segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quero Ver Novamente # 3

Em homenagem a Clint Eastwood, um dois maiores ícones da 7ª arte (e um dos meus diretores preferidos), que hoje completa 80 anos, segue abaixo a sequência do duelo final em "Três Homens em Conflito" (ou "O Bom, O Mau e O Feio"). De arrepiar! Sergio Leone junto com o Clint só poderia render algo fantástico mesmo! Sem mais comentários... Simplesmente veja! E que trilha é essa de Ennio Morricone? Caramba...




domingo, 30 de maio de 2010

Eu quero esse pôster # 7


Este é o mais fraco dos seis episódios da série "Guerra nas Estrelas". Contudo, esse poster é de uma eficácia impressionante. Cosengue resumir, em uma única imagem, toda a trama que vai se desenrolar dali em diante. Perfeito!

Dennis Hopper: 1936 - 2010


O ator americano Dennis Hopper, que se tornou ícone ao dirigir e estrelar o clássico de 1969 "Sem destino" ("Easy Rider"), morreu às 12h15m (horário de Brasília) deste sábado, em decorrência de um câncer de próstata. Hopper tinha 74 anos e faleceu em casa, em Los Angeles, cercado por familiares e amigos.

Em uma carreira de mais de 50 anos, Hopper apareceu ao lado de seu amigo e mentor James Dean em "Juventude transviada", ainda na década de 50, e parecia ter predileção por interpretar desequilibrados como em "Apocalipse now", "Veludo azul" e "Velocidade máxima". O ator foi indicado duas vezes ao Oscar: pelo roteiro de "Sem destino" (junto com Peter Fonda e Terry Southern) e pela interpretação de um professor de basquete de uma escola de ensino médio no drama "Momentos decisivos", de 1986.

"Sem destino", filme que, confesso, nunca assisti, fez parte do movimento "Nova Hollywood", o qual revelou jovens e grandes talentos como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Brian De Palma e Steven Spielberg, entre outros. De baixo orçamento, "Sem destino" levou às telas dos cinemas o consumo de maconha, cocaína e popularizou os motoqueiros cabeludos com suas motos Harley-Davidson. "Nós tínhamos atravessado a década de 60 e ninguém tinha feito um filme sobre fumar maconha sem matar um monte de enfermeiras", disse Hopper è revista "Entertainment Weekly" em 2005. "Eu queria que 'Sem destino' fosse como uma cápsula do tempo sobre aquele período", completou. Na realidade, ele próprio foi um consumidor voraz de drogas, o que resultou em várias internações para reabilitação.

Dennis Hopper e Peter Fonda se juntaram na tela com um até então desconhecido Jack Nicholson como um advogado alcoólatra, mas o ambiente de filmagens não foi nada harmonioso. Hopper tratou a todos com brutalidade e Fonda o descreveu mais tarde como um "pequeno fascista louco". A amizade dos dois acabaria ali.


(Hopper ao receber, recentemente, a sua estrela na Calçada da Fama)

Hopper descobriu a doença em setembro do ano passado, mas continuou trabalhando até o fim. Interpretava o personagem Ben Cendars na série de TV "Crash" e estava se dedicando a um livro de suas fotografias. Os últimos meses do ator foram consumidos por um tumultuado divórcio com sua quinta mulher, Victoria Duffy (os muitos divórcios são mais um indício de seu temperamento difícil). Seus vários casamentos incluem uma união de apenas oito dias com Michelle Phillips, do grupo The Mamas and The Papas, na década de 70. Dennis Hopper deixou quatro filhos.

Como promessa que faço a mim mesmo, vou procurar assistir a "Sem Destino" em breve.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A chatice do 3D!


Nestes últimos tempos cinematográficos, temos visto a ascensão de um novo* formato de captação e projeção de imagens: a tecnologia 3D. Principalmente depois do estrondo bilionário de “Avatar”, a exibição de filmes em 3D tornou-se a epidemia que parece ter mais força que a gripe H1N1. Mesmo longas que não foram concebidos neste formato, como “Alice no País das Maravilhas”, de Tim Burton, acabam passando por processos de “conversão”, ansioso por abocanhar bilheterias maiores, afinal, mesmo que o público pagante não supere aquele que seria alcançado caso o filme fosse exibido no formato convencional, a renda obtida acaba sendo mais expressiva, pois que os ingressos das salas 3D são significativamente mais caros (para não dizer extorsivos).

Neste último fim de semana, tivemos a estreia no Brasil de “Fúria de Titãs”. Ainda não conferi esta nova versão para o clássico da Sessão da Tarde (que vi repetidas vezes, claro), mas, pelo que se percebe das críticas que já tive a oportunidade de ler, o seu 3D é tosco, de péssima qualidade, o que me leva a pensar até onde irá essa nova onda.

