domingo, 28 de junho de 2009

E Essa Agora...


Dá pra acreditar? "Transformers: A Vingança dos Derrotados" quase ultrapassa "O Cavaleiro das Trevas" como filme mais rápido a alcançar o faturamento de US$ 200 milhões em arrecadação. Em apenas 5 dias ele atingiu essa marca, mas perde para o filme do Batman que atingiu 202 milhões no mesmo período. O filme, que vem sendo detonado pela crítica ao redor do mundo, deve acabar se tornando o maior sucesso de 2009. E Michael Bay acaba saindo dessa "consagrado"! Putz! O pior é que isso quase me obriga a assistir ao filme (já não tinha gostado muito do primeiro e nem estava interessado em ver esse segundo...) e postar uma resenha aqui. Bem, pelo menos vou procurar curtir a Megan Fox com sua boca sempre entreaberta. Talvez seja exatamente esse o segredo do sucesso do longa...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Joseph Jackson: 29/08/1958 - 25/06/2009


Boas Lembranças

Eu era bem pequeno quando minha irmã ganhou, como presente no Dia da Criança, um LP (sim, era o tempo dos bolachões) de um certo astro da música que era o grande sucesso do momento. Eu já conhecia esse artista de um videoclip que sempre passava na TV aos domingos, logo antes do “Fantástico” da TV Globo. Eu adorava esse videoclip, que me enchia de entusiasmo e ao mesmo tempo medo, pois que cheio de personagens horripilantes como zumbis e lobisomens (além de uma risada pra lá de cavernosa no final) e corria alucinado para a frente do televisor para não deixar de ver mais uma de suas reprises. Logo quando ouvi em casa o tal disco, percebi que havia nele várias outras músicas legais e dançantes. Mal sabia eu que o tal LP (de nome complicado: “tchiler”, “frilé”, que coisa mais difícil de pronunciar) se tornaria o álbum mais vendido de todos os tempos e que o seu cantor, Michael Jackson, seria futuramente aclamado como o Rei do Pop. A verdade é que, durante um bom tempo, escutei o disco alucinadamente, procurando (e, claro, não conseguindo) imitar todos os passos de dança feitos por Michael nos clips televisivos, especialmente um em que ele parecia andar para trás.

O tempo foi passando e o super-astro Michael Jackson foi, aos poucos, ficando estranho. No disco seguinte, ele apareceu com a pele um tanto mais clara e todos se perguntavam como aquilo poderia ter acontecido. “Que coisa mais estranha, como isso é possível?”, era a frase sempre ouvida quando se falava no nome dele. E todos começaram a afirmar que Jackson era um racista, alguém que padecia de preconceito contra sua própria etnia e estava clareando a própria pele porque “queria ser branco”. Mas a verdade é que o esse novo disco dele (dessa vez tinha um nome mais fácil, era só falar “bédi”) também era muito legal, com músicas bem dançantes como naquele disco em que ele aparecia com um tigre no encarte (o tal “tíler”... Mas que nome chato!).


(Pra quem não sabe: o clip de "Bad" foi dirigido por Martin Scorsese)

Novamente, o tempo passou (afinal, ele não para) e eu, que já tinha uma forte atração pelo rock (acredito que a primeira vez que ouvi os Beatles ainda foi no útero materno), acabei abraçando de vez esse gênero ainda no início da minha adolescência, deixando de lado astros da chamada música “pop” (entendida aqui como gênero e não como termo designativo de música popular), entre eles Michael Jackson. Foi a fase em que me apaixonei de vez pelos Fab Four e comecei a me identificar fortemente com as canções de um certo Renato Russo, líder da famosa Legião Urbana. Mesmo assim, no início dos anos 90, Jackson ainda voltaria a me tomar a atenção com mais uma videoclip sensacional, feito para a música “Black Or White”, o qual apresentava uma fantástica transformação de rostos entre várias etnias, bastante eficiente até para os padrões de hoje (clique aqui para assistir).

Mais alguns anos se passaram, eu já estava na faculdade e Jackson era mais lembrado na mídia por suas excentricidades (como sua aparência cada vez mais estranha e seus gastos perdulários) e acusações de abusos sexuais contra crianças, principalmente depois do fracasso comercial de seu álbum duplo “History”, cuja megalomania no seu processo de divulgação acabou por me despertar uma certa antipatia pelo cantor. Tal antipatia só não cresceu mais devido à influência de dois grandes amigos, um deles ainda do ensino médio (aê, Hendrick!) e, principalmente, outro que já conhecia desde o primário no Instituto Maria Auxiliadora e que reencontrei na faculdade, Gianfranco, um fã incondicional da mega-estrela. Eles me faziam lembrar que, à parte suas esquisitices e ataques de grandiloquência, Michael Jackson era inegavelmente um grande artista.

Infelizmente, não foi assim que ele foi tratado ao longo dos últimos anos. Sempre com a mídia procurando dar fôlego à sua atribulada vida pessoal, esquecendo totalmente os méritos musicais (muito embora não se possa negar que estes caíram muito em seus últimos trabalhos), a decadência de Michael Jackson atingiu o ápice com o circo armado em torno do processo judicial em que era réu, sob a acusação de abusar sexualmente de crianças em Neverland, seu famoso e extravagante rancho particular. Entretanto, ele foi absolvido de todas as acusações e lembro que acabei acompanhando ao vivo o resultado do julgamento, no qual uma quantidade enorme de fãs se aglomerou às portas do fórum local para comemorar a cada anúncio de “inocente” (“ele não fez nada, meu filho”, dizia minha mãe sempre que falavam nessas acusações e mãe, como todos sabem, costuma ter muita sabedoria).

