segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vai dar "O Discurso do Rei"!


Com a premiação de ontem à noite do Sindicato de Atores (Screen Actors Guild) não resta dúvida de que "O Discurso do Rei" se transformou no favorito ao Oscar de melhor produção de 2010. O longa levou os prêmios de melhor elenco e ator. A classe dos atores é a mais numerosa entre os votantes da Academia de Hollywood. Adiocione a isto os prêmios que o longa de Tom Hooper já levou do Sindicato dos Produtores e Diretores e fica difícil qualquer outro concorrente derrubá-lo, mesmo que este seja "A Rede Social", de David Fincher. Também já restam certas as estuetas carecas para Colin Firth, Natalie Portman, Christian Bale e Melissa Leo (vencedores do prêmio SAG nas categorias de ator, atriz, ator coadjuvante e atriz coadjuvante, respectivamente). Agora é só aguardar o dia 27 próximo.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Tom Hooper bateu David Fincher





E Tom Hooper, diretor de "O Discurso do Rei", levou o prêmio do Sindicato dos Diretores neste último sábado 29/01.Confesso que para mim foi uma premiação inesperada. Apostava minhas fichas em David Fincher,o qual mostra, mais uma vez, que pode não ser muito bem relacionado no seu meio. Em raras ocasiões a escolha do Director's Guild não foi confirmada pela Academia de Hollywood (seis vezes, mais precisamente). Bom lembrar também que o Sindicato dos Produtores já premiou "O Discurso do Rei" como melhor filme. Agora, com o prêmio dos diretores, que possuem enorme influência na Academia, não se pode negar que este filme da Weinstein Company se tornou o favorito para o Oscar. Hoje à noite teremos a premiação do Sindicato dos Atores (transmitido pela TNT)o que pode denotar mais uma tendência (mas os atores não têm prêmio de melhor filme e o prêmio para o elenco não significa muito neste sentido). Estou pressentindo que o Oscar pode retroceder uns 10 anos no tempo e premiar aqueles filmes dos Weinstein programadinhos para receber o prêmio máximo do cinema comercial. Uma pena...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Trilha Sonora #15


Quem já assistiu a "Apocalypse Now", uma da obras máximas do gênio Francis Ford Coppola, deve se lembrar de sua abertura impactante, ao som da voz inconfundível de Jim Morrison cantando "The End", uma das melhores canções do "The Doors". De arrepiar! Ouça abaixo!


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Rei sai na frente e o Brasil está no Oscar!


A premiação do Sindicato dos Produtores já havia dado a dica e, hoje, com suas 12 indicações, “O Discurso do Rei” assumiu ares de favorito ao Oscar 2011. No mínimo, deixou a corrida bem menos previsível do que se supunha há alguns dias, quando, diante dos repetidos prêmios para “A Rede Social”, a comunidade cinéfila já vinha considerando o filme de David Fincher imbatível. Por outro lado, é bem verdade que não existe nenhuma surpresa entre os 10 concorrentes ao prêmio de melhor filme. Algumas outras categorias, contudo, não foram tão previsíveis assim. Vamos aos indicados e respectivos comentários nas principais categorias, com grande destaque para o meio-brasileiro "Lixo Extraordinário".



Melhor filme

"Cisne Negro"
"Bravura Indômita"
"A Rede Social"
"Toy Story 3"
"A Origem"
"O Discurso do Rei"
"O Vencedor"
"127 Horas"
"Minhas Mães e Meu Pai"
"Inverno da Alma"

- Como dito acima, muito previsível. Destaque apenas para a indicação merecida de “Toy Story 3”, na minha opinião o melhor filme do ano.


Melhor direção

Darren Aronofsky - "Cisne Negro"
David Fincher - "A Rede Social"
David O. Russell - "O Vencedor"
Tom Hooper - "O Discurso do Rei"
Joel Coen e Ethan Coen - "Bravura Indômita"


- Aqui a primeira injustiça notável. Onde está a indicação para Cristopher Nolan pelo seu ótimo “A Origem”? Não dá pra entender. Nada contra os irmãos Coen (nem preciso tecer adjetivos a eles), mas sua indicação está com cheiro de arrumadinho, pois é muito estranho pretender premiar alguém por uma refilmagem.