Eu, por duas vezes, paguei o estapafúrdio preço de uma sala 3D. O citados “Avatar” e “Alice” foram os filmes assistidos. E, sendo bem sincero, a experiência “tridimensional” resultou bem menos impactante do que o esperado. Em nenhum dos dois casos o filme pareceu melhor por ser em 3D. No que diz respeito ao longa de James Cameron, afirmo com toda convicção que o formato se presta muito mais a disfarçar a fraqueza de seu roteiro, uma espécie de “Dança Com Lobos Alien”, do que a qualquer outra coisa. Afinal, quanto mais distrações na tela, menor a atenção ao texto. Isso me faz lembrar de “Titanic”, o filme anterior de Cameron, o qual, sem precisar desta muleta tecnológica, me causou muito mais impacto e emoção na sala escura (talvez porque tivesse atores talentosíssimos como protagonistas e não pixels azuis atuando).

E deixo aqui a pergunta: será mesmo que o 3D trará de volta aos cinemas o público perdido para os DVDs e Blu-Rays em TVs de alta resolução, além dos downloads e canais por assinatura? Ou será que, quando a novidade passar, a moda vai esfriar? Pelo menos pra mim, já esfriou. Provavelmente, nem tão cedo voltarei a pagar um ingresso caríssimo apenas para conferir um longa no tal formato “revolucionário”.

Bem, nesses tempos de Copa do Mundo já estão anunciando a transmissão dos jogos em 3D. Fico imaginando como deve ser chato ver um jogo de futebol com aqueles óculos no rosto... Ou será que o chato sou eu?


* Não é tão novo assim. Para se ter ideia, Alfred Hitchcock utilizou o recurso em “Disque M Para Matar”, nos já distantes anos 50...

domingo, 23 de maio de 2010

Cannes 2010 - Premiados


Saiu a premiação de Cannes!
"Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives", do cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul (dá para pronunciar isso?), foi o grande vencedor da Palma de Ouro do 63º Festival de Cannes, anunciada agora há pouco (na imagem acima, uma cena do filme). No longa com tons fantásticos, um homem à beira da morte procura se cercar das pessoas queridas, inclusive das mortas, para se despedir da vida em sua fazenda no interior da Tailândia. Elementos como espíritos, inclusive na forma de animais (macacos mais precisamente), fazem parte do longa-metragem. “Este é como outro mundo para mim, é meio surreal”, disse o diretor. “Acho que é um momento importante para o cinema tailandês. O prêmio é para vocês. Gostaria de beijar todos vocês do júri, principalmente Tim Burton porque gosto de seu corte de cabelo.”


O francês "Des Hommes Et des Dieux", dirigido por Xavier Beauvois, recebeu o Grad Prix, uma espécie de segundo lugar. Ele agradeceu a cada um dos frades e atores que o interpretaram no filme. O cineasta levou uma plaquinha pedindo a liberade do cineasta iraniano Jafar Panahi. Já o prêmio do júri ficou com "Un Homme qui Crie", de Mahamat-Saleh Haroun, do Chade.

O cineasta e ator francês Mathieu Amalric foi eleito o melhor diretor, por "Tournée". Dois atores dividiram o prêmio de melhor ator. O espanhol Javier Bardem levou o troféu pelo filme "Biutiful", de Alejandro González Iñárritu. Ele agradeceu à mãe e aos irmãos e todos os atores do elenco. “Eu não ganharia esse prêmio se não fosse por Alejandro. Ele é um diretor que melhora o trabalho de um ator. Sou agradecido por sua confiança.” Ele ainda causou comoção ao dedicar a Penélope Cruz, em espanhol: “Compartilho essa alegria com minha amiga, minha companheira, meu amor”.



O italiano Elio Germano, de "La Nostra Vita", também foi premiado na mesma categoria. Ele encontrou Javier Bardem e fez uma saudação. “Quero agradecer de coração o diretor Daniele Luchetti”, disse. “Quero dedicar esse prêmio a Itália e aos italianos que fazem de tudo para fazer da Itália um país melhor, não obstante nossa classe dirigente”, referindo-se, de forma clara, a Silvio Berlusconi.

A francesa Juliette Binoche ganhou o prêmio de melhor atriz por seu trabalho no longa-metragem "Copie Conforme", do iraniano Abbas Kiarostami. “Que alegria, que alegria, que alegria trabalhar com você, Abbas”, disse Juliette, bastante emocionada. “Agradeço à minha mãe que me criou sozinha e a meu pai que perdoei. Eu amo vocês. E agradeço do fundo do coração aos homens que me amaram e me suportaram. Um dia, eu vou me casar”, completou. E puxou uma plaquinha com o nome de Jafar Panahi e pediu a libertação do cineasta iraniano. Não é por nada não, mas a ficou um gosto de "marmelada", pois Binoche já estava até no poster promocional do evento este ano... Por fim, o prêmio de roteiro foi para o sul-coreano Poetry, de Lee Chang-dong.