E eis que tivemos, nesta quinta-feira 25 de junho de 2009, de forma totalmente inesperada, a notícia do falecimento do Rei do Pop, com a mídia, que tanto lhe apedrejou, agora lhe rendendo as devidas homenagens. Hoje, eu sei que o tal disco de nome difícil, “Thriller”, (que agora eu consigo pronunciar, enfim) é um dos mais importantes da história da música popular, não apenas por ser o mais vendido, e o tal videoclip cheio de monstros é o mais revolucionário de todos os tempos, um verdadeiro curta-metragem que modificaria para sempre a forma como apreciamos a arte musical. Também sei que o seu processo de “embranquecimento” não aconteceu por vontade própria, mas porque ele foi atingido pelo vitiligo, conhecida doença que retira a pigmentação da pele e que o título da canção “Black Or White” não deixa de ser uma referência à sua peculiar condição. Mas, principalmente, sei que artistas tão completos como Michael Jackson são raros, e que sua influência será sentida ao longo de várias gerações de cantores e dançarinos. Um showman negro que conseguiu romper as barreiras dos guetos da preconceituosa sociedade norte-americana (e mesmo mundial) e se tornar ídolo não apenas de jovens e crianças negras, mas de todas as etnias. Mas que também, infelizmente, mostrou que dinheiro e fama estão longe de significar paz de espírito. De qualquer forma, alguém já disse que a melhor herança que se pode deixar na vida são as boas lembranças. E isso Michael Jackson com certeza proporcionou e continuará proporcionando a muitas pessoas em todo este confuso planeta. Inclusive a mim, que jamais vou esquecer das horas que passei, de forma atabalhoada, tentando imitar seus passos lá nos primórdios dos anos 80. Afinal de contas, isso é que é ser feliz!

E quem disse que Michael morreu? Creio que ele apenas parou de envelhecer...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Oscar terá 10 indicados em 2010


Acabei de saber dessa e já estou postando aqui. Possivelmente de olho na queda de audiência da cerimônia de premiação do Oscar nos últimos anos, a Academia de Hollywood resolveu retornar a uma prática comum nos anos 30 e 40 e anuciar que, na próxima edição, a categoria de melhor filme terá 10 indicados, e não apenas 5, como vinha acontecendo há décadas. Sid Ganis, seu presidente, justifica afirmando que por vezes há muitos filmes que merecem reconhecimento, sendo o número de 5 insuficiente para se fazer justiça. Diz ainda que isso abrirá espaço para que mais filmes estrangeiros sejam reconhecidos, além de possivelmente abranger gêneros pouco lembrados pela Academia, como a comédia, rotineiramente deixada de lado nas indicações. Ganis finalizou lembrando o ano de 1939, em que os 10 filmes indicados se tornaram clássicos do cinema. Foram eles: "...E o vendo levou" (o vencedor), "O Mágico de Oz", "No Tempo das Diligências", "O Morro dos Ventos Uivantes", "Love Affair", "Adeus, Mr. Chips", "A Mulher Faz o Homem", "Ratos e Homens", "Vitória Amarga" e "Ninotchka" (realmente, um ano daqueles).

Filmes Para Ver Antes de Morrer


Por algum motivo que desconheço, a nova animação da Pixar, "Up - Altas Aventuras", só terá sua estreia no Brasil em setembro. Enquanto a gente espera, posto aqui a resenha que escrevi para "Ratatouille", um dos melhores filmes (senão o melhor) do famoso estúdio, à época do seu lançamento no circuito nacional.


Ratatouille


Uma delícia!

Os estúdios Pixar surgiram na década de 90 com Toy Story, filme responsável por apresentar ao mundo uma nova forma de animação, qual seja, a animação digital, a qual traria um novo patamar de qualidade para o gênero, com nuances e detalhes dos personagens nunca antes vistos, texturas cada vez mais próximas ao real e, de quebra, uma maior agilidade na produção dos longas, reduzindo em muito o tempo para se fazer uma animação. Além disso, trazia novos ares não só na forma, mas também no conteúdo: o roteiro mesclava bom-humor com uma bela história de amizade, mas sem nunca soar moralista e didático como as animações da Disney (que co-produziu Toy Story). Outra sacada: espalhar referências a outros filmes, além de elementos mais “adultos”, fazendo com que não só os pequenos, mas também os pais que necessariamente os acompanham para as salas, também se sentissem entretidos com a estória narrada (esse último aspecto seria, mais tarde, levado até as últimas conseqüências pela Dreamworks com seu “Shrek”).

Normalmente em parceria com os estúdios Disney, a Pixar foi se firmando com força no cenário cinematográfico, alcançando bilheterias cada vez mais retumbantes. “Vida de Inseto”, “Monstros S/A”, “Procurando Nemo” e “Os Incríveis” são alguns exemplos de sucesso da Pixar. Porém, ultimamente, as cabeças pensantes da equipe pareciam dar sinais de cansaço. “Carros”, filme que acabou sendo indicado ao Oscar de animação, apresentava um roteiro já previsível e com algumas lições de moral clichês, óbvias, no melhor estilo “Amigo Urso”, da Disney (mas que mesmo assim foi um sucesso de público).

Pois bem, quando já se via sinais de decadência, eis que Brad Bird (o mesmo diretor do ótimo “Os Incríveis”) e Bob Petterson (roteirista de “Procurando Nemo”) dirigem e nos apresentam uma trama inusitada: um ratinho (logo um rato!) chamado Rémy sonha em se tornar um grande “cheff de cuisine” e tem como ídolo Auguste Gusteau, um dos mais renomados cozinheiros da meca da culinária mundial. Além disso, em sua fantasia, misturam temas bastante adultos como preconceito social, o papel da crítica em relação à atividade que discute, a industrialização indiscriminada de nossa alimentação, entre outros. E o resultado desta sopa, com tantos sabores variados, é... delicioso!!!!

