quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Eu quero esse pôster # 3


Sempre gostei do sutil erotismo do pôster de "Beleza Americana". Um ótimo filme, por sinal! Que diferença entre este e o último filme de Sam Mendes, o chato "Foi Apenas Um Sonho"...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Roman Polanski: os gênios também erram...

Ontem foi preso na Suíça Roman Polanski, o genial diretor de filmes icônicos como “O Bebê de Rosemary”, “Chinatown” e “O Pianista”. Como muitos devem saber, Polanski, em 1977, foi acusado de manter relações sexuais como uma menina de 13 anos, Samantha Geimer, além de tê-la drogado para atingir esse fim. Condenado pela justiça americana, Polanski, que admitia o sexo com a garota, mas sem o uso de drogas, jamais voltou a colocar os pés nos Estados Unidos desde então. Fiquei sabendo da notícia ainda ontem à noite, mas hoje, durante sua veiculação no “Bom Dia Brasil”, um cidadão suíço deu uma entrevista falando sobre o ocorrido que me levou a uma reflexão. Abre aspas: “Tenho vergonha do que o governo do meu país está fazendo. Polanski é um gênio! Não merece ser tratado assim por algo que já ocorreu há tanto tempo...”. Fecha aspas.

É verdade que o crime já tem mais de 30 anos. No Brasil, mesmo levando em consideração a interrupção da prescrição que ocorre com a propositura da ação penal (e mais algumas possibilidades que seriam desnecessárias mencionar aqui, por favor), dificilmente este crime não estaria prescrito (assim como a pretensão executória). No caso dos EUA, inclusive, está se discutindo por lá se a pretensão executória já estaria prescrita ou não*. Também é verdade que a vítima, mesmo reiterando que foi violentada, “perdoou” publicamente o cineasta pelo ocorrido. Entretanto, apesar dessas verdades que amenizam a importância do erro cometido por Polanski, será que, como disse o entrevistado suíço, a sociedade deveria relevar o erro do diretor pelo fato do mesmo ser um gênio?

Isso é uma afirmação perigosa. Aqui mesmo, no Brasil, estamos sempre a nos queixar que as leis são aplicadas com dois pesos e duas medidas, agindo com rigor com relação a uns e com pouca eficácia em relação a outros, principalmente quando os réus são poderosos/abonados/famosos. A relativização de regras que devem ser aplicadas indistintamente a todos acaba sempre sendo nociva para a democracia, a qual tem por base justamente a igualdade de todos perante a lei. Se a lei americana ainda determinar a aplicação da pena (caso em que a prescrição não ocorreu), creio que o melhor será mesmo executá-la, não sendo saudável que o presidente Barack Obama conceda o perdão presidencial, como já estão pugnando os governos da França e Polônia (Polanski é cidadão franco-polonês). Falo isso com dor no coração, pois eu concordo com o fã suíço: ele é um gênio. “O Bebê de Rosemary” e “O Pianista” podem entrar facilmente em listas de melhores de todos os tempos. Já passou por dramas terríveis, como a vivência em uma Polônia ocupada pelo horror nazista (sua mãe morreu em Auschwitz e, quando menino, era comum os soldados de Hitler atirarem em sua direção só para vê-lo com medo...) e o assassinato brutal de sua esposa Sharon Tate pelo fanático psicótico Charles Manson. Mas também os gênios são seres humanos como eu e você e cometem seus erros (no caso, um erro bastante grave, já que se pode até classificá-lo como um ato de pedofilia). E, como todos, devem suportar as suas consequências...

* Se alguém da área jurídica quiser discutir essa minúcias, fique à vontade. O fato é que estou de férias e sem vontade, no momento, de buscar um livro de Direito Penal apenas para escrever esse texto. Não é o intuito aqui descer a tantos detalhes.

domingo, 27 de setembro de 2009

Nas férias


Atualmente, encontro-me em período de férias (!!!!!!!!!!!!!) e, obviamente, estou também aproveitando para ver e rever alguns filmes, fazendo uma atualização do meu “repertório”. Abaixo, seguem alguns desses filmes com os respectivos comentários, mais breves do que as costumeiras resenhas, mas que, até mesmo por isso, talvez deixe tudo menos “cansativo”. Vamos a eles.

O Lutador – Talvez a maior injustiça no Oscar deste ano tenha acontecido com este longa de Darren Aronofsky. O filme sequer recebeu a indicação para o prêmio de melhor filme, num daqueles casos de franca estupidez da Academia. O drama de Randy “The Ram” Robinson (Mickey Rourke, ressuscitando das cinzas e indicado ao Oscar), é ao mesmo tempo triste e emocionante, sensível e reflexivo. Ele é um famoso lutador profissional de “Wrestling”, aquela luta livre encenada que é vista por muitos como brega e idiota justamente por ser “fake”. Entretanto, nem tudo é tão falso assim, já que várias das contusões e ferimentos acabam sendo verdadeiros. Randy já está em decadência, sendo admirado apenas pelos lutadores lado B dos confrontos em que ainda participa, quando tem diagnosticado um problema cardíaco que o impedirá de lutar de forma permanente. Paralelo a isso, vemos que a vida pessoal de Randy também é um desastre. Não fala com a filha (a lindinha Evan Rachel Wood) há muito tempo e procura manter laços com a stripper Cassidy (Marisa Tomei, ótima no papel e um vulcão de erotismo), a qual possui um filho. O retrato de um ser humano que parece não ter mais saída, mas sem apelar para o sentimentalismo fácil. Muitos afirmam que Rourke não mereceria o Oscar por estar meio que representando a si mesmo no papel. Entretanto, talvez seja mais difícil dar vida a um personagem que nitidamente tem semelhanças com o próprio ator, pois que é fácil descambar para a caricatura nesta situação. Filme para ser visto e revisto e talvez ele é que deveria ter recebido o prêmio de melhor filme em 2009 (embora eu também tenha gostado muito de “Benjamim Button”). Merecidamente, recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza do ano passado.
Nota: 10,0.

...E Deus Criou a Mulher – Filme que catapultou a sensualíssima e linda Brigitte Bardot ao estrelato. Com apenas 22 anos na ocasião,o diretor (e seu marido) Roger Vadim a transformou num símbolo sexual atemporal, adquirindo um status semelhante a Marilyn Monroe, numa das maiores “histórias de corno” já filmadas, no melhor estilo Santelmo (lembram do personagem de Chico Anysio?). Ela faz o papel de Julliette, uma órfã de 18 anos que se envolve com dois irmãos. Ela é apaixonada pelo mais velho, Antoine (Christian Marquand), mas se casa com Michell (Jean-Louis Trintignant), gerando um triângulo amoroso fadado à tragédia. Aliás, um quadrilátero, já que o empresário Eric Carradine (Curd Jürgens) também é apaixonado por Julliette. Brigitte faz o papel de uma personagem que é uma verdadeira força da natureza. Ressalte-se que, até para os padrões de hoje, não dá para classificar o filme como “recatado” (para se ter uma ideia, na primeira sequência do filme ela aparece nua). Dá para entender então o furor que causou à época do seu lançamento (em 1956). O visual de Bardot no longa iria influenciar, inclusive, a moda feminina que se seguiu e até hoje continua inspirando a indústria e fazendo a cabeça de muita mulher por aí. A seqüência de Julliette dançando mambo, descalça, já ao fim do longa, é memorável (e capaz de levantar até defunto)!
Nota: 8,5.



Tarde Demais Para Esquecer – Já este aqui é uma das grandes histórias “de mulherzinha” da história do cinema. Um clássico com os astros Cary Grant e Deborah Kerr que serviu de inspiração para milhares de comédias românticas posteriores (a mais notável delas, “Sintonia de Amor”). Na realidade, trata-se de uma refilmagem de “Duas Vidas”, filme de 1939 dirigido pelo mesmo diretor, Leo McCarey, mas com muito mais charme na segunda oportunidade. Nickie Ferrante e Terry McKay, ele um playboy e ela uma ex-cantora, se encontram e se apaixonam em um cruzeiro. Entretanto, ambos estão noivos. Apesar disso, combinam um encontro no alto do Empire State Building para dali a 6 meses, tempo suficiente para terem certeza de seus sentimentos e acabarem com seus respectivos compromissos. Entretanto, um acidente coloca em risco o encontro e a felicidade do casal. Sofrido e choroso, mas sem jamais descambar para o pieguismo barato, esse é um daqueles filmes para se ver de preferência bem acompanhado (a). Mas mesmo sozinho vai funcionar. Seu romantismo assumido, pontuado pela memorável canção indicada ao Oscar “A Love Affair To Remember”, é muito bem vindo nestes tempos cínicos em que vivemos. Como demérito, apenas alguns números musicais com crianças bonitinhas, mas que ficam bem deslocados na trama, fazendo perder o ritmo do romance. Meninas, preparem os lenços...
Nota: 9,5.