Melhor ator

Javier Bardem - "Biutiful"
Jeff Bridges - "Bravura Indômita"
Colin Firth - "O Discurso do Rei"
James Franco - "127 Horas"
Jesse Eisenberg - "A Rede Social"

- Uma boa surpresa a inclusão de Javier Bardem. A cada ano a Academia vem se mostrando mais atenta ao que é feito fora dos EUA. A indicação do ator espanhol vai nessa direção. De lamentar só mesmo a exclusão de Leonardo DiCaprio, desde já o grande injustiçado do ano.


Melhor atriz

Annette Bening - "Minhas Mães e Meu Pai"
Natalie Portman - "Cisne Negro"
Nicole Kidman - "Reencontrando a Felicidade"
Jennifer Lawrence - "Inverno da Alma"
Michelle Wiliams - "Blue Valentine"

- Muitos reclamarão da exclusão de Julliane Moore. De qualquer forma, vai dar Natalie Portman. Não aposte em zebra porque não vai acontecer. Obs: que título infeliz deram para o filme com Nicole Kidman, não?



Melhor ator coadjuvante

Geoffrey Rush - "O Discurso do Rei"
Christian Bale - "O Vencedor"
Jeremy Renner - "Atração Perigosa"
John Hawkes - "Inverno da Alma"
Mark Ruffalo - "Minhas Mães e Meu Pai"

- Fiquei surpreso com a exclusão de Andrew Garfield, na minha visão a melhor presença de “A Rede Social”. Por outro lado, ,muito boa a lembrança de Mark Rufallo, um ótimo ator que há tempos já merece um maior reconhecimento.


Melhor atriz coadjuvante

Melissa Leo - "O Vencedor"
Amy Adams - "O Vencedor"
Helena Bonham Carter - "O Discurso do Rei"
Hailee Steinfeld - "Bravura Indômita"
Jacki Weaver - "Animal Kingdom"

- Será que Julliane Moore poderia ter sido indicada aqui? Mas esta é a categoria provavelmente mais equilibrada entre todas.


Melhor roteiro original

"Cisne Negro"
"A Origem"
"Anotyher Year"
"O Vencedor"
"O Discurso do Rei"

- Chance para Nolan levar um prêmio por seu “A Origem”. Mas, tenho a impressão que devem estar com vontade de premiar “O Discurso do Rei” também nesta categoria, até porque o roteirista do filme também já sofreu com a gagueira.

Melhor roteiro adaptado

"127 Horas"
"Bravura Indômita"
"A Rede Social"
"Toy Story 3"
"Inverno da Alma"

Previsível e vai dar “A Rede Social”.


Melhor animação

"Toy Story 3"
"Como Treinar o Seu Dragão"
"O Mágico"

Você tem dúvidas de que "Toy Story 3" vai levar o prêmio?


Melhor documentário

"Lixo Extraordinário"
"Trabalho Interno"
"Exit Through the Gift Shop"
"Gasland"
"Restrepo"

Ah, aqui vale o destaque para o parcialmente brasileiro (é uma coprodução com o Reino Unido) “Lixo Extraordinário”, que tem como codiretores os nossos compatriotas João Jardim e Karen Harley. Como diria Galvão Bueno, “bem, amigo, é o Brasil no Oscar”. Até lá! Abaixo, seguem as demais categorias.


Melhor filme estrangeiro

"Fora da Lei" (Argélia)
"Incendies" (Canadá)
"Em Um Mundo Melhor" (Dinamarca)
"Dente Canino" (Grécia)
"Biutiful" (México)


Melhor trilha sonora

Hans Zimmer - "A Origem"
Trent Reznor e Atticus Ross - "A Rede Social"
Alexandre Desplat - "O Discurso do Rei"
John Powell - "Como Treinar o seu Dragão"
A.R. Rahman - "127 Horas"

Melhor canção original

"Coming Home" - "Country Strong"
"I See the Light" - "Enrolados"
"If I Rise" - "127 Horas"
"We Belong Together" - "Toy Story 3"

Melhor edição

"127 Horas"
"Cisne Negro"
"A Rede Social"
"O Discurso do Rei"
"O Vencedor"

Melhor fotografia

"A Origem"
"Cisne Negro"
"A Rede Social"
"O Discurso do Rei"
"Bravura Indômita"

Melhor figurino

"O Discurso do Rei"
"Bravura Indômita"
"Alice no País das Maravilhas"
"I am Love"
"The Tempest"

Melhor direção de arte

"Alice no País das Maravilhas"
"A Origem"
"O Discurso do Rei"
"Bravura Indômita"
"Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I"