Antes de tudo, convém fazermos alguns esclarecimentos sobre o meio gastronômico francês, uma espécie de obsessão nacional semelhante a que temos pelo futebol. Um caso é bastante ilustrativo: em 2003, Bernard Loiseau, chef e proprietário do restaurant Côte d’Or, no vilarejo de Saulieu, Borgonha, deu cabo da própria vida com um tiro na cebeça, deixando esposa e filhos. Suicidou-se no auge da carreira, quando já era considerado por muitos como o maior chef francês depois de Paul Bocuse (este uma espécie de Pelé da gastronomia!). Motivo: corria um boato de que seu restaurante perderia uma estrela no Guia Michellin, espécie de bíblia que orienta os apreciadores da boa cozinha. No fim das contas, não houve a perda da estrela ...Portanto, não vejam como “coisa de animação” o fato de Gusteau, o ídolo do ratinho Rémy, ter morrido após seu restaurante ter perdido uma estrela devido a uma avaliação negativa do crítico Anton Ego (voz de Peter O’Toole no original). Ego, o mais renomado crítico gastronômico de Paris, tinha uma severa antipatia por Gusteau devido ao lema deste de que “todo mundo pode cozinhar”. Aliás, é sabido que os realizadores passaram meses freqüentando a alta cozinha francesa, para que o resultado fosse o mais fidedigno possível.

E é pouco depois da morte do famoso chef que Rémy, devido a uma série de eventos que acabam por separá-lo de sua família, acaba chegando casualmente ao restaurant de seu mentor intelectual, onde um jovem atrapalhado aprendiz de cozinheiro chamado Linguini acaba de conseguir um emprego, fazendo a limpeza da cozinha. O chef agora é Skinner (Ian Holm no original), homem de caráter duvidoso, que está jogando a reputação do Gusteau’s no lixo ao colocar o famoso nome do antigo proprietário como marca de fast-food. Mas a união entre o talento de Rémy e a forma humana de Linguini pode vir a salvar a reputação desta importante referência parisiense.

Só por esse breve resumo do roteiro, podemos constatar que os autores não procuraram apenas realizar uma diversão para crianças, ou mesmo colocar apenas algumas referências mais adultas para agradar o público mais velho. A trama é realmente consistente e, embora também seja uma obra que deve agradar bastante aos pequenos, jamais resvala na infantilidade. Seus personagens são bem construídos, o texto flui com enorme leveza, sem nunca perder o bom-humor (dei várias gargalhadas durante a projeção), mas também sem nunca se distanciar de uma boa abordagem dos temas escolhidos, como o preconceito sofrido por Rémy pelo fato de ser um rato, nos remetendo imediatamente aos preconceitos que fazem parte de nosso dia-a-dia, como de classe social, cor da pele ou origem étnica. Interessante, vale destacar, a forma como os ratos parentes de Rémy muitas vezes nos são mostrados. Em várias cenas, quando mostrados à distância e na penumbra, eles nos parecem ameaçadores mas, tão logo se aproximam da câmara, vemos o quanto são amáveis e simpáticos. E faço a pergunta: quantas vezes não nos enganamos com aqueles com quem cruzamos no dia-a-dia. Quantas vezes não fazemos julgamentos equivocados sobre alguém, apenas por sua origem social, cor da pele etc.?

Ademais, vemos a divisão de Rémy entre o seu trabalho e a sua família, a competição existente entre os cozinheiros do restaurante (que logo podemos associar a vários ambientes de trabalho competitivos), uma severa crítica ao sistema fast-food que vem tomando conta do mundo, em detrimento de uma boa refeição, além de uma reflexão interessantíssima sobre o papel da crítica, seja no meio gastronômico, musical, cinematográfico ou afins. E, claro, a como a trama se passa em Paris, não poderia faltar um romance, já que a Cidade Luz é também o sonho romântico do inconsciente coletivo mundial.

No que diz respeito aos aspectos técnicos, o que parecia impossível aconteceu: a Pixar conseguiu se superar e a animação impressiona pela beleza, atenção aos detalhes, força das cores, vivacidade das expressões. Irretocável em todas as suas nuances. Ah, e a dublagem em português é excelente!

Bem, o que mais escrever? Não costumo taxar de obra-prima um filme que acabou de ser lançado, pois o tempo muitas vezes é implacável e acaba nos fazendo perceber que determinada obra não era lá essas coisas e vice-versa (uma obra pela qual não demos muita bola, acaba se revelando muito melhor com os passar dos anos). Mas a verdade é que não consegui enxergar defeitos em “Ratatouille” (a pronúncia correta é ratatúie) e, sendo assim, não posso chegar a outra conclusão: é mesmo uma obra-prima da animação.

Portanto, se você quer emoção, reflexão e, ao mesmo tempo, dar umas boas risadas...Voilá!!! Não deixe de ir ao cinema acompanhar a ascensão deste peculiar cozinheiro! E bom apetite para todos! Apreciem sem moderação e sem medo engordar!

Classificação: ***** (cinco estrelas).
Nota: 10,0

Obs: Cheguem sem atraso na sala de exibição para não perderem o curta “Quase Abduzido”. Divertidíssimo!!!

sábado, 20 de junho de 2009

Trilha Sonora #4


Mesmo que você nunca tenha assistido a "Três Homens Em Conflito", também conhecido como "O Bom, O Mau e O Feio", provavelmente já ouviu esta trilha icônica, símbolo do chamado "spaghetti western". A parceria entre dois gênios, Sergio Leone e Ennio Morricone, só poderia resultar em cenas inesquecíveis pontuadas por uma trilha igualmente memorável. E, de quebra, o jovem Clint Eastwood começando a sua carreira, ele que iria se tornar um dos maiores nomes da história do cinema. Se ainda não viu, não perca mais tempo!