Em breve, postarei mais comentários sobre os filmes das férias. Aguardem!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Woody Allen no Brasil - Mais um capítulo


Mais uma parcial do possível filme de Woody Allen no Brasil. Ao que parece, está praticamente confirmado. Os produtores Stephen Tenenbaum e Letty Aronson, que já vinham considerando a possibilidade de trazer uma produção de Woody Allen ao país há dois anos, viajarão dia 3 de outubro a São Paulo para estudar locações e, dois dias depois, viajam ao Rio de Janeiro - onde possivelmente Allen rodará o longa-metragem em 2011. A coprodução do longa está sendo disputada entre a O2 (de Fernando Meirelles) e a Conspiração Filmes. É possível que ambas participem.

Especula-se ainda que Alice Braga, sua tia Sônia Braga e Rodrigo Santoro podem ter papeis no longa, mas a verdade é que esses são os nomes brasileiros mais conhecidos em Hollywood e os primeiros a serem lembrados em projetos como esse. Também acho demais 3 brazucas no elenco (basta lembrar que em "Vicky Cristina Barcelona" tivemos 2 nomes da Espanha). Nada está confirmado até o momento.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Festival do Rio 2009


Começa amanhã, 24/09, o 11º Festival de Cinema do Rio, a maior profusão de filmes de uma vez só exibida anualmente no país. O longa que abrirá o evento este ano será "Aconteceu Em Woodstock", o mais novo trabalho de Ang Lee. Entre os maiores destaques, há ainda "Bastardos Inglórios", novo de Tarantino (o qual inclusive já confirmou presença no evento); "O Desinformante", de Steven Soderbergh, com Matt Damon no papel principal (recentemente exibido em Veneza); "Doce Perfume", o mais novo longa do lendário Andrzej Wajda, além de "Abraços Partidos", de Pedro Almodóvar. Ao todo, serão mais de 3oo filmes, de 60 países, exibidos em 40 locais diferentes da Cidade Maravilhosa. A programação completa pode ser conferida no site do Festival. A lista dos filmes que serão exibidos segue abaixo (é muita coisa mesmo...).



Panorama do Cinema Mundial

London River, de Rachid Bouchareb (França)
Corações em Conflito (Mammoth), de Lukas Moodysson (Suécia)
Ricky, de François Ozon (França)
Doce Perfume (Tatarak), de Andrzej Wajda (Polônia)
It Might Get Loud, de Davis Guggenheim (Estados Unidos)
Singularidades de Uma Rapariga Loura, de Manoel de Oliveira (Portugal)
Barba Azul (Barbe Bleue), de Catherine Breillat (França)
A Doutrina de Choque (The Shock Doctrine), de Michael Winterbottom, Mat Whitecross (Reino Unido)
The White Ribbon, de Michael Haneke (Alemanha)
A Casa Nucingen (La Maison Nucingen), de Raoul Ruiz (França)
35 Doses de Rum (35 Rhums), de Claire Denis (França)
O Maravilhoso Mundo Da Lavanderia (Die Wundersame Welt der Waschkraft), de Hans-Christian Schmid (Alemanha)
Mother (Madeo), de Bong Joon-ho (Coréia do Sul)
Amália, de Carlos Coelho da Silva (Portugal)
As praias de Agnes (Les Plages d'Agnès), de Agnès Varda (França)
Maradona (Maradona by Kusturica), de Emir Kusturica (Espanha)
Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds), de Quentin Tarantino (EUA)
Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos), de Pedro Almodóvar (Espanha)
Distante Nós Vamos (Away We Go), de Sam Mendes (EUA)
Coco Antes de Chanel (Coco Avant Chanel), de Anne Fontaine (França)
(500) Dias com ela ((500) Days of Summer), de Marc Webb (EUA)
Fais-moi Plaisir, de Emmanuel Mouret (França)
Les Herbes Folles, de Alain Resnais (França)
Aconteceu em Woodstock (Taking Woodstock), de Ang Lee (EUA)
Brilho de Uma Paixão (Bright Star), de Jane Campion (Reino Unido)
A Batalha dos 3 Reinos (Chi Bi), de John Woo (China)
O Desinformante! (The informant!), de Steven Soderbergh (EUA)
Nova York, Eu Te Amo (New York, I Love You), de Mira Nair, Fatih Akin, Yvan Attal, Allen Hughes, Shekhar Kapur, Shunji Iwai, Joshua Marston, Natalie Portman, Brett Ratner, Wen Jiang, Randall Balsmeyer (França)
Viagem aos Pireneus (Le Voyage aux Pyrénées), de Jean-Marie, Arnaud Larrieu (França)
Julie & Julia, de Nora Ephron (Estados Unidos)
Parada, de Marco Pontecorvo (Itália)
Che 2 - A Guerrilha (Che: Part Two), de Steven Soderbergh (Espanha)
Eterno feitiço (Forever Enthralled), de Chen Kaige (China)
The messenger, de Oren Moverman (EUA)
Pequeno soldado (Lille soldat), de Annette K. Olesen (Dinamarca)
Storm (Sturm), de Hans-Christian Schmid (Dinamarca/Alemanha)
John Rabe, de Florian Gallenberger (Alemanha/França)
An education (Na education), de Lone Scherfig (Reino Unido)
O dia da saia (Le journee de la Jupe), de Jean-Paul Lilienfeld (França/Bélgica)
Marching band, de Claude Miller (França)
Coco Channel & Igor Stravinsky, de Jan Kounen (França)
Ainda a caminhar (Aruitemo, aruitemo), de Hirokazu Kore-eda (Japão)
Doze jurados e uma sentença (12 razgnevannyh muzhchin), de Nikita Mikhalkov (Rússia)
24 city (Er shi si cheng ji), de Jia Zang-Ke (China)
Khamsa, de Karim Dridi (França)
Jericó (Jerichow), de Christian Petzold (Alemanha)
Five minutes of heaven, de Oliver Hirschbiegel (Reino Unido)
Erótica aventura (À l'aventure), de Jean-Claude Brisseau (França)
Tiro a cabeça (Tiro en la cabeza), de Jaime Rosales (Espanha/França)
Uma barragem contra o Pacífico (Un barrage contre lê pacifique), de Rithy Pahn (França)
Mamãe foi ao salão (Maman est chez le coiffeur), de Lea Pool (Canadá)
Lulu & Jimi, de Oskar Roehler (Alemanha)
Vegas: baseado em fatos reais (Vegas: based on a true story), de Amir Naderi (EUA)
The time that remains, Elia Suleiman (Palestina/França)
Politist, Adjectiv, de Corneliu Porumboiu (Romênia)
Whisky com vodka (Whisky mit vodka), de Andreas Dresen (Alemanha)
Aquário (Fish Tank), de Andrea Arnold (Reino Unido)
Vincere, de Marco Bellocchio (Itália/França)
Como desenhar um círculo perfeito, de Marco Martins (Portugal)
Distrito 9 (District 9), de Neill Blomkamp (África do Sul)
Sexo quiabo e manteiga com sal (Sexe gombo & beurre salé), de Mahamat Saleh Haroun (França)
Tokyo!, de Bong Joon-ho, Michel Gondry e Leos Carax (França/Japão/Alemanha/Coréia do Sul)
Hachiko: a dog's story, de Lasse Hallstrom (EUA)
Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans, de Werner Herzog (EUA)
The burning plain, de Guillermo Arriaga (México/EUA)
Mia et le migou, de Jacques-Rémy Girerd (França/Itália)
Amor extremo (The edge of love), de John Maybury (Reino Unido)
Adam, de Max Mayer (EUA)
Embarque imediato, de Allan Fitterman (Brasil)
Partir, de Catherine Corsini (França)
3 mulheres (Seh zan), de Manijeh Hekmat (Irã)
City island, de Raymond De Felitta (EUA)
O corredor noturno (El corridor nocturno), de Gerardo Herrero (Espanha/Argentina)
Os vigaristas (The brothers Bloom), de Rian Johnson (EUA)
Flordelis - Basta uma palavra para mudar, de Marco Antonio Ferraz & Anderson Correa (Brasil)
White material, de Claire Denis (França)
Vida vertiginosa, de Luis Carlos Lacerda (Brasil)
A física da água (La fisica dell'ácqua), de Felice Farina (Itália)