O júri da competição oficial do 63º Festival de Cannes foi presidido pelo cineasta norte-americano Tim Burton e formado pela atriz inglesa Kate Beckinsale, pela atriz italiana Giovanna Mezzogiorno, pelo diretor do Museu Nacional de Cinema na Itália Alberto Barbera, pelo roteirista e diretor francês Emmanuel Carrere, pelo ator porto-riquenho Benicio Del Toro, pelo diretor espanhol Victor Erice, pelo diretor, ator e produtor indiano Shekhar Kapur e pelo compositor francês Alexander Desplat.

A comédia "Ha Ha Ha", de Hong Sangsoo, foi a grande vencedora da mostra Un Certain Regard. Entregue ainda ontem, sábado (22/5), pela cineasta francesa Claire Denis, presidente do júri da mostra.

O diretor Michael Rowe, do México, levou a Caméra D’Or, dada ao melhor estreante entre todas as mostras oficiais e paralelas em Cannes, pelo filme "Año Bisiesto", exibido na Quinzena dos Realizadores. O júri era presidido pelo ator e diretor mexicano Gael García Bernal.

A Palma de Ouro de melhor curta-metragem foi para o francês "Chienne D’Histoire", de Serge Avédikian. O brasileiro "Estação", de Márcia Faria, concorria nesta categoria. O curta-metragem Micky Bader, de Frida Kempf, levou um prêmio do júri em sua categoria. O júri foi presidido pelo cineasta canadense Atom Egoyan e formado pelo diretor brasileiro Cacá Diegues, a atriz francesa Emmanuelle Devos, a atriz russa Dinara Droukarova e o diretor espanhol Marc Recha.

É isso aí! Ano que vem tem mais!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cannes - Uma bela vinheta

Enquanto ainda está rolando o Festival de Cannes 2010, que chega ao seu término no próximo domingo, posto aqui uma curiosidade: a bela e interessante vinheta exibida antes dos filmes que fazem parte da "Quinzena dos Realizadores". Segundo o crítico e cineasta Kléber Mendonça Filho, que todo ano realiza a cobertura de vários eventos deste porte, a mais bela vinheta existente no circuito dos festivais. Realmente, muito bonita!


terça-feira, 18 de maio de 2010

Trilha Sonora #11

Foi lançado há poucos dias, no Brasil, a versão em DVD de "Música e Lágrimas" (The Glenn Miller Story), cinebiografia do genial músico Glenn Miller, bandleader da mais popular das big bands norte-americanas dos anos 40. Interpretado no filme por James Stewart, um dos atores mais carismáticos que já passaram pelas telas, Miller acabou falecendo em um misterioso desastre aéreo na Segunda Guerra Mundial, durante uma missão na Europa (só recentemente o acidente foi definitivamente esclarecido). Contudo, e felizmente, os gênios não morrem. Miller estará para sempre na memória dos casais de namorados (de qualquer época) por músicas como "Moolight Serenade", que você pode ouvir abaixo.



"Não Verás Lula Nenhum"


Pausa no cinema para uma reflexão política, a qual faço através do brilhante texto de Leandro Fortes publicado no seu blog "Brasília, Eu Vi".


"Não Verás Lula Nenhum

Em linhas gerais, Luís Fernando Veríssimo disse, em artigo recente, que as gerações futuras de historiadores terão enorme dificuldade para compreender a razão de, no presente que se apresenta, um presidente da República tão popular como Luiz Inácio Lula da Silva ser alvo de uma campanha permanente de oposição e desconstrução por parte da mídia brasileira. Em suma, Veríssimo colocou em perspectiva histórica uma questão que, distante no tempo, contará com a vantagem de poder ser discutida a frio, mas nem por isso deixará de ser, talvez, o ponto de análise mais intrigante da vida política do Brasil da primeira década do século XXI.

A reação da velha mídia nativa ao acordo nuclear do Irã, costurado pelas diplomacias brasileira e turca chega a ser cômica, mas revela, antes de tudo, o despreparo da classe dirigente brasileira em interpretar o força histórica do momento e suas conseqüências para a consolidação daquilo que se anuncia, finalmente, como civilização brasileira. O claro ressentimento da velha guarda midiática com o sucesso de Lula e do ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, deixou de ser um fenômeno de ocasião, até então norteado por opções ideológicas, para descambar na inveja pura, quando não naquilo que sempre foi: um ódio de classe cada vez menos disfarçado, fruto de uma incompreensão histórica que só pode ser justificada pelo distanciamento dos donos da mídia em relação ao mundo real, e da disponibilidade quase infinita de seus jornalistas para fazer, literalmente, qualquer trabalho que lhe mandarem os chefes e patrões, na vã esperança de um dia ser igual a eles.

