O prêmio de melhor filme estrangeiro dado a "O Segredo de Seus Olhos", filme de Juan José Campanella, no Oscar 2010, parece ter levado para o âmbito cinematográfico a rivalidade existente entre Brasil e Argentina no futebol. Há alguns dias, o filósofo Luís Felipe Pondé publicou, na Folha de São Paulo (e que você pode ler aqui), artigo, com conteúdo beirando o reacionário, em que afirmava a superioridade do cinema argentino sobre o brasileiro. O texto gerou várias reações (até no site do Zé Dirceu houve manifestações contrárias sobre a posição de Pondé). Uma destas reações veio de Marcelo Lyra, crítico que contribui com o site "Cinequanon" e que publicou resposta interessante que você pode ler aqui. Não concordo em todos os pontos, mas o texto de Marcelo é extremamente bem fudamentado e demonstra um conhecimento muito mais aprofundado sobre cinema (e mesmo cultura) que o Sr. Pondé em suas linhas toscas. Vale à pena ler, até para se inteirar da discussão e procurar formar uma opinião. Recomendo.
Essa questão fica por conta do fato que o cinema argentino está bem mais amadurecido do que o nosso. Ainda nos prendemos muito a certos assuntos que se tornaram batidos demais para serem retratados. Favela-Bandido-Violêencia-Polícia já deu no que deu. O nosso cinema está indo por outros caminhos e está se dando bem, vide À Deriva, Apenas o fim, Nosso Lar, Chico Xavier... mais cedo ou mais tarde iremos ficar no páreo. Assim espero!
ResponderExcluirRobson, o texto de Marcelo Lyra rebate exatamente este argumento. Na verdade, o cinema argentino também possui obsessões temáticas. A ditadura militar argentina é uma delas. O que costumamos ver nos cinemas brasileiros é uma produção argentina filtrada ao gosto internacional, especialmente no que diz respeito a Oscar. E é bom lembrar que, se o hermanos ganharam dois prêmios da Academia, jamais levaram a Palma de Ouro em Cannnes...
ResponderExcluirNão se trata da questão de ser melhor ou pior. Acho que nossos hermanos argentinos têm sido mais felizes na escolha de seus projetos e temáticas do que nós, que continuamos repetindo lenga-lengas como violência, favela e ditadura. Está na hora de virar a página já!
ResponderExcluirCultura? o lugar é aqui:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Pseudo,
ResponderExcluirConcordo que está na hora de virar a página. Como já disse o Rubens Ewald, os cineastas brasileiros parecem eternamente viver à sombra do Glauber. Por outro lado, como disse acima, o cinema argentino também tem lá suas obsessões. O que talvez agrade mais à Academia seja a embalagem dos longas argentinos, mais condizente com o formato do Oscar.