Expectativa 2009

Só quero caminhar (Sólo Quiero Caminar), de Augustín Díaz Yanes (México)
A Procura da Paz (Pokoj v dusi), de Vladimir Balko (Eslováquia)
About Elly (Darbareye Elly), de Asghar Farhadi (Irã)
Altiplano, de Peter Brosens e Jessica Woodworth (Bélgica/Alemanha)
DongBei, DongBei - Uma Chinesa Do Norte (Dongbei), de Zou Peng (China)
Tandoori Love - Um Romance À Indiana (Tandoori Love), de Oliver Paulus (Suíça)
Seraphine, de Martin Provost (França)
Sem Você Não Sou Ninguém (Bergfest), de Florian Eichinger (Alemanha)
Amreeka, de Cherien Dabis (EUA/Kuwait)
A Terceira Parte Do Mundo (La Troisième Partie Du Monde), de Eric Forestier (França)
Porco Cego Quer Voar (Babi Buta Yang Ingin Terbang), de Edwin (Indonésia)
Águas Turvas (De Usynlige), de Erik Poppe (Noruega)
O Poder do Soul (Soul Power), de Jeffrey Levy-Hinte (Estados Unidos)
Piquenique (Pescuit Sportiv), de Adrian Sitaru (Romênia)
Shirley Adams, de Oliver Hermanus (África do Sul/EUA)
Tráfico de Almas (Cold Souls), de Sophie Barthes (EUA)
Trio de Damas & Hábitos Nupciais (Tris di Donne & Abiti Nuziali), de Vincenzo Terracciano (Itália)
Tulpan, de Sergey Dvortsevoy (Casaquistão)
Yang Yang, de Cheng Yu-Chieh (China)
Um Outro Homem (Un Autre Homme), de Lionel Baier (Suíça)
O Homem que Comeu as Cerejas (Mardi ke gilass hayash ra khord), de Payman Haghani (Irã)
Polytechnique, de Denis Villenueve (Canadá)
Jalainur (Zha Lai Nuo Er), de Zhao Ye (China)
Zion e Seu Irmão (Zion and his Brother), de Eran Merav (Israel/França)
Quelque chose a te dire, de Cécile Telerman (França)
Queridinho da Mamãe (Momma's Man), de Azazel Jacobs (EUA)
Katalin Varga, de Peter Strickland (Romênia/Reino Unido)
Machan, de Uberto Passolini (Itália/Sri Lanka)
O Amor Escondido (L'Amour Caché), de Alessandro Capone (Itália/Bélgica)
A Pequenina (La Pivellina), de Tizza Covi, Rainer Frimmel (Áustria)
Retorno a Hansala, de Chus Gutierrez (Espanha)
Nada Pessoal (Rien de Personnel), de Mathias Gokalp (França)
Uma Vida Nova Em Folha (Une Vie Toute Neuve), de Ounie Lecomte (França)
Eu Matei A Minha Mãe (J'ai tué ma mère), de Xavier Dolan (Canadá)
Jaffa, de Keren Yedaya (França)
O Dia Da Transa (Humpday), de Lynn Shelton (EUA)
Ramata, de Léandre-Alain Baker (Senegal)
O Pai Dos Meus Filhos (Le père de mes enfants), de Mia Hansen-Love (Alemanha)
Coco, de Gad Elmaleh (França)
A Siciliana Rebelde (La Siciliana Ribelle), de Marco Amenta (Itália)
27 Cenas sobre Jorgen Leth, de Amir Labaki (Brasil)

O Brasil do Outro

Rio Breaks, de Justin Mitchell (EUA)
Sergio, Um Brasileiro no Mundo, de Greg Barker (EUA)
Só Quando Eu Danço (Only When I Dance), de Beadie Finzi (Reino Unido)
O Areal, de Sebastian Sepulveda (Chile)
Dançando com o diabo (Dancing with the Devil), de Jon Blair (Reino Unido)
I Am Happy, de Soraya Umewaka (Japão)
Parajuru (Une semaine a Parajuru), de José Huerta (Brasil)
Os Gracies e o Nascimento do Vale Tudo (The Gracies and the Birth of Vale Tudo), de Victor Cesar Bota (Brasil)
Trópico da Saudade, Claude Lévi-Strauss e a Amazônia (Claude Lévi-Strauss, auprès de l'Amazonie), de Marcelo Fortaleza Flores (França)

Premiére Latina

A Próxima Estação (La próxima estación), de Fernando E. Solanas (Argentina)
O Segredo Dos Seus Olhos (El Secreto De Sus Ojos), de Juan José Campanella (Argentina)
Cinco dias sem Nora (Cinco Días sin Nora), de Mariana Chenillo (México)
Deuses (Dioses), de Josue Mendez (Peru)
A Criada (La Nana), de Sebastian Silva (Chile)
Histórias Extraordinárias (Historias extraordinarias), de Mariano Llinás (Argentina)
Arranca-me a Vida (Arráncame la vida), de Roberto Sneider (México)
Um Namorado para Minha Esposa (Un Novio Para Mi Mujer), de Juan Taratuto (Argentina)
As Viagens Do Vento (Los Viajes del Viento), de Ciro Guerra (Colômbia)
Navidad, de Sebastian Lelio (Chile)
Chuva (Lluvia), de Paula Hérnandez (Argentina)
Luisa, de Gonzalo Calzada (Argentina)
A Beleza Da Luta (Lo Bello de la Pelea), de John Urbano (EUA)
O presente de Pachamama (El Regalo de la Pachamama), de Toshifumi Matsushita (Japão)
Boogie (Boogie, El Aceitoso), de Gustavo Cova (Argentina) (animação)
Lake Tahoe, de Fernando Eimbcke (México)
O menino peixe (El niño pez), de Lucía Puenzo (Argentina/Espanha)
A sereia e o mergulhador (La sirena y el buzo), Mercedez Mocanda Rodríguez (México/Espanha)
Cornucópia (El Cuerno de la abundancia), de Juan Carlos Tabío (Espanha/Cuba)
Turistas, de Alicia Scherson (Chile)
Purgatório (Purgatorio), de Roberto Rochin (México)
O último verão de La Boyita (El último verano de la Boyita), de Julia Solomonoff (Argentina/Espanha)
Para quem você ligaria? (A quien Llamarias?), de Martin Viaggio (Argentina)

Isabelle Huppert

A Comédia do Poder (L'ivresse du pouvoir), de Claude Chabrol (França)
8 Mulheres (8 Femmes), de François Ozon (França)
Um amor tão fácil (La Dentellière), de Claude Goretta (França)
Mulheres diabólicas (La Cérémonie), de Claude Chabrol (França)
A Separação (La Séparation), de Christian Vincent (França)
Entre nós (Coup de foudre), de Diane Kurys (França)
A Lei De Quem Tem Poder (Coup de Torchon), de Bertrand Tavernier (França)

Jeanne Moreau - A Grande Dama do Cinema

Jeanne Moreau - Um Retrato Íntimo (Jeanne M. Côté Cour, Côté Coeur), de Josée Dayan, Pierre-André Boutang e Annie Chevallay (França)
Jeanne Moreau, conversas (Jeanne M. Conversations), de Josée Dayan (França)
Mais tarde, você vai entender... (Plus tard, tu comprendras...), de Amos Gitaï (França)
O Tempo Que Resta (Le Temps qui Reste), de François Ozon (França)