Assim, enquanto a imprensa mundial se dedica a decodificar as engrenagens e circunstâncias que fizeram de Lula o mais importante líder mundial desse final de década, a imprensa brasileira se debate em como destituí-lo de toda glória, de reduzí-lo a um analfabeto funcional premiado pela sorte, a um manipulador de massas movido por programas de bolsas e incentivos, a um demagogo de fala mansa que esconde pretensões autoritárias disfarçadas, aqui e ali, de boas intenções populares. Tenta, portanto, converter a verdade atual em mentiras de registro, a apagar a memória nacional sobre o presidente, como se fosse possível enganar o futuro com notícias de jornal.

Destituídos de poder e credibilidade, os barões dessa mídia decadente e anciã se lançaram nessa missão suicida quando poderiam, simplesmente, ter se dedicado a fazer bom jornalismo, crítico e construtivo. Têm dinheiro e pessoal qualificado para tal. Ao invés disso, dedicaram-se a escrever para si mesmos, a se retroalimentar de preconceitos e maledicências, a pintarem o mundo a partir da imagem projetada pela classe média brasileira, uma gente quase que integralmente iletrada e apavorada, um exército de reginas duartes prestes a ter um ataque de nervos toda vez que um negro é admitido na universidade por meio de uma cota racial.

Ainda assim, paradoxalmente, uma massa beneficiada pelo crescimento econômico, mas escrava da própria indigência intelectual."

domingo, 16 de maio de 2010

Robin Hood



Gladiador 2

Este é mais um episódio da parceria entre o diretor Ridley Scott e o ator oscarizado Russel Crowe (o quinto, para ser mais preciso). O problema de algumas dessas extensas parcerias é que, em alguns casos, as ideias começam a se repetir, trazendo para o público a reprodução de uma fórmula que alcançou grande sucesso em algum momento. O momento em questão, que diretor e ator procuram alcançar novamente, é “Gladiador”, filme realizado em 2000 que alcançou enorme popularidade e arrebatou cinco estatuetas da Academia de Hollywood (hoje em dia, reprisado à exaustão na TV).

Desde os trailers deste “Robin Hood”, percebe-se a nítida intenção de repetir o conceito do sucesso protagonizado pelo general romano Maximus Decimus Meridius. Robin Hood, um personagem lendário (não se sabe ao certo se ele existiu), é inserido em um contexto histórico verídico, no caso o da elaboração da Magna Carta, considerada a primeira norma a garantir limitações ao monarca e direitos aos seus súditos, ou seja, a primeira constituição da História. Em uma espécie de “reboot” (algo que está se tornando comum nos filmes de super-heróis e aparentemente está se alastrando para outros gêneros), o roteiro de Brian Helgeland, Ethan Reiff e Cyrus Voris, dentro deste contexto, narra como Robin Longstride torna-se um fora-da-lei amado pela população. Até aí, tudo bem. É interessante ver um Robin Hood mais realista, um pouco distante daquela figura folclórica exibida nos longas anteriores em que o personagem aparece (mesmo a versão garapa com Kevin Costner deixa a desejar no quesito realidade). Entretanto, algumas inserções pouco verossímeis acabam por quebrar esta sensação de verossimilhança que permeia o início do longa. Uma delas, por exemplo, o fato de Lady Marion (Cate Blachett, com boa presença em tela) saber lutar e partir para a batalha a certa altura da trama. Sabe-se que, na Idade Média, mulheres não podiam guerrear e que Joana D’arc teve que se disfarçar de homem para entrar nas frentes de batalha francesas (sendo posteriormente morta na fogueira). Fica aquela sensação de que a personagem foi “atualizada” para o público feminino moderno, ansioso por ver mulheres independentes e fortes na tela. Também se percebe a mão pesada do roteirista ao colocar Robin em praticamente todas as cenas de batalha e ainda na justificativa para que o mesmo, de uma hora para a outra, comece a proferir discursos de liderança que entusiasmam as massas (numa solução bastante artificial e mesmo clichê). Parece que a qualquer momento ele vai dizer “meu nome é Maximus Decimus Meridius” e isso, obviamente, incomoda um bocado.

Por outro lado, não se pode negar que em muitos momentos o filme funciona como longa de ação e que o visual impressiona. A fotografia é competente como em todos os longas de Scott e a utilização da edição acelerada, mas que ao mesmo tempo permite entender o que está acontecendo na tela, como já feito em “Gladiador”, é bem-vinda, pois que realmente é uma das melhores formas de se mostrar lutas no cinema. A reconstituição de época também é de encher os olhos e não será estranho se vier a arrebatar prêmios neste quesito. Os créditos finais, vale dizer, são belíssimos, transformando algumas das cenas de ação em pinturas animadas.