Melhor mixagem de som

"Salt"
"A Origem"
"O Discurso do Rei"
"Bravura Indômita"
"A Rede Social"

Melhor edição de som

"Toy Story 3"
"Tron - O Legado"
"A Origem"
"Bravura Indômita"
"Incontrolável"

Melhor maquiagem

"O Lobisomem"
"Caminho da Liberdade"
"Minha Versão para o Amor"

Melhores efeitos visuais

"Além da Vida"
"A Origem"
"Homem de Ferro 2"
"Alice no País das Maravilhas"
"Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I"

Melhor curta-metragem

"The Confession"
"The Crush"
"God of Love"
"Na Wewe"
"Wish 143"

Melhor documentário em curta-metragem

"Poster Girl"
"Strangers no More"
"Killing in the Name"
"Sun Come Up"
"The Warriors of Qiugang"

Melhor curta-metragem de animação

"Day & Night"
"Let's Pollute"
"The Lost Thing"
"The Gruffalo"
"Madagascar, Carnet de Voyage"

domingo, 23 de janeiro de 2011

Disputa em aberto para o Oscar 2011!


Nos meus comentários sobre o Globo de Ouro 2011, afirmei que o Oscar deste ano estava muito previsível, já que todas as premiações estavam seguindo a mesma linha, considerando "A Rede Social" como o melhor filme do ano. Pois bem, felizmente resolveram me contrariar.

No PGA (Producers Guild Awards), prêmio do Sindicato dos Produtores dos EUA, o laureado como melhor filme não foi o longa de David Fincher, mas "O Discurso do Rei", de Tom Hooper, longa que já vem rendendo a Colin Firth prêmios de melhor atuação (inclusive o Globo de Ouro). Uma bela tumultuada no meio de campo foi criada, já que, na maioria das ocasiões, o Oscar repete a tendência do Sindicato de Produtores. Entretanto, a categoria de melhor filme é a que costuma ser mais imprevisível, já que todos os integrantes da Academia votam nela (e não apenas produtores).

Creio que o embaralhamento será ainda maior, já que imagino ser bem difícil que o Sindicato de Diretores, que terá sua premiação no sábado 29, atribua a Tom Hooper a láurea de melhor diretor. E desde que foi criado, o prêmio de diretores raramente distoa do resultado no Oscar. E em poucas ocasiões o prêmio de melhor diretor no Oscar distoou do prêmio de melhor filme... Seria um barato que o Director's Guild premiasse Christopher Nolan por "A Origem", não? :=)

Carteza mesmo só o Oscar de melhor animação para "Toy Story 3", que também venceu agora no PGA.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Filmes Para Ver Antes de Morrer



A Conversação
(The Conversation)



Dúvida e obsessão



Não há dúvidas que Francis Ford Coppola é um dos diretores mais importantes de todos os tempos, apesar de sua fase pouco inspirada dos últimos anos. Um dos precursores da “Nova Hollywood”, movimento que mudou a cara do cinema norte-americano para sempre, e responsável pela trilogia absoluta de “O Poderoso Chefão” (cujos dois primeiros filmes são obras-primas indiscutíveis), além de “Apocalypse Now”, outra obra de arte soberba, muitos não se recordam de algumas de suas “pequenas” pérolas. Talvez o melhor exemplo destes filmes de Coppola pouco lembrados seja “A Conversação”, um estudo sobre os meandros da mente humana quando carregada de culpa e dúvida.

No seu auge criativo, o diretor realizou o filme entre as duas primeiras partes da trilogia do Chefão, em 1974 (o que talvez explique seu relativo “esquecimento”). Extremamente provocativo, o longa representa muito bem a nascente paranoia estadunidense com o então recente caso de Watergate. Neste longa, Coppola narra a história de Harry Caul (com interpretação perfeita de Gene Hackman), um especialista em escutas investigativas. Em um de seus trabalhos, ouvindo o diálogo de um casal repleto de ruídos, ele acaba se deparando com a possibilidade de um iminente crime. Só que, para chegar a tal conclusão, ele não conta apenas com seu apuro profissional, mas também com sua imaginação, já perturbada por um caso anterior em que sua atuação possibilitou evento similar.

