viajar. Ela apenas não sabe que Roy é um agente secreto da CIA e que está sendo perseguido pela própria corporação.
É a partir daí que as ótimas seqüências de ação se desenrolam. E também as boas sequências de humor e romance. A trama se desenrola redonda, apesar de algumas eventuais falhas de roteiro (comuns em filmes de ação, por sinal), deixando muito espaço para que os atores brinquem com os personagens. Diaz, que já havia trabalhado em filmes de ação com a nova versão de “As Panteras”, mas que é ainda mais conhecida por suas CRs, aqui consegue personificar um perfeito misto de mulher independente e romântica. Já Cruise está mais Tom Cruise do que nunca, se auto-parodiando com seu super-ultra-seguro-de-si Roy Miller, capaz de dar cabo de toda a tripulação de um avião enquanto June está no banheiro e depois ainda lhe oferecer um drinque. Antes de tudo, os dois parecem estar se divertindo muito e a química flui perfeita, talvez ainda melhor na tela do que a do casal Branjolie em “Sr. e Sra. Smith” e olha que esse foi o longa responsável pela união do casal fora das telas. Várias são as cenas que farão a plateia dar boas risadas, nunca forçadas.
Para tanto sucesso, a direção de James Mangold também é primordial. A edição é muito bem realizada e qualquer aresta no roteiro parece ter sido podada, vez que a duração do longa mostra-se a ideal. Mangold parece mesmo ter uma boa mão na direção de atores, principalmente casais (ele dirigiu anteriormente a interessante biografia “Johnny & June”). É bom lembrar que trabalhar com grandes astros sempre é difícil, principalmente um como Tom Cruise. Entretanto, à parte algumas crises de desequilíbrios, sabe-se que Cruise é extremamente profissional e também tem experiência suficiente para ajudar um diretor na condução de um filme (bom lembrar que até dublês ele dispensa em 90% das cenas de perigo).
Com tantas peças boas juntas e fórmula de sucesso, o projeto não poderia mesmo dar errado, resultando em um ótimo programa para casais no fim de semana (e a recepção fria da crítica americana só mostra o quanto ela costuma se equivocar). Em outros tempos do cinema, a parceria ente Cruise e Diaz iria render vários outros rebentos (algo comum na Hollywood da era dos estúdios), já que o encontro foi verdadeiramente feliz. Quem sabe eles não virão?
Cotação:
Nota: 8,0
3 comentários:
Muito legal teu ponto de vista, tudo que li, até agora, foi o oposto - todos detonando negativamente este filme...até uns "críticos" disseram que nao teve quimica alguma entre Diaz e Cruise, mas seu texto me deixou com vontade de ver...
abraço, apareça!
Ah, eu gosto e acho que Jolie teve quimica com Pitt no Sr e Sra Smith!
Cristiano, eu sempre desconfio quando as críticas estão muito de um jeito só, meio que repetindo os mesmos argumentos. Mas alguns críticos gabaritados, como o Cid Nader e o próprio Rubens gostaram do filme.Isabela Boscov, daquela famigerada revista semanal, também gostou.
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