O que é triste de perceber é a acomodação de um diretor que já foi brilhante. Não custa lembrar que são de Scott obras como “Alien – O Oitavo Passageiro” e “Blade Runner – O Caçador de Andróides”, obras seminais que influenciaram as gerações posteriores e estão entre as mais cultuadas pelo público. Também da mesma forma, Crowe, um ator excelente, parece estar preguiçoso como nunca, repetindo sempre um papel que lhe rendeu um Oscar, mas que já está cansado. É sempre triste ver esse tipo de acomodação, que não é inédita no cinema, infelizmente (basta lembrar o estágio atual das carreiras de Pacino, Nicholson e De Niro, os quais parecem, há algum tempo, estar interpretando sempre o mesmo papel). O resultado da inércia, neste Robin Hood, é que parece estarmos vendo uma espécie de “Gladiador 2”(mesmo assim, ainda consegue ser melhor que o chatíssimo “Cruzada”). Muito pouco para talentos que já mostraram que podem ir muito além da mesmice.

Cotação:

Nota: 7,0

sábado, 15 de maio de 2010

Filmes Para Ver Antes de Morrer


Steven Spielberg – Sete filmes essenciais

O nome de Steven Spielberg se tornou sinônimo de grandes bilheterias cinematográficas, uma verdadeira grife do mercado que costuma render milhões aos cofres dos estúdios (hoje em dia, principalmente da “Dreamworks”, empresa da qual é um dos acionistas). É comum, entretanto, até devido a essa associação com o sucesso, muitos lembrarem de seus filmes como apenas entretenimento, o que está longe de ser verdade. Spielberg é um dos principais criadores, juntamente com seus companheiros da chamada “Nova Hollywood”, de uma nova linguagem cinematográfica que impera nos cinemas até hoje. Foi ele o responsável pelo surgimento do chamado “blockbuster”, aqueles filmes lançados normalmente no verão norte-americano que costumam atrair públicos gigantescos para as salas de projeção. Hoje em dia, muitos se irritam com a fórmula previsível destes filmes. Mas isso não diminui a força deste diretor seminal, o qual não pode ser responsabilizado pela falta de criatividade de seus pares. Um verdadeiro “nerd” do cinema (ele cresceu assistindo a todo tipo de filmes na TV e nos cinemas), abaixo relaciono sete filmes essenciais de sua prolífica carreira, como uma forma de dar um norte para aqueles que estão ainda iniciando. Prepare a pipoca, mas não deixe de prestar atenção também nas entrelinhas de cada película. Os filmes estão dispostos apenas em ordem cronológica, sem seguir uma preferência pessoal.

Tubarão (Jaws, 1975) – Spielberg se baseou, aqui, na premissa do seu primeiro filme, feito para a TV alguns anos antes, o peculiar e inteligente “Encurralado”. Neste, um homem comum, em viagem pelas estradas americanas, é perseguido, sem qualquer motivo aparente, por um caminhão negro e enorme. Ao longo da trama, jamais vemos quem é o motorista e as possíveis motivações jamais são elucidadas. A verdade é que o jovem diretor, então com apenas 24 anos, conseguiu criar um enorme clima de tensão e mistério, fazendo um caminhão transformar-se em um verdadeiro monstro de filme de terror. Trabalhando com esse conceito, Spielberg leva as circunstâncias para o mar, em vez da estrada, e consegue um efeito ainda mais poderoso. Na maior parte da projeção, o tubarão assassino e gigantesco não é mostrado, mexendo com o nosso inconsciente temor do que não podemos ver. As cenas em que as pessoas são devoradas causam ainda maior impacto devido à trilha macabra de John Williams, o qual se inspirou na famosa trilha de violinos que Bernard Hermann elaborou para “Psicose”, de Hitchcock. O filme foi um estrondoso sucesso de bilheteria (inclusive no Brasil) e foi a partir dele que se cunhou o mencionado termo “blockbuster”.

Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders Of The Lost Ark, 1981) – É aqui que surge “Indiana Jones”, o mais do que famoso personagem encarnado à perfeição por Harrison Ford (que não foi o primeiro cotado para o papel, que seria de Tom Selleck), um professor universitário de Arqueologia que, nas “horas vagas”, se aventura pelo mundo em busca de artefatos históricos esquecidos/perdidos. É sabido que Spielberg, juntamente com o amigo George Lucas (que foi o produtor), tentava resgatar o clima das aventuras dos filmes “B” que eram exibidos em matinês dos cinemas em outros tempos, com seus heróis intrépidos e quase indestrutíveis que passavam por aventuras mirabolantes. E o fato é que ele conseguiu atingir plenamente seu objetivo. Ou melhor, superou. Sucesso estrondoso, o filme teria mais duas continuações, “O Templo da Perdição” e “A Última Cruzada”, transformando o personagem de Indy e a famosa trilha de John Williams em ícones culturais. Recentemente, tivemos mais outro exemplar da série, intitulado “O Reino da Caveira de Cristal”, o qual, todavia, não atingiu o brilho da trilogia original.