Ennio Morricone - The Good, the Bad and the Ugly (cowboy theme)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Último Desejo


A norte-americana Colby Curtin, de apenas 10 anos, tinha uma grande desejo: assistir à animação "Up", novo grande sucesso dos estúdios Pixar. Detalhe: ela sofria de câncer no fígado, lutando contra a doença há 3 anos, e já em estado terminal. Este era seu último desejo, que acabou sendo atendido pelo estúdio. A Pixar enviou um funcionário à casa de Colby no último dia 10 de junho, realizando uma exclusiva sessão doméstica, além de lhe presentear com um poster e personagens em pelúcia. Segundo informações divulgadas pelas agências de notícias, a pequena Colby faleceu cerca de 7 horas depois de ver o filme.

"Up - Altas Aventuras" tem sua estreia em setembro no Brasil.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Musas do Escurinho #5


Jennifer Garner é, na realidade, o que de melhor há em "Minhas Adoráveis Ex-Namoradas", comédia romântica atualmente em cartaz no circuitão nacional.

terça-feira, 16 de junho de 2009

"Cidade de Deus" entre os 25 melhores da década



“Universalmente aclamado por sua honestidade visceral em descrever o crime organizado no Rio de Janeiro, o filme é o melhor tipo de obra de arte: aquela que vem de um talento não conhecido em um lugar improvável”.

É assim que a publicação americana "Paste" justificou a 4ª colocação de "Cidade de Deus" entre os 25 filmes essenciais da presente década produzidos fora dos Estados Unidos. O longa de Fernando Meirelles ficou à frente até mesmo de obras de queridinhos da crítica como Pedro Almodóvar e Wong Kar-Wai, perdendo apenas para "O Labirinto do Fauno" (de Guillermo Del Toro), "O Tigre e o Dragão" (Ang Lee) e "O Escafandro e a Borboleta" (de Julian Schnabel). No geral, como você pode conferir abaixo, a lista ficou bem boa (só acho bem discutível "Fale com Ela" na quinta colocação, mas...Fazer o que?).

1. “O Labirinto do Fauno”
2. “O Tigre e o Dragão”
3. “O Escafandro e a Borboleta”
4. “Cidade de Deus”
5. “Fale com ela”
6. “A Viagem de Chihiro”
7. “Amor À Flor da Pele”
8. “A Vida dos Outros”
9. “Amores Brutos"
10. “Caché”
11. “4 meses, 3 semanas e 2 dias”
12. “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”
13. “E Sua mãe Também”
14. “The Best of Youth”
15. “Ninguém Pode Saber”
16. “Entre os Muros da Escola”
17. “Yesterday”
18. “Paradise now”
19. “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”
20. “Gomorra”
21. “Oldboy”
22. “Deixe Ela Entrar”
23. “Volver”
24. “Persépolis”
25. “Maria Cheia de Graça”

domingo, 14 de junho de 2009

O Exterminador do Futuro: A Salvação


Mais um blockbuster mais ou menos


Você já leu, ou por acaso já ouviu falar, de uma HQ dos X-Men chamada “Dias de Um Futuro Esquecido”? Não? Pois me deixe contar alguns detalhes da trama desse clássico do grupo mutante. Produto da fase espetacular da parceria entre Chris Claremont e John Byrne, a trama mostrava os mutantes, já envelhecidos, vivendo em um mundo dominado pelos sentinelas, super-robôs programados para caçar mutantes que terminaram por se rebelar e se colocar também contra a humanidade. Para tentar alterar o passado, mudando os acontecimentos que acabariam por levar o governo a reativar os sentinelas, a mente de Kitty Pride, já uma mulher madura, é transportada para a da jovem Kitty, ainda uma adolescente (numa dessas “viagens” típicas dos quadrinhos). A morte de um senador é então evitada e isso traz esperança de que o futuro possa ser melhor. A narrativa acima lhe parece familiar? A mim, sempre pareceu. Lembra muito a trama de um certo filme que se tornou cult nos anos 80, “O Exterminador do Futuro”, longa que acabou sendo responsável por catapultar Arnold Schwarzenegger ao estrelato. Imagino que James Cameron, seu diretor, um assumido fã de quadrinhos, deve ter se inspirado na famosa estória dos X-Men para realizar o filme, até porque a HQ foi escrita algum tempo antes do lançamento da produção.

Bem, a verdade é que “Terminator” acabou se tornando um marco tanto no quesito ação, quanto no gênero da ficção científica. E a sua continuação, lançada em 1991, acabou não apenas por se tornar o filme mais caro de todos os tempos até então, mas, principalmente, foi um enorme sucesso de público e crítica. No segundo episódio, Cameron depurou ainda mais a sua técnica, transformando a película em um dos melhores filmes de ação de todos os tempos. Aliás, arrisco a dizer que Cameron talvez seja o melhor diretor de cenas de ação na história, além de ter um faro pop quase infalível. Não é à toa que, anos mais tarde, ele viria a dirigir o maior sucesso comercial da história de Hollywood (“Titanic”, claro). Entretanto, o terceiro episódio da franquia (2003) acabou se tornando uma baita decepção para aqueles já acostumados ao virtuosismo de Cameron. Dirigido por Jonathan Mostow, o longa não apenas repetiu a fórmula do segundo filme (dois exterminadores lutando), como também deixou muito a desejar nas cenas de correria, sempre tremidas, com cortes abruptos, que muitas vezes faziam os espectadores não entenderem o que se passava na tela. A única lembrança mais forte do filme é a da robô-mulher correndo pelada pelas ruas...