Imagens da Turquia

Mommo, de Atalay Tasdiken (Turquia)
O Mercado (Pazar - Bir ticaret masali), de Ben Hopkins (Turquia)
A Caixa de Pandora (Pandora'nin Kutusu), de Yesim Ustaoglu (Turquia)
Leite (Süt), de Semih Kaplano lu (Turquia)
Meu Raio De Sol (Hayat Va), de Reha Erdem (Turquia)
10 para as 11 (11' e 10 Kala), de Pelin Esmer (Turquia)

Mundo Gay

Ander, de Roberto Castón (Espanha)
O Fim do Amor (The End of Love), de Simon Chung (Hong Kong)
An Englishman in New York, de Richard Laxton (Reino Unido)
Árvores com Figos (Fig Trees), de John Greyson (Canadá)
Fantasma (Ghosted), de Monika Treut (Alemanha)
Os Tempos de Harvey Milk (The Times of Harvey Milk), de Rob Epstein (EUA)
Sinos Silenciosos (Wu Sheng Feng Ling), de Kit Hung (Suíça)
Morrer Como Um Homem, de João Pedro Rodrigues (Portugal)
Fúria (Outrage), de Kirby Dick (Estados Unidos)
Boy, de Auraeus Solito (Filipinas)
Homens, de Lucia Caus e Bertrand Lira (Brasil)
Depois de Tudo, de Rafael Saar (Brasil)

Midnight Movies

Human Zoo, de Rie Rasmussen (França)
Os Yes Men Consertam o Mundo (The Yes Men Fix the World), de Andy Bichlbaum, Mike Bonanno, Kurt Engfehr (EUA)
Sede de Sangue (Bak-Jwi), de Park Chan-wook (Coréia do Sul)
Vogue - A Edição De Setembro (The September Issue), de R.J. Cutler (EUA)
Big River Man, de John Maringouin (EUA)
Idoru, de João de Mendonça (Brasil/China)
Black Dynamite, de Scott Sanders (EUA)
Uma Moda Transgressora (Ein Traum In Erdbeerfolie), de Marco Wilms (Alemanha)
O Clone Volta Para Casa (Kuron Wa Kokyo Wo Mezasu), de Kanji Nakajima (Japão)
Tyson, de James Toback (EUA)
Hair India, de Raffaele Brunetti, Marco Leopardi (Itália)
A Town Called Panic (Panique au Village), de Stéphane Aubier, Vincent Patar (Bélgica)
Amargo (Amer), de Hélène Cattet, Bruno Forzani (Bélgica)
Em Busca do Paraíso (Heaven Wants Out), de Robert Feinberg (EUA)
Além do Jogo (Beyond the Game), de Jos de Putter (Holanda)
O Rei Da Fuga (Le roi de l?evasion), de Alain Guiraudie (França)
American Boy: o retrato de Steven Prince (American Boy: A Profile of Steven Prince), de Martin Scorsese (EUA)
American Prince, de Tommy Pallotta (EUA)
A Gruta, de Filipe Gontijo (Brasil)
When You're Strange, de Tom DiCillo (EUA)
Matadores de Vampiras Lésbicas (Lesbian Vampire Killers), de Phil Claydon (Reino Unido)
The Chaser (Choo Gyeok Ja), de Hong-jin Na (Coréia do Sul)

Dox

211: Anna, de Giovanna Massimetti, Paolo Serbandini (Itália)
Teto de vidro (The Glass House), de Hamid Rahmanian (Irã)
Nollywood Babilônia (Nollywood Babylon), de Ben Addelman, Samir Mallal (Canadá)
Os Sonhos Sobrevivem Ao Poder? (Le Pouvoir détruit-il le rêve?), de Jihan El-Tahri (Egito)
Amor, Sexo e Mobilete (Amour, sexe et mobylette), de Maria Silvia Bazzoli, Christian Lelong (França)
A China Continua Distante (China Is Still Far), de Malek Bensmail (França)
Rip: Um Manifesto Remixado (Rip: A remix manifesto), de Brett Gaylor (Canadá)
American Casino, de Leslie Cockburn (EUA)
Teatro de Guerra (Theater of War), de John Walter (EUA)
O Cerco Neoliberal (L'Encerclement - La démocratie dans les rets du néolibéralisme), de Richard Brouillette (Canadá)
Limites e Fronteiras

Por um instante, a liberdade (Pour un instant, la liberte), de Arash T. Riahi (França)
Rachel, de Simone Bitton (França)
A Madrugada do Mundo (L'aube du monde), de Abbas Fahdel (França)
Teza, de Haile Gerima (Etiópia)
A Batalha para o Tribunal (The Reckoning), de Pamela Yates (EUA)
Fixer: O Sequestro De Ajmal Naqshbandi (Fixer: The Taking of Ajmal Naqshbandi), de Ian Olds (EUA)
Lentes abertas: Iraque (Our emotions take the pictures: Open Shutters Iraq), de Maysoon Pachachi (Reino Unido)
O Menino e o Cavalo (The Horse Boy), de Michel Orion Scott (EUA)
Sussurros ao Vento (Sirta la gal ba), de Shahram Alidi (Iraque)
O Fogo Sob a Neve (Fire Under the Snow), de Makoto Sasa (EUA)
Estado de Emergência (Living in Emergency), de Mark N. Hopkins (EUA)
Playground (Playground / Playground), de Libby Spears (EUA)
Meio Ambiente

Pelo amor à água (Flow: For Love of Water), de Irena Salina (EUA)
Nossos filhos nos acusarão (Nos enfants nous accuseront), de Jean Paul Jaud (França)
Petróleo bruto (Crude), de Joe Berlinger (EUA)
Vamos Ganhar Dinheiro (Let's Make Money), de Erwin Wagenhofer (Áustria)
No Impact Man, de Laura Gabbert, Justin Schein (EUA)
Plastic Planet, de Werner Boote (Áustria)
Katanga Business, de Thierry Michel (França)
Roleta da fortuna (Good Fortune), de Landon Van Soest (EUA)

Mostra Geração

Quem tem medo do lobo? (Kdopak by se vlka Bál), de Maria Procházková (República Tcheca)
Eu Sei Que Você Sabe (I Know You Know), de Justin Kerrigan (Reino Unido)
O Lar Das Borboletas Escuras (Tummien Perhosten Koti), de Dome Karukoski (Finlândia)
Cadê meu irmão? (Mein Bruder ist ein Hund), de Peter Timm (Alemanha)
Somos Todos Diferentes (Taare Zameen Par), de Aamir Khan (Índia)
Valo, de Kaija Juurikkala (Finlândia)
As aventuras de Gui & Estopa, de Mariana Caltabiano (Brasil)

50 anos com Asterix

Asterix & Obelix: Operação Cleópatra (Astérix & Obélix: Mission Cléopâtre), de Alain Chabat (França)
Asterix & Obelix contra César (Astérix et Obélix contre César), de Claude Zidi (França)
Asterix nos Jogos Olímpicos (Astérix aux Jeux Olympiques), de Frédéric Forestier e Thomas Langmann (França)

Homenagem a ARTE

A Agenda (L'Emploi du temps), de Laurent Cantet (França)
A Criança (L'Enfant), de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne (Bélgica)
A Noiva Síria (La Fiancée syrienne), de Eran Riklis (Israel)
ABC Colômbia (ABC Colombia), de Enrica Colussu (Itália/França)
As Luzes de um Verão (Mua he chieu thang dung), de Anh Hung Tran (Vietnã)
Bem-vindo à Europa (Welcome Europa), de Bruno Ulmer (França)
Bom trabalho (Beau travail), de Claire Denis (França)
Carmel, de Amos Gitai (Israel)
Claude Lévi-Strauss por ele mesmo (Claude Lévi-Strauss par lui-même), de Pierre-André Boutang e Annie Chevallay (França)
Cuba, uma odisséia africana (Cuba, une odyssée africaine), de Jihan El Tahri (França)
Dançando no Escuro (Dancer in the Dark), de Lars von Trier (Dinamarca)
De volta à Normandia (Retour en Normandie), de Nicolas Philibert (França)
Elogio ao amor (Éloge de l'amour), de Jean-Luc Godard (França)
O Mundo segundo a Monsanto (Le Monde selon Monsanto), de Marie Monique Robinf (França/Canadá)
Salamandra, de Pablo Aguero (Argentina)
Venho de um avião que caiu nas Montanhas (Stranded: I've Come from a Plane That Crashed on the Mountains), de Gonzalo Arijon (França)