E.T. – O Extraterrestre (E.T. – The Extra-Terrestrial, 1982) – Este possui um valor especial para mim, pois foi um dos primeiros filmes que vi em uma sala de cinema. Eu tinha apenas 5 anos então e chorei muito com a partida final do famoso e pequeno extra-terrestre para o seu planeta natal. É interessante como neste longa ,que parece tão infantil, Spielberg é capaz de incutir uma das mais fortes mensagens contra qualquer tipo de preconceito (vale lembrar que o próprio diretor é judeu). Afinal, o E.T. do título, que é esquecido pela tripulação de sua nave aqui na Terra, é nanico e feinho, possuindo uma aparência que assusta em um primeiro momento. Contudo, quando se passa mais um tempo ao seu lado, ele se mostra a mais dócil de todas as criaturas, com seus olhos grandes e carentes, cheios de sentimento. Poucas cenas representam tanto a magia do cinema como aquela em que a bicicleta do menino Elliott alça vôo juntamente com o amigo de outro planeta e cruza a lua. Inesquecível para qualquer retina. Muitas vezes acho que foi essa cena que me transformou em um apaixonado pelo cinema. Obrigado, Steven Spielberg!

Obs. Prestem atenção em Drew Barrymore ainda pequenininha!


A Lista de Schindler (Schindler’s List, 1993) – Este foi o longa que gerou toda uma onda de filmes sobre o Holocausto que se estende até hoje. Há tempos Spilberg procurava ser respeitado não apenas como realizador de filmes pipoca, mas também como um cineasta “sério”, capaz de realizar obras voltadas para um público mais “maduro”. Foi assim com “A Cor Púrpura” e “Império do Sol”, os quais não foram muito bem recebidos por público e crítica (muito embora eu considere “Império do Sol” um ótimo filme). Com “A Lista de Schidler”, entretanto, Spielberg atingiu um nível de maturidade artística ímpar, mostrando um grupo de judeus salvos da morte certa em campos de concentração por um integrante do partido nazista (interpretado por Liam Neeson em seu melhor desempenho em um filme). Fotografado com preto e branco deslumbrante, o filme causou enorme impacto por mostrar a violência nazista de uma forma nunca antes vista, com toda a sua crueza e barbárie. Vencedor de 7 Oscars, pode-se até acusá-lo de ser uma obra manipuladora, inserindo elementos não verídicos para aumentar o potencial de lágrimas na plateia, mas isso não diminui sua relevância artística e mesmo histórica. O filme transformou-se em um verdadeiro “evento” quando foi lançado (até hoje lembro da fila que enfrentei para vê-lo) e influenciou várias obras posteriores, como o igualmente ótimo “O Pianista”, de Roman Polanski.

O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan. 1998) - Este não é um filme perfeito. Existe melodrama e um patriotismo meio barato em sua conclusão, mas é inegável o impacto de sua primeira meia hora de projeção. Jamais tínhamos visto tamanho realismo em cenas de guerra na sala escura. O desembarque das tropas aliadas na Normandia, durante o famoso “Dia D”, ganhava cores ineditamente verídicas. Muitos críticos afirmam que a tal meia hora inicial deste longa era a melhor sequência de abertura da história da 7ª arte. Exagero ou não, a verdade é que mais uma vez Spielberg arrebentava a boca do balão e ganhou seu segundo Oscar de direção pelo feito. É deste longa que surgiu o interesse por séries como “Band Of Brothers”, produzida pelo próprio Spielberg juntamente com Tom Hanks, o protagonista deste “Soldado Ryan”, que atinge grande intensidade interpretando um capitão que comanda um grupo de soldados destacados para encontrar o tal Ryan do título (Matt Damon), o qual, por sua vez, é o último sobrevivente de quatro irmãos, todos mortos na guerra. Se você ainda não viu a mencionada sequência inicial, assista o quanto antes.




Prenda-me Se For Capaz – (Catc
h Me If You Can, 2002) – Um dos meus favoritos de Spielberg, aqui o diretor inicia um novo tipo de abordagem, mais ameno e menos espetacular ou grandioso, para contar a história real do falsário Frank Abagnale, o qual ludibriou a companhias aéreas durante anos a fio, falsificando passagens e até mesmo fazendo-se passar por piloto. Era ainda um especialista em falsificar cheques e, depois de um período na prisão, acabou se tornando um especialista do FBI na área. Divertido e despretensioso, nesta obra Spielberg realiza o seu filme de atores, com ótimas atuações de Tom Hanks (que hoje em dia parece que esqueceu de atuar) e, principalmente, Leonardo DiCaprio, o qual dá um show como o protagonista. A trilha de John Williams também está particularmente inspirada (observem bem na sequência dos créditos iniciais, que é ótima). Spielberg repetiria a fórmula do longa, em estilo e acabamento, com “O Terminal”, também com Hanks, mas o resultado não foi tão especial quanto aqui.