Mas eis que agora surge este “O Exterminador do Futuro: A Salvação”, buscando recuperar o prestígio perdido dos robozões. Dirigido por McG (de “As Panteras” e “As Panteras Detonando”), o longa tem como ponto forte finalmente mostrar o tal mundo dominado pelas máquinas tão citado nas outras produções. Podemos, assim, ver no que a Terra se transformou, em imagens que emulam obras já clássicas como “Mad Max”. Ademais, McG parece ter se tornado um bom aluno de Cameron no quesito ação. Várias são as sequências memoráveis ao longo da projeção, com destaque especial para aquela onde surgem os motoexterminadores.

Seria tudo ótimo e perfeitinho não fosse o roteiro fraquejar em diversos momentos. Escrito por John Brancato e Michael Ferris (os mesmos do terceiro longa), a trama mostra John Connor (Christian Bale, cujo faniquito durante as filmagens virou hit no Youtube) já como um líder respeitado da “Resistência” (muito embora o filme não mostre o porquê disso). Ele está em busca do seu pai, Kyle Reese (Anton Yelchin), ainda um adolescente (pra quem não se lembra, Kyle é o membro da resistência que volta ao passado para proteger Sarah Connor, no primeiro longa, a acaba por se tornar o pai de John Connor), já que o mesmo está sendo perseguido pelas máquinas da Skynet. Ao mesmo tempo, vemos surgir um novo personagem, Marcus Wright (Sam Worthington, ótimo), um condenado à morte que é submetido a uma experiência em 2003 e acaba acordando em 2018, sem entender nada do que lhe aconteceu. Até aqui, nenhum grande problema. A mistura desanda no seu desenvolvimento. Os diálogos são ruins (como o péssimo texto do encontro entre Marcus e Kylle) e as relações entre os personagens são apressadas e mal desenvolvidas. Blair (Moon Bloodgood, bonita), a integrante da Resistência que encontra Marcus, se afeiçoa rápido demais pelo mesmo e trama, como mostrada, acaba dando mais enfoque ao personagem de Marcus do que ao de John Connor e, pelo menos dessa vez, Bale não teve culpa de seu desempenho acabar esmaecido pelo do coadjuvante. Além disso, como não poderia deixar de ser, tendo em vista a cronologia embolada da franquia (é bom dizer que não vi qualquer episódio da série “Sarah Connor Chronicles”), existem muitos elementos que não ficam claros e o filme, é bom de antemão falar, não é recomendado para quem não assistiu aos demais episódios. Talvez até isso explique porque ele não está indo muito bem nas bilheterias USA.

Com um final um tanto exagerado e descambando para o melodrama, McG , contudo, sabe como fisgar os fãs da série colocando referências bem encaixadas (estão lá a frase “I’ll be back” e a famosa trilha do Guns para “Terminator 2”) e, principalmente, como já dito acima, com ação e efeitos especiais eficientes (bem melhores que os de “Wolverine”). A verdade é que a atual safra de blockbusters está bem decepcionante, com longas apenas razoáveis, bem diferente da safra 2008, que teve filmes empolgantes como “Homem de Ferro” e, principalmente, “O Cavaleiro das Trevas”. Esperemos que a do próximo ano traga melhores frutos.

Ah, há uma participação especial do Arnoldão. Fique de olho.

Classificação: * * * (três estrelas)
Nota: 7,5

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Problemas no Micro

A ausência de posts nos últimos dias se deve à tecnologia. Meu micro resolveu dar piti (se bem que ele já vinha dando "sinais") esta semana e me impossibilitou de produzir qualquer coisa para este espaço. Prometo me esforçar para dar uma compensada nesta semana que vem. Pelo menos, agora, meu velho companheiro (já tem 3 anos) parece estar recuperado (parece...). Existe algo mais irritante que micro com problema?

domingo, 7 de junho de 2009

A Mulher Invisível


A mulher ideal pode ser visível


A comédia romântica é, historicamente, um gênero voltado para o público feminino. Normalmente são as namoradas, esposas, “amigas” ou ficantes (ou qualquer outra coisa mais moderna que exista) que convencem os marmanjos a irem ao cinema assistir a esse tipo de filme, costumeiramente repleto de clichês românticos e previsível no desenrolar do roteiro. Um lugar seguro para os produtores e diretores pouco corajosos que têm, nesse gênero, uma quase certeza de retorno do investimento feito. No Brasil não é diferente. A Globo Filmes rotineiramente tem jogado no circuito cinematográfico comercial longas nessa linha, com ainda maiores requintes de mediocridade, já que gosta de transformar filmes em episódios de suas séries televisivas. É a TV no circuitão, com o que ela tem de bom e de ruim (mais dessa última alternativa).

Pois bem, no meio desse quadro desesperançado da comédia romântica brasileira, eis que surge este “A Mulher Invisível”, longa-metragem que me chamou a atenção pela sua sinopse um tanto original (apesar de ser uma produção Globo Filmes). Eu, pelo menos, não lembro de nenhum outro filme que tenha tido como premissa o namoro de um homem com uma mulher perfeita: linda, deliciosa, que gosta de futebol (acompanha o campeonato até da 3ª divisão), faz a faxina da casa de lingerie e não tem ataques de ciúme com eventuais traições. Uma mulher ideal que se materializa, mas que só ele vê e ouve, pois ela não existe, ou melhor, só existe em sua mente. Essa premissa, por si só diferente, me levou ao cinema neste domingo. Meus instintos cinematográficos me diziam que talvez eu fosse gostar do que eu iria ver (não só pela presença da Luana Piovani, a tal mulher invisível). E acabei não me arrependendo da escolha.