O mais instigante no desenvolvimento do roteiro e na condução de Coppola é que esses elementos não são jogados com facilidade para o espectador. Aos poucos vamos descobrindo a personalidade e as motivações de Harry, percebendo que o mesmo, talvez devido ao seu ofício, é um homem solitário, hermético, de poucos amigos, que parece ter como única diversão tocar o seu saxofone sozinho no seu apartamento. Ou será que foi sua personalidade que o levou a buscar um trabalho em que interage com as pessoas sem precisar se expor? Sem dúvida, um personagem misterioso e tridimensional. Seu pouco tato em relacionamentos se mostra de forma ainda mais clara quando é enganado por uma mulher em uma situação de fácil percepção. Além disso, à medida em que Harry progride em sua investigação, ele se afunda cada vez mais em seu isolamento, afastando até mesmo seu único amigo, Stan (interpretado por John Cazale, falecido precocemente), bem como imerge em uma dúvida terrível sobre a verdade do fatos que está acompanhando.


A solidão de Harry Caul, ademais, é realçada de forma brilhante pela direção de Coppola. Ele realiza aquele tipo de trabalho extremamente visual, onde a narrativa flui essencialmente através das imagens. O velho Hitchcock já ensinava que a melhor forma de provocar suspense é pelo meio imagético. Mas se enganam aqueles que podem pensar que os sons e diálogos assumem uma importância menor na trama. Afinal, é justamente a partir de sons captados que se estabelece o vértice do filme. Interessante como, ao longo da película, escutamos um mesmo diálogo repetidas vezes, mas, tal como o protagonista, jamais nos cansamos de ouvi-lo, além de também sermos instigados a descobrir a verdade por trás daquelas palavras. Por seu turno, a trilha sonora, de David Shire, se mostra melancólica, brilhante e marcante. São raros os filmes em que a trilha se encaixa tão bem na temática abordada, ressaltando ainda mais a solidão e obsessão do protagonista.

Visto hoje, décadas depois de seu lançamento, percebe-se o quanto este longa-metragem (que recebeu a Palma de Ouro em Cannes) não envelheceu. Afinal, voyeurismo e invasão de privacidade são temas mais do que nunca atuais. Suas influências são sentidas mesmo em obras recentes, como no também ótimo “A Vida dos Outros” (do alemão Florian Henckel von Donnersmarck). Estas obras perenes, que se lançam no tempo sem perder a sua atualidade, costumam ser fruto de talentos geniais. Inegavelmente, Francis Ford Coppola é um destes talentos.


Cotação:

Nota: 10,0

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

11 Comentários sobre o Globo de Ouro 2011


1º comentário: Rick Gervais não cheirou, nem fedeu. Nem prestei atenção direito no que ele falava. Soltou algumas piadinhas sem graça. Tão sem graça que nem percebi alguém rindo na platéia;

2º Comentário: Falando em bom-humor, Robert De Niro deu um show nesse ponto ao não se levar a sério, tirando piadas com a baixa qualidade dos filmes em que vem atuando nos últimos tempos;

3º Comentário: Falando em De Niro, sua homenagem foi, de longe, o melhor momento da noite. Ele é ídolo de muitos daqueles presentes ao evento e isso ficou claro quando a câmera mostrou Tom Hanks com lágrimas nos olhos. E eu estou falando de Tom Hanks...

4º Comentário: Eu imaginava que até pudesse haver um certo equilíbrio entre “A Rede Social” e “A Origem”, mas nem isso...

5º Comentário: Natalie Portman vai ganhar o Oscar de melhor atriz. Não adianta Annette Bening sonhar, mesmo tendo vencido o prêmio em comédia/musical. A Academia privilegia papeis de forte carga dramática, especialmente quando o ator/atriz teve que mergulhar em um universo distinto do seu, alterando seu peso, fazendo pesquisas e outras coisas do gênero;

6º Comentário: Sei que muitos elogiaram o papel que deu a Al Pacino o prêmio de ontem, mas é sempre lamentável perceber que Pacino voltou a ser premiado com um trabalho para a TV. É ruim para o cinema e ruim pra ele;

7º Comentário: As indicações para “O Turista” tiveram como única finalidade levar o casal Branjolie para a cerimônia, além de Johnny Depp, e assim garantir uns pontos a mais na audiência;

8º Comentário: “A Origem” saiu de mãos abanando no Globo de Ouro, mas no Oscar, como consolação, deve levar o prêmio de roteiro original;

9º Comentário: O melhor filme do ano só levou o prêmio de melhor animação;

10º Comentário: O Oscar deste ano está mais previsível do que enchentes no mês de janeiro*.