SELEÇÃO BRASILEIRA

Longas de Ficção - competição

Bellini e o Demônio, de Marcelo Galvão
Cabeça a Prêmio, de Marco Ricca
O Sol do Meio Dia, de Eliane Caffé
Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos, de Paulo Halm
Hotel Atlântico, de Suzana Amaral
Natimorto, de Paulo Machline
O Amor Segundo B. Schianberg, de Beto Brant
Os Famosos e os Duendes da Morte, de Esmir Filho
Os Inquilinos, de Sérgio Bianchi
Sonhos Roubados, de Sandra Werneck
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes

Longas Documentários - competição

Belair, de Noa Bressane e Bruno Safadi
Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Penas Alternativas, de Lucas Margutti e Joao Valle
Reidy, A Construção da Utopia, de Ana Maria Magalhães
Sequestro, de Wolney Atalla
Tamboro, de Sergio Bernardes
Luto como Mãe, de Luiz Carlos Nascimento

Curtas - competição

25, de Vera Egito
A Ilha, de Ale Camargo
A Montanha Mágica, de Petrus Cariry
A Pensão dos Caranguejos, de Marcel Presotto
Ana Beatriz, de Clarissa Cardoso
Bom Dia, meu Nome é Sheila, de Ângelo Defanti
Doce Amargo, de Rafael Primot
Groelândia, de Rafael Figueiredo
O Coração às Vezes Para de Bater, de Maria Camargo
O Nome do Gato, de Pedro Ribeiro Coutinho
O Troco, de André Rolim
Olhos de Ressaca, de Petra Costa
Predileção, de Márcio Garcia
Quase todo Dia, de Gandja Monteiro
Sildenafil, de Clovis Mello
Um Dia de Sorte, de Beto Moreira

HORS CONCOURS

Longas de Ficção

Antes que o Mundo Acabe, de Ana Luiza Azevedo
Insolação, de Daniela Thomas e Felipe Hirsch
Olhos Azuis, de José Joffily
Longas Documentários

À Margem do Lixo, de Evaldo Mocarzel
Alô Alô Terezinha, de Nelson Hoineff
Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski

Curtas
O Príncipe Encantado, de Sérgio Machado
O teu Sorriso, de Pedro Freire

MOSTRA NOVOS RUMOS - mostra criada especialmente para revelar jovens talentos
A Falta Que Nos Move, de Christiane Jatahy
Fluidos, de Alexandre Carvalho
Intruso, de Paulo Fontenelle
Inversão, de Edu Felistoque
Morgue Story - Sangue, Baiacu e Quadrinhos, de Paulo Biscaia Filho
O Paraíba, de Samir Abujamra
Sem Fio, de Tiaraju Aronovich
Vida de Balconista, de Cavi Borges e Pedro Monteiro

MOSTRA RETRATOS - sobre personalidades que se destacam na história do Brasil

A Raça Síntese de Joãosinho Trinta, de Paulo Machline e Giuliano Cedroni
B1 - Tenório em Pequim, de Felipe Braga e Eduardo Hunter Moura (sobre o judoca profissional Antonio Tenório, um dos poucos deficientes visuais no mundo a competir tanto em campeonatos paraolímpicos quanto regulares)
Caro Francis, de Nelson Hoineff (sobre o jornalista Paulo Francis)
Cildo, de Gustavo Moura (sobre o artista plástico Cildo Meireles)
Em Quadro, de Luiz Antonio Pilar (sobre os atores Milton Gonçalves, Zezé Mota, Ruth de Souza e Léa Garcia)
Notas Soltas sobre um Homem Só, de Carlos de Moura Ribeiro Mendes (sobre o maestro e compositor Camargo Guarnieri)
O Pequeno Burguês - Filosofia de Vida, de Edu Mansur (sobre Martinho da Vila)

MÚSICA - uma edição especial com quatro filmes sobre a música brasileira

Beyond Ipanema: Ondas Brasileiras na Música Global, de Guto Barra e Béco Dranoff.
Continuação, de Rodrigo Pinto (A intimidade da criação do compositor brasileiro Lenine)
Herbert de Perto, de Roberto Berliner e Pedro Bronz
Rock Brasileiro - História em Imagens, de Bernardo Palmeiro


Ufa! Conseguiu ler tudo? Eu não! ;=)

domingo, 20 de setembro de 2009

O representante brasileiro


Eu já deveria ter postado essa notícia desde sexta-feira, mas a verdade é que andei meio preguiçoso e com o tempo um tanto tomado nesses últimos dias. De qualquer forma, vai o registro. Conforme já noticiado até pelo Jornal Nacional, o longa brasileiro que tentará uma vaga entre os indicados ao Oscar de filme estrangeiro em 2010 é "Salve Geral", filme de Sérgio Rezende protagonizado por Andréa Beltrão que tem como enfoque o terror que o PCC provocou em São Paulo em maio de 2006. Mais um filme, portanto, com a temática da "violência social". Vamos esperar que dessa vez eles tenham acertado, pois foi uma piada a escolha de "Última Parada 174" no ano passado. O filme estreia dia 02 de outubro em circuito comercial. Os indicados ao Oscar serão divulgados no dia 02 de fevereiro e a entrega dos prêmios será no dia 07 de março de 2010.

sábado, 19 de setembro de 2009

Musas do Escurinho #9


Olhando assim essa foto discreta talvez você não perceba todo o potencial de Marisa Tomei, essa mulher que tem um corpaço. Veja "O Lutador" e comprove essa afirmação. Ah, e o filme é ótimo também!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Goiamum Audiovisual - Mostra Glauber


Pedro Fiúza, um dos coordenardores do Goaimum Audiovisual, esclareceu as datas da mostra Glauber Rocha. Os dias para cada longa do genial criador do Cinema Novo são os seguintes:

Barravento - 15.08.09
Ficção, longa-metragem, 35mm, preto e branco, 80 minutos, 1961
http://www.tempoglauber.com.br/f_barravento.html

Deus e o Diabo na Terra do Sol - 16.08.09
Ficção, longa-metragem, 35mm, preto e branco. 125 minutos, 1963
http://www.tempoglauber.com.br/f_deus.html

Terra em Transe - 17.08.09
Ficção, longa-metragem, 35mm, preto e branco, 115 minutos, 1967
http://www.tempoglauber.com.br/f_terra.html

O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro - 18.08.09
Ficção, longa-metragem, 35mm, colorido, 95 minutos, 1969
http://www.tempoglauber.com.br/f_dragao.html

Sempre às 19h, no auditório da Biblioteca Zila Mamede (UFRN).

Valeu pelo esclarecimento, Pedro! Um abraço e apareça sempre por aqui!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Patrick Swayze: 1952 - 2009



Faleceu ontem, 14/09/2009, o ator Patrick Swayze, protagonista de dois dos filmes mais queridos entre as mulheres: "Ghost" e "Dirty Dancing". O eterno galã foi vitimado por um câncer de pâncreas, contra o qual lutava há 20 meses, e morreu ao lado da família. Que Deus o receba em paz.

No link abaixo você pode conferir uma das performances mais famosas do bailarino Swayze:

Time Of My Life.

Filmes Para Ver Antes de Morrer


Brinquedo Proibido



Antes da Nouvelle Vague



René Clément é provavelmente o diretor francês mais atacado pela “Cahiers du Cimemá”, o lendário periódico editado por André Bazin que serviu de ninho para alguns críticos se aventurarem em uma nova forma de se fazer cinema. Os criadores da chamada “Nouvelle Vague” (nova onda, em francês), entre eles ninguém mais, ninguém menos que François Truffaut e Jean-Luc Godard, tinham o hábito de ridicularizar Clément, colocando-o como exemplo do cinema comercial então vigente na França, modelo de produto não autoral que não deveria ser seguido. Para os adeptos da Nouvelle Vague, os verdadeiros diretores eram aqueles que deixavam traços autorais, marcas de artista em cada um de seus longas e Clément, segundo eles, era uma espécie de diretor “cosmético”, que fazia filmes destinados apenas a entreter as famílias nos fins de semana. Entretanto, com o passar do tempo, podemos perceber o quanto havia de pura birra da nova geração com a antiga. Vale dizer que Truffaut e Godard eram fãs do cinema americano, seus ídolos eram diretores como Hitchcock (que desde os anos 40 já dirigia nos EUA), John Ford e Howard Hawks e o cinema americano é justamente a mais notável influência na carreira de René Clément. Este, por sua vez, estava longe de se limitar a fazer filmes meramente comerciais e um belo exemplo de seu caráter mais profundo e autoral é “Brinquedo Proibido” (Jeux Interdits), seu longa de 1952.

Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza e vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro (além de uma indicação de melhor roteiro, escrito por François Boyer e o próprio Clément, ao prêmio da Academia), talvez este seja um dos filmes que mais conseguiram sucesso em equilibrar temas pesados com uma certa leveza. Principalmente se lembrarmos que Clément consegue extrair bom humor da narrativa ainda há poucos anos do fim da Segunda Guerra Mundial, e sem jamais perder o foco do aspecto central da obra: a necessidade de superar as perdas e seguir em frente.

A trama narra a história de uma garotinha por volta dos 6 anos de idade, Paullete (Brigitte Fossey), que vê os pais morrerem diante dos seus olhos durante um bombardeio a um grupo de refugiados que saíam de Paris para o interior. Com seu cachorrinho, também morto, nos braços a menina acaba encontrando Michell (Georges Poujouly), um garoto por volta de seus 11 anos, integrante de uma família camponesa, os Dollé. Juntos, os dois criam um cemitério para os animais que encontram mortos, colocando cruzes em cada uma de suas “tumbas”. Uma forma de resistência das duas crianças para com a brutalidade do mundo que os rodeia. Brutalidade advinda não apenas do conflito armado, mas também do meio humano. A família de Michell está sempre mais preocupada com sua rivalidade com os vizinhos do que em dar a sensação de segurança e afeto para as crianças. Dentro deste ambiente, não é à toa que Michell enxergue Paullete como sua verdadeira família e, por isso, despende tantos esforços para atender aos desejos e projetos da inocente garota. Esta, por sua vez, simboliza no intento de enterrar seu cão (e os demais animais mortos que vão formando o pequeno cemitério) a vontade de que igual tratamento fosse dado a seus pais. Clément parece enxergar a necessidade de não só a França, mas toda a Europa, enterrar seus mortos e seguir em frente, etapa necessária para a superação dos traumas recentes e a busca por uma nova perspectiva de futuro.

Essa ótica infantil diante de um conflito faria escola no cinema. Percebe-se claramente sua influência em longas como “Império do Sol”, de Steven Spielberg, onde um garoto perde-se dos pais e passa também a enfrentar o desamparo em um mundo inóspito. Ademais, o diretor parece ser um dos precursores em desenvolver uma estética de filmar a guerra, como na mencionada sequência inicial do bombardeio sobre o grupo de refugiados, um domínio da técnica cinematográfica que talvez irritasse os jovens da “Cahiers du Cinemá”, domínio que estes não possuíam (e que os levaria a trazer uma revolução para o cinema no estilo “faça você mesmo” da Nouvelle Vague). O know-how de Clément, ademais, se estendia para além do plano fotográfico, alcançando ainda a utilização da trilha sonora como catalisador dramático e também se mostrando capaz de uma ótima direção de atores. Afinal, o longa se mostraria estéril sem a presença de cena e carisma dos atores mirins. Brigitte Fossey, a garotinha, ironicamente iria se tornar no futuro uma das atrizes de “O Homem Que Amava As Mulheres”, de Truffaut (para depois sumir, tanto quanto Poujouly, o ator mirim, também sumiu, algo bastante comum entre estrelas infantis).

O final em aberto do filme faz notar claramente que agradar às massas não era a preocupação primordial de seu diretor. Há, sim, uma preocupação com um envolvimento da plateia, mas isso está longe de constituir um defeito. Afinal, existe filme mais chato do que aquele que o cineasta realiza apenas pra si mesmo? É esse o tipo de cinema que Godard, por exemplo, acabou por realizar em sua fase mais “madura”, filmes que, em sua maioria, ninguém consegue assistir inteiros. Com todo o respeito aos revolucionários da Nouvelle Vague (que realizaram obras-primas definitivas da sétima arte, é bom recordar), mas eles deviam relembrar algumas lições dos velhos diretores franceses de como realizar uma obra autoral sem levar o público ao tédio, meta plenamente alcançada por este “Brinquedo Proibido”.

Classificação: * * * * * (cinco estrelas)
Nota: 10,0

domingo, 13 de setembro de 2009

Goiamum Audiovisual


Esta semana, a partir do dia 14/09 (segunda-feira), terá início a terceira edição do Goiamum Audiovisual, festival potiguar destinado a estimular a produção local independente além de procurar cativar novos adeptos para a sétima arte. Este ano, algumas pedidas são ótimas como o debate com Beto Brant, um dos mais elogiados diretores da retomada do cinema nacional (ocasião em que também será exibido um dos seus filmes, escolhido pelo público em votação no site do projeto), além da mostra em homenagem aos 70 anos de nascimento do lendário diretor Glauber Rocha, com exibição de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", "Terra em Transe", "Barravento" e "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro". Outra mostra interessante é a "24 Quadrinhos Por Segundo" que, como próprio nome deixa entrever, é destinada a abordar a estreita relação entre cinema e quadrinhos, valendo destaque o documentário sobre o gênio louco das HQs Alan Moore ("The Mindscape Of Alan Moore").

A programação você pode conferir no site do evento. Entretanto, vai aqui uma crítica. Os dados da programação estão muito incompletos. Sequer sabemos exatamente quando cada filme será exibido. Eu, por exemplo, tenho interesse de ver "Terra em Transe", do Glauber, mas como vou descobrir em qual dos quatro dias dedicados à mostra desse diretor ele será exibido? Fica aqui a sugestão de melhora aos responsáveis pela publicidade e organização do evento.

sábado, 12 de setembro de 2009

Veneza 2009 - Vencedores

(Samuel Maoz segura o Leão de Ouro pelo filme "Lebanon")

"Lebanon", filme israelense dirigido por Samuel Maoz, foi o vencedor do Leão de Ouro na 66ª edição do Festival de Veneza. O longa retrata a guerra do Líbano em 1982 a patir da perspectiva de soldados dentro de um tanque. O prêmio ratificou a tendência política desta edição do mais antigo festival de cinema do mundo. “Obrigado pela felicidade que estou sentindo agora. Dedico este prêmio às milhares de pessoas que voltaram da guerra, como eu, sãos e salvos. Milhares de pessoas que aprenderam a viver e até sorrir sentindo dor”, afirmou o diretor israelense. O prêmio especial do júri (que foi presidido esse ano por Ang Lee) foi para o longa alemão "Soul Kitchen", dirigido pelo alemão de origem turca Fatih Akin. Outro destaque foi o urso de prata de direção para a iraniana Shirin Neshat, com o filme "Women Without Men", longa que trata das lutas femininas no país dos Aiatolás desde os anos 50 até os dias atuais, tomando como ponto de partida o golpe de Estado que reconduziu o xá ao poder em 1953, derrubando o primeiro-ministro Mohammad Mossadegh. “Estou quase desmaiando”, disse a diretora. “Obrigada, Marco Müller, por acreditar neste filme quando todas as forças estavam contra nós. Este é um projeto verdadeiramente internacional. A mensagem desse filme é a luta por liberdade e democracia. Ele fala ao mundo e ao meu país como temos lutado por democracia há 100 anos. Faço um apelo ao governo do Irã, para que dê ao povo seus direitos humanos básicos, liberdade e democracia e que faça as pazes com o povo do Irã.”

Abaixo, segue a lista dos vencedores, com destaque ainda para Colin Firth, vencedor do prêmio de melhor ator pelo filme "A Single Man". Confira.