Dirigido por Cláudio Torres (de “Redentor”) e protagonizado pelo maior astro do cinema nacional atual, Selton Mello, “A Mulher Invisível” consegue quebrar dois dos parâmetros que apontei acima. Como afirmado no parágrafo anterior, ele consegue fugir dos clichês do gênero e, em segundo lugar, apresenta um raro viés masculino na sua abordagem. A perspectiva mostrada é a de um homem traído a abandonado pela esposa (Maria Luíza Mendonça), que fica grávida de um gringo alemão e vai embora com ele. Até a amizade a que se dá maior enfoque é a masculina, num ótimo timing obtido entre Selton e Vladimir Brichta, que interpreta o melhor amigo, numa abordagem que não poupa as típicas conversas masculinas. Mas, calma garotas, o filme está longe de ser misógino. Pedro é, antes de tudo, um homem romântico, um apaixonado que parece não conseguir mais superar a sua desilusão. E é por isso que surge a mulher invisível. E, antes que comecem a pensar que a única personagem feminina relevante da trama é a Amanda da Luana Piovani, devo lhes dizer que há outra igualmente relevante, Vitória (interpretada pela ótima Maria Manoella), uma vizinha que sempre foi apaixonada por Pedro, mas que ele nunca enxergou.

O roteiro (escrito a oito mãos por Cláudio Torres, Adriana Falcão, Cláudio Paiva e Maria Luísa Mendonça) se desenvolve redondamente e todo o elenco está afiado. É bom até ressaltar que os coadjuvantes estão longe de ser aquelas figuras que existem apenas para ouvir os personagens principais. Todos eles acabam interferindo diretamente nos rumos da trama e são personagens muito bem desenvolvidos. Claro, Luana Piovani está ali para ser a gostosa, transpirando sensualidade por todos os poros, um deleite para os olhos, tendo uma atuação que lembra bastante as de Marilyn Monroe. Mas, se em alguns momentos sua beleza e sensualidade hipnotizam, é mesmo Selton Mello quem rouba a cena. Embora repetindo alguns tiques e facetas de atuações anteriores, Selton dá um verdadeiro show ao longo de toda a película. Vários são os momentos hilários ao longo da projeção e isso se deve, em muito, à sua atuação. É vendo Selton nesse filme que entendemos o porquê do mesmo ser considerado a grande estrela do cinema brasileiro na atualidade.

Mas tudo se mostra a contento no filme. Bem dirigido e editado, também é possível afirmar que este é um dos raros exemplares em que uma produção nacional soube usar adequadamente uma trilha sonora pop. Estão lá canções de Janis Joplin a Ramones (não vou dizer quais para não perder a graça) todas perfeitamente adequadas aos momentos em que são inseridas e elas tornam a experiência ainda mais divertida. Ademais, a fuga dos clichês se dá também na resolução do longa. São apresentados novos caminhos e é interessante como o diretor resistiu à tentação de cair na pieguice até mesmo na cena final. Registre-se que há um clima de sensualidade bastante agradável na película, sem ao mesmo tempo ser apelativo.

No fim, Cláudio Torres conseguiu realizar um filme que vai agradar tanto ao público masculino, quando ao feminino. Há ingredientes suficientes para agradar a todos e tudo isso sem apelar para a mesmice. Não que vá fazer história, nada disso. Mas é uma ótima diversão, que vai fazer os namorados saírem abraçados do cinema e provavelmente bem dispostos para uma noite “caliente”. Aliás, se você, rapaz, está procurando um programinha ameno, mas que pode render bons frutos, para levar aquela gatinha que aceitou sair com você, esta é uma boa opção. Quem sabe ela não pode ser a sua mulher ideal? E quem, sabe, menina, ele não pode ser o seu príncipe encantado? As maiores surpresas podem estar bem próximas de você.

Classificação: * * * * (4 estrelas)
Nota: 9,0.

sábado, 6 de junho de 2009

Filmes Para Ver Antes de Morrer



Alfred Hitchcock: 7 Filmes Essenciais



Há algum tempo, eu estava na banca de DVDs de Ronaldo, lá na Av. Rio Branco, quando me deparei com o clássico “A Dama Oculta” por um preço bastante convidativo: apenas R$ 9,00. Pedi ajuda a um rapaz que trabalha na banca para pegar o DVD, pois que estava embaixo de vários outros e poderia acabar derrubando a pilha inteira caso fosse tentar sozinho. Ao ver o nome do diretor estampado em letras garrafais na caixa, o rapaz exclamou:

- Esse é um filme daquele Hitch... Hitchcock?

Eu disse:

- Sim, de Alfred Hitchcock. Um gênio!
- Já ouvi falar muito nos filmes dele. São muito bons, né?
- São excelentes! Sempre que tiver oportunidade, assista a um filme dele.
- É, né? Obrigado pela dica!
- De nada!

Esse breve diálogo serve para exemplificar o tamanho da fama e popularidade atingida por Alfred Hitchcock, o lendário diretor que praticamente criou o gênero do suspense. Ídolo de vários outros grandes cineastas (o exemplo clássico é o de François Truffaut), a simples presença do seu nome nos créditos de um filme já desperta curiosidade e mesmo familiaridade até mesmo entre aqueles que nunca viram um dos seus longas, até mesmo entre pessoas pouco habituadas com a freqüentar sala escura ou mesmo a assistir a filmes em casa. Mesmo após quase 30 anos de seu falecimento, em 1980, seu nome continua lembrado, rivalizando em popularidade com Steven Spielberg. Dono de um estilo inconfundível, primando por uma narrativa eminentemente visual, Hitchcock também é responsável por uma obra prolífica, que resultou em mais de 50 longas apenas para o cinema (é bom lembrar que ele também realizou filmes para TV, além de dirigir uma série televisiva).