Último comentário: todo ano a TNT escala aquela péssima apresentadora/tradutora para a entrega destes prêmios. Não tem ninguém melhor?


*aproveitando a deixa: ajude as vítimas das enchentes no Rio de Janeiro. Estes seres humanos estão passando por momentos de verdadeiro horror. Contribua com o que puder!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Os 100 melhores filmes em língua não-inglesa


Hoje, teremos a entrega do Globo de Ouro 2011, um dos mais fracos de todos os tempos, na minha opinião. O máximo que irá acontecer será o embate entre “A Rede Social” e “A Origem”. Ou seja, previsibilidade extrema. Aliás, as entregas de prêmios estão se tornando cada vez mais tediosas. Bem mais interessante do que a lista de indicados ao Globo de Ouro é esta lista elaborada pela “Empire” no ano passado com os 100 melhores filmes em língua não-inglesa. Listas criam muita discussão, mas é inegável que servem como referência para os amantes do cinema. Veja abaixo a lista e a matéria original da publicação pode ser conferida aqui. Obs: observem que posição honrosa alcançou o nosso “Cidade de Deus”.


001. Os sete samurais (Akira Kurosawa, 1954)

002. O fabuloso destino de Amélie Poulain (J.-P. Jeunet, 2001)

003. O encouraçado Potemkin (Sergei M. Eisenstein, 1925)

004. Ladrões de bicicleta (Vittorio de Sica, 1948)

005. O labirinto do fauno (Guillermo del Toro, 2006)

006. A batalha de Argel (Gillo Pontecorvo, 1965)

007. Cidade de Deus (Fernando Meirelles, 2002)

008. O sétimo selo (Ingmar Bergman, 1957)

009. O salário do medo (Henri-Georges Clouzot, 1953)

010. A viagem de Chihiro (Hayao Miyazaki, 2001)

011. A doce vida (Federico Fellini, 1960)

012. Metrópolis (Fritz Lang, 1927)

013. A regra do jogo (Jean Renoir, 1939)

014. Trilogia das Cores:
014. A liberdade é azul (Krzysztof Kieslowski, 1993)
014. A igualdade é branca (Krzysztof Kieslowski, 1994)
014. A fraternidade é vermelha (Krzysztof Kieslowski, 1994)

015. Deixa ela entrar (Tomas Alfredson, 2008)

016. Era uma vez em Tóquio (Yasujiro Ozu, 1953)

017. Trilogia de Apu:
017. A canção da estrada (Satyajit Ray, 1955)
017. O invencível (Satyajit Ray, 1956)
017. O mundo de Apu (Satyajit Ray, 1959)

018. Oldboy (Chan-wook Park, 2003)

019. Aguirre, a cólera dos deuses (Werner Herzog, 1972)

020. E sua mãe também (Alfonso Cuarón, 2001)

021. Nosferatu (F. W. Murnau, 1922)

022. Rashomon (Akira Kurosawa, 1950)

023. O espírito da colméia (Víctor Erice, 1973)

024. Vá e veja (Elem Klimov, 1985)

025. O barco, inferno no mar (Wolfgang Petersen, 1981)

026. A Bela e a Fera (Jean Cocteau, 1946)

027. Cinema Paradiso (Giuseppe Tornatore, 1988)

028. Lanternas vermelhas (Yimou Zhang, 1991)

029. Os incompreendidos (François Truffaut, 1959)

030. Infernal afffairs (Alan Mak - Lau Wai-keung, 2002) Conflitos Internos

031. Godzilla (Ishirô Honda, 1954)

032. O ódio (Mathieu Kassovitz, 1995)

033.M - o vampiro de Dusseldorf (Fritz Lang,1931)