Munique (Munich, 2005) – Talvez o mais “frio” longa do cineasta. De forma seca e objetiva (e violenta), sem apelar para aspectos emocionais, ele mete o bedelho no conflito entre árabes e israelenses na Palestina. Seu ponto de partida é o atentado terrorista durante a Olimpíada de Munique, em 1972, que resultou na morte de 11 atletas israelenses, ao qual se seguiu uma reação do Mossad, o serviço secreto de Israel, no mesmo patamar de violência. Eric Bana faz um desses agentes judeus e representa as reflexões e dilemas vividos por seu povo. Aplaudido pela crítica, o filme acabou não indo bem de bilheteria, talvez porque o público não esperasse um filme tão político vindo do cineasta (o que com certeza influenciou para que fosse esquecido pela Academia). Contudo, talvez Spielberg nunca tenha se mostrado tão maduro quanto neste trabalho.

Obs. Vejam lá o Daniel Craig, como um dos agentes do Mossad, antes de se tornar o famoso agente 007.


Ah, e bons spielbergs pra você!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cannes 2010 - Abertura


Voltando à net depois de alguns dias sem micro (fonte e cooller quebrados), o Cinema com Pimenta lembra que hoje ocorreu a abertura do Festival de Cannes, em sua 63 ª edição. O longa de abertura foi o "Robin Hood" de Ridley Scott (o filme tem estreia no Brasil na sexta-feira dia 14/05), o qual não compareceu à coletiva de imprensa devido a uma recente cirurgia no joelho. Contudo, Cate Blanchett, a nova intérprete de Lady Marion, estava lá, como se pode ver na foto acima, juntamente com Russel Crowe, hoje, posando para os fotógrafos.Crowe, por sinal,aproveitou para, como todo mundo, dar seus palpites para a Copa da África do Sul: “Talvez a Espanha, talvez o Brasil. Portugal, se Cristiano Ronaldo jogar bem. E Inglaterra, claro, se tudo sair muito certo. Mas eles não têm chance contra a seleção australiana”. Mesmo com o meio de campo tenebroso de Dunga, o Brasil sempre continua entre os favoritos...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"Metropolis" - Versão restaurada e extendida tem trailer na web

"Metropolis" é um dos grandes marcos não só do gênero ficção-científica, mas do cinema como um todo. Uma das obras-primas de Fritz Lang, mestre do expressionimo alemão, o longa (mudo) constrói uma perfeita alegoria de um futuro não muito promissor, traçando uma crítica direta à sociedade de classes. Recentemente, um novo rolo do filme, com 25 minutos de imagens que estavam perdidas (o longa sofreu muito durante o domínio nazista na Alemanha e no transcorrer da Segunda Guerra), foi encontrado na Argentina, passando por um processo de restauração. O resultado foi exibido no último Festival de Berlim em frente ao Portão de Brandemburgo e agora teve um trailer realizado pela Kino International. Esta versão será exibida dia 14/05 nos EUA e deverá ser lançada em DVD e Blu-Ray. Mas não esperem que seja exibida nos cinemas brasileiros. Acho que é pedir demais... Confiram abaixo.


domingo, 2 de maio de 2010

Homem de Ferro 2


Robert “Iron Man” Jr.


É inevitável começar esta resenha sem uma comparação com o primeiro episódio da série do Homem de Ferro, um dos super-heróis da Marvel que nunca fez exatamente parte do primeiro escalão de heróis da famosa editora de quadrinhos, estando longe da popularidade de um Homem-Aranha ou dos mutantes X-Men. Eu mesmo não acreditava muito no resultado quando foi anunciada a primeira produção, a qual parecia vir apenas no embalo do sucesso de outros filmes baseados em super-heróis. Na minha concepção, seria apenas mais um “genérico”, algo que passaria pelos cinemas rapidamente sem deixar maiores saudades. Contudo, o que aconteceu foi uma surpresa. Ou melhor, não exatamente uma surpresa. Eu havia esquecido de todo o talento de Robert Downey Jr., um ator de extrema competência que havia mergulhado nas drogas e se jogado no ostracismo, mas que agarrou a nova oportunidade com unhas e dentes. Downey imprimiu peculiaridades ao personagem que o deixaram ainda mais rico que nos quadrinhos. Com a ajuda de um roteiro bem trabalhado e sem excessos na ação ou nos efeitos especiais, o filme acabou sendo um grande sucesso, levando Downey Jr. do mencionado ostracismo ao estrelato. Ele é hoje um astro do primeiro time e, por tabela, levou o Homem de Ferro também ao primeiro panteão de heróis da Marvel.