Pensando nessa quantidade absurda de longas, resolvi elaborar uma lista de 7 filmes essenciais deste diretor também essencial. Não sei afirmar se são os melhores, realmente, vez que também ainda não consegui, até hoje, assistir a todos os seu filmes (muito embora alguns desta lista sejam indiscutíveis obras-primas, com toda certeza). De qualquer forma, serve como um norte para aqueles que quiserem iniciar sua apreciação da obra do grande mestre. Vamos a eles então (a lista não tem ordem de preferência).


- Psicose – Verdadeiro marco na história do cinema, “Psicose” é um daqueles filmes que despertam lembranças mesmo em quem nunca o viu. Afinal, quem nunca assistiu pelo menos uma vez na vida à famosa seqüência do assassinato no chuveiro (para a qual foram necessárias mais de 70 posições de câmera e 7 dias de filmagem)? Ou sequer tenha escutado a famosa trilha sonora com os estridentes violinos de Bernard Herrmann (um dos maiores compositores de trilhas em todos os tempos)? O interessante é que “Psycho” foi recebido de forma um tanto fria pela crítica da época (provando que muitas vezes os críticos erram feio em suas avaliações). Por outro lado, foi um gigantesco sucesso de público, o qual se apinhava em filas que dobravam quarteirões para assistir a uma sessão. A história do assassino Norman Bates tornou-se parte do inconsciente coletivo mundial deste então, marcando irremediavelmente a carreira de Anthony Perkins, que jamais conseguiu se livrar da sombra do personagem. Alerta: fique sempre com esse aqui e fuja das continuações e mesmo do remake inútil do Gus Van Sant. Quem avisa amigo é.


- Janela Indiscreta – Outro marco da carreira do diretor, “Rear Window” traduz em imagens aquele lado voyeur que todos nós temos ao narrar os dias ociosos de um fotógrafo que tem a sua perna quebrada e mata o tempo observando a vida alheia em seu condomínio. Um belo dia, ele começa a desconfiar que um de seus vizinhos matou a esposa e a enterrou no pátio do edifício e busca solucionar o mistério com a ajuda de sua amiga/namorada linda e loira, além de sua enfermeira. Com magnífica interpretação de James Stewart e a presença estonteante de Grace Kelly (a sua primeira cena no filme é de uma beleza impactante), o filme não só trata do voyeurismo, mas também, como de hábito nos filmes de Hitchcock, das tensões e jogos sexuais homem-mulher. Só não dá pra entender como o personagem de Stewart consegue se manter frio diante de Grace Kelly e ficar mais interessado em observar o que acontece nas janelas alheias. Esse cara é louco ou é gay?


- Um corpo Que Cai – Filme genial de atmosfera estranha e assombrada, onde Hitchcock trabalha abertamente com elementos sobrenaturais. Nele, vemos o personagem de um ex-policial (mais uma vez James Stewart), que deixou a carreira por não ter conseguido salvar um colega devido à sua fobia de altura (daí o título original, “Vertigo”), tornar-se detetive particular e ser contratado por um amigo para investigar sua esposa (Kim Novak, representando a loira gélida, uma das famosas obsessões do diretor). Após a morte desta, que se suicida se jogando de um campanário, o detetive acaba encontrando uma outra mulher, sósia da falecida, a qual ele tenta transformar aos poucos em uma verdadeira reencarnação da anterior. Cheio de imagens que beiram o surrealismo e com uma trilha sonora inspirada e adequadamente sombria de Bernard Herrmann, “Vertigo” é uma obra que cresce em sua mente à medida que o tempo passa, até mesmo porque seu desfecho não é exatamente claro. Para ver e rever.



- Os Pássaros – Talvez a obra de Hitchcock que mais se aproxime de um autêntico filme de terror, ao lado do mencionado “Psicose”. Sem qualquer explicação, milhares de pássaros passam a atacar e matar os moradores da pequena cidade litorânea de “Bodega Bay”. Protagonizado pela ex-modelo Tippi Hendren, escolhida a dedo pelo diretor, este é dos longas mais enigmáticos do mestre. Muitos acreditam que seja uma manifestação de misoginia do mesmo, uma vez que “birds” também é uma gíria para mulheres em inglês. A irritação de Hitchcock talvez viesse da aposentadoria precoce de Grace Kelly, sua atriz favorita e amor inconfesso, que deixou a carreira para se tornar princesa de Mônaco. Também possui o final mais aberto de toda a sua longa carreira (o que pode deixar alguns insatisfeitos). Depois de assistir a esse filme, talvez você nunca mais veja os pássaros, estes animais tão belos e puros, da mesma forma.

- O Homem Que Sabia Demais (versão de 1956) – Refilmagem que o próprio diretor realizou de um de seus filmes ainda da fase inglesa, e que mostra o quanto ele aprimorou sua técnica narrativa e imagética. Considero este seu melhor filme sobre um tema recorrente em sua carreira, o do homem errado, aquele que é acusado/perseguido por ser confundido com outra pessoa ou que se envolve involuntariamente em tramas povoadas por reviravoltas e peripécias. É ainda melhor que “Intriga Internacional”, com o Cary Grant, que costuma ser mais reverenciado pela crítica. Mais uma vez com Stewart como protagonista, o trama mostra um médico americano em férias no Marrocos com sua esposa (Doris Day) e filhos. Por acaso, ele acaba descobrindo uma trama de assassinato internacional e tem seu filho seqüestrado por um casal de agentes ingleses, que se passavam por turistas, numa forma de garantir que ele vai manter sua boca fechada. Tem uma das melhores sequências já filmadas pelo mestre, no Albert Hall, durante um concerto sob regência do próprio Bernard Herrmann. Empolgante, também nos presenteia com os talentos vocais de Doris Day.