034. Valsa com Bashir(Ari Folman, 2008)

035. A grande ilusão (Jean Renoir, 1937)

036. Decálogo (Krzysztof Kieslowski, 1988)

037. Roma, cidade aberta (Roberto Rossellini, 1945)

038. Cinzas e diamantes (Andrzej Wajda, 1958)

039. O Samurai (Jean-Pierre Melville, 1967)

040. A aventura (Michelangelo Antonioni, 1960)

041. Meu amigo Totoro (Hayao Miyazaki, 1988)

042. Amor à flor da pele (Kar-Wai Wong, 2000)

043. Cyrano De Bergerac (Jean-Paul Rappeneau, 1990)

044. Ikiru - Viver (Akira Kurosawa, 1952)

045. Suspiria (Dario Argento, 1977)

046. Jules e Jim - uma mulher para dois (François Truffaut, 1961)

047. Dez (Abbas Kiarostami, 2002)

048. A queda - as últimas horas de Hitler (O. Hirschbiegel, 2004)

049. As férias do senhor Hulot (Jacques Tati, 1953)

050 Trens estreitamente vigiados (Jiri Menzel, 1967)

051. Akira (Katsuhiro Otomo, 1988)

052. Touki Bouki (Djibril Diop Mambéty, 1973)

053. Tudo sobre minha mãe (Pedro Almodóvar, 1999)

054. Festa de família (Thomas Vinterberg, 1998)

055. Lagaan (Ashutosh Gowariker, 2001)

056. A bela da tarde (Luis Buñuel, 1967)

057. Central do Brasil (Walter Salles, 1998)

058. Persépolis (Vincent Paronnaud - Marjane Satrapi, 2007)

059. Heimat (Edgar Reitz, 1985)

060. Jean de Florette (Claude Berri, 1986)

061. A Faca Na Água(Roman Polanski , 1962)

062. 8 1/2 (Federico Fellini, 1963)

063. A prophet (Jacques Audiard, 2009) O Profeta

064. Asas do desejo (Wim Wenders, 1987)

065. Um cão andaluz (Luis Buñuel, 1928)

66º - O tigre e o dragão (Ang Lee, 2000)

067. The Vanishing (George Sluizer, 1988)

068. Solaris (Andrei Tarkovsky, 1972)

069. Ringu - o primeiro chamado (Hideo Nakata, 1998)

070. Fervura máxima (John Woo, 1992)

071. Persona (Ingmar Bergman, 1966)

072. Ten Canoes (Rolf de Heer - Peter Djigirr, 2006)

073. Caché (Michael Haneke, 2005)

074. Devdas (Sanjay Leela Bhansali , 2002)

075. Acossado (Jean-Luc Godard, 1959)

076. Os idiotas (Lars Von Trier, 1998)

077. O Clã das Adagas Voadoras (Zhang Yimou, 2004)

078. Mulheres à beira de um ataque de nervos (P. Almodóvar, 1988)

079. Bande à part (Jean-Luc Godard, 1964)

080. Mother India (Mehboob Khan , 1957)

081. O hospedeiro (Joon-ho Bong, 2006)

082. Battle Royale (Kinji Fukasaku, 2000)

083. Xala (Ousmane Sembene , 1974)

084. Orfeu (Jean Cocteau, 1950)

085. O conformista (Bernardo Bertolucci, 1969)

086. Corra, Lola, Corra (Tom Tykwer, 1998)

087. Andrei Rublev (Andrei Tarkovsky, 1966)

088. Leningrad Cowboys (Aki Kayrismaki, 1989)

089. Os Amores de uma Loira (Milos Forman, 1965)

090. Rififi (Jules Dassin, 1955)

091. Adeus, Lênin! (Wolfgang Becker, 2003)

092. Ghost in the shell (Mamoru Oshii, 1995)

093. The Fourth Man (Paul Verhoeven, 1983)

094. Yeelen (Souleymane Cisse, 1987)

095. Way of the Dragon (Bruce Lee, 1972)

096. Delicatessen (Marc Caro - Jean-Pierre Jeunet, 1991)

097. Adeus, minha concubina (Kaige Chen, 1993)

098. Ran (Akira Kurosawa, 1985)

099. Iron Monkey (Yuen Woo-ping , 1993)

100. Guardiões da Noite(Timur Bekmambetov , 2004)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eu Quero Esse Pôster #12


"Cisne Negro", o novo filme de Darren Aronofsky que deve render ao menos uma indicação ao Oscar para Natalie Portman, possui uma série de cartazes muito bonitos. Além do já famoso poster com a face de Natalie "rachada", também temos este, bastante estiloso, lembrando os cartazes de filmes clássicos, além de remontar a uma estética afeita ao balé. Perfeito!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Além da Vida



Clint Eastwood - O contador de histórias


Existe algum elogio que ainda não foi feito a Clint Eastwood? Não há dúvidas de que ele é um dos grandes diretores norte-americanos em atividade (ao lado de Martin Scorsese) e, vou admitir aqui, um dos meus preferidos. Dentre as várias virtudes que se podem apontar no cineasta, entre elas a sua simplicidade, a que mais se destaca é o seu grande talento para contar histórias. Por mais que certas tramas pareçam clichês, Eastwood consegue atribuir-lhes um toque mágico que as transforma em algo além de um mero entretenimento. É o toque do artista, daquele que, antes de tudo, ama o que faz e acredita na história que está narrando.