Melhor filme – Leão de Ouro: “Lebanon” (Israel)
Prêmio especial do júri: “Soul Kitchen”, de Fatih Akin
Melhor direção: Shirin Neshat, “Women Without Men”
Melhor ator: Colin Firth, “A Single Man”
Melhor atriz: Ksenia Rappoport, “La Doppia Ora”
Melhor ator ou atriz emergente: Jasmine Trinca, “Il Grande Sogno”
Melhor roteiro: Todd Solondz, por “Life During Wartime”
Melhor contribuição técnica: Sylvie Olivé, por “Mr. Nobody”
Melhor filme de estreia: “Engkwentro”, de Pepe Diokno
Controcampo Italiano: “Negli Occhi”, de Francesco Del Grosso e Daniele Anzelotti
Prêmio da mostra: “Cosmonauta”, de Susanna Nichiarelli
Mostra Horizontes: "Engkwentro", de Pepe Diokno (o Brasil tinha dois longas nessa mostra, mas saiu de mãos abanando)
Prêmio Fipresci (Associação de Críticos Internacionais): "Lourdes", de Jessica Hausner

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Filmes brasileiros na corrida pelo Oscar


Essa semana foi divulgada a lista de 10 filmes inscritos para tentar uma vaga entre os indicados de filme estrangeiro ao Oscar 2010. Segue a lista abaixo:

* Besouro, de João Daniel Tikhomiroff
* Budapeste, de Walter Carvalho
* O Contador de Histórias, de Luiz Villaça
* Feliz Natal, de Selton Mello
* A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele
* Jean Charles, de Henrique Goldman
* Síndrome de Pinnochio - Refluxo, de Thiago Moyses
* O Menino da Porteira, de Jeremias Moreira
* Se Nada Mais Der Certo, de José Eduardo Belmonte
* Salve Geral, de Sérgio Rezende

Dentre estes, "Besouro" e "Salve Geral" ainda não tiveram sua estreia em circuito comercial. Assim, os distribuidores terão que antecipar algumas sessões para que eles se encaixem dentro das regras da Academia, as quais exigem que o filme tenha sido exibido comercialmente no Brasil entre 1º de outubro de 2008 e 30 de setembro de 2009.

Vamos esperar que a tal comissão do Ministério dessa vez saiba escolher bem o nosso representante, algo que não ocorreu no ano passado.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Veneza 2009 - George Clooney acuado

Esse Veneza 2009 está um barato. Há muito tempo não havia um festival tão divertido. Depois da presença de Hugo Chávez no tapete vermelho, comparecendo à exibição do documentário de Oliver Stone "South Of The Border" (que é sobre o próprio Chávez, ao que parece um tanto "maquiado" por Stone em sua ânsia de criticar a política externa dos EUA; não sou daqueles que enxergam Chaves como uma espécie de besta do Apocalipse, mas daí a colocá-lo como "herói" já vão outros quinhentos...), ontem a coisa caiu mesmo na palhaçada durante a entrevista coletiva de atores (George Clooney e Ewan McGregor) e diretor (Grant Heslov) do filme "The Men Who Stare The Goats". Tudo começou com uma repórter espanhola dizendo que amava George Clooney e perguntando quando iria se casar.“Fico feliz que você tenha me perguntado isso, porque em 20 anos de carreira nunca me fizeram essa pergunta”, respondeu Clooney. Um outro jornalista apoveitou a deixa e indagou sobre os rumores de que ele seria gay. Pra completar o quadro, terminando a coletiva-circo, um repórter da televisão italiana fez um verdadeiro espetáculo dizendo para o ator “escolhê-lo" enquanto tirava toda a roupa, ficando só de cueca e gravata. “É tão terrível quando alguém tenta uma piada que não tem graça nenhuma, é muito constrangedor. Mas boa tentativa. A gravata está bonita”, tentou brincar o ator que atiça os sonhos da ala feminina do mundo (e, ao que parece, também da ala gay). O repórter-palhaço teve sua credencial apreendida. Pior mesmo é ver um cara feio desses quase pelado. Fosse alguma repórter sinuosa, estaria perdoada a sua indiscrição.


Em tempo: Michael Moore foi ovacionado com seu "Capitalism: A Love Story", em uma sessão completamente lotada. Será que leva O Leão de Ouro dessa vez, assim como levou a Palma de Ouro por "Farenheit 11 de Setembro"? Moore é panfletário, mas quem disse que documentários têm que ser "neutros"? Afinal, o outro lado moeda já vemos todos os dias na TV.

À Deriva


Quase à deriva

O que caracteriza o denominado “cinema da retomada”? Antes de responder cabe informar que essa é a expressão utilizada para identificar o cinema produzido no Brasil a partir de meados do anos 90, quando a produção nacional começou a se recuperar do grande baque que sofreu no fim dos anos 80 e início dos anos 90, período em que quase deixou de existir. Feito este esclarecimento, podemos encontrar duas vertentes marcantes nas produções da Terra Brasilis nestes últimos 15 anos. A primeira é a busca por formar um público consumidor para as películas nacionais. Buscando um parâmetro hollywoodiano, os realizadores brasileiros estão procurando criar um modelo de produção que se amolde ao gosto médio dos espectadores brasileiros. Isso passa, obviamente, pela qualidade técnica. Foi-se o tempo em que os filmes brasileiros apresentavam som inaudível e fotografia capenga. O bê-a-bá já foi absorvido e a plateia encara estes aspectos atualmente como mera obrigação e não mais um atrativo. Por outro lado, o gosto do brasileiro médio é bastante contaminado pelo padrão Globo de dramaturgia. E isso tem implicado em filmes com uma linguagem primordialmente televisiva. O exemplo emblemático de filme talhado para as massas tupiniquins é o recente “E Se Eu Fosse Você 2”, longa de Daniel Filho, maior sucesso brasileiro da retomada.

Uma outra vertente do cinema da retomada é aquela que busca um destaque internacional, à procura de selos de qualidade que chancelem a existência de um cinema de autor em nosso país. São diretores que miram em festivais, prêmios e até mesmo no Oscar como forma de reconhecimento de que no Brasil também se faz cinema pensante. É o caso dos filmes de Walter Salles, por exemplo, que obteve o Urso de Ouro no Festival de Berlim e ainda conseguiu duas indicações ao prêmio da Academia de Hollywood. E há ainda aqueles que conseguiram ambos os intentos, como o caso clássico de “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, sucesso absoluto de público e crítica (não é à toa que figura entre 15 melhores da década no ranking do IMDB).

E é dentro deste último filão, o dos filmes que procuram agradar crítica e público, que parece querer se encaixar este “Á Deriva”, novo longa metragem de Heitor Dhalia (diretor de “Nina” e do elogiado “O Cheiro do Ralo”). Para começo de conversa, o filme pretende a todo momento fisgar o espectador pela imagem. Até mesmo pela ambientação apresentada, uma cidade de veraneio, cheia de praias, céu azul e ondas espumantes, tudo com fotografia caprichada que realça os dourados dos raios solares e corpos transbordando de sensualidade (principalmente o das adolescentes, o que me fez enxergar um certo viés “lolitiano” do diretor de fotografia Carlos Della Rosa). Perfeita fórmula atraente para se mostrar um dos momentos típicos da doce vida burguesa: as férias de verão.

É nesse ambiente que Felipa (a estreante Laura Neiva, descoberta através do Orkut) vive as situações típicas da adolescência: pegações, namoricos bobos, atitudes igualmente tolas e sem sentido, quando se depara com uma situação que realmente lhe trará uma perspectiva diferente da vida. Ela descobre que seu pai (Vincent Cassel) tem uma amante (Camilla Belle), enquanto sua mãe (Débora Bloch) parece afundar cada vez mais no alcoolismo. Ou seja, trata-se de mais um longa sobre ritos de passagem, temática frequente em filmes com maiores pretensões, mas também bastante utilizada em produtos para o grande público. Entretanto, a primeira metade do filme se mostra tediosa, cansativa, principalmente para uma faixa etária mais madura, sem muita paciência para namoricos adolescentes. Entretanto, no último terço do longa as cores parecem tomar outro contorno, mais complexo, e creio que foi justamente essa pequena reviravolta do roteiro (escrito pelo próprio Dhalia) que fez o longa acabar sendo exibido em Cannes, dentro da mostra “Um Certain Regard”. Nada de muito espetacular (talvez até alguns percebam antes os tais rumos), mas é inegável que o filme ganha muito em seu final. Ainda assim, o tédio seria completo não fossem as boas atuações do elenco. Tanto Vincent Cassel quanto Débora Bloch estão bastante convincentes em seus papéis e Laura Neiva mostra-se uma ótima surpresa ao conferir muita credibilidade às inquietudes e surpresas de Felipa. Sua expressão em algumas cenas é a responsável por dar significado ao título “À Deriva”. Claro que aí entra também a sensibilidade de Heitor Dhalia, o qual mostra competência ao abordar o universo feminino, em contraposição ao seu longa anterior, o masculino “O Cheiro do Ralo”.