- Frenesi – Mais um a abordar a mencionada temática do “homem errado”. Neste Hitchcock temporão (um dos últimos da carreira do diretor), Jon Fich é acusado de ser o “Assassino da Gravata”, serial killer que vem aterrorizando Londres estuprando e estrangulando mulheres com essa peça do vestuário masculino. O filme é repleto de humor negro, além de ser visualmente bastante explícito em sua violência, sendo os assassinatos mostrados em detalhes mórbidos. Há ainda uma subtrama pra lá de divertida, onde o inspetor de polícia encarregado do caso se vê às voltas com os terríveis jantares “gourmet” preparados por sua esposa que está fazendo um curso de culinária. Uma excelente retomada do tema abordado pelo cineasta em um dos seus primeiros filmes, “O Inquilino”.


- Disque M Para Matar – O primeiro filme de Hitchcock com Grace Kelly, então uma estrela em ascensão. Já comentei sobre ele neste blog. A narrativa aborda o plano de um marido para matar sua esposa adúltera e ficar com o dinheiro do seguro. O roteiro se desenvolve quase que por completo em um único ambiente, o apartamento do casal, mas é extremamente envolvente e divertido. Este esquema narrativo lembra bastante “Festim Diabólico”, longa anterior que se passa completamente no interior de um apartamento. Todavia, “Disque M” resulta mais eficiente e bem acabado. O filme é uma das primeiras experiências cinematográficas em 3D (é, a coisa é bem antiga mesmo).

Ah, e não esqueça de procurar pelas aparições do velho mestre em cada uma dessas películas. Bons hitchcocks para você!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

RC 50 anos de Sucesso: Detalhes do Show em Natal


Pausa no cinema para a descrição deste show especial!


- Cheguei cedo ao Machadinho. O show estava previsto para as 21h, mas já estava lá pouco mais de 19:30h. Show de Roberto é sempre bom madrugar para garantir um lugar decente, pois chegar tarde é sinônimo de lugar ruim.

- A verdade é que o Rei atrasou bastante. O show só começou quase uma hora além do previsto. Ou seja, acabei esperando mais de duas horas pelo início. Mas não foi tão chato. Quase ao meu lado, um degrau mais abaixo, sentou uma gata de primeira linha. Eu até pedi para bater uma foto dela, mas ela, toda sem jeito, acabou dizendo que não, pois sempre sai “feia em fotos”. Eu acabei não insistindo, pois ela estava com a família (pais ao lado) e era melhor evitar situações constrangedoras (aliás, bastante comum famílias inteiras no show do Rei).

- Também foi possível ver que até os “sósias” de Roberto acabam tendo seus momentos de fama. Dois deles ficaram transitando entre as mesas e muita gente pedia para tirar fotos com os mesmos. A verdade é que pelo menos um era mesmo muito parecido com o ídolo, ao menos à distância (opa, “À Distância” é uma canção do disco de 1972).

- Depois de muita espera, as luzes se apagam e começam a ser mostradas nos telões imagens marcantes da trajetória cinquentenária do artista mais popular do país, tudo culminando com a execução daquela música que não falta em nenhuma de suas apresentações: “Emoções”.

- Em seguida, uma sucessão de clássicos como “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, “Além do Horizonte”, “Cavalgada” (com uma execução primorosa, é bom dizer) além, claro, daquela que ele considera sua melhor música: “Detalhes”. A cada canção, mostrava-se o ano de sua composição nos telões.

- Mas foi ótimo deparar com algumas surpresas, músicas que eu não imaginava que ele fosse cantar. Uma delas foi “Do fundo do meu coração”, precedida por uma declaração de Roberto em que ele admitiu ter composto essa música num momento de grande fossa. “Seria bom sempre cantar músicas de amores felizes, mas nem sempre é assim”, falou. Outra foi na seqüência de músicas da “Jovem Guarda”. Não esperava por “Quando” e, menos ainda, por “E Por Isso Estou Aqui”.

- Momento cômico: mulher sobe na grade que separa a arquibancada da quadra, já empolgada pelo álcool, e realiza um número à parte ao som de “Mulher Pequena”, a canção mais dispensável do show (creio que cantou por estar no Nordeste).

- Melhor momento: “Como È Grande o Meu Amor Por Você”. Aqui o coro se tornou ainda mais ensurdecedor. E são nesses momentos que você percebe a grandeza de um artista. Realmente emocionante!

- Frase do show: “A gente nunca sofre sozinho. Há sempre alguém que também sente a mesma dor”.


- No fim, a famosa distribuição de rosas ao som de “Jesus Cristo”. Para quem nunca foi a um show de Roberto, saiba que esse momento é editado nos shows mostrados na TV. As flores são distribuídas ao longo de uns 10 minutos. Quando você pensa que terminou, surge algum assistente com mais rosas ainda.

- Na saída, uma certeza: estarei lá novamente na próxima oportunidade! É, acho que talvez eu seja mesmo um romântico incorrigível... ;=)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Trilha Sonora #3



Está chovendo bastante essa semana aqui em Natal o que, inevitavelmente, me fez lembrar deste clássico e inesquecível musical. A interpretação é do Jamie Cullum.

Jamie Cullum - Singin´ in the rain