É interessante como este seu novo trabalho, “Além da Vida”, parece fugir de sua filmografia tradicional, apresentando uma temática, digamos assim, “espiritual”. Mas essa seria uma análise superficial. Trata-se de uma obra muito mais sobre perda do que sobre crenças e tal temática absolutamente não é estranha na filmografia do cineasta. Invariavelmente, a morte (e as diversas formas de superá-la) ou sua iminência estão presentes em seus longas. Basta rememorar os exemplos de “Os Imperdoáveis”, “Menina de Ouro” ou o mais recente “Gran Torino”. Em todos eles, de uma forma ou de outra, os personagens precisam lidar com a inevitabilidade da morte e a irremediável ausência que a mesma provoca.

O longa possui três vertentes dramáticas que, em certo ponto da projeção, se comungam, o que, obviamente, não constitui nenhuma novidade. Todavia, Clint não é um cineasta preocupado com vanguardas, mas com o poder que sua narração tem de sensibilizar o espectador. A primeira das três histórias aborda a experiência de quase morte vivida pela jornalista francesa Marie Lelay (Cécile de France) após se afogar em um tsunami na Ásia (o filme sugere se tratar do evento de 2004) em uma sequência impactante, horripilante e, ao mesmo tempo, sensacional (a “mágica” da cena foi provavelmente proporcionada por Steven Spielberg, produtor executivo da película), evidenciando uma inédita experiência de Clint com os efeitos visuais. A segunda delas mostra o operário George Lonegan (Matt Damon, com boa atuação em sua segunda parceria com Eastwood) um médium que já utilizou seu dom para ganhar dinheiro, mas que agora o vê como uma maldição, já que o impossibilita de manter uma relação natural com as pessoas. A última trama aborda o personagem de Marcus (Frankie McLaren, jovem talentoso!), um garoto que perde o irmão gêmeo Jason e ainda tem de encarar a dependência química da mãe.

O roteiro, escrito por Peter Morgan, resolve bem todos os lados da narração, dando-lhes igual tratamento na elaboração dos personagens e sem que nenhum deles possua uma exposição menor. São três pessoas que têm uma ligação próxima com a morte e, talvez por isso, a sua futura aproximação em nenhum momento soa forçada. Tudo flui perfeitamente até o desfecho, o qual, para alguns, pode resultar previsível, mas que jamais perde a sua beleza. Além disso, o mais do que experiente diretor sabe administrar as doses dramáticas, sem que nunca a narrativa descambe para o piegas. Tudo é muito verdadeiro e sentimos que as ações poderiam efetivamente se dar na vida real. Eastwood, ademais, consegue, por meio da trilha sonora (de sua própria autoria, como de hábito) estabelecer nuances distintas para cada um dos segmentos, fazendo com que o espectador não sinta dificuldade em acompanhá-los (neste aspecto, também vale destacar a bem-resolvida edição).

Acima, mencionei que o longa é muito mais sobre perda do que sobre crenças. É verdade. Contudo, não se pode deixar de lado o questionamento oferecido no filme sobre o que nos aguarda depois da morte, um mistério que nunca será inteiramente desvendado, por maior que seja a fé que você ou eu tenhamos em determinada religião ou doutrina. Seria isso um reflexo da idade avançada do diretor? Talvez a proximidade da morte lhe induza a estas reflexões, mas o próprio já afirmou que resolveu filmar a história porque gostou dela e não por uma obsessão especial pelo tema, tendo apenas uma curiosidade normal como todos têm sobre a morte e o que vem depois dela.

Afinal, este é Clint Eastwood, um homem que ama contar histórias, trazendo-nos a cada novo trabalho uma apaixonada imersão que torna quase impossível a indiferença. Neste ponto, é uma pena que tanto o público quanto a crítica norte-americanos tenham recebido o filme com certa frieza, o que demonstra o quanto os EUA historicamente cometem equívocos em se tratando de cinema. É possível que “Além da Vida” tenha uma carreira de mais sucesso no Brasil,que tem um público mais afeito às temáticas abordadas no longa, bastando lembrar o sucesso recente dos nacionais “Chico Xavier” e “Nosso Lar” (muito embora, vale lembrar, este “Hereafter” não é um filme religioso). Espero que, ao menos aqui, este novo trabalho do genial Clint Eastwood encontre a acolhida merecida. Descubra-o.