Contudo, “Á Deriva” está fadado a não agradar nem muito ao público médio nem à crítica. Não é envolvente o suficiente para conquistar o primeiro (apesar da bela fotografia e do “lolitismo”) e nem tem recursos artísticos que impressionem a segunda. Neste último aspecto, vale dizer que a perda da virgindade como uma espécie de transição para a vida adulta é uma metáfora já bastante clichê (além de obviamente falsa). E, no fim das contas, em um resultado mediano, Heitor Dhalia acaba apenas escapando de não deixar seu filme literalmente à deriva. Tal constatação me permite concluir que os aplausos entusiasmados depois de sua exibição em Cannes vieram mesmo de uma plateia repleta de brasileros...

Cotação: * * * (três estrelas)
Nota: 7,0

domingo, 6 de setembro de 2009

Up - Altas Aventuras


Mais um belo voo da Pixar


Existe algum elogio aos estúdios Pixar que já não tenha sido dito? Esta é uma pergunta pertinente, pois que, nos último anos, a fábrica de ideias comandada por John Lasseter parece, a cada novo longa de animação lançado, superar os seus feitos anteriores. E, é importante sublinhar, sem cair na mesmice ou repetir fórmulas de sucesso. E também sendo ousada o suficiente para conceber provocações como a de realizar uma parcela significativa de seus produtos de uma maneira que lembra o cinema mudo (o chapliniano “Wall-E”) ou exigindo referências culturais menos populares (como em “Ratatouille”, que coloca os elementos da sofisticada cozinha francesa para o grande público). Assim, nos acostumamos a aguardar uma obra-prima a cada lançamento do estúdio que desbancou a Disney do primeiro lugar no pódio das animações (e obrigou a Casa do Mickey a comprar a concorrente, no melhor esquema capitalista de vencer o inimigo).

Agora, com este “Up – Altas Aventuras”, percebemos que o céu é literalmente o limite para a Pixar. Afinal, a sua premissa, por si só, já foge dos padrões pré-estabelecidos ao colocar um idoso de 78 anos como protagonista de uma animação mainstream que busca atingir todos os públicos. E ainda mais estabelecendo uma dupla aventureira entre o Sr. Carl Fredricksen (voz de Chico Anysio na versão em português, excelente, é bom dizer) e Russel, um garoto escoteiro de 8 anos, numa inusitada parceria entre a primeira e a terceira idades. O paralelo entre essas duas fases da vida é estabelecido desde o início, quando o longa inicia-se mostrando a infância de Carl e o início de sua amizade com Ellie, que mais tarde viria a se transformar em sua esposa. Uma “introdução” belíssima, como poucas vezes é vista no cinema atual, sendo equiparada apenas pela introdução cinema mudo de “Wall-E”.

Por sinal, aula de cinema é o que a Pixar vem realizando já faz um bom tempo. Em todos os seus longas há sempre a preocupação com a empatia e envolvimento emocional entre os espectadores e os personagens. E isso é realizado sempre através de uma ótima caracterização dos mesmos, fazendo com que entendamos as suas motivações. Seus personagens sempre são tridimensionais, cheios de sonhos e até defeitos. Afinal, a Pixar faz filmes para toda a família, não apenas para os pequenos (como fazia a Disney até há algum tempo). Carl é o típico caso de um velhinho que se tornou ranzinza e isolado após a morte de sua esposa. E isso inclui tomar atitudes pouco louváveis, como agredir um funcionário de uma construtora que quer comprar a casa onde ele passou toda sua vida com Ellie.

Entretanto, é justamente na realização dos sonhos que “Up” se foca. O grande sonho de Ellie, ao longo de toda sua existência, era o de conhecer o famoso “Paraíso das Cachoeiras”, região perdida da América do Sul desbravada pelo ídolo de infância de ambos: Charles Muntz. Contudo, devido àquelas várias circunstâncias da vida, eles não conseguem concretizar o desejo enquanto Ellie está viva. E Carl parte para realizá-lo depois de sua morte, usando para isso uma infinidade de balões amarrados à sua casa (não, o filme não é baseado na história do padre brasileiro que voou amarrado a balões e acabou morrendo nessa empreitada). Talvez “Up” seja a animação que mais aborde, de forma clara e direta, a temática do luto. Tudo bem que o “O Rei Leão” e “Bambi” já haviam mostrado o tema da perda com cores fortes, mas o luto aqui é bem mais desenvolvido e humanizado que nos dois clássicos da Disney. Toda a ação neste “Altas Aventuras” é decorrente do luto de Fredericksen e de seu sentimento de que a vida só faz sentido com a presença de Ellie. Se não fisicamente, mas através da concretização dos sonhos compartilhados.

Todos esses elementos são mostrados com a competência de sempre pela Pixar. Falar de seus aspectos técnicos e elogiá-los é redundância, ainda mais agora com o crescimento da tecnologia 3D. A direção de Pete Docter e Bob Peterson (que também são os roteiristas) é segura como sempre e, mesmo que o roteiro peque um pouco em alguns aspectos (como a abordagem apressada dos fatos que levam ao embate entre o vilão e nossos heróis), isso é facilmente superado se compreendermos que as animações do estúdio são voltadas também para as crianças (é importante lembrar disso :=)). Não faltam ainda as tradicionais referências cinematográficas, levadas a cabo de forma bem mais sofisticada que nas animações da Dreamworks, estas muitas vezes bobas e até cansativas no seu intuito tolo de querer ser “pop” e “descolado”. Aqui, temos referências até a “Cidadão Kane”, passando ainda pelas fisionomias dos personagens (a de Carl me lembrou Spencer Tracy e a de Muntz a de Kirk Douglas). E é interessante observar com o cinema americano parece estar voltando seus olhos para a terceira idade (alguns momentos do filme me lembraram o recente “Gran Torino”, do genial Clint Eastwood).

Havendo espaço para muitas risadas (Russel é mesmo um garotinho impagável) e abordagem ecológica (algo que já havia acontecido em “Wall-E”), o que mais marca em “Up” são mesmo as lágrimas. Não que o filme seja triste, longe disso, mas sua veia emocional é tão desenvolvida e cativante que poderá fazer muitos, até mesmo os mais durões, deixarem aquela pequena lágrima escorregar ainda no início da projeção. Vou confessar aqui que isso aconteceu comigo. E é importante recordar, como já mencionei em outras oportunidades, que raramente deixo lágrimas caírem em filmes (a última vez, pelo menos que eu lembre, havia sido em “Cinema Paradiso”, ao qual assisti por volta dos 14 anos). A Pixar Animation Studios dá mais uma grande contribuição à arte cinematográfica. Não é à toa que John Lasseter será homenageado este ano no corrente “Festival de Veneza” exatamente por isso: as constantes aulas de cinema ministradas pelo estúdio que comanda.

Obs. Não deixe de chegar cedo à sessão para assistir ao divertido curta “Parcialmente Nublado”.

Cotação: * * * * * (cinco estrelas)
Nota: 10,0

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Veneza - Abertura e Decote


Começou hoje a 66ª edição do Festival de Veneza. Mais do que "Baaría", novo longa de Giuseppe Tornatore que abriu o evento (e que teve fraca recepção), o que mais chamou a atenção no dia foi o decote de Maria Grazia Cucinotta, atriz italiana escolhida como madrinha desta edição. De fazer qualquer fotógrafo tropeçar...

Longa metragem que realmente chamou a atenção foi "A Estrada", de John Hillcoat, estrelado por um Viggo Mortensen envelhecido num planeta Terra pós-apocalíptico, onde não sobrou qualquer animal e as pessoas vagam em busca de comida (e isso inclui carne humana). O roteiro é uma adaptção de um romance de Comarc McCarthy (o mesmo de "Onde Os Fracos Não Têm Vez"). O filme, segundo está circulando por aí, é bem forte e exige bastante estômago. A premissa, ao menos, é interessante.