A expectativa pelo segundo episódio foi grande e o que se temia era que o diretor Jon Favreau acabasse caindo em excessos, exagerando na ação, ou na veia cômica do longa (uma da razões do sucesso do primeiro) e tudo acabasse de uma forma meio “over”. Felizmente isso não aconteceu, nada é extrapolado, mas a impressão que ficou é que a série “Homem de Ferro” só se sustenta pela presença de seu ator principal.

Tal assertiva parece ser comprovada ao observarmos o roteiro deste segundo exemplar da série. Ele começa com duas boas premissas. A primeira, a de que o governo americano insiste para que Stark ceda os desenhos e segredos industriais da armadura do Homem de Ferro para o exército U.S.A. Em segundo lugar, o herói está com seu organismo contaminado pelas toxinas liberadas pelo dispositivo em seu peito que o mantém vivo. Há ainda o desenvolvimento de sua relação com a secretária Pepper Potts (Gwyneth Paltrow), a qual ele alça à condição de presidente do grupo Stark (interessante como essa relação nunca soa forçada). Por outro lado, os problemas da trama começam quando da construção do vilão. Apesar de ser interpretado por Mickey Rourke, sempre uma presença marcante, suas motivações são mal explicadas. Sabe-se apenas, no início do longa, que a família de Ivan Vanko foi diretamente afetada pelas ações da família Stark, mas não se revela precisamente como. Além disso, Stark enfrenta a concorrência de seu grande rival empresarial (Sam Rockwell), o qual busca os seus segredos tecnológicos para vendê-los ao governo dos EUA. Em alguns momentos, o roteiro acaba descambando para um excesso de conspirações industriais pouco atrativas e confesso que fiquei, em alguns momentos, ansioso pelas cenas de ação ou mesmo de romance-comédia.

Existem ainda nuances excessivamente nerds que incomodam ao longo da projeção. Há uma agente da SHIELD, a Viúva Negra, infiltrada na indústria Stark (interpretada por uma Scarlett Johansson ruivamente bela e sensual e que aprendeu a lutar para suas cenas de ação). Nick Fury (Samuel L. Jackson), comandante da SHIELD, também se faz presente e essas inserções mostram-se inconvenientes se pensarmos no espectador que não conhece o universo das HQs, não sabe o que é a SHIELD e nem que a Marvel, no futuro, pretende realizar um filme dos Vingadores (super-grupo formado por vários heróis da editora). A ânsia por elementos para os fãs é tão grande que chegaram a inserir em uma cena, de forma totalmente incongruente, o escudo do Capitão América...

Como dito acima, o que mantém o nível do produto é mesmo o personagem de Stark. Downey Jr. confere veracidade a todas as cenas e é interessante perceber as suas contradições. Tony Stark aparenta tomar todas as suas atitudes baseadas no seu egocentrismo, mas ao mesmo tempo notamos que ao assumir essa postura ele parece querer esconder que tem um bom coração, da mesma forma como procura ocultar e assume com muita dificuldade seus sentimentos por Pepper Potts. Nada mais emblemático do que a frase que profere logo no início do longa: “eu privatizei a paz”, uma tirada genial que parece resumir todas as contradições do super-herói narcisista e carismático. Um feliz encontro entre ator e um roteiro (de Justin Theroux) que, se deixou a desejar em outros aspectos, neste ponto se mostra muito feliz. Há ainda, como ponto positivo, duas boas seqüências de ação, uma delas no grande prêmio de Mônaco e outra já ao fim, quando, ao lado da Máquina de Combate incorporada pelo coronel e amigo James Rhodes (Don Cheadle substituindo Terence Howard, o qual teve atritos com a Marvel), destroem um sem número de robôs. Os efeitos especiais mostram-se bem superiores ao primeiro episódio (orçamento maior, claro) e a trilha sonora rock ‘n roll (com AC/DC, Queen, entre outros) é ótima.

Uma diversão garantida, sem dúvida. Contudo, talvez devido ao fato de, quando do seu lançamento, não nutrir grandes expectativas, o primeiro episódio acabou atingindo minha sensibilidade cinéfila de forma inesperada e intensa, algo que não aconteceu neste segundo episódio (e é sempre bom não nutrir expectativas). O que não se questiona é a excelência de Robert Downey Jr., ator que conseguiu transformar um personagem meio que apagado das HQs em uma figura extremamente pop. Torço para que sua volta seja mesmo definitiva, seja como “Homem de Ferro”, “Sherlock Holmes” ou qualquer outro personagem.


Cotação:

Nota: 8,5

Obs. Há uma cena depois dos créditos que já larga a deixa para o filme de um outro personagem da Marvel.