Cotação:

Nota: 9,0

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

72 Horas



Hitchcock aprovaria


O gênio Alfred Hitchcock talvez tenha sido praticamente o criador do gênero de filmes em que o protagonista é envolvido e perseguido devido a fatos que normalmente fogem ao seu controle (o conceito de “homem errado”). Em sua filmografia, com algumas variações, há vários exemplos deste tipo de trama, como “O Homem Que Sabia Demais”, cuja versão norte-americana é protagonizada por James Stewart, e “Intriga Internacional”, com o astro Cary Grant. Em todos eles, o velho Hitch levava sempre a dúvida ao público sobre o sucesso das empreitadas do personagem central, geralmente tentando provar sua inocência de algum crime que não cometeu ou procurando salvar alguém. Uma fórmula de sucesso eficiente que acabou sendo imitada por muitos cineastas ao longo dos anos (a própria série Bourne se vale desse conceito de “homem errado”). Todavia, na maioria dos casos os resultados são medíocres, sendo gerados longas-metragens esquecíveis que sequer chegam a manter a atenção do público durante a exibição.

“72 Horas”, atualmente em cartaz no circuitão brasileiro, é um herdeiro desta tradição e, felizmente, não cai na referida mediocridade. Dirigido por Paul Haggis, que iniciou sua carreira no cinema como roteirista (“Menina de Ouro” é um dos seus roteiros mais lembrados pelo grande público) e depois se aventurou na direção (“Crash” acabou levando o Oscar de melhor filme), o longa é uma refilmagem do francês “Pour Elle”, mostrando a saga de um professor universitário que, cansado de tentar provar a inocência de sua esposa acusada de assassinato pelos métodos legais, decide libertá-la adotando vias não ortodoxas, mais precisamente planejando sua fuga da prisão. Como de costume nos filmes de Haggis, o roteiro se desenrola com fluidez, envolvendo o espectador e tendo o trunfo de deixar envolta na dúvida a verdade sobre o crime que levou a esposa à prisão. Mas é importante destacar que Haggis vem evoluindo em outros aspectos. O longa possui uma ótima edição, responsável pelo ritmo constante, além de uma boa fotografia, com a utilização de alguns ângulos inusitados (uma certa sequência envolvendo os personagens centrais e um automóvel é particularmente interessante).

O protagonista, John Brennan, é interpretado com certa vontade por Russell Crowe (saindo da sua apatia de filmes recentes) e sua riqueza de detalhes é um dos pontos altos da projeção. Sua personalidade, inclusive, é um dos elementos responsáveis pela dúvida sobre a verdade do crime, já que, em uma interessante referência a “Dom Quixote”, percebemos que John pode ter criado um mundo idealizado onde as verdades não correspondem exatamente às do mundo real. Esta ligação entre a personalidade do personagem e o suspense engendrado daria orgulho ao mestre Hitchcock, o qual ofereceu uma verdadeira aula neste sentido com o seu soberbo “Um Corpo Que Cai” (Vertigo).

Por outro lado, nem tudo é perfeito. Haggis faz a trama descambar para os clichês em algumas de suas vertentes, como na relação entre Lara Brennan (Elizabeth Banks) e Luke (Ty Simpkins), filho do casal, deixando entrever aos mais atentos algumas possíveis resoluções finais. Haggis, por sinal, comumente possui esses tiques de previsibilidade que, uma vez não controlados por outra mão (como no caso de Clint Eastwood em “Menina de Ouro”), descamba para o inevitável clichê (foi assim no mencionado “Crash”). Há ainda algumas ligações mal explicadas na trama, meio que colocadas a fórceps para levar adiante a narrativa, resultando em soluções artificiais.

É bom que se diga que não vi o original francês, o qual, segundo comentários que pude ler por meio da internet, parece ser melhor que essa refilmagem. Contudo, mesmo sem tal parâmetro, posso afirmar que “72 Horas” prende a atenção e leva o espectador, em alguns momentos, a duvidar da sorte dos protagonistas, bem como das verdades oferecidas inicialmente pelo roteiro. Não é nenhuma obra-prima, longe disso, mas está longe de fazer feio e o mestre Alfred Hitchcock certamente veria com bons olhos este suspense que tem tudo para agradar aos fãs do gênero.


Cotação:

Nota: 8,0